15.2.09

Mesa Comum e Movimento Popular de Desempregad@s e Precári@s




Em tempos de "crise" MESA COMUM - União! Dignidade! Apoio Mútuo!


Começámos nesta sexta-feira e vamos continuar, para já todas as sextas, a organizar o nosso jantar de "mesa comum" , gratuito para desempregad@s, na sede da Terra Viva! às 20.30 h., reunindo uma dúzia de NÓS-desempregad@s, precári@s, de diferentes idades e origens - como parte da nossa auto-organização, ao nível local, e por um MOVIMENTO POPULAR DE DESEMPREGAD@S E PRECÁRI@S -além de outr@s "tes@s" que se não revêem nas organizações sindicais partidarizadas nem nas caritativas "sopas dos pobres" de algumas IPSS.s...



Começámos por endereçar uma carta da associação Terra Viva! a várias lojinhas, mini-mercados,padarias e outros estabelecimentos locais de comercialização de produtos alimentares, explicando o nosso projecto e pedindo que contribuam com alguns produtos que sobrem ao fim da semana e que, sem estarem impróprios para consumo já não possam ser comercializados, a fim de os partilharmos na nossa "Mesa Comum". Resultado: minimercados, padarias, lojinhas da nossa zona -além de algumas amigas vendedeiras do Bolhão -responderam ao nosso apêlo...mas não as grandes cadeias de supermercados (pelo menos para já).

Para além disso, alguns de nós estão a tentar encontrar alguns terrenos vagos ou devolutos nas cercanias, onde possamos organizar uma (ou mais)HORTA/s COMUNITÁRIA/s, tentando plantar os legumes que possam abastecer a nossa "Mesa Comum".

Esperamos que outros colectivos venham a participar naquilo que poderá vir a ser uma rede de "mesas comuns" e de grupos locais de desempregad@s e precári@s.

Transcrevemos abaixo a "proposta alargada por um "MOVIMENTO POPULAR de DESEMPREGAD@S E PRECÁRI@S" - que iremos discutir,melhorar (e sobretudo tentar aplicar) na "Mesa Comum", na próxima sexta dia 20 de Fevereiro às 21.30 h.(depois de jantar) na Terra Viva!AES R.Caldeireiros,213-Porto (à Cordoaria)



Proposta alargada por um MOVIMENTO POPULAR de DESEMPREGAD@S & PRECÁRI@S

1- PORQUÊ MOVIMENTO

- Porque MOVER-SE, MEXER-SE e não parar e não se conformar- é o que podem fazer as pessoas VIVAS. Só os mortos é que não se podem mexer! E MOVER-SE como? É IMPORTANTE QUE AS PRÓPRIAS PESSOAS ATINGIDAS PELOS PROBLEMAS –neste caso NÓS, desempregad@s e precári@s- não estejamos toda a vida à espera que os “do alto” (do Estado, dos partidos, das igrejas, das instituições e pessoas interesseiras -que fazem carreira à custa da “ajuda social” e que depois ficam com a parte maior dos apoios que serviriam para “combater a pobreza”- nos venham dizer o que fazer! Poderemos aceitar PROPOSTAS e CONSELHOS de quem quer que seja …Mas DIRECTIVAS “do alto da burra” de quem não é nem precári@ nem desempregad@ …JÁMAIS!

2- PORQUÊ POPULAR?

-Porque as redes e iniciativas que já existem de desempregad@s e precári@s são sobretudo de elementos de classe média (quadros técnicos superiores, artistas, investigadores) e não abrangem as classes populares mais atingidas pela pobreza e a miséria social e económica (trabalhadores/as indiferenciad@s, temporári@s das indústrias e dos serviços, imigrantes, etc…) ;

- Porque é sobretudo nos meios mais populares (bairros sociais, zonas velhas das grandes cidades e seus arredores, regiões do interior “esquecidas” pelos Poderes, etc. ) que se encontram as pessoas mais carenciadas .


-Porque são est@s que mais atingid@s são pela actual “crise” e pelos seus efeitos nos tempos presentes e nos tempos mais próximos, sem no entanto estarem organizad@s entre si (associad@s e unid@s) para afirmarem o seu direito natural À DIGNIDADE e fazerem valer os seus direitos naturais e sociais a serem tratados como pessoas humanas e não como párias da sociedade – já que a situação de desemprego e de precaridade (trabalho temporário) NÃO É VOLUNTÁRIA mas sim CAUSADA PELA “CRISE “ ACTUAL - e esta “crise” é por sua vez CAUSADA PELA PERMANENTE GULA DE LUCROS MÁXIMOS SEM OLHAR A MEIOS, POR PARTE DE GESTORES E PATRÕES DAS GRANDES MULTINACIONAIS E BANCOS PARA QUEM A “CRISE” significa AUMENTAR CADA VEZ MAIS OS SEUS LUCROS À CUSTA DA MISÉRIA ALHEIA ( veja-se só os “ordenados” chorudos dos gestores dos grandes grupos financeiros e empresariais deste país – e dos políticos profissionais que favorecem as suas negociatas – e os níveis salariais e dos apoios sociais : para essa malta lá do alto não há “crise”!);

-Porque o número de desempregados e de trabalhadores/as precári@s, temporári@s, está a aumentar rapidamente todos os meses, encerrando empresas e aproveitando-se as que continuam a funcionar, da miséria dos que perderam o seu emprego ou dos jovens à procura do primeiro emprego, para pagarem salários miseráveis que mal dão para sobreviver.



4-O QUE PODEMOS FAZER?

-1º.ORGANIZARMOS CONVÍVIOS E ENCONTROS, para melhor nos conhecermos e organizarmos e decidirmos acções conjuntas a levar a cabo…

-2º.ORGANIZARMO-NOS E UNIRMO-NOS para EXIGIR RESPEITO PELA NOSSA DIGNIDADE HUMANA DE DESEMPREG@DAS E PRECÁRI@S e VERDADE e CLAREZA sobre as reais possibilidades dos chamados “programas de combate ao desemprego”-BASTA DE MENTIRAS ! (nas instituições de apoio social –segurança social, instituto de emprego, etc.)

-3º.CRIARMOS UMA REDE DE APOIOS PARA A NOSSA CAUSA (técnic@s sociais, jornalistas, advogad@s, etc., que nos possam apoiar GRATUÍTAMENTE) …

-4º. ORGANIZARMOS A DIVULGAÇÃO das nossas iniciativas e de informações úteis, com um BLOG NA INTERNET e um BOLETIM INFORMATIVO, para o resto da população (principalmente para quem têm emprego mas que corre sempre o risco de ser despedid@), de foma a UNIR A LUTA D@S SEM TRABALHO e D@S QUE (ainda) O TÊEM...

-5º-CRIARMOS ENTRE NÓS SERVIÇOS DE APOIO AOS MAIS NECESSITADOS ( refeições populares, hortas populares, reciclagem de materiais úteis, serviços de reparações e de ajuda familiar, bolsas de troca de saberes e troca de serviços, etc.) com apoio de ASSOCIAÇÕES OU GRUPOS POPULARES que nos queiram apoiar DESINTERESSADAMENTE…

-6º.ORGANIZARMOS PARA NÓS A INFORMAÇÃO DE TUDO QUE NOS SEJA ÚTIL PARA RESISTIR À MISÉRIA E À DESIGUALDADE ( “centro de recursos”/informação com pastas com informações sobre experiências de movimentos semelhantes noutros lados, com programas possíveis para o combate ao desemprego, etc.)…

-7º.RELACIONARMO-NOS COM GRUPOS E MOVIMENTOS SEMELHANTES, QUE JÁ EXISTAM OU QUE VENHAM A SURGIR, PARA DECIDIR POSSÍVEIS ACTIVIDADES CONJUNTAS...

O QUE SOMOS, O QUE QUEREMOS E NÃO QUEREMOS

Pequeno Manifesto
1.SOMOS SERES HUMANOS E QUEREMOS DEFENDER A NOSSA DIGNIDADE!
2 .QUEREMOS O DIREITO À VIDA PLENAMENTE VIVIDA E NÃO ESMOLAS!
3.NÃO QUEREMOS, NEM NÓS NEM OS NOSSOS FILHOS, TER DE CATAR NO LIXO AS SOBRAS DOS BANQUETES DOS RICOS DESTA SOCIEDADE!
4.NÃO QUEREMOS A CHANTAGEM DE UM TRABALHO A QUALQUER PREÇO! -O TRABALHO ESCRAVO NÃO LIBERTA! ESCRAVIZA! (…”e por tão pouco, não vale a pena!”)
5. QUEREMOS PRODUZIR COISAS ÚTEIS E QUE NÃO POLUAM NEM DESTRUAM O PLANETA NEM OS SEUS SERES !
6. QUEREMOS AUTOORGANIZAR-NOS E AUTOGERIR-NOS E NÃO SERMOS MANIPULADOS PELOS DE SEMPRE (QUE SÓ PENSAM EM NÓS QUANDO AS ELEIÇÕES SE APROXIMAM!)
7.QUEREMOS A IGUALDADE ENTRE NÓS E NÃO PROMOVER QUAISQUER “REPRESENTANTES” E “CHEFINHOS”!
8. QUEREMOS RESISTIR AO CAPITALISMO E ÀS SUAS CRISES E SOLIDARIZAR-NOS COM TOD@S @S EXPLORAD@S E DOMINAD@S!
JÁ BASTA!!!


por um MPDP
Porto, ano da “crise” de 2009




PRÓXIMO ENCONTRO: Dia:20/2/2009 às 21.30 h.

Local: sede da TERRA VIVA!
R.Caldeireiros,213 - PORTO


Oficina de leitura e comunidade de leitores sobre o surrealismo português na Biblioteca Municipal de Almada

Clicar sobre a imagem para ampliar e ler em detalhe



O outro lado da cultura: Surrealismo português

A Biblioteca Municipal, no âmbito do projecto de promoção do livro e da leitura “ De volta dos Livros”, apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, organiza mais uma comunidade de leitores este ano sobre o Surrealismo português.

Oficina de Leituras e outras actividades surrealistas vão acontecer durante os meses de Março e Abril, dinamizadas por Ezequiel Xavier.

A participação nesta actividade está sujeita a inscrição prévia, de 10 a 27 de Fevereiro, no horário de funcionamento da biblioteca.

Público-alvo: Adultos
Lotação máxima: 20 / 25 participantes
Inscrição prévia: António Toscano
bibl.mun.alm@cma.m-almada.pt
21 272 49 29



Sugestões de Leitura

Surrealismo Português

Livros disponíveis na Biblioteca Municipal de Almada.

Obras históricas e/ou académicas:
O Surrealismo, Yvonne Duplessis, 1950 (Inquérito)
História da Literatura Erótica, Alexandrian, 1989 (Cículo Leitores)
Intervenção Surrealista, Mário Cesariny de Vasconcelos, 1966 (Assírio & Alvim)

Precursores fundamentais e surrealismo francês :
Cantos de Maldoror, Conde de Lautréamont (Isidore Ducasse), 1868 (Fenda e Quasi)
Uma Cerveja no Inferno, 1873 e Iluminações, 1875, Jean-Arthur Rimbaud (A&A)
História do Olho, Georges Bataille, 1928 (Bertrand)
As Formigas e outros contos, Boris Vian, (Assírio & Alvim)

Precursores portugueses:
Húmus, Raúl Brandão, 1917 (Mil Folhas Público)
Canções, António Botto,
Contos Exemplares, Sophia de Mello Breyner, 1962 (Portugália)

Livros de Surrealistas portugueses:
Poesia, António Maria Lisboa, (org. Mário Cesariny), 1977 e 1995 (Assírio)
Poesias Completas, Alexandre O’ Neill, 2000 (Assírio)
Um Homem de Barbas, 1944 e Malaquias ou a história de um homem barbaramente agredido, 1953, Manuel de Lima (Estampa)
Contos do Gin-Tónico, 1973, Mário Henrique Leiria (Estampa)
O Surrealismo na Poesia Portuguesa, Natália Correia, 1973 (Europa-América)
A Única Real Tradição Viva (Antologia da Poesia Surrealista Portuguesa), Perfecto Cuadrado, 1998 (Assírio & Alvim)
Antologia do Cadáver Esquisito, Mário Cesariny, 1989 (Assírio & Alvim)
O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o seu Esplendor, 1961 (?)
Manual de Prestidigitação, Mário Cesariny, 1956 (Assírio & Alvim)
Titânia e a Cidade Queimada, 1977, Mário Cesariny (Assírio & Alvim)
Os Passos em Volta, 1963 e Herberto Helder (Assírio & Alvim)




Fórum Municipal Romeu Correia
Auditório Fernando Lopes Graça
Praça da Liberdade, Almada
Tel:
21 272 4920
Email:bibl.mun.alm@cma.m-almada.pt
Sítio:
http://www.m-almada.pt/bibliotecas

Morreu o músico mexicano Jorge Reyes, uma das figuras mais importantes da etnomusicologia e da etnofusão de músicas

Na última semana desapareceu uma das figuras mais importantes da chamada etnomusicologia e da etnofusão de músicas, o músico e compositor mexicano Jorge Reyes, de 57 anos, pouco conhecido em Portugal, mas bastante estimado por quem se interessa pelo experimentalismo musical. E, já agora, uma das referências musicais do blogue Pimenta Negra.


A música de Jorge Reyes mistura sons autóctones das civilizações pré-hispânicas com a tecnologia musical mais avançada, criando sonoridades e ambientes musicais únicos. A proposta musical de Jorge Reyes ao misturar a música meso-americana com a tecnologia musical contemporânea, especialmente por via do uso de processadores de som, reverberações, ecos, e outra parafernália, fez despertar um renovado interesse pela cultura popular mexicana de raíz maya, dos tempos pré-hispânicos.
Os seus concertos transmutavam-se em autênticas cerimónias rituais pré-hispânicas e estavam por vezes associados a tradições do México ancestral como o Dia dos Mortos e o Equinócio da Primavera.

A sua formação revela influências musicológicas variadas que lhe serviram para criar e compor a sua própria música. A partir do estudo de flauta transversal no México, Jorge Reyes realizou na Alemanha estudos de música clássica, electrónica, jazz, que se ampliaram depois, já na Índia, para a música indiana e tibetana. Cria, entretanto, o grupo de rock progressivo Chac Mool, com o qual procurou sintetizar o resultado das suas pesquisas musicais, para depois seguir uma carreira de solista onde continuará a explorar atmosferas musicais da etnofusão.

Em 2001 fundou o Laboratório de Experimentação Artística e Rádio Educação (LEAS) onde produziu trabalhos como Zocaloop, Epitafio e Los proverbios del infierno.


Gravou cerca de 30 discos. Os seus álbuns mais destacados são:
A la Izquierda del Colibrí (1985),
Comala (1986),
Ek Tunkul (1987),
Viento de Navajas (1988),

Bajo el Sol Jaguar (1991), que é a sua obra mais importante


Jorge Reyes Etnofusão



Jorge Reyes, "sacrificio"



JORGE REYES - A LA IZQUIERDA DEL COLIBRI



JORGE REYES (LA OTRA CONQUISTA)



Concierto e espectáculo de música prehispánica de Jorge Reyes na Ciudad de México, comemorando o Día de Muertos ( 31 de Ouubro de 2006)
Parte 1



Parte 2



Jorge Reyes y Suso Saiz 1/3 (Festival Cultural Zacatecas)






Clandestinos ( texto alheio, onde se invoca este blogue)

O blogue A Carga da Brigada Ligeira brindou o «Pimenta Negra» com um texto, cujo conteúdo subscrevemos por inteiro.
Agradecendo a referência, aproveitamos o momento para convidar todos a visitar o blogue A Carga da Brigada Ligeira que, de uma forma original, trata de várias problemáticas a partir da invocação de um weblog vocacionado para o tema abordado. Reproduzimos abaixo o texto daquele blogue amigo onde se fala da Terra-mãe, do universalismo, da abertura do mundo e dos espíritos, dos imigrantes clandestinos, de Manu Chao, de…



CLANDESTINOS
(texto retirado do blogue :

Hoje visitamos mesmo a propósito o blogue "Pimenta Negra"; Um blogue sobre os movimentos sociais, a ecologia, a contra-cultura, os livros, com uma perspectiva crítica sobre todas as formas de poder (económico, político, etc)


Caros Bloguistas Militantes

Ele existem pensamentos que quando surgem na nossa cabeça julgamos que são só nossos.
Então se esses pensamentos forem "estranhos" à ordem vigente, julgamos para nós (nós somos os nossos maiores julgadores) serem absurdos, isto até lermos um livro ou falarmos com alguém que tenha a mesma "visão" que nós.

É então que repensamos ou deixamos de julgar esse "absurdo" ou essa "visão" como a julgámos até aí e passamos a ver a ideia por outro prisma e até poderemos ter a vontade de a realizar.

É minha ideia de há muito tempo que:
O planeta Terra pertence a todos os que aqui habitam.
Tudo o que fazemos ou que nos fazem com maior ou menor grau tem consequências globais, vai sempre mexer com algo e/ou com alguém e tem sempre um efeito dominó.
Por exemplo: a bomba atómica que caiu em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, teve consequências globais, quer fosse pela radiação,quer fosse pelo horror, quer fosse pelo terror, quer fosse pelo solo que não se pode cultivar, quer fosse pelo destruir da biosfera.
Outro exemplo, os testes nucleares no atol da Muroroa na Polinésia francesa ou noutro local qualquer, a poluição marítima, a poluição dos rios, a poluição da atmosfera, a economia, tudo, mas tudo tem influência nas nossas vidas do dia a dia.

Como diz o corolário da teoria do Caos: Algo tão pequeno como o bater de asas de uma borboleta pode causar um Tufão gigante do outro lado do mundo"

Se o que uns fazem influência positiva ou negativamente a vida dos outros, se todos nascemos no mesmo planeta embora em pontos geográficos diferentes, porque é que determinados pontos do globo tem de ser de uns e tem de ser interditos a outros?

Tem de haver quem governe, é certo – pelo menos até que os seres viventes atinjam a capacidade inata de se respeitarem a si próprios e uns aos outros e contribuírem para a vivência em sociedade.

O caos não se pode instalar, concordamos com isso, mas daí a interditar que os seres humanos se desloquem de um lado para outro, no seu próprio planeta, vai um passo de gigante.

Resumindo, nós não concordamos que existam fronteiras à livre circulação de pessoas.

Se me apetece ir para a Austrália, pois vamos. Se quisermos ir viver em França, com as regras dos Franceses pois muito bem, nós iremos viver.

Nós não nos damos com o clima português, calor seco e frio húmido não é cá para "nous", por isso queremos mudar.

Ter de aturar papeis para esse fim, vistos passaportes e porcarias para nos deslocar dentro do planeta onde nós nascemos... não concordamos, não concordamos e pronto.

Se ainda fossemos para Marte, ou Júpiter ou dar uma voltinha no espaço, e nos pedissem depois papeis para entrar dentro do planeta... ainda quase que era aceitável. Agora para nos deslocarmos dentro do nosso próprio planeta?

Não .... e não!

Não aceitamos e custa-nos ver seres humanos a quererem migrar para outras partes do planeta, e serem espoliados de todas as maneiras, serem transportados de maneiras que nós não permitimos que animal algum fosse transportado assim.

Não aceitamos e custa-nos ver pessoas a enriquecer com o tráfico de migrantes, e tudo isto devido a uma política estúpida seguida pelos países desenvolvidos.

Tratámos outros países como se de segunda ou terceira categoria fossem, roubámos e destruímos terras, escravizámos e assassinámos milhares de naturais desses países, fizemos as nossas guerras nos territórios deles, impusemos-lhes o nosso modo de vida, incutimos a riqueza e a ambição a quem bastava estar no seu local e usufruir das coisas que a natureza lhes dá para estarem bem na vida, para no fim dizermos não a quem quer vir para o nosso continente,para o nosso país para tentar ter uma vida melhor e dar sustento a quem no país de origem ficou.

A UE impôs a PAC e subsidiou a agricultura e os seus excedentes, deixámos de comprar produtos agrícolas aos países que "artesanalmente" os produziam, fomos estreitando o laço que estava sobre a garganta desses países, não ajudámos no desenvolvimento da sua agricultura, harmonizando a mesma com a natureza.

Os "colonos" e as grandes empresas agora, contribuem para a desertificação, desflorestação (com todas as consequências que daí adveem) dessas regiões com consequências planetárias, tirámos o sustento aos naturais desses países e depois dizemos que não queremos imigração?
Então e a FOME? a MISÉRIA? as Mortes? a SUBNUTRIÇÃO? a SOBREPOPULAÇÃO?

Fomos nós que impusemos com esta política de brancos, somos nós que temos as armas e a força, logo pensamos que isso é sinónimo de inteligência... quão enganados nós estamos.

Nós os Europeus de primeira ou de segunda mal disfarçada, não queremos nem aceitamos a imigração ilegal!

Venha ela de onde vier, seja de África, da América do Sul, da Europa de Leste (estes do nosso próprio continente), ou seja não queremos ninguém de lado nenhum.

Mas esta postura não é aceitável.

Não pode ser, algo está mal nas mentes e nas mentalidades de todos os que assim pensam e querem impor o seu pensamento.

Falta-lhes visão do futuro, tolerância, sabedoria e conhecimento do passado.

Eu não aceito a imigração ilegal!

E não aceito a imigração ilegal, porque não reconheço o termo. Não o aceito.

O caso de Portugal, que viveu anos e anos de Emigração, quando éramos um país mais pobre que o que ainda somos, e tivemos de migrar para outros destinos, e construímos fortunas mas também construímos "bidonvilles", migramos para todos os países do mundo, em todos os países do mundo existe um português.

Temos até Paris que é ou que era a segunda cidade com mais população portuguesa.

Andamos nós agora armados em "mete nojo", a dizer mal dos imigrantes, que fazem e acontecem, que ocupam o trabalho dos portugueses.

Nós, portugueses, que estamos melhor na vida do que estávamos nas décadas de 50, 60 ou 70.
Nós, portugueses, que não queremos ser empregados de café, trabalhar nas obras, ser canalizadores e outras profissões em que é preciso sujar as mãos, profissões essas que são ocupadas pelos migrantes de outros países.

Não fora eles, e os atrasos que estamos habituados ainda seria maiores por falta de mão de obra.

Nós que temos um deficit populacional, conseguimos colmatar grande parte desse deficit com a vinda de migrantes de outros países, para no fim de contas ainda os tratarmos mal e dizermos mal deles?

Parece-me que não é uma atitude muito acertada.
Acusá-los de marginalidade?
Marginalidade essa que nós os estamos a empurrar, como empurrámos os migrantes de 1974 e anos seguintes, para a periferia, quando vieram de África, expulsos ou fugidos de um país que era deles.

Estamos no "bom caminho" não haja dúvida, nós os Portugueses e todos os outros povos dos países chamados civilizados.

Reafirmamos "nascemos no Planeta TERRA e temos o direito de andar por qualquer parte do planeta onde nós nascemos."

Não somos clandestinos em nenhum lado e recusamo-nos a ser tratados como clandestinos no nosso planeta, e recusamo-nos a tratar como clandestino qualquer ser humano que se queira deslocar no planeta onde todos nós vivemos.

Se o ser humano se desloca por vezes é porque quer, mas a maior parte das vezes será por necessidade...

Por isso : Não julgues nenhum Homem até teres caminhado com os seus sapatos durante um tempo ... Provérbio Índio.

Clandestino - Manu Chao

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley
Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel
Pa' una ciudad del norte
Yo me fui a trabajar
Mi vida la dejé
Entre Ceuta y Gibraltar
Soy una raya en el mar
Fantasma en la ciudad
Mi vida va prohibida
Dice la autoridad
Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Por no llevar papel
Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Yo soy el quiebra ley
Mano Negra clandestina
Peruano clandestino
Africano clandestino
Marijuana ilegal
Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley
Perdido en el corazón
De la grande Babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel
Argelino clandestino
Nigeriano clandestino
Boliviano clandestino
Mano negra ilegal