12.1.06

Quando Cavaco obrigou os portugueses a trabalhar no feriado do Carnaval


Corria o ano de 1993. Estávamos em pleno mês de Fevereiro. A rotina seguia o seu curso. Aproximava-se o feriado do Carnaval, que naquele ano correspondia ao dia 28 de Fevereiro. O Carnaval sempre foi - e é - uma ocasião festiva que é aproveitada por muitos para retemperar forças, divertir-se um pouco e esquecer as agruras da vida. Dá-se então o inesperado.
Uma portaria do Governo PSD de Cavaco Silva retirava o tradicional feriado para os funcionários públicos para a terça-feira de Carnaval. Foi a estupefacção geral, em todo o país. Mais do que indignação, a medida governamental foi encarada como um acinte e motivo de irrisão generalizada.
No próprio dia era ver a rádio e a televisão a fazer reportagens em directo, a partir dos locais de trabalho, para os trabalhadores darem publicamente conta, de forma sarcástica e corrosiva , como aquele dia estava a ser inesquecível, «altamente produtivo para o PIB nacional» e um contributo insubstituível para o aumento da produtividade do país !!!

Aquela retirada do feriado do Carnaval aos funcionários públicos foi o sinal da degenerescência do cavaquismo e marca, na verdade, o início da queda vertiginosa do mito providencial do populismo cavaquista. Até ver...

O século XXI será ocioso e sem facturas


Em consequência do desenvolvimento dos transportes internacionais de mercadorias e dos sistemas de telecomunicação modernos, o capitalismo dominante não está naturalmente muito inclinado a realizar economias de energia e a utilizar recursos renováveis enquanto existirem reservas de petróleo ao seu dispor. O capitalismo não possui nenhuma inteligência global e não parará enquanto não sentir falta de recursos naturais. Em vez de uma «formidável faculdade de adaptação» como garante de progresso, conviria antes falar de uma lógica primária de predação, senão mesmo de devastação. É, por isso, inútil esperar por uma redução das emissões de gases com efeito de estufa ou uma melhoria climática antes da penúria material do petróleo. Desgraçadamente parece que não estamos longe dessa situação. O petróleo vai certamente desaparecer de forma lenta mas inevitável. Entre 2010 e 2020 a sua produção diária irá atingir o seu máximo antes de iniciar uma descida imparável. O petróleo apenas inaugurará uma série que irá prosseguir com o esgotamento dos recursos como do gáz natural, do carvão e do urânio. Não existe uma solução mágica para a escassez do petróleo. Os políticos preferem não falar de catástrofe uma vez que isso pressupunha a necessidade de dar respostas o que eles sabem não poder dar. A ideia do pico do petróleo seguido de um declínio é recusada ainda por várias pessoas convencidas no progresso ilimitado da ciência ou que recusam simplesmente essa ideia por criar demasiada angústia.
Num futuro próximo vai ser preciso limitar as deslocações e de re-localizar as actividades vitais desenvolvendo alternativas que nos conduzam à autonomia, ao respeito pelo ambiente e provavelmente a um modo de funcionamento augestionário.
Com efeito, o custo elevado do petróleo e da energia repercutir-se-á nas matérias-primas e nos bens de produção final. A rede de transportes internacional irá lentamente retrair-se. Os Estados Unidos – cuja intervenção no Iraque reflecte mais uma reacção de pânico do que preocupações democráticas – não poderão sustentar o modelo sobre o qual se baseia o seu crescimento económico. As cidades não demorarão a seguir um regime energético com base nos transportes comuns, partilha de transportes, A vida tornar-se-á mais onerosa, e as relações de força entre empregadores/empregados orientar-se-ão para novos enquadramentos ( pagamento pelo tempo de transporte e de deslocação…) e a questão social da partilha assumirá um grande relevo à medida que diminuir o que houver para compartilhar. O mundo rural oferecerá condições e vantagens que poderão torná-lo atraente a longo prazo, desde a proximidade dos alimentos, economia de custos, uso de biomassa como carburante, ou da madeira para o aquecimento, até aos espaços para as energias eólicas e a possibilidade de aplicação de técnicas de arquitectura bioclimáticas avançadas. Pode-se pois imaginar que o futuro do homem será cada vez mais ocioso, em que se trabalhará cada vez mais, nos alimentaremos com produtos biológicos ( note-se que a agricultura intensiva alimenta-se de petróleo), que haverá mais autonomia e respeito pela natureza, e onde se participará na vida de sociedades locais autogeridas em relação com o resto do planeta por meio dos meios de telecomunicação pouco dispendiosos de energia.
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Texto dos trabalhadores da terra e do ambiente da CNT francesa
CNT 63. Syndicat des Travailleurs de la Terre et de l’Environnement
2, place Poly 63100 Clermont-Ferrand

Amnistia Internacional denunciou novas torturas e maus tratos em Guantánamo


Quando passa o 4º aniversário dos primeiros internamentos de prisioneiros em Gantanamo Bay, a Amnistia internacional divulgou novos testemunhos de tortura e de maus tratos sobre os detidos que se encontram naquele tristemente célebre centro de detenção do exército norte-americano.
Entre os testemunhos revelados conta-se o de um dos primeiros detidos a serem transferidos para Guantanamo, Jumah al Dossari de 32 anos que foi para lá transferido em Janeiro de 2002 depois de ter sido preso pelas forças norte-americanas na base aérea de Kandahar no Afeganistão.
O seu testemunho, confirmado por várias pessoas, entretanto, libertadas, contám várias alegações de torturas morais e físicas, para além de sistemáticos maus tratos que lhe foram infligidos.
«Em Guantanamo cerca de 500 homens foram tratados de uma forma que é completamente inaceitável» refere explicitamente a Amnistia Internacional, conhecida organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, acrescentando que nessas condições não seja surpreendente que certos indivíduos preferissem morrer a terem de se sujeitar a tais torturas.
A Amnistia Internacional refere-se ainda ao caso do jornalista da Al Jazira, Sami al Haji, transferido em Guantanamo em Junho de 2002 depois de ter estado preso em Bgram e Kandahar, assim como ao caso de Abdulsalam al Hela, homem de negócios iémenita , transferido secretamente para Guantánamo.
«Não há qualquer solução de remedeio para Guantanamo. O centro de detenção deve ser imediatamente encerrado e ser aberto um inquérito sobre os maus tratos e torturas que aí foram realiazadas desde 2002», conclui a Amnistia Internacional.

Sobre estas matérias consultar:

USA : Testimony of Guantánamo detainee Jumah al-Dossari (index AI : AMR 51/107/2005) ;
Estados Unidos: quem são os detidos em Guantánamo? Caso nº 11:Jumah al Dossari, cidadão iemenita (index AI : AMR 51/129/2005) ;

USA : Who are the Guantánamo detainees - Sami al Hajj (index AI : AMR 51/207/2005) ;

USA : Who are the Guantánamo detainees - Abdulsalam al-Hela (index AI : AMR 51/206/2005).

...no seguinte site:

http://news.amnesty.org/pages/usa-n...

Sobre a campanha conduzida pela Amnistia Internacional contra os maus tratos no quadro da «guerra contra o terrorismo», consultar:

http://efai.amnesty.org/torture
ou
http://www.amnesty.org


«…os piores dias da minha detenção foram marcados por privações, actos de humilhação, de opressão e de sofrimentomental…»

«…não estava autorizado a falar senão a 3 pessoas, que eram quem me torturavam…»

«…tornei-me numa espécie de castelo de cartas que não parava de cair, qualquer que fosse o lado por onde se tentasse reconstruí-lo…»

( palavras de Jumah al Dossari)

Destituição de Blair


Está a ser lançado um grande movimento com vista à destituição do primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Um dos signatários é o General Sir Michael Rose, comandante indigitado pela Nações Unidas para a Bósnia.

Consultar:

Vigiando a Polícia


Já existe uma importante base de dados internacional sobre as brutalidades e ilegalidades cometidas pelas forças policiais, a Copwatch.com (http://www.copwatch.com/) que pretende salvaguardar a segurança pública e promover a contenção nas acções realizadas pelos agentes e forças policiais no estrito cumprimento das normas legais e no respeito pelos direitos, garantias e liberdades dos cidadãos.