4.12.09

Barqueiros: a luta continua contra a poluição da exploração dos Caulinos ( assina a Petição)



Passados quase 18 anos, a população volta a ficar revoltada, ao tomar conhecimento que foi concedida a exploração de caulino, numa área de superfície de 41, 92 hectares, situada nas freguesias de Vila Seca e Milhazes, em Barcelos.

Esta exploração de caulinos situada em Barqueiros foi a causa de 2 mortes e alguns feridos, há 18 anos atrás. Durante uma manifestãção, a arma de um GNR, disparou-se acidentalmente, matando um jovem que se encontrava entre os manifestantes.

José Carlos Manhente Simões, de apenas 20 anos de idade, perdeu a vida em 26/6/89.Um outro manifestante veio também a morrer, devido a ferimentos . Um sacrifício em vão, visto que a Junta de Barqueiros anda a negociar um acordo com a Mibal, a empresa ligada à exploração dos caulinos. Acordo este que é contrário à vontade da população

Em 1991, Barqueiros erigiu um monumento ao Autarcismo, símbolo da luta de um povo, em que alguns até perderam a vida e outros ficaram sem os seus entes queridos.

Vila Seca foi considerada uma zona agrícola, sendo por isso proibida a construção de qualquer tipo de habitação.Como podem então permitir a exploração dos caulinos, se estes vão contaminar a àgua dos solos, pondo em risco todas as plantações?Como pode o ministério do ambiente decretar que são zonas ecológicas, se agora cedeu um alvará que será a causa da devastação e da poluição dessas mesmas zonas?

Uma dessas explorações que estão previstas, situa-se a poucos metros de uma escola, pondo em risco a saúde de ínumeras crianças, devido a poeiras que poluirão a atmosfera circundante, sem falar nos enormes e perigosos buracos que serão feitos e que podem provocar acidentes.


Fonte:




Foi, entretanto, criada uma petição intitulada "Contra a Exploração de Caulino no Centro da Freguesia de Barqueiros".
Esta iniciativa partiu de um grupo de jovens barqueirenses e tem como primeiro subscritor o Sr. Américo Silva, não possui qualquer índole partidária tendo apenas como objectivo levar o problema a discussão em Assembleia da República e desse modo permitir que se levantem questões que em 20 anos nunca haviam sido colocadas.

PETIÇÃO

Para a Assembleia da República Portuguesa

Há 20 anos, depois da contestação da população e dos autarcas, só a morte de Carlos Simões impediu que a exploração de caulino se realizasse no centro da Freguesia de Barqueiros.
Nessa altura, sabendo que se tinha de coabitar com a delapidação do solo e subsolo da sua terra, os Barqueirenses apontavam zonas alternativas à exploração que a empresa MIBAL pretendia fazer junto à Igreja, à Escola, ao Jardim de Infância e ao Terreiro secular da Senhora das Necessidades.

Dizia o explorador que os terrenos não tinham nem caulino nem areias. Decorrido este tempo comprovou-se o contrário, pois foi precisamente nesses terrenos alternativos que decorreu a quase totalidade da extracção mineira.

Teimosamente a empresa só queria explorar os terrenos do centro da freguesia e só as agressões e a morte puseram termo a este processo.

As vozes dos autarcas que exteriorizavam o sentir da população não foram ouvidas pelas entidades responsáveis.

Com uma atempada decisão para a exploração se fazer nos terrenos alternativos, fora do centro da freguesia, este problema ter-se-ia resolvido sem os custos que são conhecidos.
Estranhamente, estando o problema da população de Barqueiros sanado há duas décadas, surge agora, a própria Junta de Freguesia a abrir as portas para a exploração no centro da freguesia. Sem qualquer respeito pela memória dos que se opuseram celebrou mesmo um acordo, aprovado na calada da noite, com a MIBAL.

Uma decisão que nos envergonha a todos e que não tem aceitação pacífica dos Barqueirenses.
Visa esta Petição trazer de novo a público o desacordo com a exploração no centro da freguesia.
Está consagrada uma solução para que isso não aconteça.

Os Barqueirenses respeitam essa solução.

Queremos honrar todos os que lutaram neste processo: simbolizados no monumento “ao Autarcismo de um Povo”.

Temos memória.

Não queremos o centro da nossa terra esventrado e esburacado pelas escavadoras, as estradas invadidas permanentemente por camiões, o barulho de uma exploração a céu aberto, o pó a entrar pelas casas, Escola, Infantário e estabelecimentos comerciais.

Pelo exposto, ao abrigo das disposições constitucionais e legais aplicáveis, os cidadãos abaixo-assinados – Barqueirenses e outros que sempre apoiaram esta luta – solicitam à Assembleia da República o seguinte:

1) a criação de um Grupo de Trabalho que elabore um Relatório isento sobre os reais efeitos da exploração na freguesia de Barqueiros;

2) que na elaboração do Relatório sejam ouvidos técnicos e entidades rigorosamente independentes;

3) que se assumam todas as consequências dos resultados desse Relatório, nomeadamente o resgate da concessão, a preencherem-se os requisitos legais exigidos.


Barqueiros, 8 de Setembro de 2009


Sincerely,


Para assinar:
http://www.petitiononline.com/Caulinos/petition.html

Mercado Negro (Feira do Livro Alternativo na Cooperativa Gesto, no Porto, entre 9 e 19 de Dezembro)


se és autor editor independente e alternativo e tudo e quiseres participar vem ao nosso encontro

Mercado Negro - Feira do Livro Alternativo
na Cooperativa Gesto - na Rua Cândido dos Reis, 64 - Porto ( perto da Torre dos Clérigos)



http://edicoes-mortas.blogspot.com/


Geada - II Festibal de Cultura Tradecional de las Tierras de Miranda (26, 27 e 28 de Dezembro de 2009, em Miranda do Douro)




A Associação Recreativa da Juventude Mirandesa e os Pauliteiros da Cidade de Miranda do Douro vêm por este meio dar conhecimento da realização do "GEADA 2009 - II Festival de Cultura Tradicional de Miranda do Douro", nos próximos dias 26, 27 e 28 de Dezembro, em Miranda do Douro.

"O frio está de volta e com ele chega também a segunda edição do verdadeiro festival de inverno...


O "GEADA 2009 - II Festibal de Cultura Tradecional de las Tierras de Miranda", decorrerá nos próximos dias 26, 27 e 28 de Dezembro, em Miranda do Douro.

O GEADA 2009 é uma das iniciativas que integram o plano de actividades da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa - ARJM, organizado em parceria com o Grupo de Pauliteiros da Cidade de Miranda do Douro.

Na sua 2ª edição, o GEADA terá como objectivos principais: festejar e divulgar a cultura, a língua e as tradições de Inverno das Terras de Miranda e comemorar os "10 Anos de Oficialização da Língua Mirandesa".

Ao longo do festival, os participantes terão a possibilidade de conhecer algumas das mais belas tradições de Inverno do Planalto Mirandês.

Entre os vales e arribas das Terras de Miranda, qualquer um poderá dançar à volta da tradicional fogueira do galo, e ao som ecoante das mais belas gaitas-de-foles, dançar pauliteiros e música tradicional mirandesa, tocar instrumentos tradicionais, descobrir a lingua mirandesa, conviver nas típicas adegas do centro histórico de Miranda do Douro, passear por algumas das mais belas aldeias do planalto, acompanhando a Rota do Contrabando, fazer e provar enchidos, e deliciar-se com os sabores da gastronomia tradicional mirandesa.

O GEADA envolve música e quando se fala de música tradicional, o planalto mirandês tem muito para mostrar, grupos como "Lenga Lenga", "Anda Camino", "Grupo de Pauliteiros da Cidade de Miranda do Douro", "Pauliteiricas de Miranda do Douro", "Coro Infantil do AVE de Miranda do Douro" e os "Gaiteiricos de Miranda" prometem aquecer a festa.
Vindos do mundo encantado das gaitas, dos bombos e das tradições aterrarão ainda em Miranda do Douro alguns dos melhores grupos de música tradicional do momento, tal como, os "Pé na Terra", "Tuttis Catraputtis", os "Roncos do Diabo", o "Grupo de Caretos de Podence", os minhotos "Ares da Raia" e o "Grupo de Bombos de São João de Darque" e os galegos "Projecto Trepja", um electrizante projecto de música tradicional electrónica.

A organização do GEADA pretende também mostrar o que de melhor se faz por Terras de Miranda, decorrerão portanto, em paralelo ao festival a "I Mostra Associativa das Terras de Miranda" e a "II Exposição Artística da Juventude Mirandesa - INOVART".

Tal como o lema do festival indica - "BAMOS DERRETIR L CARAMBELO!" - a festa promete aquecer e espalhar-se um pouco por toda a cidade de Miranda do Douro, bem como por algumas aldeias do planalto.
Da nossa parte prometemos que cada participante, ao longo destes três dias de verdadeira festa, disfrutará neste humilde canto de Portugal, de vivências inesquecíveis, e terá a possibilidade única de viver e conhecer por dentro as mais belas tradições do Planalto Mirandês, confraternizando bem de perto com as gentes das Terras de Miranda."

BAMOS DERRETIR L CARAMBELO!
VAMOS DERRETER O GELO!




Programa Completo:

Dia 26

14h00 - Abertura das inscrições (Junto à Fogueira do Galo - Lhargo D.João III)
14h15 - Inauguração da 2º INOVART- Exposição Artística da Juventude Mirandesa
14h15 - Arruada com:


Grupo de Caretos de Podence

Grupo de Bombos de São João de Darque

21h00 - Adegas-Papper

00h00 - Gaitas e Chouriças à solta na Fogueira (Lhargo D.João III)


Gaiteiricos de Miranda do Douro
Ares da Raia
Anda Camino


Dia 27

9h00 - Inauguração da "Mostra Associativa das Terras de Miranda"
9h30 - Conferência: 10 anos de Oficialização da Língua Mirandesa - FALAR YE BIBIR
13h00 - Almoço Tradicional
15h00 - Colóquio de Natal
17h00 - Actuação do Grupo de Pauliteiricas de Miranda do Douro
17h00 - Oficina de Danças Tradicionais i Instrumentos Mirandeses
20h00 - Jantar Tradicional
22.00h -Baile Tradecional:


Pauliteiros da Cidade de Miranda do Douro
Roncos do Diabo
Pé na Terra
Projecto Trepja


Dia 28

09h30 - Passeio Pedestre: "Na rota do contrabando"
13h00 - Almoço Tradicional no São João das Arribas
14h00 - Convívio em Aldeia Nova
17h00 - Oficinas de Danças e Instrumentos Galegos
20h00 - Jantar Tradecional
22h00- Baile Tradecional:

Coro Infantil do AVE de Miranda do Douro
Tuttis Catraputtis
Lenga Lenga


Mais informações:

festivalgeada@gmail.com
Fernando Silva - 915088034

http://festivalgeada.blogspot.com

--
Pauliteiros da Cidade de Miranda do Douro
Rua da Terronha, nº4
5210 - 198 Miranda do Douro

Telemóvel - (+351) 938537399 / 938680425
E-mail: Pauliteiros@gmail.com
Blogue: http://agarramestespalos.blogspot.com

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Carta para o Índio ( o casal Índio e Claudinha eram militantes do MST, Movimento dos Sem Terra, e foram assassinados esta semana no Brasil)


Carta para o Indio

Oi Índio,

Estou escrevendo essa carta depois de meses sem vê-lo e um dia após seu enterro e da Claudinha.

A notícia de seu assassinato fez com que minha alma fosse tomada por lembranças. Muitas são das grandes lutas que travamos, das marchas, ocupações e resistências. Onde sua rebeldia e radicalidade inspiraram a todos.

Mas meu amigo, tive a felicidade de dividir contigo, durante algum tempo, o cotidiano. E as lembranças que mais me tocam são essas. Solidário. A vida lhe formou um homem forte, como uma força da natureza. E sua força estava a serviço da vida, a qualquer hora, para qualquer coisa.

Que grande exemplo é a sua vida!

Quero que você saiba que Floresta parou para o seu velório. Sem Terras de todas as terras libertadas da região, militantes de todas as gerações, que nos formamos inspirados no seu exemplo, estavam presentes. Católicos, Evangélicos, bêbados, assentados, cortadores de cana, carregadores de abacaxi, arrendatários, professores, caminhoneiros, tratoristas, donos de venda,... o povo que você conhecia por dentro, alimento da sua esperança, estava presente.

Todos comentavam sobre seu exemplo, todos tinham um caso para contar. Conseguiu meu companheiro, confirmou-se sua pedagogia, a pedagogia do fazer junto. O de estar ali, junto ao povo, e no cotidiano construir junto a nova sociedade. Como dizia: “ Errando e acertando eu prefiro aqui, na base. Aqui tem tudo que precisamos para a luta".

Seu pai, nosso Seu Toninho, nosso irmão Valmir, fizeram questão da presença da bandeira do MST e um símbolo da cooperativa que você estava organizando no assentamento Zumbi V. E de aguardar a chegada dos seus irmãos de luta, como eles chamaram, que estavam vindo de outros cantos do Estado. Como disse seu pai:

" Pois aqui estamos homenageando dois militantes."

Na cerimônia, do Pastor aos familiares, todos falaram de sua vida dedicada ao bem comum, de sua coerência. Mas de todas as homenagens a de sua irmã Lucia, que conheci muito pouco, que não participava diretamente de nossas lutas foi a mais bonita. Ela chamou a todos a assumirmos o compromisso de continuarmos lutando pela vida que você lutou, pela bandeira vermelha.

Meu companheiro, sei que você estava preparado para as armas do latifúndio e do Estado, sem que isso afetasse seu amor a vida. Era inevitável reconhecermos os riscos numa região dominada pela Elite Canavieira há 500 anos, com toda sua cultura de violência. Mas sei que não estava preparado para a mão que apertou o gatilho.

Indio, vocês foram assassinados por esse sistema de sociedade. Esse sistema que degrada a vida, desumaniza as relações, que se alimenta de destruição, que cultua a violência e mata milhares todos os dias. A violência, a morte, gera lucro para as grandes empresas.

Companheiro, nossa marcha continuará! Inspirada na sua rebeldia e teimosia. Inspirada no amor de vocês.

Sua voz continuará gritando, agora, por todas as bocas em luta:

PÁTRIA LIVRE! VENCEREMOS!
De seu irmão de luta
("Rum")


26/Nov.2009 - enviado pela FARJ –Rio de Janeiro

Retirado de:
http://terraviva.weblog.com.pt/