19.6.10

José Saramago (1922-2010) no seu livro A Caverna: o que importa é chegarmos à outra margem…


“Há quem passe a vida inteira lendo sem conseguir ir para além da leitura, ficam agarrados às páginas, não entendem que as palavras são só pedras colocadas para atravessarmos a corrente de um rio, e se estão ali é para podermos chegar à outra margem, pois o que importa é a outra margem”
José Saramago (1922-2010), de um excerto do seu livro A Caverna (2000)

A caverna (2000) é um livro de José Saramago em que o escritor disseca, através da história de pessoas comuns, o impacto destruidor da economia capitalista sobre as economias tradicionais e locais. Trata-se da história de uma família de oleiros que vê a sua vida transformada com a chegada de um grande centro comercial à cidade. Nesta sua obra, José Saramago denuncia o processo acelerado de desumanização que estamos a viver.

O próprio shopping center pode ser fisicamente comparado a uma caverna, mas a história vai além dessa comparação, apesar do evidente paralelismo com o mito da caverna de Platão.

O mito da caverna, também chamada de Alegoria da caverna,foi escrita pelo filósofo Platão, e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII).
Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.

Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira.
Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.

Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo então a autêntica realidade

Platão referia-se ao fugitivo que é capaz de fugir das amarras que prendem o homem comum às suas falsas crenças e, partindo na busca da verdade, consegue apreender um mundo mais amplo. Ao falar destas verdades para os homens afeitos às suas impressões, não seria compreendido e seria como tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente.

O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância.

Educação para os Direitos Humanos


Numa época como a nossa em que muitos dos padrões culturais das sociedades modernas se encontram em acelerada fase de revisão e mudança, os direitos humanos permanecem um importante referencial para saber equacionar os problemas sociais contemporâneos.

Com efeito, mais que uma construção social, historicamente datada, os direitos humanos, e toda a sua evolução ao longo do tempo, têm simbolizado a caminhada civilizacional para uma vida humana com dignidade e justiça. Obviamente que os direitos humanos não estão imunes a debates e polémicas de carácter histórico-filosófico, político, e até jurídico, mas mantém-se como uma ferramenta indispensável para intervir socialmente nas mais variadas áreas sociais.

Para esta sua relevância terá contribuído indubitavelmente a luta secular que homens e mulheres travaram para o seu respeito e implantação no campo das ideias e do pensamento mais esclarecido, mas sobretudo na sua consagração em textos escritos, mormente sob a forma de leis gerais, aplicáveis universalmente.

Basta recordar o que representou historicamente a assinatura em 1215 pelo rei inglês João I (também conhecido por João Sem Terra) da Magna Carta onde um monarca soberano admite, pela primeira vez na história, limitar o seu poder absoluto, renunciar às sua prerrogativas, e sujeitar as suas decisões aos procedimentos impostos pelos textos legais escritos. Este facto histórico representou o declínio do absolutismo régio e um antecedente remoto das modernas declarações dos direitos humanos, uma vez que estes são vistos como direitos intocáveis, logo não sujeitos ao poder institucionalizado do Estado.

Outro facto histórico, representativo da luta pelo respeito dos direitos humanos que assiste a qualquer ser humano, é a famosa controvérsia que estalou em Valladolid em 1550-51, envolvendo teólogos, juristas e políticos sobre a verdadeira natureza dos indígenas americanos, onde se digladiavam duas teses e concepções diametralmente opostas: por um lado, os partidários da dominação colonial espanhola, que encaravam os indígenas como seres inferiores; e por outro, aqueles que, como Bartolomé de las Casas, considerado o pioneiro dos direitos humanos, defendiam a natureza humana dos índios, e a necessidade de os respeitar como pessoas.

Mas foi a Declaração Americana da Independência de 1776 que consagrou explicitamente a ideia que todo o ser humano é portador de um conjunto de direitos humanos que o poder político deve respeitar.

Nas últimas décadas os direitos humanos ganharam uma visibilidade reforçada graças à acção das organizações não-governamentais e muitos activistas sociais espalhados por todo o mundo que não desistem de difundir e recordar a necessidade de se salvaguardar e garantir os direitos humanos em todas as circunstâncias.

É justamente como resultado deste activismo que surgiu, depois da 1ª geração de direitos humanos da época do racionalismo iluminista do século XVIII, quando se consagraram os principais direitos civis e políticos, uma 2ª geração de direitos humanos, voltada agora para o reconhecimento universal de um importante conjunto de direitos sociais e económicos de toda e qualquer pessoa. Finalmente, nos últimos anos irrompe uma 3ª geração de direitos humanos, onde os direitos sociais colectivos como o direito à paz, ao desenvolvimento e ao ambiente, passam a ser também considerados como direitos humanos, com a mesma dignidade que os restantes.


Nunca é demais salientar o relevo e a importância de que se revestem os direitos humanos. Pena é que sejam, ainda hoje, tantas vezes desprezados e esquecidos. Talvez seja altura, por isso, de os incluir transversalmente no currículo das nossas escolas, e promover uma verdadeira educação para a cidadania global.

AAS

Celebração do solstício na Carrapateira, em Aljezur, na costa vicentina (21 de Junho)


Esperamos por vocês na horta do Monte da Cunca, na Carrapateira, por volta das 17h30 onde a partir de aí caminhamos mais ou menos 10 min. para o local da celebração.
Convidamos-te a celebrar connosco a chegada do Verão

Programa:
Chi Qong
Sungazing
Fogo Sagrado
Cantar e Dançar
Pular a Fogueira

Para quem quiser pernoitar há a possibilidade de acampar ou de dormir ao relento (tragam sacos-de-cama ou mantas) debaixo um céu de estrelas inesquecível!

ou para quem preferir o conforto pode alugar um dos apartamentos do Monte da Cunca (convém reservar) que são super lindos (parecem de contos de fadas)

Pedimos que tragam comida para partilhar e se puderem alguma lenha para a manutenção do Fogo durante toda a celebração.

A Entrada é livre e gratuita

Por se tratar de uma celebração em que pretendemos abraçar a energia desse momento tão especial do ano, agradeçemos que deixem alcool e afins em casa, sff.

para mais info contactar
Patrícia 960 265 210
Ana 934 240 466

p.s. na manhã seguinte quem gostar pode se juntar para ajudar a colher a Erva de São João (Hipericão) uma planta com excelentes propriedades medicinais

Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - ver AQUI

Na Cividade de Cossourado, um antigo castro em Paredes de Coura, celebra-se hoje o solstício de Verão

Desde tempos imemoriais, o homem procura comungar com a natureza. No Solstício, os celtas celebravam o casamento da Mãe Terra com o Pai Sol.

A CIVIDADE convida-vos a juntar-vos a esta comunhão, num cenário mágico feito de luz e vento e complementado por ancestrais pedras e eterno verde.

Recriando os tempos em que o castro d’A Cividade era habitado, transformamos este cume num espaço perfeito para festejares o início do Verão!

Vamos receber-te com trajes a rigor, música celta, cavalos, luzes, numa envolvência natural que te vai cativar. Onde os sabores, os sons, as imagens e as emoções se vão confundir à medida que o Sol vai desaparecendo e a noite vai passando

http://www.acividade.org/solsticio2010/#
http://www.acividade.org/blog/?p=131

Celebração pagã do solstício de Verão no Alandroal (19 de Junho)


Realiza-se hoje a celebração Pagã do Solsticio de Verão, no Santuário da Rocha da Mina, Alandroal, no Sábado 19 Junho 2010.

Às 15h no Fórum Cultural Transfronteiriço do Alandroa realizam-se duas palestras temáticas - "O EndoVellico" por Isobel Andrade, e " Solstícios, dos costumes antigos ancestrais à actualidade. ..", por Ana Madeira.

Depois às 18h será a partida da Vila para a Rocha da Mina, (transporte próprio)

- 19h (Rocha da Mina) Pagani Celtici Solsticium - cerimónia Pagã (Paganismo Ibérico)

- 20h30 - Feira de Verão nas margens da Lagoa do Lucefecit.

Noite com Gastronomia Regional, Música, Danças e Fogueira Solsticial

Não necessita reserva presença.

Para tornar o paganismo acessível às pessoas que genuinamente procuram um encontro espiritual baseado nos Antigos Deuses e na Natureza.

Solstício do Verão vai ser celebrado no Monte dos Tambores, aldeia das Chãs, em Vila Nova Foz Côa (dia 21 de Junho, às 20h.)

O Solstício do Verão vai ser celebrado na próxima segunda feira ao pôr-do-sol, entre as 20:00 e as 20:45, num antigo altar de pedra em Chãs, concelho de Vila Nova de Foz Côa.

Pelas 18:30, um cortejo alegórico partirá, com várias personagens, em representação dos antigos sacerdotes druidas, do adro da aldeia, até ao local das celebrações, ao som de gaiteiros de Miranda - Anda Camino.

O ato será antecedido com leitura de poemas e rituais de xamanismo, dedicados à cura da terra, ao som de tambores e gaitas de foles e interpretações de viola de arco pelo actor e músico, João Canto e Castro.

A Pedra do Solstício, situada nos arredores da aldeia de Chãs, no monte dos Tambores, trata-se de um imponente bloco granítico arredondado, com três metros de diâmetro, que se supõe ter sido posto de observação astronómico e local de culto, desde o neolítico e calcografia, por antigos povos que habitaram esta área.

O local fica a curta distância de outro templo solar, o Santuário da Pedra da Cabeleira, onde são celebrados os Equinócios, ambos os locais sobranceiros a alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade

Segundo estes "adoradores do Sol", há já quem classifique aqueles alinhamentos sagrados como o "Stonehenge português", visitado por inúmeros especialistas e investigadores.

Para o professor catedrático e investigador, Moisés Espírito Santo, que considera que "os livros de história têm ignorado a cultura dos nossos antepassados lusitanos, procurando fazer crer que estes eram uma horde de selvagens, atrasados e ignorantes", estes santuários revelam antes, um povo "libertário e ocioso da sua independência e cultura, e que se opôs aos seus colonizadores".

Do programa consta ainda uma romagem à "Pedra Fernando Assis Pacheco", onde será depositada uma coroa de flores, e um espectáculo, pelas 22:00, com animação do grupo musical - Toca a Cantar.

O verão começa segunda feira, dia 21 de Junho, às 11:28, naquele que será o dia maior do ano, em termos de horas de Sol




http://ostemplosdosol.blogspot.com/

O Solstício do Verão, ocorre em Portugal às 12.29 horas do dia 21 de Junho, segunda-feira. Assinala o começo do Estio, que termina a 23 de Setembro. E vai ser festejado, ao pôr-do-sol, com música celta, louvores e rituais às forças da natureza, numa zona castreja, em Chãs, concelho de Foz Côa, com a já tradicional cerimónia mística, junto a um dos calendários pré-históricos, que estão alinhados com o inicio das estações do ano

Pelas 20.45 horas, os participantes na acção podem testemunhar a passagem dos raios solares sobre o eixo da Pedra do Solstício, numa imagem de grande simbolismo histórico e místico Trata-se de um imponente bloco granítico de forma arredondada, com três metros de diâmetro e a configuração do globo solar e da esfera celeste, que se supõe ter sido posto de observação astronómico e local de culto por antigos povos que habitaram a área -Desde o neolítico e calcolitico, civilizações de que existem abundantes vestígios - Porém, observado de perfil voltado a ponte, o referido monumento assume a estranha forma de um curioso busto humano.

Ergue-se sobranceiro ao Vale da Ribeira Centieira, em cujo curso, a jusante, se situam as gravuras dos Piscos, um dos principais núcleos da arte rupestre paleolítica, Património da Humanidade.

O sol, ao pôr-se a vários quilómetros no horizonte - na margem oposta ao vale, sobranceiro ao monte dos Tambores, estende os seus raios em perfeito alinhamento com a crista de uma gigantesca estrutura megalítica e no mesmo enfiamento de um pequeno círculo cavaco na rocha, proporcionando uma imagem de raro esplendor e significado.

O acto será antecedido com leitura de poemas, rituais de xamanismo, dedicados à cura da terra, por Maria Margarida Barros, o som de tambores e gaitas de foles e interpretações de viola de arco pelo actor e músico, João Canto e CastroAs cerimónias evocativas do Solstício de Verão estão agendadas para as 18.30, com o desfile do cortejo alegórico druida, que partirá, do adro da aldeia, até ao local das celebrações, ao som de gaiteiros de Miranda, os “Anda Camino” – As festas em sudação ao dia maior do ano, pretendem evocar antigas tradições ligadas aos ciclos da Natureza e ao culto solar

Do programa, consta ainda uma homenagem ao poeta Fernando Assis Pacheco, com a deposição de uma coroa de flores -transportadas pelos “sacerdotes druidas” - e a leitura de poemas por João Canto e Castro, junto a uma pedra onde o poeta e jornalista se deixou fotografar, num gesto de enorme alegria, pela sua visita ao local, um mês antes da sua morte e da última reportagem, pela revista Visão, às gravuras do Vale do Côa - A romagem ao pequeno altar, pretende ao mesmo tempo lembrar todos aqueles que foram tocados pela inspiração poética das musas ou da linguagem e o brilho do Leão dos Céus

Casa da Achada - programação de Junho de 2010



Actividades para hoje e proximos dias


19 de Junho, sábado, às 19:00h
Itinerários – 2: uma conversa com Cláudio Torres
Tondela. Flausino Torres. Exílio. Bucareste. Uma máquina de escrever. História de Arte. Rádio Bucareste. Desenhos. Praga 68. Lisboa. 25 de Abril. Faculdade de Letras. Mértola. Guadiana. Arqueologia. Museus. Islamismo. Unesco. Prémios.Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc. Etc.
Exposição de desenhos de Cláudio Torres: «Salazar 40 anos?»


20 Junho, domingo, das 15:30h às 17:30h
Oficina de Fotografia: Achar a Achada
Com orientação de Catarina Costa Alves e Vera Correia.
Exposição das fotografias da oficina
Em conjunto, construir e inaugurar a exposição «Achar a Achada».


21 Junho, segunda-feira, às 18:30h
Leitura colectiva, com projecção de imagens, do capítulo «Nos umbrais da solidão» . Quem lê é João Paulo Esteves da Silva.


21 Junho, segunda-feira, às 21:30h
Continuação do ciclo «Filmes proibidos antes do 25 de Abril» com a projecção de Jules e Jim de François Truffaut (1962, 105 min.). Legendado em português.