4.12.11

Os Jogos Tradicionais como Jogos de Resistência ( crónica de Hélder Pacheco)

«(…) como as requalificações do espaço público privilegiam a estética em detrimento das pessoas, esqueceram-se de reservar nos jardins – excepto no Marquês – locais para a sueca (…)
Os Jogos Tradicionais (…) mais do que a consagração que resta das culturas populares em meio urbano, são prova de resistência cívica e rebeldia à normalização e, em última análise, um acto culto de insubmissão ao genocídio dos nossos valores comunitários praticado em nome de atormentada modernização por quadrilhas de ignorantes de fachada cosmopolita.»

Hélder Pacheco, in Jogos de Resistência
(excerto da crónica publicada na edição do Jornal de Notícias de 3 Dezembro de 2011)

A globalização actual que atravessa toda a Europa e o Mundo em geral, conduz a uma cultura uniformizada, por via dos grandes meios de comunicação. Urge, portanto, encarar como prioritária, a defesa da cultura popular e o desporto para todos nas suas diferentes formas: Folclore/Etnografia, Jogos Tradicionais, Artesanato, Gastronomia e outras tradições de que se destaca o Teatro, a Música, a Literatura, bem como outras actividades ligadas ao Desporto para todos, como forma de desenvolvimento da saúde e do bem-estar das nossas comunidades

Os jogos tradicionais são muito antigos, praticados desde há séculos e são transmitidos oralmente de geração para geração. No entanto, conforme os condicionalismos de cada região, as diferentes gerações adaptam-nos à sua maneira de ser e de viver. Desta forma se explicam as variantes de um mesmo jogo.

Para Cordeiro, M. (1982), este tipo de jogos apresentam as seguintes características:

* Cultura - Fazem parte dos conhecimentos adquiridos de geração para geração e estão relacionados com o Folclore, o teatro, as lendas, as adivinhas, os costumes, etc.
* Movimento - As suas diferentes formas de exteriorização promovem um grande contacto com os mais variados tipos de movimento: o salto, o lançamento, a corrida, etc.
* Competição Saudável - O mais importante é o convívio simples e salutar entre as pessoas ou grupos, próximas ou distantes.
* Festa - É um momento de descontracção, de pausa na labuta diária




Himalaias: viagem dos Jesuítas portugueses - documentário de Joaquim Magalhães de Castro de 4 episódios na RTP2 ( hoje passa a 3ª parte). Uma viagem a sério


Himalaias: viagem dos Jesuítas portugueses
Série Documental de 4 Episódios

Descrição Ficha Técnica:
a partir de uma ideia de Joaquim Magalhães de Castro
Guião e Apresentação - Joaquim Magalhães de Castro
Imagem- Rui Costa
 Montagem- Joana Deusdado
Grafismo- José Lemos
Pós-produção vídeo- Sofia Miranda, José Lemos
Pós-produção audio- Paulo Pintado, Joana Deusdado
Banda Sonora - Indústria Rock e músicas tradicionais do Tibete, Nepal e Índia
Locução- Rui Paulino, Rui Spranger
Produção- Carlos Rogrigues, Inês Marques
Copy desk- Marta Coutinho
Produtora Delegada- Fátima Barros
Realização- Daniel Deusdado e Joaquim Magalhães de Castro

 Joaquim Magalhães de Castro, viajante e investigador da História da Expansão Portuguesa, refaz as rotas de um grupo de intrépidos jesuítas portugueses do início do século XVII, pioneiros nos Himalaias, convidando-nos a conhecer um importante capítulo do nosso passado colectivo: a exploração do interior do continente asiático, associada à ancestral busca do mítico reino do Cataio, onde se acreditava existirem cristandades perdidas.

Uma aventura de milhares de quilómetros através de uma das mais espectaculares e deslumbrantes paisagens do planeta!

Ao longo de quatro episódios poderemos seguir, passo a passo, a longa jornada de Joaquim Magalhães de Castro, que se inicia em Macau e termina em Agra, a cidade do Taj Mahal.

 

Horário Dias 20, 27 de Novembro e 4, 10 de Dezembro às 19h30 na RTP2



Trailer do 1º episódio



Trailer do 2º episódio




E, finalmente, um comentário à série documental «Himalaias: viagens dos Jesuítas portugueses» digno de ser lido, vindo de onde menos esperava – de um jornalista do DN!!!


Gostei particularmente quando começa por denunciar o arrivismo e a parolice dos turistas da classe média:


«A relação da classe média com a ideia de viagem (peço desculpa, nem sequer há uma "ideia", a relação é só com "as viagens") tornou-se de tal maneira arrivista» ( Joel Neto dixit)


É que este documentário é tudo menos para turistas da classe média.


Nota: o turismo alienante para a classe média é ver tudo, sem nada ver!!!


Viagens a sério - por Joel Neto
Texto retirado de:


A relação da classe média com a ideia de viagem (peço desculpa, nem sequer há uma "ideia", a relação é só com "as viagens") tornou-se de tal maneira arrivista que o melhor, hoje em dia, é ficar em casa, evitando o risco de encontrar patrícios noutro sítio qualquer do mundo. Entretanto, todos os anos as agências partem à procura de destinos mais improváveis ainda, de forma a satisfazer o frémito dessa nova e insaciável burguesia do cartão de crédito e da máquina fotográfica digital, que se cansou do resort de quatro estrelas e mergulhou nos lodges de montanha, que esgotou a relação com os lodges e se obcecou pelos conventos, que visitou os conventos todos e agora anda louca por dormir debaixo da ponte, "como os indígenas".

Pelo contrário, nada nas viagens de Joaquim Magalhães de Castro ao Oriente tem o que quer que seja de exibicionista, de inconsequente ou sequer de puramente sensualista. Jornalista e fotógrafo, ele é também investigador na área da Expansão Portuguesa, sobre que escreveu livros como Os Bayingyis do Vale do Mu ou A Maravilha do Outro. Às viagens que faz, fá-las com um olhar - e, quando volta, não pretende contar-nos histórias sobre povos exóticos, daquelas com que normalmente se brilha nas jantaradas de solteiros, mas sobre nós próprios, que nos põem a olhar para dentro, que vão connosco para a cama e que no dia seguinte ainda andam ao nosso lado na rua.

Himalaias - A Viagem dos Jesuítas, série documental sobre os vestígios lusitanos no Tibete, realizada a meias com o jornalista e produtor Daniel Deusdado, é o mais recente resultado dessa paixão. Passa aos domingos, na RTP2 - e é belíssima. Só isso: belíssima.

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Graças a novas ferramentas, as formas de expressão não precisam mais ser controladas pelos que possuem os mecanismos tradicionais de publicação e distribuição, ou por governos que podem restringir a reflexão e a comunicação. Agora, qualquer um pode experimentar o poder da imprensa. Todos podem contar suas histórias para o mundo.

Nós queremos construir ligações entre as culturas e os idiomas que dividem as pessoas, para que elas se entendam mais profundamente. Procuramos trabalhar juntos e mais efetivamente, e agir de forma mais enérgica.

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