29.10.06

Os milieux libres («os círculos ou meios livres») na Belle-époque



Os milieux libres («círculos ou meios livres») na Belle-epoque ou viver como um anarquista

Conferência a 4 de Novembro às 17 h. no CIRA (3, rue Saint-Dominique 13001 Marseille - angle Place des Capucines) de Céline Beaudet, autora do livro «Les milieux libres anarchistes en France au début du 20ème siècle), éditions Libetaires, 2006


A época que habitualmente é designada por Belle-époque é vista por quase todos como a «época de ouro» do anarquismo. Normalmente trata-se de um momento histórico que geralmente é associado ao anarco-sindicalismo. A verdade, porém, é que no anarquismo francês se podem distinguir duas correntes muitos demarcadas. Uma delas, talvez mais «oficial», a que é incomparavelmente mais conhecida na História, é constituída pelos teóricos e pelos sindicalistas.
Mas existe uma outra, frequentemente negligenciada, mas que não é menos importante do que a primeira, e que teve as suas práticas, jornais e adeptos próprios, e que exerceu uma influencia nada desprezível na maneira de pensar e na forma de se conduzir dos meios e dos círculos anarquistas. Falámos da corrente do anarquismo individualista. Anarquistas que colocam o indivíduo, a sua autonomia, a sua liberdade no coração das suas reflexões e preocupações.
Não faltam discussões entre os que pretendem que sem revolução não pode haver emancipação e aqueles outros para quem uma hipotética revolução não modificará nada, caso os indivíduos, eles mesmos, não mudarem. Para os anarco-individualistas a educação é pois algo de muito primordial. Mais ainda: eles consideram que é preciso viver, desde já, de acordo com as ideias que se defende, ou seja, viver a sua revolta e a emancipação social e individual no próprio quotidiano, sem estar à espera da «Grande Noite» da Revolução.
É no seguimento destas ideias que surgem os assim designados «milieux libres» ( meios livres), meios ou círculos onde se praticava uma vida em comum e que visavam garantir a cada um dos seus elementos libertarem-se do salariato, do patriarcado e da família, etc. Os meios livres eram formados entre 5 a 20 pessoas que se empenhavam em vivem juntos de um outro modo, distinto do que era seguido pela sociedade em geral.. Em França existiram um dezena de experiências e que envolveram algumas centenas de elementos ( homens, mulheres e crianças), para além de diversos jornais como Le Libertaire, L’Anarchie e ainda L’Ère Nouvelle. Todas essas experiências reflectem variadas ideias e práticas que testemunham esse desejo de «viver como anarquista»: educação libertária, camaradagem amorosa, redução de bens supérfluos , agricultura, artesanato, vegetarianismo, ilegalismo, propaganda pela acção e pelo texto escrito, etc, etc. Tudo isso com alicerçado numa firme vontade de viver de modo independente (face ao salariato e ao Estado), e num grande empenhamento na educação permanente ( liquidando a autoridade interiorizada…), nunca deixando de realizar a divulgação das ideias e do ideário anarquista de forma que se considerasse mais eficaz.

Para mais informações sobre os «milieux libres» consultar o livro de Céline Beaudet «Les milieux libres anarchistes en France au début du 20ème siècle), éditions Libertaires, 2006

http://www.editionslibertaires.org/

http://cira.marseille.free.fr/


CENTRE INTERNATIONAL DE RECHERCHES SUR L'ANARCHISME.
BP 20040, 13381
Marseillecedex 13.
Permanences du lundi au vendredi de 15 h à 18 h 30 avec une prolongation le mardijusqu’à 21 h
au 3 rue Saint-Dominique,13001 Marseille.
Courriel : cira.marseille(a)free.fr

Expériences de vie communautaire anarchiste en France
Le milieu libre de vaux (Aisne) 1902-1907
et la colonie naturiste et végétaliennede bascon (Aisne) 1911-1951
Autor do livro: Tony Legendre

Georges Brassens, cantor e poeta anarquista



Quando há festa nacional
Eu deixo-me ficar na cama
Porque a música militar
Nunca me fez levantar

Hoje passam 25 anos que morria George Brassens, cantor anarquista francês, pacifista e nome grande na poesia e na música francesa.

Para quem quiser ouvi-lo e conhecer o homem, o poeta e o cantor, consultar

http:/ /www.georges-brassens.com/

Campanha da Amnistia Internacional pela liberdade de expressão na Internet



Amnistia Internacional acabou de lançar uma campanha mundial a favor da liberdade de expressão na Internet e contra a censura que vários governos têm exercido sobre os blogues e, especialmente, as perseguições de que são alvo os seus responsáveis.
Amnistia Internacional denuncia ainda as grandes empresas de fornecimento de serviços da Internet, como a Yahoo, o Google, a Microsoft por terem fornecido aos governos informações sobre os utentes dos seus serviços.
Esta campanha mundial é lançada poucos dias antes do início do Fórum sobre o Governo da Internet que começará amanhã na Grécia.

A Amnistia Internacional apela a todos os bloggers para que sabotem tanto quanto possível qualquer tipo de censura e para isso pedem para que seja publicado todo e qualquer material que tenha sido censurado de forma a criar-se uma dinâmica rede de protesto.

Encontra-se também para subscrição mundial uma petição oriunda da Amnistia Internacional a exigir garantias junto dos Governos para que a Internet seja sempre um espaço de liberdade de expressão.

Ver: