O 11 de Março de 1975 marca a data em que as forças da direita portuguesa, comandadas pelo General Spínola, tentaram fazer um golpe militar e derrubar o poder político que resultara da Revolução Democrática do 25 de Abril de 1974.
Nesse dia aviões militares pilotados por oficiais direitistas atacaram cobardemente as instalações do quartel de Infantaria do RALIS, situado à entrada da cidade de Lisboa, fazendo um morto e 17 feridos, além de consideráveis estragos materiais.
Face à falta de apoio militar e político os golpistas não tiveram outra solução que escapar para o estrangeiro, onde fomentaram a contra-revolução, o bombismo e o terrorismo contra pessoas e bens durante todo o ano de 1975.
Muitos desses terroristas dizem-se hoje «democratas» e «anti-terroristas»!!!!
Mas há quem não se esqueça das suas obras e dos seus assassinatos...
11.3.05
Porto - Por um Parque Oriental sem automóveis
Querem-nos impingir um Parque Verde na zona oriental da cidade do Porto, mais concretamente no Vale de Campanhã, «contaminado» com o todo-poderoso automóvel, através da construção de uma rodovia com características de auto-estrada ( ou via rápida), como se já não bastassem as vias já existentes que despejam diariamente milhares de viaturas motorizadas na cidade.
Porque de facto o que há a mais no Porto são automóveis, e não espaços verdes de proximidade onde a população urbana possa reencontrar o equilíbrio psicológico, perdido com o estilo de vida citadino. É por coisas como estas que passa a tão espezinhada qualidade de vida dos portuenses.
O pré-anúncio pelos gestores autárquicos da construção da malfadada via rápida que atravessaria essa Zona Verde representa, sem dúvida, a derrota ( mais uma) para uma população carente de espaços que possam contrabalançar a invasão do trafego urbano e a densidade de construção que estão a transformar a cidade num formigueiro humano à imagem das irrespiráveis e desumanas metrópoles, apressadamente super-desenvolvidas, onde os residentes se atropelam uns aos outros.
São conhecidas as consequências nefastas da ocupação lineal de terrenos através da construção de infraestruturas lineais de transporte ( prejuízo para os habitats, emissão de produtos tóxicos, o efeito-barreira, a fragmentação e destruição das sociabilidades locais e regionais), o que no caso pendente é agravado com as característicos próprias da Zona Oriental e dos Bairros que lhe são adjacentes cuja degradação e periferia exigiria uma outra abordagem que não a construção de uma rodovia que acaba justamente por reforçar ainda mais aquelas tendências de «guettização».
Claro está que o que está em jogo aqui é o modelo de cidade que queremos. Ou bem optamos por um espaço urbano à escala humana, respeitador de uma lógica de proximidade ( justiça, comércio e economia de proximidade) ou então enveredamos pelo modelo das megapolis sobrepovoadas, encasteladas com construções em altura, e ramificações labirínticas, onde qualquer pessoa se sentirá forçosamente prisioneiro e refém de um urbanismo que nada tem de humano.
As forças cegas do mercado tendem logicamente para este modelo depredador, e os gestores políticos soçobram facilmente aos seus cantos de sereia, tal é a força que representam os investimentos de capitais e a sensação de «obra feita». Acontece que nem a população nem os ecossistemas locais e regionais são os principais beneficiários deste progresso feito de betão armado e alcatrão. Aliás existem outras formas de progredir que não passam necessariamente por esta intrusão ou enxerto de elementos estranhos aos sistemas vivos.
Com efeito, o desenvolvimento humano – se é isso que é a mola das decisões políticas – é muito mais de carácter imaterial que a enxurrada de obras & construções urbanas e semi-periféricas que poderão encher a vista ( e degradar a paisagem) mas não contribuem para a tão propalada quanto desprezada qualidade de vida das populações. E os decisores políticos, devidamente assessorados pelos urbanistas (ou por quem faz o seu papel, apesar de não estarem a tal habilitados), devem sopesar maduramente senão mesmo casuisticamente nas escolhas a fazer para evitar transformar as nossas cidades em poucos mais que espaços irrespiráveis, quais castelos (des)urbanizados onde a vontade ansiosa dos residentes é «rasparem-se» dali para fora!!!...
O realismo manda que se façam estudos para encontrar alternativas sustentáveis e de longo prazo. Impôr um atravessamento rodoviário na zona projectada para a construção do Parque Oriental da Cidade é hipotecar um projecto de futuro que poderia em muito atenuar a densidade de construção e a sua consequente agressividade para o habitat social. E não se diga que não faltam alternativas. Com um pouco de bom senso e algum conhecimento de causa, não se deixaria de encontrar soluções que salvaguardem os valores fundamentais de um correcto ordenamento urbano. A pressa e precipitação de ver obra feita é que deitam tudo a perder. Obrigam a soluções de recurso que têm efeitos catastróficos para os tempos próximos. Ponto é que os decisores não se precipitem e para satisfazerem as suas agendas políticas ,assim como darem largas aos interesses espúrios dos bastidores, e respectivos jogos de poder, não venham a lesar gravemente o interesse da cidade e da população.
Resta-nos esperar que as tomadas de posição das associações ambientalistas da cidade do Porto sejam devidamente ponderadas numa decisão definitiva que venha a ser adoptada e que tenha em conta os superiores interesses da qualidade de vida dos residentes da cidade.
...mesmo quando rio, o meu riso é dissonante...
“mesmo quando rio, o meu riso é dissonante, enquanto o mundo for mundo serei sempre dissonante, rirei sempre dissonante, e a nós, e a ti também mesmo que não queiras, caberá sempre a função de incomodar, é uma profissão, desviar uma carta debaixo para o castelo cair, e quando aparecer de novo um castelo é porque não é o nosso castelo...”
eduarda dionísio
Georges Palante, um D.Quixote libertário
Georges Palante, individualista radical do início do séc. XX, desenvolveu uma das filosofias mais anticonformistas que se conhece. A sua obra não admite compromisso algum; constitui de facto um verdadeiro guia prático para o uso de seres livres que não queiram nunca deixar de o ser.
Para ele o confronto entre o singular e o rebanho, entre o indivíduo e a sociedade é inevitável, mesmo quando o resultado se mostra fatal para a originalidade sob qualquer forma que ela se possa apresentar. O indivíduo livre não tem outra escolha senão a revolta, desesperada se necessário for. Este incorrigível pessimista faz a apologia do libertário integral, uma espécie de super-homem nietzscheano esfolado vivo e sedento de relações afinitárias. Foi professor do Lycée de Saint-Brieuc, tendo incarnado o ideal do aristocrata libertário, qual D. Quixote batalhando até à última contra os moinhos de vento do espírito gregário.
Michel Onfray, a quem se deve o actual e renovado interesse por Palante, descreve o seu pensamento nos seguintes termos: “ “leitor de Schopenhauer, para o pessimismo, de Stirner, para celebrar as potencialidades que habitam o indivíduo, de Nietzsche, para a vontade em transfigurar as impotências em forças, de Freud, no que este diz respeito ao ensino das partes malditas e das suas relações com a consciência”. Mas este espírito livre interessa-se ainda por Proudhon, Ibsen, Fourrier, Emerson...
Inimigo irredutível de todos os partidos, Georges Palante é inclassificável. Não obstante, um dos seus artigos intitulado “ Anarquismo e individualismo” propor uma táctica individualista contra a sociedade que faz lembrar a que era preconizada na época pela equipa responsável pela publicação “Anarchie”. A mesma aliás que tornou conhecido um outro aristocrata libertário, Rémy de Gourmont, para quem o individualista “ destrói na medida das suas forças o princípio da autoridade. Pois a ele, e só ele, é que cabe derrubar sem escrúpulos as leis e todas as obrigações sociais, desde que o faça sem provocar prejuízos. Ele nega e destrói a autoridade naquilo que lhe diz especialmente respeito, tornando-se tanto mais livre quanto mais se pode ser livre nas nossas complicadas sociedades”
Para Palante tal como para Nietzsche “o anarquismo não é senão um meio de agitação do individualismo”
Bibliografia:
Georges Palante, “L’individualisme aristocratique”, éditions des Belles Lettres
Georges Palante, “Combat pour l’individu”, éditions Folle Avoine, 1989
Rémy de Gourmont, “Epilogues II”
(texto inserido no Le Monde Libertaire de 1/2/1996)
Consultar:
http://perso.wanadoo.fr/selene.star/index.htm - site dedicado a George Palante
http://palante.org/index.html
http://perso.wanadoo.fr/aa.duriot/incoherisme/palante.htm
http://perso.wanadoo.fr/selene.star/palante_vu_par.htm
Nova arma americana visa causar máximo sofrimento sem matar
Segundo a categorizada revista científica New Scientist o exército dos Estados Unidos encontra-se em vias de desenvolver uma arma que pode causar um sofrimento extremo num raio de 2 Km, apesar de não serem armas letais. Estas armas destinam-se, segundo os rumores postos a correr, a ser usadas contra tumultos de rua.
Acontece que os investigadores que estiveram na origem desta descoberta estão contra o uso militar das suas investigações, e temem que sirvam para práticas de tortura.
Consultar: http://www.newscientist.com/article.ns?id=dn7077
Acontece que os investigadores que estiveram na origem desta descoberta estão contra o uso militar das suas investigações, e temem que sirvam para práticas de tortura.
Consultar: http://www.newscientist.com/article.ns?id=dn7077
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