28.11.10

O anjo da história, de Walter Benjamin, vai ser tema de um encontro a realizar amanhã no Goethe Institut de Lisboa




O Anjo da História
Walter Benjamin
Editora: Assírio & Alvim

"Onde aparece para nós uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma única catástrofe que continua a amontoar destroços sobre destroços e os arroja a seus pés. O anjo gostaria de se deter, despertar os mortos e reunir o que foi despedaçado, mas está soprando uma tempestade no paraíso que o impele irresistivelmente para o futuro a que volta suas costas, enquanto à sua frente o monte de ruínas cresce em direção ao céu. O que chamamos de "Progresso" é justamente esta tempestade"
Walter Benjamin


Há um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas.O anjo da história deve ter este aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia de factos que aparece diante dos nossos olhos é para ele uma catástrofe sem fim, que incessantemente acumula ruínas sobre ruínas e lhas lança aos pés.

Ora, um dos pontos mais polémicos da nossa época envolve justamente a questão do progressismo vago, sem finalidades humanas. Todos aplaudem os avanços tecnológicos, poucos param para pensar no elevadíssimo preço humano pago para se chegar a tais conquistas...

Quando Walter Benjamin analisou o Angelus Novus, tela de Paul Klee, imediatamente os seus próprios companheiros, marxistas apontaram falhas para a sua análise considerada "não dialética": "Como? De costas para o futuro? Benjamin está politicamente errado!"

O progresso invade lares, desagrega famílias, transforma e transtorna a sociedade, traz desemprego, polui, tortura e mata os seres humanos. Apesar disso é sublimado constantemente pelos media e pela ideologia dominante.

Neste sentido, compreende-se o anjo, face torturada, observando a pilha de escombros a acumular-se à sua frente sem que nada possa fazer a respeito simplesmente por causa da "tempestade" chamada progresso.

Dá mesmo vontade de sabotar as engrenagens das máquinas frias, de paralisar o progresso para salvar o humano perdido na tempestade.

É então que ergue-se a acção política e a necessidade de incomodar os cultores do progressismo, tanto à esquerda quanto à direita quando bradamos indignados: "Mais humanidade e menos progresso!

Que a máquina sirva ao humano, e não que se sirva dele!


Realiza-se amanhã mais uma sessão «A cidade e a escrita» no Instituto alemão de Lisboa, cujo tema é precisamente Walter Benjamin e o seu Anjo da História, com a presença do tradutor dos textos daquele autor alemão e que foram publicados pela editora Assírio e Alvim

Encontros Literários
Dia 29.11.2010, às 18h30
Goethe-Institut, Campo dos Mártires da Pátria, 37, Lisboa
Entrada livre


Passaram 70 anos sobre a morte de um dos pensadores mais incontornáveis do século XX: Walter Benjamin. O pretexto para esta sessão da "Cidade e a Escrita", em que, a partir da tradução de João Barrento, O Anjo da História, em que o autor lança mão dos seus textos mais emblemáticos sobre a visão da história de Walter Benjamin.
Com a presença deste prestigiado investigador e tradutor, que traduziu o que de melhor a literatura alemã nos poderia legar, poderemos reunir e falar da importância de Walter Benjamin, da tradução da sua obra em Portugal, retomando questões que são ou mais pregnantes ainda hoje, como a falência do modelo capitalista, a crise da história e da narração, o fetiche do consumismo e a necessidade de repensar novos modelos sociais e políticos, com urgência.

Com a participação de Maria João Cantinho e João Barrento.

Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina ( 29 de Novembro) - sessão evocativa em Lisboa

Será comemorado amanhã, 29 de novembro, o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, realizando-se em Lisboa uma sessão pública de solidariedade.

PALESTINA SOLIDARIEDADE
Sessão Pública Evocativa do
Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina
Segunda, 29 de Novembro de 2010, 21 horas
Casa do Alentejo - Rua das Portas de Santo Antão, 58 – Lisboa

Intervenções de:
Maria do Céu Guerra, Presidente da Direcção Nacional do MPPM
Embaixador Mufeed Shami, novo Representante Diplomático da Palestina
Carlos Almeida, membro da Direcção Nacional do MPPM
Adel Sidarus, membro da Direcção Nacional do MPPM

Em 29 de Novembro de 1947, a Assembleia Geral da Nações Unidas adoptou a resolução 181 (II) sobre a partilha da Palestina em dois estados, um árabe e um judaico, com um regime especial para Jerusalém. Destes, só o estado judaico foi constituído. Por isso, em 1977, volvidos 30 anos, "profundamente preocupada por não ter sido alcançada nenhuma solução para o problema da Palestina, e por este continuar a agravar o conflito no Médio Oriente, de que é o cerne, e a pôr em perigo a paz e a segurança internacionais", a Assembleia Geral da ONU adoptou a resolução 32/40 B em que proclama 29 de Novembro como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, convidando "todos os Governos e organizações a cooperar na implementação da presente resolução".

http://www.mppm-palestina.org/

Cinema lá em baixo tem sessão dedicada ao debate sobre o despejo da casa do grevista (dia 30 de Nov.), seguido do filme La chinoise


Cinema lá em baixo solidário com o colectivo matéria bruta!

Cinema lá em Baixo apresenta:

Sessao 30 de novembro 'HAPPY CRISIS'

20h00 jantar vegetariano

21h00 Greve geral e okupa da casa da Sao Lazaro: videos, fotos e debate
(colectivo Materia Bruta - 24 e 25 de novembro 2010)

22h00 LA CHINOISE
(Jean Luc Godard - 1967 - 96 min - english subtitles) > trailer aqui


http://cinemalaemcima.blogspot.com/


O colectivo vaivém abre um espaço no ciclo de cinema lá em baixo para se falar sobre os últimos acontecimentos da casa d@ grevista, na Rua de São Lázaro. Incluído na temática happy crisis vão passar imagens da casa e do despejo para se lançar uma conversa e mais tarde, "la chinoise" do Godard!

A sessão é terça-feira, dia 30 de Novembro, com jantar, conversa e filme no RDA 69: Regueirão dos Anjos nº69, em Lisboa



Ver o vídeo do despejo da Casa do Grevista:

Tem coisas, ti Manel, tem coisas... é o novo livro de Camilo Mortágua com apresentação pública no dia 30 de Nov. às 18h30



Depois do livro "Andanças para a Liberdade", Camilo Mortágua tem um novo livro editado com o título "Tem coisas, ti Manel, tem coisas" (Esfera do Caos Editores) e vai ser apresentado na próxima terça-feira, 30 de Novembro, em Lisboa, nas instalações do Teatro da Comuna, à Praça de Espanha.

A partir das 20h. haverá copinhos de tinto ou branco alentejano. Uma açorda de honra, das autênticas, e as cantigas que fazem falta...


Tem coisas, ti Manel,
tem coisas...

de CAMILO MORTÁGUA

Tem coisas, ti Manel, tem coisas
tem coisas más de entender…
Mandaram fazer a açorda
e agora na a querem comer!

Prefácio
José Ferragolo da Veiga

NOVAS UTOPIAS, PARA RESOLVER VELHOS PROBLEMAS
Uma crítica política e social do Portugal contemporâneo, escrita por quem acredita nas virtudes do desenvolvimento rural e da abordagem local.

PALAVRAS SIMPLES, PENSAMENTOS RÚSTICOS


Diz o poeta que «a canção é uma arma».
Se a canção é uma arma, sê-lo-á essencialmente pelo discurso. E se o discurso é a arma, as palavras que o compõem são as munições…
As balas!
Mas as palavras só são como balas quando despidas das roupagens de disfarce que lhes deturpam os sentidos e as desviam dos alvos genuínos. As palavras, para atingirem a força e o impacto das balas, têm de ser usadas como vieram ao mundo, nuas e portadoras de futuro. Só assim podem ser munições eficazes para o combate democrático.

SOBRE O AUTOR:
Camilo Mortágua. Entre os inimigos de Salazar que lutaram de armas na mão contra o Estado Novo destacam-se dois homens: Camilo Mortágua e Hermínio da Palma Inácio – os últimos revolucionários românticos. A eles se devem os golpes mais espectaculares que abalaram a ditadura. Mas a história da acção directa contra o regime há-de reservar a Camilo Mortágua um capítulo muito especial, pela sua perseverança na luta, ao longo de mais de vinte anos, iniciada, em Janeiro de 1961, com a participação na Operação Dulcineia, comandada pelo capitão Henrique Galvão – o desvio do paquete português «Santa Maria» – e prosseguida com o assalto ao avião da TAP, em Marrocos, no mesmo ano, e com a LUAR, de que foi um dos fundadores, até ao 25 Abril.
Nos últimos anos tem trabalhado na concepção e implementação de programas e projectos de desenvolvimento local, assim como na mobilização de pessoas e grupos socialmente desprotegidos e na animação e organização de comunidades em risco de exclusão.
Presidente da DELOS Constellation, Association International pour le Développement Local Soutenable (1994-2002). Co-fundador e primeiro Presidente da ACVER, Associação Internacional para o Desenvolvimento e Cooperação de Comunidades Rurais. Presidente da APURE, Associação para as Universidades Rurais Europeias. Grande Oficial da Ordem da Liberdade da República Portuguesa.

Todas as canções, de José Afonso ( finalmente um livro com as partituras, os acordes e as letras de todas as suas músicas)




José Afonso - Todas as Canções
As partituras, as letras, crifras e acordes de todas as músicas de José Afonso
livro acabado de editar pela Assírio e Alvim

"José Afonso é o nosso maior cantor de intervenção!"
Este elogio tão consensual e aparentemente tão generoso é a forma mais eficaz de liquidar a obra do grande mestre da música popular portuguesa no que ela tem de universal e de artisticamente superior.
Não é sequer uma meia verdade. É, de facto, uma «falsa» verdade.

Reduzir José Afonso ao cantor de intervenção, que ele também foi, é induzir no grande contingente de distraídos a ideia de menoridade artística, (mal) associada à canção política.

É claro que, numa análise larga, podemos considerar cada cantiga de José Afonso uma canção de intervenção, na medida em que todas elas reflectem a sua forma de estar na vida e de a observar. Desse ponto de vista, cada uma das suas cantigas foi concebida deliberadamente à revelia da ideologia dominante e contra ela.

Na realidade, porém, as canções de conteúdo expressamente político são até minoritárias no conjunto da sua obra.

Arrumar José Afonso na gaveta da canção de intervenção, é não compreender que a dimensão da sua obra está ao nível do que de mais importante se fez na música popular universal do século XX. E se não teve o impacto mundial que merecia, foi tão-somente porque ele nasceu onde nasceu.

Além disso, essa etiqueta é um óptimo álibi para que os divulgadores musicais o possam banir com toda a tranquilidade. Porque "a música de intervenção já teve o seu tempo e já não interessa ao grande público".

Mas sejamos justos: se a rádio e a televisão ignoram a obra de José Afonso, esse facto não se deve apenas ao analfabetismo musical e ao mau gosto de muitos dos seus directores de programas. Deve-se também às imposições do mercado, para o qual e com o qual esses directores trabalham.

Sintomaticamente, essa marginalização não tem hoje reflexo no meio musical. Pelo contrário, de há uns anos a esta parte, José Afonso passou a ser o autor mais cantado por todas as gerações e diferentes escolas de músicos.

Este facto atesta bem a sua importância na história da música popular portuguesa. Graças ao seu talento excepcional, renovou a nossa canção popular a partir da tradição musical coimbrã em que se iniciou, integrando novas influências e marcando decisivamente as gerações seguintes. A esse papel não são estranhos três factores resultantes da sua própria vivência: o meio universitário coimbrão, culto e boémio, onde estudavam jovens oriundos de zonas rurais ou semi-rurais, que integrava já, na tipicidade das suas baladas, fortes influências da poesia e da música tradicionais de várias regiões do país, sobretudo das Beiras e dos Açores; a instabilidade, pouco normal para a época, da sua infância e da sua adolescência, que muito cedo o levou a contactar com meios socioculturais muito diferentes; uma cultura literária acima da média, adquirida sobretudo em Coimbra, que contribuiu para elevar os seus padrões de qualidade no uso da palavra cantada.

Mestre incontestado da canção popular portuguesa, simultaneamente um genial autor e intérprete de canções, cidadão exemplar e incansável lutador pela liberdade e pela justiça no contexto da ditadura salazarista, mas também no pós 25 de Abril, a sua vasta obra discográfica, iniciada em 1953 e terminada em 1985, constitui um manancial inesgotável de inspiração e de aprendizagem.

José Afonso deixou-nos em 1987. Num país tremendamente desculturado e desatento foi preciso esperar quase um quarto de século para ver aparecer o presente trabalho, que reúne as partituras de todas as 159 canções que gravou, com as respectivas letras e cifras, exceptuando apenas os fados de Coimbra de autoria alheia que interpretou.

Para que este livro possa constituir um complemento de alguma utilidade para quem pretender conhecer e estudar a sua obra, optámos pela transcrição fidedigna do que está registado nos fonogramas, independentemente de pensarmos, num ou outro caso, que poderia haver outras soluções ao nível da estrutura ou da harmonia. Pela mesma razão, não sugerimos qualquer hipótese de harmonização, quando a harmonia não é evidente no arranjo.

Apenas nos permitimos alterar a tonalidade de algumas canções na transcrição, nos seguintes três casos:
— Para que a partitura reflicta a digitação utilizada, nas situações em que a afinação habitual das violas foi alterada;
— Quando os instrumentistas utilizaram um transpositor;
— No limite, quando a tonalidade da gravação, com pequena diferença de tessitura, poderia dificultar desnecessariamente a leitura e a execução.
A autoria das letras e das músicas é de José Afonso, excepto quando são indicados outros autores.

Esperamos que este José Afonso — Todas as canções possa contribuir para um melhor conhecimento e estudo deste precioso património.

Guilhermino Monteiro
João Lóio
José Mário Branco
Octávio Fonseca

Apresentação do número monográfico da revista Storia e problemi contemporanei sobre "Il Portogallo e la transizione alla democrazia


Apresentação do número monográfico da Revista

Storia e problemi contemporanei "Il Portogallo e la transizione alla democrazia"

por Guya Accornero e Alfonso Botti


Este número constitui um importante contributo de carácter historiográfico publicado em Itália sobre a transição democrática portuguesa, em relação ao novo papel de Portugal no contexto europeu e internacional.

Apresenta: Manuel Villaverde Cabral, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Intervenções:
Alfonso Botti, Universidade de Modena;
Guya Accornero, Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e Instituto de Estudos Políticos e Internacionais da Universidade de Lausana;
António Costa Pinto, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Horário: 19h00
Local: Sala Teatro – Instituto Italiano de Cultura (60 lugares – reserva obrigatória)
Organização: Instituto Italiano de Lisboa

http://www.storiamarche900.it/main?pp=home

Um dia sem compras, e 365 dias de consumo responsável

Ontem foi um Dia Sem Compras ( BUY NOTHING DAY), venham agora os outros 365 dias de Consumo Responsável

Ver abaixo o video de uma acção realizada ontem por activistas ecologistas do GAIA (grupo de acção e intervenção ambiental) num centro comercial em Lisboa