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ARTES PLÁSTICAS
JOÃO VIEIRA
Não Pintura
Em colaboração com: Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea
João Vieira começou a trabalhar no final dos anos 50 e desde então não tem parado de nos surpreender. Haverá os que o definam, genericamente, como “pintor de letras”. Mas dizer isso é afirmar pouco, apenas uma parte — porventura a mais dermatológica ou aparente, ou até por vezes ilusória — do seu trabalho. (...) Para lá da aparência, como poderemos então orientar-nos no labirinto criativo deste artista?
Aparentemente difusa, na sua pluralidade de experiências, de media e referentes formais (plásticos e outros), dividindo-se pela pintura, desenho, grafismo, cenografia, performance, criação de objectos, a obra de João Vieira é afinal congregadora. Assim podemos testemunhar, em poucas peças, nesta exposição na Casa da Cerca, significativamente intitulada Não Pintura, desde logo assumindo um campo de acção outro. Mas, dentro destes outros campos criativos, que relação existe? Que relação entre as letras gregas (2000-2008) que surgem na cisterna, as mãos (1973-2008) e caretos (2007) da Galeria do Pátio, e Incorpóreo III (1972-2000) que aqui convive na capela com outras cenografias? O desenho. Ou antes, a noção de cenografia como face do Mundo.
Emília Ferreira
De 20 de Junho a 31 de Agosto
De Terça a Sexta das 10h00 às 18h00, e Sábados e Domingos das 13h00 às
18h00 (encerra às Segundas e feriados)
Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea (Almada)
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EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL
HOMENAGEM A JOÃO VIEIRA
O pintor e cenógrafo João Vieira é, este ano, não só o autor do poster do 25ºFestival de Almada, mas também a personalidade escolhida para a tradicional homenagem que o Festival faz em cada edição a nomes destacados do teatro português. É a primeira vez que a autoria do cartaz oficial e a distinção de Figura Homenageada coincidem na mesma pessoa.
João Vieira, nome prestigiado das artes plásticas portuguesas, teve um largo e intenso papel nas transformações ocorridas no teatro em Portugal. Sobretudo a partir dos anos 70 a sua colaboração com várias companhias de teatro (entre as quais o Grupo de Campolide, em cujo desenvolvimento teve um papel fulcral) foi determinante para a renovação estética e para a criação de novas linguagens cenográficas. Ligado ao chamado “teatro independente”, o seu labor artístico influenciou vários dos colectivos que vieram a afirmar-se no panorama teatral do nosso País. Homem de teatro e artísta plástico, como muitos criadores das décadas de 60 e de 70, João Vieira foi também encenador. É sobre a sua multifacetada e interventiva obra tanto como artista plástico como homem de teatro que o Festival de Almada apresenta na Escola D. António da Costa, uma exposição alusiva, comissariada pelo também cenógrafo Fernando Filipe.
No espaço definido entre a referida exposição e o Palco Grande estará também patente um grupo escultórico de João Vieira. A exposição abrange ainda elementos cenográficos e ocupa, além dos espaços já indicados, a sala habitualmente destinada às recepções organizadas a seguir aos espectáculos.
De 4 a 18 de Julho
Das 15h00 às 24h00
Escola D. António da Costa (Almada)
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EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL
25 VEZES FESTIVAL
Muitas companhias de muitos países de praticamente todos os continentes. Actores, encenadores, cenógrafos, figurinistas, técnicos. Peças de autor, clássicos e contemporâneos, nacionais e estrangeiros. Mas também criações colectivas. E espaços para a dança contemporânea. E para a ópera, a música, as artes plásticas, a fotografia, às vezes o cinema. Nas salas convencionais, nos palcos improvisados que, ano após ano, se vão transformando em espaços indispensáveis de quinze dias urgentes de teatro. Sempre em Julho, sempre em Almada mas também em Lisboa.
Os espectáculos de honra, as personalidades homenageadas. O reconhecimento, a homenagem. E o prazer da descoberta. E os espectadores, os amigos. Os debates, os colóquios, o convívio.
Tudo começou em 1984 no Beco dos Tanoeiros no coração de Almada. O percurso de um festival que, ano após ano, se foi afirmando através da prestação artística de cada actor, de cada grupo, de cada companhia, de cada colectivo.
De 4 a 18 de Julho
Das 15h00 às 24h00
Escola D. António da Costa (Almada)
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EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL
O TEATRO HUMANO DE PETER ZADEK
Fotografias de Gisela Scheidler
Comissária: Jenny Baese
Em colaboração com a Akademie der Künste
A Akademie der Künste (Academia das Artes) de Berlim dedicou no ano passado a Peter Zadek (ver biografia na pág. 27), um dos mais significativos encenadores da actualidade (cuja encenação de Peer Gynt, de Ibsen, é apresentada nesta edição do Festival pelo Berliner Ensemble) uma exposição monográfica. Desta abrangente exposição, que ocupava 14 salas, a fotógrafa Gisela Scheidler, colaboradora de longa data do encenador alemão, seleccionou uma série de dezassete fotografias de Peer Gynt (das quais três são em grande formato) e uma série de 36 quadros que documentam o processo criativo do espectáculo Conto de inverno, de Shakespeare, estreado no Schauspielhaus de Hamburgo em 1978. Esta série de quadros revela a forma como Zadek se inspira em fotografias e gravuras para criar cenários e figurinos, mas também personagens. Fazem também parte desta exposição vários filmes de obras dirigidas por Zadek, bem como um documentário sobre o processo de criação de Peer Gynt, produzido para o Berliner Ensemble.
De 4 Julho a 30 de Outubro
Das 14h30 às 22h00
Foyer e Livraria do Teatro Municipal de Almada
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ARTES PLÁSTICAS
O MISTÉRIO DO ESPAÇO
Malgorzata Zak
Malgorzata Zak é pintora, cenógrafa e pedagoga. Em 1972 licenciou-se em Pintura e Escultura na Faculdade de Belas Artes em Gdansk/Polónia. Após completar os estudos, começou a trabalhar como designer de palco no Baltic Opera, Wybrzeze Theatre, em Gdansk, Musical Theatre, em Gdynia, bem como no Great Opera Theatre, em Varsóvia. Simultaneamente, apresentou os seus trabalhos de pintura em várias exposições colectivas e individuais, e em encontros de pintores internacionais na Polónia, Alemanha e Finlândia.
Foi para Espanha em 1985, com uma bolsa artística que lhe foi concedida pelo Ministro Espanhol dos Serviços Estrangeiros e o Ministro da Cultura e das Artes. A partir de 1986 vive permanentemente em Madrid. Desde que partiu da Polónia tem exibido as suas obras e realizado trabalhos cenográficos em Espanha, Portugal, Alemanha, Polónia e outros países, mantendo também uma permanente colaboração com importantes festivais de teatro na Europa. É professora e responsável pela cadeira de figurinismo da Faculdade de Belas Artes, assumindo também a posição de deão do Departamento de Desenvolvimento e Promoção Artística do Royal Higher Dramatic School / RESAD / em Madrid.
De 4 de Julho a 30 de Setembro
Das 14h30 às 20h00 (em dias de espectáculo também entre as 20h30 e as 23h00)
Galeria do Teatro Municipal de Almada
ENCONTROS/ COLÓQUIOS
POR QUÊ OS FESTIVAIS DE TEATRO?
QUAL O SEU FUTURO?
Organização:
Festival de Almada / Instituto Internacional de Teatro do Mediterrâneo
Pelo 16º ano consecutivo, o Festival de Almada e o Instituto Internacional do Teatro do Mediterrâneo organizam, no âmbito do Festival, um colóquio internacional. Desta vez o tema são os festivais de teatro, a sua história, o seu presente e o seu futuro, contando para isso com os directores de festivais de vários países.
É certo que alguns festivais perderam o Norte, limitando-se a congregar vários espectáculos de êxito. Mas noutros persiste a ideia que os associa ao desenvolvimento dos valores humanos, à criação da liberdade, à consciência planetária, à globalização do conhecimento e da solidariedade. É como se cada festival constituísse em si mesmo uma só obra, aberta a muitas vozes e vertebrada pelo mais profundo, antigo e necessário pensamento político. É evidente que o Mundo de hoje já não pode explicar-se com a teoria de ontem. Precisamos de uma nova cultura que, para além disso, aproxime a realidade dos enunciados teóricos do direito democrático. E o teatro pode ajudar-nos.
Qual será o futuro dos festivais? Até onde é que contarão com o apoio da política de mercado? Até que ponto serão condenados por não aceitar a lei da oferta e da procura? Será que o poder necessita de cidadãos lúcidos ou só de votantes? Uma vez mais, o teatro está no fio da navalha, nessa linha, desditosamente débil, que une tantas vezes a política à cultura.
José Monleón
Director do IITM e do Festival Madrid Sur
Participantes: Abdelkader Gonegai (Festival de Casablanca); Francisco Suárez (Festival de Mérida); José Bablé (Festival de Cadiz); José Monleón; Miguel Murillo (Festival de Badajoz), entre outros
Sábado 5 de Julho, às 10h00
Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea (Almada)
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COLÓQUIO INTERNACIONAL
CORPOS EM PALCO E PRÁTICAS CÉNICAS
Organização:
Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e Festival de Almada
Após um século durante o qual se sucederam os mais diversos modelos de representação e os mais distintos entendimentos das funções expressivas reservadas ao “intérprete” – paralelamente a audaciosos cruzamentos disciplinares –, gostaríamos de trocar algumas ideias e experiências sobre o modo como as diferentes práticas cénicas contemporâneas vêm explorando as infinitas virtualidades do corpo em palco.
Comissão organizadora: João Carneiro, Maria Helena Serôdio e Paulo Eduardo Carvalho
Participantes estrangeiros: Aglika Stefanova (Bulgária); Ian Herbert (Inglaterra); Ivan Medenica (Sérvia); Jean-Pierre Han (França); Manabu Noda (Japão); Mark Brown (Escócia); Miloš Mistrík (Eslováquia); Zeynep Oral (Turquia); José Gabriel Antuñano (Espanha)
Participantes portugueses: Ana Pais; Christine Zurbach; Constança Carvalho Homem; Daniel Tércio; João Carneiro; Maria Helena Serôdio; Maria José Fazenda; Paulo Eduardo Carvalho; Rita Martins; Rui Pina Coelho; Sebastiana Fadda
Sábado 12 de Julho às 10h00
Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea (Almada)
ENCONTRO COM O BERLINER ENSEMBLE
Colóquio com os actores do Berliner Ensemble, a propósito do espectáculo
Peer Gynt com encenação de Peter Zadek.
Domingo 13 de Julho às 19h30
Cafetaria do Teatro Municipal de Almada
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COLÓQUIOS NA ESPLANADA
Como habitualmente, na esplanada da Escola D. António da Costa, realizam-se vários debates com criadores e intérpretes de espectáculos apresentados no Festival.
Encontro com Panaibra Gabriel director da Companhia CulturArte (Moçambique)
Sábado 5 de Julho às 23h00
Encontro com Pedro Marques (Gengis entre os Pigmeus) e Tiago Rodrigues (A Festa)
Quarta-feira 9 de Julho às 19h00
Encontro com Sidonie Han e Laurine Schott (Um conto minor)
Sábado 12 de Julho às 19h00
Encontro com Oswaldo Felipe (En la lengua floja)
Segunda-feira 14 de Julho às 19h00
Encontro com Julio César Ramirez (Teatro d’Dos - Cuba)
Quarta-feira 16 de Julho às 18h00
Encontro com Jorge Silva Melo, Ana Mendes, Inês Leitão e Luís Mestre
Quinta-feira 17 de Julho às 16h00
Encontro com Yvette Centeno, Luís Madureira e Teresa Gafeira
Sexta-feira 18 de Julho às 19h00
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MÚSICA
Os espectáculos do Palco Grande da Escola D. António da Costa são antecedidos de concertos musicais de vários géneros, no Palco da Esplanada, com entrada livre. Este ano haverá um acontecimento especial: a companhia moçambicana Culturarte apresenta um espectáculo extra - Mafalala, uma coreografia de Panaibra Gabriel.
BLUE MOON TRAVELS 21h00 Sex 4
Os Blue Moon Travels apresentam em concerto uma viagem pelo tempo e pela história das músicas que de alguma forma estiveram ligadas ao jazz. Entre outros, são interpretados temas de Edu Lobo, Miles Davis, George Gershwin, Chick Corea, etc.
CULTURARTE 23h00 Sáb 5
Mafalala é um dos primeiros bairros suburbanos surgidos em Maputo, antes da independência, habitado por moçambicanos que para ali migravam em busca de trabalho. Após o espectáculo haverá um colóquio com o encenador Panaibra Gabriel.
LA VIE EN ROSE 21h00 Dom 6
Sylvie C. (voz), Gabriel Godoy (guitarra) e Carlos Lopes (acordeão) interpretam temas célebres da música francesa. Sylvie C., a vocalista do grupo, tem actuado no Casino Estoril e no Hot Club de Lisboa. Editou recentemente La vie en rose.
QUARTETO MÉXICO 21h00 Qua 9
Radicado em Portugal, este quarteto tem-nos apresentado os ritmos mexicanos mariachi, e as suas interpretações originais de temas latino-americanos. O grupo é constituído por quatro vozes, acordeão, guitarra e viola mexicanas, e viola clássica.
TRIO TRÍPTICO 21h00 Sex 11
O Trio Tríptico, constituído por Pedro Zamora (viola), Gueorgy Titov (viola) e Jorge Garcia (percussão) reúne três músicos que juntam os ritmos latinos à música clássica, e à bossa nova. A única linha orientadora deste espectáculo é a improvisação.
RODA DE CHORO DE LISBOA 21h00 Dom 13
A Roda de Choro de Lisboa é um projecto de músicos portugueses que aborda o repertório clássico do chorinho, respeitando-o, mas criando algumas surpresas. São também abordados neste espectáculo ritmos como o fandango, o corridinho ou o fado.
ON DIXIE 21h00 Ter 15
O sexteto On Dixie apresenta uma recriação do ambiente jazzístico de Nova Orleães do início do século XX. Do Ragtime ao Blues, passando pela improvisação polifónica, são interpretados temas de Louis Armstrong e Fats Waller, entre outros.
GROOVE4TET 21h00 Sex 18
O quarteto Groove4tet, formado em Lisboa, tem-se apresentado nos principais bares de jazz da capital: Onda Jazz, Maxime, Speak Easy e Catacumbas. Para além dos temas originais a banda interpreta temas de James Brown e Maceo Parker.