3.7.08

Fernando Pessoa via Fátima como meio para a construção do nacionalismo católico pelo Estado salazarista


O poeta português Fernando Pessoa encarava Fátima como o lugar mítico da construção do nacionalismo católico e monárquico que ele repudiava, sustentou o historiador José Barreto, antes de revelar um texto inédito do escritor sobre aquele lugar de culto.

"É um texto irónico, a roçar a sátira anticlerical, em que Pessoa parece regressar ao extremismo da juventude", disse José Barreto numa conferência sobre "Pessoa e Fátima. A prosa política e religiosa", proferida ao fim da tarde na Casa Fernando Pessoa.

O texto inédito descoberto pelo historiador e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa é apenas "o preâmbulo de um artigo maior que teria o carácter de estudo de caso 'sobre o Catolicismo desde bom e mau povo'", explicou citando o poeta.

O artigo sobre Fátima deveria ser publicado no primeiro número da revista Norma, um dos três projectos editoriais de Pessoa no ano da sua morte, em 1935, o que não se chegou a concretizar.

Pessoa denunciava o aproveitamento da crença do povo por parte do poder político e afirmava: «o facto é que ha em Portugal um lugar que pode concorrer e vantajosamente com Lourdes. Ha curas maravilhosas, a preços mais em conta».

Pessoa acrescenta ainda:

«O negócio da religião a retalho, no que diz respeito à Loja de Fatima, tem tomado grande incremento, com manifesto gaudio místico da parte dos hoteis, estalagens e outro comércio d’esses jeitos - o que, aliás, está plenamente de accordo com o Evangelho, embora os católicos não usem lê-lo - não vão eles lembrar-se de o seguir!»

O texto escrito por Fernando Pessoa começa assim:
«Fatima é o nome de uma taberna de Lisboa onde às vezes… eu bebia aguardente. Um momento… Não é nada d’isso… Fui levado pela emoção mais que pelo pensamento e é com o pensamento que desejo escrever»

E continua:

«Fatima é o nome de um lugar da provincia, não sei onde ao certo, perto de um outro lugar do qual tenho a mesma ignorancia geografica mas que se chama Cova de qualquer santa»

«Nesse lugar - esse ou o outro - ou perto de qualquer d’elles, ou de ambos, viram um dia umas crianças aparecer Nossa Senhora, o que é, como toda gente sabe, um dos privilégios (…) a que se não (…). Assim diz a voz do povo da provincia e a ‘A Voz’ (jornal católico e monárquico) sem povo de Lisboa»


«Deve portanto ser verdade, visto que é sabido que a voz das aldeias e ‘A Voz’ da cidade de ha muito substituíram aquelas velharias democraticas que se chamam, ou chamavam, a demonstração científica e o pensamento raciocinado».


Ver video
aqui

Notícia retirada das agência Lusa

A imagem foi retirada do blogue:
http://mumiafanzine.blogspot.com/

Exibição seguida de debate do filme «O pão nosso de cada dia» sobre o tema da soberania alimentar (6 de Julho às 17h na Casa da Horta)


No dia 6 de Julho o GAIA apresenta na Casa da Horta um filme seguido de debate sobre o tema Soberania Alimentar. O filme a passar será 'O pão nosso de cada dia'

Aparece a partir das 17h na Casa da Horta (Rua de S.Francisco nº12)



Filme: 'O pão nosso de cada dia', 92m; do austríaco Nikolaus Geyrhalter.

sinopse:
Our Daily Bread, do austríaco Nikolaus Geyrhalter, sem voz off nem diálogos, deixa as imagens falarem por si e é capaz de fazer os espectadores saírem perturbados da sala ou jurarem que a partir de agora se tornam vegetarianos. O seu exímio formalismo visual de matriz kubrickiana, rigorosamente geométrico e suportado exclusivamente pela imagem e pelo som ambiental, esconde uma curiosidade observadora, entomológica e entusiasta pelos mecanismos subjacentes à manutenção da vida moderna. O título é para levar à letra: é do 'pão nosso de cada dia' que se trata aqui, visto que Nikolaus Geyrhalter andou durante dois anos a recolher imagens em explorações alimentares industriais para dar a ver como é recolhida e processada a comida que consumimos diariamente.
Legumes, carne, peixe, fruta: pouco interessam as diferenças, tudo está automatizado de modo a poupar o esforço humano e a maximizar a rendibilidade de cada alimento, mas com o efeito irónico de desumanizar a mão-de-obra, reduzida ao mero estatuto de 'máquina' que repete
incessantemente os mesmos gestos para manter a linha de montagem a funcionar .




Soberania alimentar... e o G8


Entre os dias 7 e 9 de Julho estará a decorrer a reunião dos 8 países mais industrializados/ ricos do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia), na qual irão ser debatidas, entre outras, a economia mundial, o desenvolvimento de África, o aquecimento global e as alterações climáticas.

Talvez pareça à primeira vista que a importância destes encontros, não deveria ultrapassar as fronteiras dos próprios países que se reúnem. Contudo, o impacto das decisões que daí advêm, têm um alcance global e vezes demais destrutivo e opressor. O poder económico destes 8 países é tal que, o que por eles é decidido nesta espécie de 'cúpula' do poder rapidamente se converte em directivas políticas e de mercado, impostas ao mundo inteiro. O G8 determina políticas globais sem ter legitimidade para o fazer, da forma menos transparente possível fechando os portões à democracia.

De forma a proteger a sua economia em prejuízo de todas as outras, os países que integram o G8 são grandemente responsáveis por políticas cujas consequências são: aumento da pobreza e da fome resultando nesta crise alimentar; directivas comerciais que se traduzem na imposição (via OMC, FMI, Banco Mundial) na liberalização dos mercados agrícola e das pescas fragilizando e destruindo a economia de países em desenvolvimento; aquecimento global e perda de biodiversidade associada às alterações climáticas; desflorestação em prol de agrocombústiveis e monoculturas; por uma política de patentes que no caso dos medicamentos condiciona gravemente o tratamento das populações com menores recursos económicos, proporcionando a escalada de doenças como a SIDA.

Em resposta a este crescendo de abusos, a resistência é fértil e propaga-se que nem ervas daninhas. A oposição à reunião do G8 reúne à escala mundial, centenas de milhares de indivíduos e grupos que diversos nas suas campanhas, convergem na oposição a esta maneira de fazer política.

A Via Campesina está a apelar à mobilização do movimento contra G8 para no período de 4 a 7 de Julho realizar acções no âmbito da soberania alimentar, alterações climáticas, perda de biodiversidade.



http://viacampesina.org/


Apesar desta chamada internacional partir (entre outras) da Via Campesina, a contestação ao G8 engloba uma diversidade de grupos de acção, campanhas e indívduos que no dia a dia, lutam contra o desenfreado capitalismo que nos ataca e põe em causa habitats e seres vivos como nunca, com as consequências sociais dramáticas que conhecemos.

Esta é uma oportunidade de trabalharmos juntos por um objectivo comum, maximizando o impacto da sociedade civil nas políticas que nos impõe dia após dia.

Os 71 anos do atentado anarquista a Salazar vão ser assinalados amanhã (4 de Julho) pelo Círculo de estudos sociais libertários do Porto


4 DE JULHO DE 1937 - O ATENTADO ANARQUISTA A SALAZAR - 71 ANOS DEPOIS

CESL-CÍRCULO DE ESTUDOS SOCIAIS LIBERTÁRIOS-Porto


O ATENTADO ANARQUISTA A SALAZAR
4 DE JULHO DE 1937


EM 4 DE JULHO DE 1937 , NUM PERÍODO EM QUE A DITADURA DO CHAMADO “ESTADO NOVO” SALAZARISTA SE CONSOLIDAVA E :

-TINHAM SIDO PROIBIDAS AS ORGANIZAÇÕES DE TRABALHADORES E ASSOCIAÇÕES LIVRES (juvenis, culturais, etc.) e PARTIDOS - SÓ ERA PERMITIDO O PARTIDO ÚNICO DO REGIME, A “UNIÃO NACIONAL”…

-A POLÍCIA POLÍTICA (PIDE) JUNTAMENTE COM AS RESTANTES FORÇAS REPRESSIVAS (GNR, PSP) E DE DEFESA DO REGIME (“Legião Portuguesa”, “Mocidade Portuguesa”) IMPLANTAVAM O TERROR E A PERSEGUIÇÃO A TUDO QUANTO NÃO ALINHAVA COM O “PENSAMENTO ÚNICO” DE ENTÃO …

-OS OPOSITORES AO REGIME (sobretudo anarquistas, anarco-sindicalistas e comunistas,) ERAM ENVIADOS PARA O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DO TARRAFAL E PARA AS PRISÕES OU ERAM ASSASSINADOS…

-O REGIME APOIAVA OS MILITARES DE FRANCO (juntamente com a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini) CONTRA A REPÚBLICA ESPANHOLA, ENTREGANDO MILHARES DE REFUGIADOS REPUBLICANOS AOS PELOTÕES DE FUZILAMENTO DO FASCISMO ESPANHOL (Elvas-Badajoz, Chaves, etc.)…

-SE PASSAVA FOME EM PORTUGAL MAS ERAM ENVIADOS PELO REGIME PARA AS TROPAS DE FRANCO AS CHAMADAS “SOBRAS DE PORTUGAL” (TONELADAS DE ALIMENTOS )…

-SE ENVIAVAM QUADROS DA OBRIGATÓRIA “MOCIDADE PORTUGUESA” PARA CURSOS DE FORMAÇÃO POLÍTICA E INTERCÂMBIO AOS CENTROS DA “JUVENTUDE HITLEREANA” À ALEMANHA DE HITLER…

UM PUNHADO DE HOMENS CONVICTOS, REVOLTADOS E DECIDIDOS RESOLVE LEVAR A EFEITO O IMPENSÁVEL ENTÃO PARA A MAIORIA: “ATIRAR PELO AR” O DITADOR

Deste episódio da Resistência contra o salazarismo de que foram protagonistas ANARQUISTAS como o jovem Emídio Santana, tem a história oficial feito essencialmente silêncio…a favor de versões partidárias ou/e fortemente “branqueadoras”.

DAÍ ESTE NOSSO PROGRAMA VISANDO SOBRETUDO NÃO DEIXAR APAGAR A MEMÓRIA LIBERTÁRIA DA RESISTÊNCIA AO SALAZARISMO.

4 de Julho- sexta-feira

-19.00 h. Encontro na Praça da Liberdade (Porto) para divulgação da efeméride

-21.30 h. na TERRA VIVA!AES –Rua dos Caldeireiros 213 –à Cordoaria - PORTO
APRESENTAÇÃO E DEBATE do livro de Emídio Santana “História de um atentado”(c/textos de apoio extraídos do livro)


25º Festival Internacional de Teatro de Almada (4 a 18 de Julho) traz a Portugal o Berliner Ensemble (nos dias 12 e 13)





Festival de Teatro de Almada, cuja 25ª edição começa sexta-feira, é hoje considerado um dos melhores da Europa. Joaquim Benite, que é também director da Companhia de Teatro de Almada, é o seu responsável máximo. O Festival de Almada, "com cerca de 20.000 espectadores por edição", tem um orçamento para este ano de 500.000 euros.

O Berliner Ensemble é um dos destaques da edição deste ano que leva a cena no Municipal de Almada, dias 12 e 13 de Julho, "Peer Gynt", de Henrik Ibsen, com encenação de Peter Zadeck.
Além da presença do Berliner Ensemble, destaca-se a encenação de Robert Cantarella de "Hippolyte" de Robert Garnier pelo Théâtre Dijon-Bourgogne, nos próximos sábado e domingo, no Municipal de Almada, e a participação de outra companhia francesa, a de Alain Ollivier, que apresenta "El Cid" de Corneille nos dias 16 e 17 de Julho no Nacional Dª. Maria II.

Outro destaque é o espectáculo encenado por Ana Zamora, "Misterio del Cristo de los Gascones", um texto baseado na tradição oral e que é levado à cena no Teatro do Bairro Alto pela Nao d`Amores, nos próximos dias 15, 16 e 17.

No total participam este ano 11 companhias estrangeiras, de França, Espanha, Cuba, Itália, Chile Alemanha, e Moçambique, além de oito de Portugal. Até 18 de Julho estão previstas sete estreias nacionais entre Almada e Lisboa, e além das produções teatrais haverá um recital de Luís Madureira com Jeff Cohen no Teatro São Luiz, dias 11 e 12 de Julho.

O tenor Luís Madureira, acompanhado ao piano por Cohen, irá recriar temas do repertório da cantora francesa Barbara.
O festival vai ainda homenagear o pintor, cenógrafo e figurinista João Vieira pela "responsabilidade política e a intervenção social" que caracterizaram "a busca de linguagens novas e o desejo radical de modernidade".
João Vieira, cuja actividade teatral começou no grupo de Campolide na década de 1970, terá uma exposição dedicada à sua obra plástica na Casa da Cerca, em Almada, intitulada "Não pintura".
Também na cidade de Almada, na Escola D. António da Costa, inaugurará uma exposição documental dedicada à sua vida e obra.
João Vieira é o autor do cartaz oficial do festival e o segundo cenógrafo distinguido, depois de Mário Alberto.
Paralelamente às peças levadas a cena, estão previstas exposições, colóquios e debates.
No Fórum Romeu Correia, em Almada, estará patente uma exposição organizada pela autarquia em co-produção com o Californian Museum of Photography e a galeria 212 - Berlim, intitulada "Che! mito e revolução".
Esta exposição, que já foi apresentada em Nova Iorque, Londres, Milão, Amsterdão e Barcelona, foi criada a partir da fotografia "Guerrillero Heroico", de Alberto Korda, que retrata Ernesto Guevara, e nela participam artistas como Marco Lopez, Vik Muniz, Ruben Ortiz Torres e Martin Parr.
A Casa da Cerca será também espaço para tertúlias e encontros de reflexão sob duas directrizes: "O papel presente e as perspectivas de futuro dos festivais" e "Corpos em palco e práticas cénicas".
O primeiro tema de reflexão conta com a colaboração do Instituto Internacional de Teatro Mediterâneo e o segundo com a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
O festival decidiu criar este ano o Prémio Internacional de Jornalismo Festival de Almada, no valor de cinco mil euros, para distinguir o melhor texto publicado sobre esta mostra de teatro.
O Festival abrirá com o espectáculo "Gulliver", de Jaime Lorca, uma produção de dança CulturArte de Moçambique, no dia 04 de Julho, na Escola D. António Costa, em Almada, e encerrará em Lisboa, no IFP, no dia 18, com a apresentação da peça "A última história de Werther", de Inês Leitão, encenada por João Meirelles.

http://www.ctalmada.pt/


http://www.ctalmada.pt/festivais/2008/programa_2008.pdf



PROGRAMAÇÃO


GENGIS ENTRE OS PIGMEUS
FORA DE CENA - LISBOA PORTUGAL
Culturgest - Lisboa Pequeno Auditório
4 a 10 JULHO


NUMA CERTA NOITE
ARTISTAS UNIDOS - LISBOA PORTUGAL
Instituto Franco-Português - Lisboa Auditório
4 a 7 JULHO


DENTRO DE MIM OUTRA ILHA
COMPANHIA CULTURARTE - MAPUTO MOÇAMBIQUE
Escola D. António da Costa - Almada Palco Grande
4 JULHO


HIPPOLYTE HIPÓLITO
Théâtre Dijon Bourgogne - DIJON FRANÇA
Teatro Municipal de Almada - Almada Sala Experimental
5 e 6 JULHO


O DIA EM QUE NINA SIMONE DEIXOU DE CANTAR
THÉÂTRE DES HALLES AVIGNON FRANÇA
Fórum Romeu Correia – Almada Auditório Fernando Lopes-Graça
5 JULHO


A FESTA
MUNDO PERFEITO E TEATRO MARIA MATOS - LISBOA PORTUGAL
Teatro Maria Matos – Lisboa Sala Principal
5 a 13 JULHO


HÓSPEDES INDESEJADOS
COMUNA – LISBOA PORTUGAL
Escola D. António da Costa – Almada Palco Grande
6 JULHO


A FORÇA DO HÁBITO
CASA CONVENIENTE - LISBOA PORTUGAL
Fórum Romeu Correia – Almada Auditório Fernando Lopes-Graça
8 e 9 JULHO


STABAT MATER
ARTISTAS UNIDOS - LISBOA PORTUGAL
São Luiz Teatro Municipal – Lisboa Sala Principal
9 a 13 JULHO


O LAGO
ARTISTAS UNIDOS - LISBOA PORTUGAL
Instituto Franco-Português – Lisboa Auditório
9 a 12 JULHO


QUARTO INTERIOR
CIRCOLANDO - PORTO PORTUGAL
Escola D. Antónioda Costa – Almada Palco Grande
9 JULHO


UN CONTE MINEUR UM CONTO MINOR*
COMPAGNIE CHATFOIN - PARIS FRANÇA
Teatro Municipal de Almada – Almada Sala de Ensaios
11 e 12 JULHO


FEMININE
COMPAGNIE CHATFOIN - PARIS FRANÇA
Culturgest – Lisboa Grande Auditório
11 JULHO


GULLIVER
COMPAÑIA JAIME LORCA - SANTIAGO DO CHILE CHILE
Escola D. António da Costa – Almada Palco Grande
11 JULHO


LUÍS MADUREIRA CANTA BARBARA
LUÍS MADUREIRA E JEFF COHEN - LISBOA PORTUGAL
São Luiz Teatro Municipal – Lisboa Jardim de Inverno
11 e 12 JULHO


PEER GYNT
BERLINER ENSEMBLE - BERLIM ALEMANHA
Teatro Municipal de Almada – Almada Sala Principal
12 e 13 JULHO


EN LA LENGUA FLOJA NUMA LÍNGUA FRACA
PAI - SARAGOÇA ESPANHA
Escola D. António da Costa – Almada Palco Grande
13 JULHO


LA CASA VIEJA A CASA VELHA
TEATRO D’DOS - HAVANA CUBA
Fórum Romeu Correia - Almada Auditório Fernando Lopes Graça
14 e 15 JULHO


MISTÉRIO DO CRISTO DOS GASCÕES
NAO D’AMORES - MADRID ESPANHA
Teatro do Bairro Alto / Cornucópia – Lisboa
15 a 17 JULHO


A ÚLTIMA HISTÓRIA DE WERTHER
ARTISTAS UNIDOS - LISBOA PORTUGAL
Instituto Franco-Português – Lisboa Auditório
15 a 18 JULHO


ON THE ROAD
TEATRO DA GARAGEM - LISBOA PORTUGAL
Escola D. António da Costa – Almada Palco Grande
15 JULHO


CANÇÕES DE BRECHT
COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA - ALMADA PORTUGAL
Teatro Municipal de Almada – AlmadaSala Experimental
16 e 17 JULHO


LE CID O CID
COMPAGNIE ALAIN OLLIVIER - PARIS FRANÇA
Teatro Nacional D. Maria II – Lisboa Sala Garrett
16 e 17 JULHO


LA CASA VIEJA A CASA VELHA
TEATRO D’DOS - HAVANA CUBA
Casa da América Latina – Lisboa
17 JULHO


LA BUSTA O ENVELOPE
COMPAGNIA SCIMONE SFRAMELI - ROMA ITÁLIA
Escola D. António da Costa – Almada Palco Grande
18 JULHO

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EXPOSIÇÕES



FOTOGRAFIA
CHE! MITO E REVOLUÇÃO

Organização: Câmara Municipal de Almada
Integrada no programa de exposições do Festival de Almada
Co-produção: Californian Museum of Photography e 212 BERLIN
Curadora: Trisha Ziff

Para assinalar a sua 25ª edição o Festival de Almada acolhe a exposição Che! Mito e Revolução, já apresentada em cidades como Nova Iorque, Londres, Amesterdão, Milão, e Barcelona. Che! Mito e Revolução foi criada em torno da célebre fotografia Guerrillero Heroico, da autoria de Alberto Korda, e que é a imagem de Ernesto “Che” Guevara mais conhecida e reproduzida em todo o Mundo. Ao longo dos anos este retrato manteve-se um símbolo de revolução e de rebelião juvenil, apesar da sua reprodução massiva em posters, t-shirts e objectos kitsch (desde o cartaz promocional do álbum American life, de Madonna, até à Nota de cinco dólares, de Pedro Meyer, em que a imagem de Che substitui o rosto de Abraham Lincoln).

A exposição Che! Mito e Revolução reúne trabalhos de artistas como Vik Muniz (EUA/Brasil), Rubén Ortiz Torres (México), Martin Parr (Inglaterra) e Marcos Lopez (Argentina), bem como um conjunto de magníficos posters originais cedidos pelo Center for the Study of Political Graphics de Los Angeles, e artefactos em que se incluem insígnias e objectos evocativos da memória de Che. Estas imagens mostram a evolução da fotografia de Korda desde a criação original até à sua utilização contemporânea.

O retrato de Ernesto “Che” Guevara, Guerrillero Heroico, foi tirado a 5 de Março de 1960 por Alberto Díaz Gutiérrez (1928-2001), também conhecido como Alberto Korda, enquanto fotografava para o jornal cubano Revolución. Korda, antigo fotógrafo de moda e publicidade, tornou-se, após a Revolução Cubana, fotógrafo pessoal de Fidel Castro. No momento eternizado por esta fotografia Che Guevara encontrava-se numa tribuna ao lado de várias autoridades cubanas, enquanto participava num memorial às 136 vítimas da explosão de La Coubre, um atentado contra-revolucionário terrorista. O que inspirou o fotógrafo foi a intensidade da expressão de Che, que descreve como “encabronado y dolente”. Na imagem original, Che está entre um homem e as folhas de uma palmeira. Contudo, durante o processo de impressão da fotografia, Korda isolou Che, surgindo desta forma a imagem ícone do seu expressivo e intenso rosto.
De 28 de Junho a 7 de Setembro
De Quarta a Sábado das 10h00 às 24h00,
Terças e Domingos das 10h00 às 18h00.
Fórum Municipal Romeu Correia (Almada)

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ARTES PLÁSTICAS

JOÃO VIEIRA
Não Pintura

Em colaboração com: Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea

João Vieira começou a trabalhar no final dos anos 50 e desde então não tem parado de nos surpreender. Haverá os que o definam, genericamente, como “pintor de letras”. Mas dizer isso é afirmar pouco, apenas uma parte — porventura a mais dermatológica ou aparente, ou até por vezes ilusória — do seu trabalho. (...) Para lá da aparência, como poderemos então orientar-nos no labirinto criativo deste artista?

Aparentemente difusa, na sua pluralidade de experiências, de media e referentes formais (plásticos e outros), dividindo-se pela pintura, desenho, grafismo, cenografia, performance, criação de objectos, a obra de João Vieira é afinal congregadora. Assim podemos testemunhar, em poucas peças, nesta exposição na Casa da Cerca, significativamente intitulada Não Pintura, desde logo assumindo um campo de acção outro. Mas, dentro destes outros campos criativos, que relação existe? Que relação entre as letras gregas (2000-2008) que surgem na cisterna, as mãos (1973-2008) e caretos (2007) da Galeria do Pátio, e Incorpóreo III (1972-2000) que aqui convive na capela com outras cenografias? O desenho. Ou antes, a noção de cenografia como face do Mundo.
Emília Ferreira
De 20 de Junho a 31 de Agosto
De Terça a Sexta das 10h00 às 18h00, e Sábados e Domingos das 13h00 às
18h00 (encerra às Segundas e feriados)
Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea (Almada)

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EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL

HOMENAGEM A JOÃO VIEIRA

O pintor e cenógrafo João Vieira é, este ano, não só o autor do poster do 25ºFestival de Almada, mas também a personalidade escolhida para a tradicional homenagem que o Festival faz em cada edição a nomes destacados do teatro português. É a primeira vez que a autoria do cartaz oficial e a distinção de Figura Homenageada coincidem na mesma pessoa.

João Vieira, nome prestigiado das artes plásticas portuguesas, teve um largo e intenso papel nas transformações ocorridas no teatro em Portugal. Sobretudo a partir dos anos 70 a sua colaboração com várias companhias de teatro (entre as quais o Grupo de Campolide, em cujo desenvolvimento teve um papel fulcral) foi determinante para a renovação estética e para a criação de novas linguagens cenográficas. Ligado ao chamado “teatro independente”, o seu labor artístico influenciou vários dos colectivos que vieram a afirmar-se no panorama teatral do nosso País. Homem de teatro e artísta plástico, como muitos criadores das décadas de 60 e de 70, João Vieira foi também encenador. É sobre a sua multifacetada e interventiva obra tanto como artista plástico como homem de teatro que o Festival de Almada apresenta na Escola D. António da Costa, uma exposição alusiva, comissariada pelo também cenógrafo Fernando Filipe.

No espaço definido entre a referida exposição e o Palco Grande estará também patente um grupo escultórico de João Vieira. A exposição abrange ainda elementos cenográficos e ocupa, além dos espaços já indicados, a sala habitualmente destinada às recepções organizadas a seguir aos espectáculos.
De 4 a 18 de Julho
Das 15h00 às 24h00
Escola D. António da Costa (Almada)

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EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL

25 VEZES FESTIVAL

Muitas companhias de muitos países de praticamente todos os continentes. Actores, encenadores, cenógrafos, figurinistas, técnicos. Peças de autor, clássicos e contemporâneos, nacionais e estrangeiros. Mas também criações colectivas. E espaços para a dança contemporânea. E para a ópera, a música, as artes plásticas, a fotografia, às vezes o cinema. Nas salas convencionais, nos palcos improvisados que, ano após ano, se vão transformando em espaços indispensáveis de quinze dias urgentes de teatro. Sempre em Julho, sempre em Almada mas também em Lisboa.

Os espectáculos de honra, as personalidades homenageadas. O reconhecimento, a homenagem. E o prazer da descoberta. E os espectadores, os amigos. Os debates, os colóquios, o convívio.

Tudo começou em 1984 no Beco dos Tanoeiros no coração de Almada. O percurso de um festival que, ano após ano, se foi afirmando através da prestação artística de cada actor, de cada grupo, de cada companhia, de cada colectivo.
De 4 a 18 de Julho
Das 15h00 às 24h00
Escola D. António da Costa (Almada)

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EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL

O TEATRO HUMANO DE PETER ZADEK

Fotografias de Gisela Scheidler
Comissária: Jenny Baese
Em colaboração com a Akademie der Künste

A Akademie der Künste (Academia das Artes) de Berlim dedicou no ano passado a Peter Zadek (ver biografia na pág. 27), um dos mais significativos encenadores da actualidade (cuja encenação de Peer Gynt, de Ibsen, é apresentada nesta edição do Festival pelo Berliner Ensemble) uma exposição monográfica. Desta abrangente exposição, que ocupava 14 salas, a fotógrafa Gisela Scheidler, colaboradora de longa data do encenador alemão, seleccionou uma série de dezassete fotografias de Peer Gynt (das quais três são em grande formato) e uma série de 36 quadros que documentam o processo criativo do espectáculo Conto de inverno, de Shakespeare, estreado no Schauspielhaus de Hamburgo em 1978. Esta série de quadros revela a forma como Zadek se inspira em fotografias e gravuras para criar cenários e figurinos, mas também personagens. Fazem também parte desta exposição vários filmes de obras dirigidas por Zadek, bem como um documentário sobre o processo de criação de Peer Gynt, produzido para o Berliner Ensemble.
De 4 Julho a 30 de Outubro
Das 14h30 às 22h00
Foyer e Livraria do Teatro Municipal de Almada

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ARTES PLÁSTICAS

O MISTÉRIO DO ESPAÇO

Malgorzata Zak

Malgorzata Zak é pintora, cenógrafa e pedagoga. Em 1972 licenciou-se em Pintura e Escultura na Faculdade de Belas Artes em Gdansk/Polónia. Após completar os estudos, começou a trabalhar como designer de palco no Baltic Opera, Wybrzeze Theatre, em Gdansk, Musical Theatre, em Gdynia, bem como no Great Opera Theatre, em Varsóvia. Simultaneamente, apresentou os seus trabalhos de pintura em várias exposições colectivas e individuais, e em encontros de pintores internacionais na Polónia, Alemanha e Finlândia.

Foi para Espanha em 1985, com uma bolsa artística que lhe foi concedida pelo Ministro Espanhol dos Serviços Estrangeiros e o Ministro da Cultura e das Artes. A partir de 1986 vive permanentemente em Madrid. Desde que partiu da Polónia tem exibido as suas obras e realizado trabalhos cenográficos em Espanha, Portugal, Alemanha, Polónia e outros países, mantendo também uma permanente colaboração com importantes festivais de teatro na Europa. É professora e responsável pela cadeira de figurinismo da Faculdade de Belas Artes, assumindo também a posição de deão do Departamento de Desenvolvimento e Promoção Artística do Royal Higher Dramatic School / RESAD / em Madrid.
De 4 de Julho a 30 de Setembro
Das 14h30 às 20h00 (em dias de espectáculo também entre as 20h30 e as 23h00)
Galeria do Teatro Municipal de Almada


ENCONTROS/ COLÓQUIOS

POR QUÊ OS FESTIVAIS DE TEATRO?

QUAL O SEU FUTURO?

Organização:
Festival de Almada / Instituto Internacional de Teatro do Mediterrâneo

Pelo 16º ano consecutivo, o Festival de Almada e o Instituto Internacional do Teatro do Mediterrâneo organizam, no âmbito do Festival, um colóquio internacional. Desta vez o tema são os festivais de teatro, a sua história, o seu presente e o seu futuro, contando para isso com os directores de festivais de vários países.

É certo que alguns festivais perderam o Norte, limitando-se a congregar vários espectáculos de êxito. Mas noutros persiste a ideia que os associa ao desenvolvimento dos valores humanos, à criação da liberdade, à consciência planetária, à globalização do conhecimento e da solidariedade. É como se cada festival constituísse em si mesmo uma só obra, aberta a muitas vozes e vertebrada pelo mais profundo, antigo e necessário pensamento político. É evidente que o Mundo de hoje já não pode explicar-se com a teoria de ontem. Precisamos de uma nova cultura que, para além disso, aproxime a realidade dos enunciados teóricos do direito democrático. E o teatro pode ajudar-nos.

Qual será o futuro dos festivais? Até onde é que contarão com o apoio da política de mercado? Até que ponto serão condenados por não aceitar a lei da oferta e da procura? Será que o poder necessita de cidadãos lúcidos ou só de votantes? Uma vez mais, o teatro está no fio da navalha, nessa linha, desditosamente débil, que une tantas vezes a política à cultura.
José Monleón
Director do IITM e do Festival Madrid Sur
Participantes: Abdelkader Gonegai (Festival de Casablanca); Francisco Suárez (Festival de Mérida); José Bablé (Festival de Cadiz); José Monleón; Miguel Murillo (Festival de Badajoz), entre outros

Sábado 5 de Julho, às 10h00
Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea (Almada)

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COLÓQUIO INTERNACIONAL

CORPOS EM PALCO E PRÁTICAS CÉNICAS

Organização:
Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e Festival de Almada

Após um século durante o qual se sucederam os mais diversos modelos de representação e os mais distintos entendimentos das funções expressivas reservadas ao “intérprete” – paralelamente a audaciosos cruzamentos disciplinares –, gostaríamos de trocar algumas ideias e experiências sobre o modo como as diferentes práticas cénicas contemporâneas vêm explorando as infinitas virtualidades do corpo em palco.

Comissão organizadora: João Carneiro, Maria Helena Serôdio e Paulo Eduardo Carvalho
Participantes estrangeiros: Aglika Stefanova (Bulgária); Ian Herbert (Inglaterra); Ivan Medenica (Sérvia); Jean-Pierre Han (França); Manabu Noda (Japão); Mark Brown (Escócia); Miloš Mistrík (Eslováquia); Zeynep Oral (Turquia); José Gabriel Antuñano (Espanha)
Participantes portugueses: Ana Pais; Christine Zurbach; Constança Carvalho Homem; Daniel Tércio; João Carneiro; Maria Helena Serôdio; Maria José Fazenda; Paulo Eduardo Carvalho; Rita Martins; Rui Pina Coelho; Sebastiana Fadda

Sábado 12 de Julho às 10h00
Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea (Almada)



ENCONTRO COM O BERLINER ENSEMBLE

Colóquio com os actores do Berliner Ensemble, a propósito do espectáculo
Peer Gynt com encenação de Peter Zadek.

Domingo 13 de Julho às 19h30
Cafetaria do Teatro Municipal de Almada

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COLÓQUIOS NA ESPLANADA

Como habitualmente, na esplanada da Escola D. António da Costa, realizam-se vários debates com criadores e intérpretes de espectáculos apresentados no Festival.

Encontro com Panaibra Gabriel director da Companhia CulturArte (Moçambique)
Sábado 5 de Julho às 23h00

Encontro com Pedro Marques (Gengis entre os Pigmeus) e Tiago Rodrigues (A Festa)
Quarta-feira 9 de Julho às 19h00

Encontro com Sidonie Han e Laurine Schott (Um conto minor)
Sábado 12 de Julho às 19h00

Encontro com Oswaldo Felipe (En la lengua floja)
Segunda-feira 14 de Julho às 19h00

Encontro com Julio César Ramirez (Teatro d’Dos - Cuba)
Quarta-feira 16 de Julho às 18h00

Encontro com Jorge Silva Melo, Ana Mendes, Inês Leitão e Luís Mestre
Quinta-feira 17 de Julho às 16h00

Encontro com Yvette Centeno, Luís Madureira e Teresa Gafeira
Sexta-feira 18 de Julho às 19h00

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MÚSICA


Os espectáculos do Palco Grande da Escola D. António da Costa são antecedidos de concertos musicais de vários géneros, no Palco da Esplanada, com entrada livre. Este ano haverá um acontecimento especial: a companhia moçambicana Culturarte apresenta um espectáculo extra - Mafalala, uma coreografia de Panaibra Gabriel.

BLUE MOON TRAVELS 21h00 Sex 4
Os Blue Moon Travels apresentam em concerto uma viagem pelo tempo e pela história das músicas que de alguma forma estiveram ligadas ao jazz. Entre outros, são interpretados temas de Edu Lobo, Miles Davis, George Gershwin, Chick Corea, etc.

CULTURARTE 23h00 Sáb 5
Mafalala é um dos primeiros bairros suburbanos surgidos em Maputo, antes da independência, habitado por moçambicanos que para ali migravam em busca de trabalho. Após o espectáculo haverá um colóquio com o encenador Panaibra Gabriel.

LA VIE EN ROSE 21h00 Dom 6
Sylvie C. (voz), Gabriel Godoy (guitarra) e Carlos Lopes (acordeão) interpretam temas célebres da música francesa. Sylvie C., a vocalista do grupo, tem actuado no Casino Estoril e no Hot Club de Lisboa. Editou recentemente La vie en rose.

QUARTETO MÉXICO 21h00 Qua 9
Radicado em Portugal, este quarteto tem-nos apresentado os ritmos mexicanos mariachi, e as suas interpretações originais de temas latino-americanos. O grupo é constituído por quatro vozes, acordeão, guitarra e viola mexicanas, e viola clássica.

TRIO TRÍPTICO 21h00 Sex 11
O Trio Tríptico, constituído por Pedro Zamora (viola), Gueorgy Titov (viola) e Jorge Garcia (percussão) reúne três músicos que juntam os ritmos latinos à música clássica, e à bossa nova. A única linha orientadora deste espectáculo é a improvisação.

RODA DE CHORO DE LISBOA 21h00 Dom 13
A Roda de Choro de Lisboa é um projecto de músicos portugueses que aborda o repertório clássico do chorinho, respeitando-o, mas criando algumas surpresas. São também abordados neste espectáculo ritmos como o fandango, o corridinho ou o fado.

ON DIXIE 21h00 Ter 15
O sexteto On Dixie apresenta uma recriação do ambiente jazzístico de Nova Orleães do início do século XX. Do Ragtime ao Blues, passando pela improvisação polifónica, são interpretados temas de Louis Armstrong e Fats Waller, entre outros.

GROOVE4TET 21h00 Sex 18
O quarteto Groove4tet, formado em Lisboa, tem-se apresentado nos principais bares de jazz da capital: Onda Jazz, Maxime, Speak Easy e Catacumbas. Para além dos temas originais a banda interpreta temas de James Brown e Maceo Parker.