7.3.10

A inteligência do bárbaro, ou como se prova de que a Humanidade ainda não saiu da era da barbárie, onde o que prevalece é a lei do mais forte


As edições do Monde Libertaire acabam de editar um novo livro, de autoria de Maurice Rajsfus, com o título L’Intelligence du Barbare, onde se desenvolve a ideia que a Humanidade nunca saiu da barbárie, esse estádio de desenvolvimento em que a lei do mais forte impera e é imposta a todos os membros da sociedade.

O bárbaro moderno é alguém que sofisticou os seus métodos, mas não os seus velhos e antiquíssimos hábitos. No fundo,o pequeno predador continua a sua obra de destruição e violência sobre os mais fracos. E não faltam até os seus émulos a elogiar o seu carácter e a louvar o princípio que deve ser sempre o mais forte a impôr a sua lei.

Mas,além disso, o livro dá-nos algumas pistas de reflexão para a necessária resistência…

Ciclo de cinema contra a guerra e a NATO durante o mês de Março na Casa Viva, no Porto


CICLO DE CINEMA CONTRA A GUERRA, CONTRA A NATO


Abandonada pelo seu inimigo fiel, o Pacto de Varsóvia, a NATO deixava de ter razão de existir. Com o papão comunista indisponível e sem uma nova ameaça credível à mão de semear, o Ocidente decidiu orientar a Aliança Atlântica para o que chamou de guerras humanitárias, de forma que o mundo pudesse ter um braço armado das forças civilizadoras.

Para isso, potenciou e prolongou uma guerra, gerindo a informação de forma a que um dos lado fosse diabolizado e que a NATO aparecesse como a única salvação possível para os inocentes oprimidos. Indiferente, como sempre, ao sofrimento, o mundo ocidental garantia uma justificação plausível para a manutenção deste seu mega exército.

Com a criação desse novo e lato inimigo chamado terrorismo, essa justificação deixou de ser necessária, mas não lhe podemos retirar a importância de, durante quase uma década, ter permitido à NATO continuar a operar sem que alguém perguntasse porquê ou para quê.

Para que essa relevância não seja esquecida neste caminhar até à contestação à cimeira da NATO de Novembro, em Lisboa, o Cinema Comunitário deste mês foi “oferecido” à Plataforma Anti-Guerra Anti-Nato (PAGAN), que o preencheu com as habituais sessões documental e de ficção.


12 março às 22h00
entrada livre

California Dreamin’, de Cristian Nemescu Ficção, 2008
[155’ Legendado em português]

O Capitão Jones, do corpo de fuzileiros navais dos EUA, é destacado para escoltar um comboio que transporta equipamento da NATO e que se dirige para a Jugoslávia durante a guerra do Kosovo. A sua missão é detida por Doiaru, aparentemente um chefe de estação muito meticuloso numa vila abandonada, que retém o comboio devido a um detalhe técnico de documentação. A comunidade faz esforços ridículos para dar as boas vindas aos americanos, tencionando aproveitar a sua inesperada presença. Após cinco intensos dias, Jones descobre os verdadeiros – e muito pessoais – motivos por detrás do comportamento de Doiaru. O comboio retoma a sua viagem e deixa para trás corações partidos, sonhos desfeitos e uma guerra civil.


26 março , às 22h00

entrada livre

Jugoslávia: A guerra evitável, de George Bogdanich Documentário, EUA 2002
[165’ Em Inglês]

Revela, através de factos e entrevistas, como as acções da Alemanha e doutros países europeus levaram às desnecessárias guerras civis na Jugoslávia, no final de 1991 e início de 1992, e que acabaram por culminar na devastadora campanha de ataques aéreos da NATO a território sérvio, iniciada em Março de 1999 e finalizada dois meses e meios mais tarde.

Local: praça marquês de pombal, 167 - Porto
(é preciso bater ao batente)