30.7.09

Manifesto da Mulher Futurista seguido de Manifesto futurista da Luxúria, de Valentine de Saint-Point ( edição & ETC)



luxúria - s. f. 1. Viço dos vegetais. 2. Lascívia, sensualidade.

A luxúria é o desejo passional e egoísta por todo o prazer sensual e material.
Segundo a Doutrina Católica, é um dos sete pecados capitais e consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema, lascívia e sensualidade.

As religiões antigas não penalizavam as práticas de luxúria. Pelo contrário, certas religiões promoviam mesmo rituais e práticas luxuriosas como foi o caso dos Bacanais, cujos excessos levaram o Senado romano a interditá-los no ano de 186 antes da nossa era. Encontram-se ainda celebrações dionisíacas que realizavam colectivamente este tipo de práticas sob efeito de drogas e do álcool ( recorde-se o Templo de Dionísio em Baalbeck , assim como as chamadas prostituições sagradas). Na mitologia há também uma série de deuses/as da luxúria :

Anuket (deusa do Nilo, no Egipto antigo)
Vénus (Roma)
Afrodite (deusa do amor na Grécia)
Eros (deus primordial da mitologia grega, responsável pela atracção sexual, o amor, o acto sexual, e venerado também como deus da fertilidade)
Lilith (Babilónia ; considerada também a primeira mulher de Adão, antes de Eva, na tradição judaico-cristã)
Tlazolteotl ( antigas civilizações mexicanas)
Freya ( nórdicos)
Huitaca (deusa de origem lunar, extremamente formosa, motivo pelo qual predicava a desobediência, as bebedeiras e os prazeres carnais)
Kâma ( no Hinduísmo)
Pan (semideus dos pastores; deus da fertilidade e da desenfreada sexualidade masculina)




Valentine de Saint-Point, pseudónimo de Anna Jeanne Valentine Desglans de Cassiat-Vercell , nasceu em Lyon a 16 de Fevereiro de 1875 e faleceu no Cairo em 28 de Março de 1953. O seu Manifesto da Mulher Futurista foi publicado em França e Itália em 1912 – em resposta vigorosa às declarações de Marinetti. Foi a primeira mulher a escrever um manifesto, marcando posição numa época em que o universo artístico era dominado por homens. Publicou a seguir o Manifesto Futurista da Luxúria cujo alvo era a moral cristã.

«Acabe-se de vez de injuriar o Desejo, essa atração ao mesmo tempo subtil e brutal de duas carnes quaisquer que sejam os seus sexos, de duas carnes que se querem tendendo para a unidade. Basta de mascarar o Desejo com essas máscaras de imundíce e da miséria das velhas e estéreis sentimentalidades. Não é a luxúria que desagrega e dissolve e reduz nada, são as hipnóticas complicações da sentimentalidade, os ciúmes artificiais, as palavras que seduzem, e enganam, o patético das separações e das fidelidades eternas, as nostalgias literárias: tout le cabotinage de l’amour».
Valentine de Saint-Point

«A luxúria é uma força porque, finalmente, jamais conduz à sensaboria do definitivo e à segurança que dá o apaziguador sentimentalismo»
Valentine de Saint-Point

"A Humanidade é mediocre. A maioria das mulheres não é nem superior nem inferior à maioria dos homens. Ambos são iguais. Ambos merecem o mesmo desprezo.O conjunto da Humanidade nunca foi senão o terreno de cultura, do qual brotaram os génios e os heróis dos dois sexos. Mas, na humanidade, tal como na natureza, existem momentos mais propícios ao florescimento. Nos Verões da humanidade, quando a terra é abrasada pelo sol, abundam os génios e os heróis".
Valentine de Saint-Point

«O Feminismo é um erro político. O Feminismo é um erro cerebral da mulher, erro que o seu instinto reconhecerá»
Valentine de Saint-Point






Manifesto futurista da Luxúria / Manifesto da Mulher Futurista , de Valentine de Saint-Point, editado pela & ETC

Texto de Henrique Fialho sobre o livro e que fomos buscar
aqui
Henrique Fialho é também responsável do blogue
http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/



Valentine de Saint-Point (n. 1875 – m. 1953), pseudónimo de Anna Jeanne Valentine Marianne Desglans de Cessiat-Vercell, foi literalmente uma mulher dos sete instrumentos. Poeta – a primeira colectânea, intitulada Poémes de la Mer et du Soleil, surgiu em 1905 –, romancista, ensaísta, dramaturga, pintora, coreógrafa, entre outras actividades que seria exaustivo enumerar, foi também uma voz inconformada do movimento futurista francês. Em 1912 lançou o Manifesto da mulher futurista, seguindo-se-lhe, um ano depois, o Manifesto futurista da Luxúria. Se o primeiro surge como resposta declarada à misoginia de Filippo Tommaso Marinetti (n. 1876 – m. 1944), militante fascista italiano que ficará para a história como papa do Futurismo, o segundo tem por alvo mais abrangente a moral cristã, à qual devemos, entre outras pesadas heranças, a ideia da mulher como representação bestial da luxúria, um dos sete pecados capitais, que urge domesticar. Com alvos destes, é fácil adivinhar o fim reservado à fundadora dos «dramas ideiistas».

Após três relações falhadas e uma dedicação total à escrita, refugia-se em Espanha, partindo posteriormente para os Estados Unidos. Já em Marrocos, converte-se ao Islamismo. Instala-se no Cairo, onde virá a falecer só e miseravelmente. Em 1947, um jornalista anónimo anunciava prematuramente a morte de Valentine. Fê-lo nestes termos: «Percorrendo o simples trajecto da sua vida sentimental, é muito pouco dizer-se que Valentine de Saint-Point foi uma mulher independente. (…) Numa altura em que as mulheres podiam quando muito aspirar à categoria de poetisas (de Louise Labé a Anna de Noailles, digamos, para resumir alguns séculos de história), Valentine não hesita em praticar todos os géneros literários (poesia, romance, crítica) e até em invadir o domínio artístico: teatro, pintura e gravura (expõe nomeadamente no Salão dos Independentes), e sobretudo a dança (…). Os seus maiores inimigos, embora nem sempre directamente nomeados – mas haveria necessidade? –, são a moral (ou a hipocrisia) burguesa e a moral cristã» (pp. 19-22).

Desenterrado pela musculatura sempre atenta da &etc, o Manifesto da Mulher Futurista (Abril de 2009) volta a aparecer, agora acompanhado de uma introdução de Fernando Cabral Martins e vários outros textos de interesse inquestionável, dos quais se destacam o Manifesto Futurista da Luxúria e alguns breves ensaios sobre as intenções da autora no domínio das artes performativas. Interroga-se o introdutor sobre como ler, hoje, estes textos. Mais dados ao amorfismo do que à virilidade, talvez os possíveis leitores deste pequeno grande livro venham a manifestar aquela ambivalência que caracteriza os actuais amantes de uma literatura erigida à margem das convenções. Refiro-me a um certo deslumbramento que experimenta todo aquele que tem a felicidade de encontrar no texto a força que não procura, ou da qual de desvia, em vida. No fundo, a hipocrisia que outrora se pretendia atingida não dista muito da mesma hipocrisia que hoje acaba ferida nos seus recalcamentos mais dolorosos. Educados para a servidão, muito poucos serão aqueles que estão dispostos a hipotecar o seu bem-estar (material e moral) em nome de uma liberdade, de uma autonomia, de uma independência das quais podemos esperar pouco mais do que o desconforto da solidão.

O primeiro parágrafo do Manifesto da Mulher Futurista é bastante claro: «A Humanidade é medíocre. A maioria das mulheres não é nem superior nem inferior à maioria dos homens. Ambos são iguais. Ambos merecem o mesmo desprezo» (p. 27). Alimentemos a esperança de, no final, escaparmos à mediocridade da maioria podendo as nossas acções certificar-nos a superioridade moral dessa minoria que ainda julgamos existir por, aqui e acolá, irmos encontrando focos de resistência que nos levam a tal. Nenhum manifesto escapa, obviamente, a contradições inerentes a toda e qualquer tomada de posição. Tomar posição, optar, é antes de mais assumir uma certa convergência na contradição, a qual não deve ser levada à letra de incoerência. Incoerente é o hipócrita, contraditório é o humano, demasiado humano. Super-homens são tão raros em morte quanto impossíveis em vida.

Os manifestos de Valentine, pretendendo libertar um género específico de amarras historicamente determinadas por modelos civilizacionais sempre erigidos sob a égide de uma suposta palavra divina, não se livram das suas próprias imposições. Impõem uma renovação que transcenda estereótipos políticos – «O Feminismo é um erro político. O Feminismo é um erro cerebral da mulher, erro que o seu instinto reconhecerá» (p. 31) –, impõem uma voz cruel, violenta, viril contra o Sentimentalismo, impõem a energia do Desejo contra os «sinistros trapos românticos»: «A luxúria é uma força porque, finalmente, jamais conduz à sensaboria do definitivo e à segurança que dá o apaziguador sentimentalismo» (p. 40). No fundo, desenterrar estes textos é mais um gesto de luta contra a hipocrisia que ainda hoje refreia quem por confessa ingenuidade tenderíamos a julgar mais livres e menos superficiais. Faz-se a história da humanidade também de excepções, ostracizadas e deixadas na penumbra até que alguém volte a torná-las apaixonadamente vivas, «pois haverá sempre espíritos insubmissos que preferirão às belas estradas os caminhos pitorescos e incertos» (pp. 56-57).


Henrique Fialho, 2009


Caminhada nocturna pela Rota da Cárcoda (1 de Agosto, às 22 horas) em S. Pedro do Sul

A Câmara Municipal de S. Pedro do Sul promove no próximo sábado, dia 1 de Agosto, a primeira caminhada nocturna pela Rota da Cárcoda (PR3), que atravessa a freguesia de Carvalhais.
O início do percurso pedestre está marcado para as 22 horas junto à Escola Profissional, no adro da Igreja de Carvalhais, local rodeado por um arvoredo constituído por carvalho alvarinho e negral.


Com uma distância de cerca de 8 quilómetros e uma dificuldade média, acessível a todos, os caminhantes vão ter a oportunidade de percorrer caminhos tradicionais, passando por locais magníficos como: a Capela de Nossa Senhora do Resgate, na povoação das Roçadas; as ruínas arqueológicas do Castro da Cárcoda; o Bioparque; o Caminho das Rãs; a Ribeira da Contença; entre outros.


Os interessados em participar podem ainda fazê-lo até às 17 horas da próxima quinta-feira, dia 30 de Julho, através dos telefones 232 728 330 ou 232 724 378 ou pelos e-mails
turismo@cm-spsul.pt ou desporto@cm-spsul.pt .

Universidade Vegetariana de Verão (introdução à alimentação vegetariana) na Casa da Horta (Porto)


Universidade Vegetariana de Verão 09
Casa da Horta – Porto
Introdução à Alimentação Vegetariana Natural


1ª Edição – 5, 6 e 7 de Agosto, às 18h30

2ª Edição – 12, 13 e 14 de Agosto, às 18h30

Contribuição: 55,00 €




Universidade Vegetariana de Verão

Somos aquilo que comemos. Sendo a alimentação tão preponderante naquilo que somos e fazemos porque é que, tantas vezes, praticamos uma alimentação tão insconciente e descuidada? Não acaba por ser inevitável o surgimento de tantos problemas de saúde associados ao nosso estilo de vida e alimentação insconciente? Este Verão a “Universidade Vegetariana de Verão” é uma óptima oportunidade para investir nalgo tão importante como a alimentação. Aprender a cozinhar e comer de forma consciente, equilibrada, eticamente e ecologicamente em harmonia, Aprender alguns dos fundamentos mais importantes na alimentação vegetariana natural. Com todo o gosto! Claro.

A alimentação vegetariana, em geral, é uma alimentação ecologicamente mais sustentável, eticamente mais correcta, nutricionalmente mais diversificada e rica e sem dúvida
deliciosa e atraente

Ao longo da história, e ao contrário do mito que vai prevalecendo de que o Homem é essencialmente omnívoro, diversas civilizações e algumas figuras particularmente proeminentes da história da humanidade praticavam e praticam, por diversas razões, uma alimentação essencialmente vegetariana (Leonardo da Vinci, Platão, Sócrates, Henry David Thoreau, entre outros).

Ainda que vivendo numa sociedade onde o consumo de carne é comum e predominante, o vegetarianismo por motivos de ordem ética, ecológica, religiosa e espiritual encontra-se cada vez mais difundido, estando também implícito em novos paradigmas de aproximação da humanidade à Natureza.

O ser vivo (o ser humano) é um ser constituído por uma dimensão biológica, psicológica e espiritual. A nutrição não é pois a mera satisfação de uma necessidade biológica elementar mas, muito mais do que isso, é um processo de transmissão energética e de profundo inter-relacionamento do ser vivo com o meio onde se insere. Logo, daí se depreende que um alimentação que tem por base o sacrifício e sofrimento de milhares de animais tem um enorme potencial de gerar profundas desarmonias desde logo ao nível da própria saúde de quem se alimenta principalmente de carne. O Vegetarianismo é uma opção cada vez mais válida, eticamente correcta e, em geral, ecologicamente mais sustentável. Conhecê-lo é entrar num fascinante mundo de sabores, paladares e alimentos.

"Conhecimento que não se transmite é conhecimento condenado à sua própria extinção."


Segredos da Horta

Segredos da Horta é um projecto que tem por finalidade a divulgação da "cozinha vegetariana" nas suas diversas vertentes: nutricional, psico-biológica e filosófica. Consiste, essencialmente, na realização de "oficinas" práticas de formação no decorrer das quais são transmitidos conhecimentos práticos de confecção e preparação de refeições vegetarianas segundo princípios básicos de uma alimentação natural e saudável.

Segredos da Horta é pois uma nova forma de olhar para a arte da nutrição. É uma nova forma de desmistificar ideias pré-concebidas e dar a conhecer esse mundo tão fascinante que é o da alimentação e nutrição vegetariana. Porque a alimentação vegetariana não é só "comer vegetais" mas sim, e muito mais, uma forma diferente e talvez melhor de estar na vida. Uma forma simples, consciente e deliciosa!


O Hortelão

Pedro Jorge Pereira, vegetariano há cerca de 9 anos, na maior parte deles de forma integral (Vegan) é cozinheiro vegetariano profissional desde 2002. Foi cozinheiro no Restaurante Nakité, no Porto, e Daterra, em Matosinhos, integrando neste momento a Associação Casa da Horta. É formador sobretudo no projecto Segredos da Horta. Tem simultaneamente vindo a colaborar e desenvolver vários outros projectos e iniciativas na área da alimentação vegetariana natural e de educação ecológica e social.

"A alimentação vegetariana, muito mais do que uma mera opção enquanto regime alimentar, representa uma forma de estar na vida e de encarar a saúde como um todo. Pratico um regime alimentar vegetariano desde há alguns anos e tenho vindo a descobrir no mundo da alimentação vegetariana todo um universo fascinante e repleto de conhecimento e sabores. Conhecimento esse que, ao contrário do que dizem diversos mitos pré estabelecidos em relação ao mesmo, é muito simples de desenvolver e colocar em prática no dia-a-dia."

Pedro Jorge Pereira

Oficinas

As oficinas a realizar serão compostas por uma introdução teórica, na qual serão abordados alguns dos conceitos principais relacionados com uma nutrição consicente e natural, sendo depois seguidas da componente prática nas quais são preparados e confeccionados diversos pratos vegetarianos.
Durante a parte prática são preparados Menus vegetarianos compostos de entradas, sopa, prato principal e sobremesa.
No final de cada oficina decorre uma refeição onde são saboreados os pratos confeccionados.

Sessão 1 – Introdução
Principais motivos para adoptar uma alimentação vegetariana
Diferentes tipos de vegetarianismo
Noções básicas de nutrição vegetariana
Ingredientes / Condimentos básicos numa alimentação vegetariana Natural
Alguns dos princípios mais importantes a seguir numa alimentação vegetariana

Menu leve
Paté de Pesto de Tofu
Salada de Quinoa com rebentos
Bolo de Especiarias

Sessão 2 – Menu
Entrada Pãezinhos de Ervas
Prato principal Tofu Assado no Forno com Molho de Gengibre
Acompanhamento Arroz Integral e Legumes no Vapor com Sementes
Sobremesa Mousse de Alfarroba

Sessão 3 – Menu
Sopa Caldo de Azuki
Prato principal Souflé de Grão com Alho Francês
Acompanhamento Cous-Cous Exótico com Legumes Estufados
Sobremesa Manjar Branco

O valor do curso incluí:
- Formação durante a oficina (3 dias) e acessoria em alimentação natural após;
- Refeições (dois jantares completos e refeição leve no primeiro dia);
- Oferta de livro;

- Materiais pedagógicos diversos


mais informações e incrições em:

Casa da Horta – Associação Cultural

222024123 / 93 726 75 41

casadahorta@pegada.net

http://casadahorta.pegada.net/




Segredos da Horta - Pedro Jorge Pereira

93 4476236

segredosdahorta@gmail.com
http://segredosdahorta.blogspot.com/

Número de inscrições limitado (por razões de ordem logística). Prioridade de acesso ao curso por ordem de inscrição.
Contribuição: (inclui curso completo, refeições e manual): 55 hortinhas