15.1.10

A prisão ilegal do professor universitário negro Henry Louis Gates Jr mostra como o racismo continua bem vivo nos Estados Unidos da América



Racismo nos EUA: prenderam um professor negro só porque vivia num bairro de burgueses brancos

Em 16 Julho de 2009 confirmou-se um facto conhecido por todos: o racismo continua bem vivo nos Estados Unidos da América, muito embora seja um negro que preside à Administração do Estado norte-americano.

Nesse dia, Henry Louis Gates Jr, um dos mais reputados profesores universitários dos Estados Unidos, conhecido pelas reportagens e estudos realizados sobre a genealogia de algumas figuras públicas, foi preso dentro da sua própria casa , como se de um vulgar malfeitor se tratasse, por um polícia branco da região de Cambridge ( Massachussetts).

Titular de um doutoramento em estudos afro-americanos em Harvard, e especialista da história do racismo e da segregação racial, Henry Louis Gates Jr acabava de chegar de uma viagem à China, quando a fechadura da porta de entrada da sua casa encravou e, com a ajuda do motorista de taxi, negro como o cliente, tiveram de que forçar a porta para entrarem em casa.

Vendo dois negros a forçarem a porta de uma casa , em pleno bairro residencial de brancos, uma mulher, cuja identidade não foi revelada, apressou-se a chamar a polícia, especificando mesmo na sua denúncia que se tratavam de dois negros com sacos às costas.

Chegados a este ponto as versões da polícia e do professor divergem. Este último relata que apresentou os seus documentos de identidade à polícia, provando que se encontrava em sua própria casa, solicitando em contrapartida a identificação dos agentes policiais e a justificação para a sua acção. Por seu lado, o responsável policial, o sargento James Crowley, com 11 anos de serviço na polícia, recusa-se a justificar-se e acusa o professor Gates de um delito, algemando-o e conduzindo-o à esquadra.

Gates só sairia do posto policial 4 horas depois graças à intervenção de Charles Ogletree, professor de direito em Harvard, e mentor do presidente Obama durante a campanha eleitoral.

O incidente desencadeou uma polémica nos Estados Unidos da América e mostra até que ponto o racismo insidioso vai campeando naquele país.

O sargento Crowley recusa apresentar desculpas pela sua acção.

Um jornalista do Washington Post explica a situação pelo facto de um homem de cor se encontrar numa área residencial da burguesia branca.

Obama, o presidente norte-americano, tão cauteloso nas sua intervenções públicas, interrogado alguns dias mais tarde, a 22 de Julho, acerca do incidente, não se conteve e declarou:

-«Em primeiro lugar, acho que se pode dizer que todos estamos indignados com o que aconteceu. Em segundo, a polícia de Cambridge foi estúpida ao prender alguém que tinha provado que se encontrava dentro da sua própria casa. Em terceiro, este infeliz incidente faz-nos lembrar que há uma grande tradição neste país de controlar os afro-americanos e os latinos de uma forma completamente desproporcianada.»


Fonte da informação: Le Monde de 24 de Julho de 2009


Consultar ainda:
http://en.wikipedia.org/wiki/Henry_Louis_Gates_arrest_controversy
http://en.wikipedia.org/wiki/Henry_Louis_Gates

Lembrar Gaza (17 de Janeiro, projecção do filme To shoot an Elephant; dia 18 de Janeiro, concentração no Largo de S. Domingos às 18h30)


Lembrar Gaza em 17 e 18 de Janeiro em Lisboa

Domingo, 17 de Janeiro 2010
Local: Voz do Operário
Horário: 15 horas

- Projecção do Documentário To Shoot an Elephant
de Alberto Arce e Mohammad Rujailah


O dia 18 de Janeiro de 2010 representa o primeiro aniversário do fim do bombardeamento da Faixa de Gaza por Israel. Um ataque que começou a 27 de Dezembro de 2008 e durou até 18 de Janeiro de 2009 e no qual 1.412 Palestinianos perderam as suas vidas. O documentário To shoot an elephant é um relato a partir da Faixa de Gaza do que ocorreu durante esses dias. Esta narração directa e privilegiada torna-se num instrumento com o qual podemos confrontar a propaganda Israelita e o silêncio da comunidade internacional sobre o que realmente aconteceu. Pelo seu valor como testemunho da população civil, To shoot an elephant tornou-se um relato legítimo que conta o que realmente ali aconteceu. É um retrato insubstituível do que os meios de comunicação social tentam esconder, uma excepcional banda sonora a ser ouvida por aqueles que vivem sob o controle Sionista... fragmentos de realidade a mostrar como a vida é numa guerra onde não há possibilidade de escapar.

- Conversa/debate com José Manuel Rosendo, jornalista da Antena 1.

Segunda-feira, 18 de Janeiro de 2010
Local: Largo de S. Domingos, em Lisboa
Horário: 18,30 horas

- Concentração

Para evocar o massacre de Gaza!

Para exigir o fim do cerco ilegal a Gaza!


A Iniciativa Lembrar Gaza é promovida por diversas organizações e personalidades e tem como finalidade relembrar e repudiar o ataque militar israelita a Gaza, que decorreu entre 27 de Dezembro de 2008 e 18 de Janeiro de 2009.


Organizações e personalidades subscritoras da Iniciativa Lembrar Gaza:

Associação de Estudantes da FCSH
ATTAC
BE
CGTP
CIDAC
Colectivo Múmia Abu Jamal
Comité pela Palestina
CPPC
Fórum pela Paz e pelos Direitos Humanos
MDM
MPPM
PCP
SPGL
Tribunal Iraque
Alan Stoleroff
Alípio de Freitas
António Avelãs
Boaventura Sousa Santos
Guadalupe Magalhães
Hélder Costa
Helena Roseta
Manuel Duran Clemente
Maria do Céu Guerra
Miguel Graça
Paula Cabeçadas
Paulo Sucena

Campanha de Emergência de Apoio ao Haiti promovida pela AMI



CAMPANHA DE EMERGÊNCIA HAITI

A AMI partiu no dia 14 de Janeiro para o Haiti com uma equipa exploratória de dois elementos, na sequência do terramoto que atingiu aquele país no dia 12 de Janeiro de 2010.

Os sobreviventes desta tragédia precisam da AMI e a AMI precisa de si.

Colabore nesta missão de emergência e ajude a AMI

Contribua para esta missão através do NIB: 0007 001 500 400 000 00672


Multibanco: Entidade 20909 Referência 909 909 909 em Pagamento de Serviços


http://www.ami.org.pt/