22.3.10

Immanuel Wallerstein em Coimbra (dia 23) e Lisboa (dia 24 de Março)


O sociólogo e historiador Immanuel Wallerstein, da Universidade de Yale, vai estar amanhã ( dia 23 de Março, às 16h) em Coimbra, na Sala Keynes, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, para proferir uma aula sob o tema «África: colonialismo, descolonização e pós-colonialismo»

Entrada livre

http://www.ces.uc.pt/eventos/evento178.php

Nota Biográfica

Immanuel Wallerstein é um proeminente sociólogo, cientista histórico social e analista de sistemas-mundo. Presentemente é Senior Research Scholar na Universidade de Yale. Foi Presidente da Associação Internacional de Sociologia (1994-1998), e presidente da Comissão Internacional da Gulbenkian para a Reestruturação das Ciências Sociais (1993-1995). Ele trabalha em três domínios de análise de sistema-mundo; a crise contemporânea da economia-mundo capitalista; as estruturas do conhecimento. Livros publicados em cada um destes domínios incluem respectivamente: The Modern World-System (3 vols.); Utopistics, or Historical Choices for the Twenty-first Century; and Unthinking Social Science: The Limits of Nineteenth-Century Paradigms


Ver:
http://en.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Wallerstein
http://www.iwallerstein.com/




Pós-Colonialismos e Cidadania Global

Apesar de Portugal ser o país da Europa com mais contactos durante mais tempo com mais sociedades não-europeias, quase não existem em Portugal estudos pós-coloniais. Por outro lado, os estudos pós-coloniais que hoje proliferam noutros países da Europa e nos EUA tomam como referência praticamente exclusiva o colonialismo anglo-saxónico, não concedendo atenção ao colonialismo ibérico e à primeira modernidade ocidental que ele protagonizou. Esta situação faz com que mesmo nos países que estiveram sujeitos ao colonialismo português os emergentes estudos pós-coloniais tenham como referência o colonialismo britânico, o qual, como sabemos, é substancialmente distinto daquele em termos económicos, políticos, sociais e culturais.

A globalização neoliberal e a resistência a ela, que hoje vai configurando uma globalização alternativa, contra-hegemónica, têm vindo a reclamar, por vias opostas, um aprofundamento da questão do pós-colonialismo. Por um lado, a globalização neoliberal começa hoje a ser vista, mesmo nas instituições da ONU, como uma nova forma de colonialismo. Por outro lado, os movimentos que constituem a globalização alternativa estão cada vez mais cientes de que a resistência à globalização neoliberal tem que ser entendida como construção de um paradigma de pós-colonialidade, em que as dimensões económicas, sociais e culturais sejam analisadas no contexto muito mais amplo da história, da cultura, das artes, da literatura e da epistemologia dos povos que partilharam, em posições muito desiguais, a zona colonial.






No dia 24 de Março Wallerstein estará ainda em Lisboa, no auditório 1 Torre, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova.