Por intermédio do novíssimo e promissor blogue Lura dos Livros, cuja consulta e leitura se recomenda, consegui encontrar uma listagem das aldeias de livros existentes no mundo num texto interessante publicado pelos bibliotecários sem fronteiros no respectivo website.
Há muito que pensava em elaborar um breve dossier e fazer a divulgação possível destas aldeias ( ou vilas) dos livros e onde estes fazem parte da identidade local. Deixarei então essa abordagem para mais tarde e vou limitar-me a reproduzir o texto encontrado aqui, sem antes, no entanto, agradecer mais uma vez à autora do blogue Lura dos Livros a indicação feita .
Há muito que pensava em elaborar um breve dossier e fazer a divulgação possível destas aldeias ( ou vilas) dos livros e onde estes fazem parte da identidade local. Deixarei então essa abordagem para mais tarde e vou limitar-me a reproduzir o texto encontrado aqui, sem antes, no entanto, agradecer mais uma vez à autora do blogue Lura dos Livros a indicação feita .
As Book Towns (Comunidades de Livros) são localidades cujas actividades económicas e culturais centram-se quase exclusivamente nos livros. Localizam-se geralmente em pequenas localidades de interesse histórico/patrimonial, cultural ou mesmo paisagístico, concentrando-se nelas um elevado número de livrarias e afins, que comercializam sobretudo livros antigos e/ou em segunda mão.
Em 1961 Richard Booth, um graduado de Oxford, teve a ideia de transformar uma histórica povoação rural em gradual declínio, no País de Gales, Hay-on-Wye, numa Comunidade de Livros. Richard Booth comprou algumas casas abandonadas contíguas e aí implantou o maior alfarrábio de todo o Mundo. Apesar da sua localização numa área rural, Hay-on-Wye possui importantes núcleos urbanos relativamente próximos. Ao longo dos anos foi incentivando e auxiliando muitos outros na abertura de novas lojas em Hay-on-Wye. Em jeito de provocação jocosa em 1977 Booth declarou “independente” Hay-on-Wye , publicando as próprias leis “Home Rule for Hay” e (auto)coroou-se Rei dos Livros. Este facto, se na prática não redundou em nenhuma efectiva mudança administrativa, pelo menos teve o condão de projectar Hay-on-Wye pelo mundo fora, nomeadamente nos círculos dos livros e da cultura. Isso revelou-se crucial para o incremento do seu sucesso a um ritmo exponencial, contando hoje com mais de 30 livrarias/alfarrábios de grande dimensão e atingindo um montante anual de turistas superior a meio milhão. Desde 1988 realiza-se anualmente um festival “Hay Literary Festival“, em colaboração com o jornal “The Guardian” que atrai mais de 80 mil pessoas cujo interesse são os livros. Hay-on-Wye afirma-se na actualidade como um burgo já de razoável dimensão e importância Este êxito induziu outras localidades do resto do mundo a reproduzirem o seu modelo. Em especial os anos de 1993 e 1997 revelaram-se muito frutíferos no surgimento de novas Book Towns, respectivamente com cinco (1993) e oito (1997) novas localidades a aderirem a este modelo.
Uma das características destas Booktowns é formarem um catálogo comum das suas obras dos diversos livreiros e alfarrábios de modo a que este assuma maior visibilidade e o acesso às obras por parte dos visitantes/clientes seja facilitado. Com o advento da Internet esse catálogo passou na maior parte dos casos a estar disponível em rede na Web, o que contribuiu para exponenciar de modo significativo o número de clientes.Outra particularidade das Book Towns é o elevado número de evento e iniciativas ligadas ao universo dos livro que são realizadas ao longo do ano, designadamente os seus Festivais de livros
Na Europa têm sido envidados esforços para que cada país possue, pelo menos, uma Book Town. Na actualidade, contabilizam-se nível mundial, cerca de três dezenas de Book Towns, sendo que dezanove delas se localizam na Europa, destacando-se a França que concentra seis delas.As Book Towns representam uma estratégia modelar para o desenvolvimento rural e turístico sustentável, e contribuindo para afixação de pessoas em zonas rurais. A nível dos sectores de turismo e lazer afirma-se como uma formato inovador, granjeando elevado sucesso, e que é cada vez mais reproduzido pelo mundo fora.
Uma parte significativa das Book Towns estão agrupadas na I.O.B. - International Organisation of Book Towns (Organização Internacional de Comunidades de Livros) que congrega no momento 13 povoações. Algumas das Book Towns (ainda) não integram a IOB em face de não cumprirem os rigoroso critérios por ela propostos, ou porque simplesmente não têm essa intenção. A IOB foi fundada como consequência do projecto da União Europeia “EU-project UR 4001 : European Book Town Network”.
Lista-se, de seguida, as Book Towns que integram a IOB, referindo-se o país respectivo e a data em que obtiveram em que passaram assim a ser designadas:
Montereggio(Itália, 1997)
Wigtown (Escócia, 1997)
http://wigtown-booktown.co.uk/
Wünsdorf-Waldstadt (Alemanha, 1997)
Os objectivos da I.O.B. são:
- incrementar o conhecimento público das Book Towns e estimular o seu interesse através de divulgação via internet e pela organização do “International Book Town Festival” de dois em dois anos.
- Elevar a qualidade das Book Towns através do intercâmbio de conhecimento, capacidades e da experiências entre as book Towns e também entre os seus livreiros e e outros negócios afins
- Desenvolver a economia rural através da divulgação das Book Towns e pela oferta de um meio (e-bussiness) para os livreiros, através dos quais eles possam oferecer os seus livros a um público universal, em qualquer altura do ano e a qualquer hora.
- realizar actividades que sejam do interesse das Book Towns e fortalecer o comércio independente nestas povoações.
- contribuir para a preservação das múltiplas heranças culturais de âmbito local, regional e nacional e estimular o público internacional a tomar conhecimento delas
Até hoje o “International Book Town Festival” foi realizado nas seguintes Book Towns:
Bredevoort (Holanda, 1998),
Mühlbeck-Friedersdorf (Alemanha, 2000),
Sysmä, Finlândia, (Julho, 2002),
Wigtown, (Escócia, 2004).
Fjaerland, na Noruega , entre 18 e 25 de Junho deste ano, 2006.
Para além Book Towns integrantes da IOB existem outras Booktowns repartidas por diversos países do mundo:
Becherel (França, 1988)
Montolieu (França, 1989)
Fontenoy la Joute (França, 1993)
Cuisery (França, 1999)
La Charité-sur-Loire (França, 2000)
Kembuchi Children’s Picture-Book Village (Japão, 1991)
Miyawaga Children’s Book Village (Japão, 1993)
Blaenafon (Gales)
Dalmellington (Escócia, 1997)
Damme Boekendorp (Bélgica, 1997)
Muehlbeck/Friedersdorf (Alemanha, 1997)
Gold Cities BookTown (Nevada, USA)
Sidney-by-the-Sea (Canada, 1995)
Southern Highlands (New South Gales, Austrália)
Requena (Espanha) entretanto deixou de o ser