http://triplov.com/blog/
MONARQUIA DE ESCADA ABAIXO?
Como o leitor saberá pois os órgãos de informação noticiaram-no, um quarteto de monárquicos orbitrados num blog conhecido pela amável agressividade anti-republicana na qual se mescla uma agradável sobranceria fidalga (ou fidalgota, segundo alguns) talvez filha da inexistência de horizontes ideológicos consideráveis (acham-se partidários do Sr. Duarte Pio, o que já por si é relativamente constrangedor – vide as polémicas que rodeiam e rodearão o seu caso em Itália e já também em Portugal), mascarados de Darth Vader colocaram, pela calada da noite, uma bandeira da sua “causa ideológica” na Câmara de Lisboa. Um acto típico de felizes filhos família, dir-se-ia.
Em estilo de estudantes coimbrões, que fizeram lenda.
Nesse caso aceitava-se…
MONARQUIA DE ESCADA ABAIXO?
Como o leitor saberá pois os órgãos de informação noticiaram-no, um quarteto de monárquicos orbitrados num blog conhecido pela amável agressividade anti-republicana na qual se mescla uma agradável sobranceria fidalga (ou fidalgota, segundo alguns) talvez filha da inexistência de horizontes ideológicos consideráveis (acham-se partidários do Sr. Duarte Pio, o que já por si é relativamente constrangedor – vide as polémicas que rodeiam e rodearão o seu caso em Itália e já também em Portugal), mascarados de Darth Vader colocaram, pela calada da noite, uma bandeira da sua “causa ideológica” na Câmara de Lisboa. Um acto típico de felizes filhos família, dir-se-ia.
Em estilo de estudantes coimbrões, que fizeram lenda.
Nesse caso aceitava-se…
Mas o mais ridículo, embora ligeiramente inquietante, é que vieram a público com propósitos discursivos de tom reivindicatico e adusto, como se a República tivesse culpa das existência, nela, de ferreiras leites e josés sócrates pouco apelativos ou francamente descartáveis.
O geral dos comentários da trupe real que lhes louvou o acto, aduzido à explicação dada pelos darth vaders que efectuaram a acção, é de uma confrangedora relevância de análise.
Primeiro ponto: não foi como pretendem um acto de guerrilha ideológica, foi uma provocação de adeptos de um regime que a História expeliu e negou. Não foi uma provocação a políticos incapazes, mas uma provocação ao povo português. Para além de cliques interesseiras, querem que este também sustente pseudo-élites de ascendência…descendente.
Ou seja, um abuso pedante e nada mais.
Segundo ponto: esta acção é, claramente, um “apalpar de pulso“. Pois sabe-se o que “anda no ar real”. Nessa perspectiva, deve ser encarada como um acto ilegal e susceptível de punição.
O povo e a nação merecem mais respeito, tanto de “republicanos” interesseiros como de monárquicos “guerrilheiros”.
O desplante com que estes monárquicos de navegação à vista agem é pasmoso e revela bem o seu deficiente senso comum e a sua (in)sensatez formal. Tiveram um desarrincanço…guerrilheiro – de que a seguir, (porque serão eventuais “guerrilheiros por correspondência”, como dizia nos tempos do PREC um pobre diabo pseudo-esquerdista que ficou tristemente famoso no Alentejo) depressa se enrolaram em timidez.
E agora, pouco corajosamente, apelam para a comiseração e a desculpa da República que detestam! Querem conversações…
Isto dito, importará referir: a sua proposta é uma atitude de sobranceria alfacinhista, a não ser que seja uma simples garotada.
Mas não nos parece que seja. Com efeito, por detrás dum pretenso direito de manifestação (?)perfila-se uma pequena actuação claramente sediciosa. De pessoas inteligentes, que sabem bem o que querem: aproveitar a criticável actuação de governantes para visivelmente tentarem impor - mais do que pontos de vista - sim a elevação de uma ideologia não sancionada em eleições e claramente recusada pelo devir histórico.
Por detrás duma acção pretensamente corajosa e “engraçada” assoma o perfil sinistro de partidários de autocracias que a História já pôs de parte.
Os republicanos devem estar atentos e não deixarem que colem a estes gestos o perfil daquilo que não são: acto filho da liberdade de expressão. Ou brincadeira de intelectuais a meio-pano…
São sim uma acção concertada de neo-privilegiados que o querem ser de todo e que, afinal, começam por se propôr mediante um acto ilegal e realmente autoritário.
Não lhes façamos a vontade, mesmo de arraial.
Nicolau Saião