1.4.11

A História Popular das Ciências, de Clifford D. Conner


Todos conhecemos a história das ciências tal como nos é ensinada nos manuais escolares. Por eles ficamos a saber como Graças ao seu telescópio, Galileu demonstrou que a Terra não estava no centro do universo; por eles também aprendemos como Newton descobriu a existência da gravidade vendo a cair uma maçã.


A narrativa tradicional desta epopeia atribui a um punhado de homens grandes parte, senão mesmo a totalidade, das descobertas e dos avanços científicos.



A verdade, porém, é que a ciência é uma obra colectiva


História Popular das Ciências, de Clifford Conner, é um livro que conta a história dos saberes e dos conhecimentos desenvolvidos pelos caçadores-colectores, pelos pequenos agricultures, pelos marinheiros, pelos mineiros, pelos ferreiros, e tantos outros, que asseguraram a sua substência através do contacto permanente com a natureza.


A medicina tem a sua origem, por exemplo, na descoberta pelos povos pré-históricos das propriedades terapêuticas das plantas. As matemáticas devem a sua existência aos topógrafos, aos mercadores, aos registadores de contas, e aos mecânicos.


Foi só no século XIX que por efeito da união entre o Capital e a Ciência se rompe essa evolução lenta e equilibrada. Entra-se na era das tecnociências, dominada pelos especialistas e obcecada pelas todas-poderosas eficácia, racionalização, acumulação e lucro.


O livro História Popular das Ciências, que acabou de ser editado em França, ajuda-nos a compreender aquela evolução e conhecer a natureza da sociedade tecnológica que hoje nos domina e nos aliena.