1.7.08

Bioria: o Percurso de Salreu no Baixo Vouga



Parte integrante da Ria de Aveiro, a região do Baixo Vouga Lagunar abrange uma área de cerca de 4600 hectares abrangendo os Concelhos de Aveiro, Estarreja e Albergaria-a-Velha. Esta área foi desde cedo explorada e modelada pelo homem que, atraído pelos seus inúmeros recursos naturais, aí se fixou.
Como resultado desta secular relação, a área adquiriu uma enorme diversidade de habitats que acolhem uma valiosa comunidade faunística e florística, tornando-se detentora de um inestimável Património Natural.

Com vista à sua protecção e divulgação, implementou-se, ao longo das marinhas e do Esteiro de Salreu, no Concelho de Estarreja, o primeiro de uma série de percursos de Natureza, desenhado de modo a que possa explorar de forma prática e divertida os segredos da vida selvagem.
Percurso de Salreu
O “Percurso de Salreu” atravessa áreas designadas por sapal e paul, bem como terrenos de cultivo, essencialmente arrozais, de enorme beleza. É de natureza circular, tendo o seu início e término junto ao antigo porto de Salreu, na boca do Esteiro com o mesmo nome.

Com uma extensão aproximada de 8,5 km, que podem ser realizados a pé ou de bicicleta, todo este percurso é acompanhado por placas ilustradas com informações sobre os ecossistemas, as espécies animais e vegetais, os seus costumes, bem como a melhor forma de os observar.

Ao percorrê-lo poderá apreciar alguns dos mistérios da vida selvagem, tendo apenas, para isso, que prestar alguma atenção. Repare nos detalhes mais subtis, escute o distante canto do rouxinol, ouça o restolhar entre as ervas, observe o imponente voo da cegonha e deslumbre-se com a paisagem. Aventure-se e venha descobrir alguns dos segredos que a Natureza tem para lhe revelar.


Como chegar

Para chegar até este percurso adopte um dos vários caminhos, que conduzem à estrada nacional que atravessa a cidade de Estarreja e a freguesia de Salreu – a EN 109. Se vier de Aveiro, basta seguir a IP5 até à saída de Estarreja. Depois, siga pela EN109 até Salreu, vire em direcção ao apeadeiro e pare o carro.

Se vier do Norte, pela A1 ou pela A29 (IC1), ou do Sul, pela A1, encontrará também uma saída para Estarreja. Entre na EN109 e, após passar pelo centro desta bela cidade, continue para Sul em direcção a Aveiro. Contorne a rotunda do Hospital Visconde de Salreu, continue rumo à vila de Salreu e, logo após passar a rotunda da Igreja Paroquial de São Martinho em direcção a Aveiro, vire no caminho à direita que conduz ao apeadeiro de Salreu e estacione por aí o carro. Ao fundo, cerca de 50 metros após atravessar a linha do comboio, encontrará o início do “Percurso de Salreu”.

Se preferir, pode ainda deslocar-se até este percurso de comboio, sair no apeadeiro de Salreu e começar imediatamente a visita.

Como observar

Opte pelo princípio da manhã ou pelo fim da tarde, evitando assim as horas de maior calor que torna a observação mais cansativa e menos vantajosa. Para além disso, durante estas horas os animais permanecem geralmente em repouso;

Evite fazer ruído ou movimentos bruscos, caminhe em silêncio, falando em voz baixa, porque, para além de não perturbar as espécies, consegue aproximar-se delas e detectá-las mais facilmente.

Contactos BIORIA
www.bioria.com

Telefone: 234 840 600
Fax: 234 840 606



Esteiro de Salreu
Localização: Freguesia de Salreu, Localidade Travisqueira
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais
No Esteiro de Salreu predomina o biótopo de Sapal com parte significativa ocupada por um dos habitats mais típicos desta região, denominado de Caniçal.
Esta área constitui morada de eleição para muitas espécies animais, nomeadamente as várias famílias de aves aquáticas.

É local de nidificação e alimentação, entre numerosas outras espécies, da Garça-vermelha (Ardea purpurea), da Águia-sapeira (Circus aeruginosus) e do Milhafre-preto (Milvus migrans). Nas imediações deste local estão situados os maiores núcleos populacionais destas espécies, no concelho de Estarreja, e no caso da Garça-vermelha é mesmo a maior colónia do país da espécie.
Algumas destas espécies, encontram-se ameaçadas e apresentam-se classificadas em termos de conservação. A Garça-vermelha é considerada como “em perigo” e a Águia-sapeira como “vulnerável”, de acordo com o recentemente revisto Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Enquanto a primeira procura alimento nas valas, arrozais e campos alagados, ingerindo pequenos peixes e anfíbios, bem como roedores e répteis que consiga capturar, no caso da segunda procura em campo aberto fundamentalmente pequenas aves, roedores e anfíbios.
Na zona de sapal envolvente, é também possível observar o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Galinha-de-água (Gallinula chloropus), o Perna-longa (Himanthopus himanthopus), a Garça-cinzenta (Ardea cinerea), a Garça-branca-pequena (Egretta garzetta), o Guincho-comum (Larus ridibundus), diversas espécies de limícolas nas suas passagens migratórias, várias espécies de passeriformes, alguns residentes, outros nidificantes e outros ainda, invernantes na região.