31.8.10

Ciclo de Cinema em Bragança: As Vozes do Silêncio - Trás-os-Montes no Cinema e no Museu ( de 1 a 4 de Set.)


Decorrerá, entre os dias 1 e 4 de Setembro, no Museu do Abade de Baçal, em Bragança o ciclo de Cinema "As Vozes do Silêncio - Trás-os-Montes no Cinema e no Museu"

O ciclo As Vozes do Silêncio – Trás-os-Montes no Cinema e no Museu terá duas sessões diárias, uma à tarde (18h00), no espaço expositivo do Museu do Abade de Baçal, e outra à noite (22h00), ao ar livre, nos jardins do Museu. O acesso às sessões é gratuito.

Pretende-se com a amostra reunir um conjunto de filmes feitos na região de Trás-os-Montes.No total, serão oito filmes projectados no Museu do Abade Baçal.

No início de cada sessão, os filmes serão apresentados por António Preto (programador do ciclo) e pelos realizadores convidados, abrindo-se a discussão ao público no final de cada projecção.

O acesso às sessões é livre (entrada gratuita).

A mostra contará com as participações, já confirmadas, de Manoel de Oliveira, Noémia Delgado, Regina Guimarães e Saguenail, prevendo-se ainda a presença de Margarida Cordeiro e de Pedro Sena Nunes

As Vozes do Silêncio – Trás-os-Montes no Cinema e no Museu será, por isso, uma oportunidade única para ver "in loco" e na presença dos seus autores um conjunto significativo de filmes raramente apresentados em Trás-os-Montes. A restituição destes filmes – peças fundamentais na construção de um património imaginário transmontano – aos lugares onde foram realizados é levar o cinema onde este poucas vezes chega, mas também uma forma de descentralizar a oferta cultural e remar contra o estigma do isolamento. Será aínda um pretexto para promover um reencontro entre os filmes e os seus protagonistas, gentes e paisagens.

PROGRAMA

1 Setembro

18h00 – Sabores Regina Guimarães e Saguenail
Em resposta a uma encomenda específica da Escola Superior Agrária de Bragança para a realização de um documentário sobre os recursos ambientais da bacia hidrográfica do Alto Sabor, Regina Guimarães e Saguenail acabariam por produzir um filme centrado na paisagem transmontana e na mundividência e função político-cultural dos “guardadores de paisagens”. Estes, segundo o olhar resoluta e manifestamente exteriorizado dos autores, seriam dois dos principais pilares da riqueza patrimonial da região

22h00 – Máscaras Noémia Delgado
Rodado em Trás-os-Montes, poucos meses depois do 25 de Abril, entre o Natal de 1974 e Fevereiro de 1975, o filme Máscaras dá conta dos rituais dos “caretos”, “chocalheiros” e outros mascarados que, tanto no período do Natal como no do Carnaval, saem à rua nalgumas localidades da região transmontana.

2 Setembro

18h00 – Matar Saudades Fernando Lopes
A vinda de um emigrante à sua aldeia natal, em meados dos anos 80, serve a Fernando Lopes de pretexto para reflectir sobre as diferentes razões que a muitos obrigaram a sair do país, sobrea fidelidade às origens, sobre o desenraizamento e sobre a condição social de quem parte e de quem regressa, mas também para fazer um balanço do que foram algumas das modificações ocorridas em Portugal durante os primeiros dez anos de vivência democrática que se seguiram ao 25 de Abril.

22h00 – Acto da Primavera Manoel de Oliveira
Acto da Primavera, filme rodado entre 1961 e 1962, é a versão cinematográfica da preparação e representação de um auto popular pelos habitantes da Curalha, aldeia do concelho de Chaves, a partir de um texto escrito no século XVI por Francisco Vaz de Guimarães. O texto conta a história, por todos conhecida, da paixão de Cristo

3 Setembro

18h00 – Margens Pedro Sena Nunes
À borda das celebrações, mas no centro dos acontecimentos, o filme de Pedro Sena Nunes atravessa a inauguração de uma ponte que, em Chelas (Mirandela), passaria a ligar as margens do rio Tuela, para, paradoxalmente, produzir uma reflexão acerca do isolamento.


22h00 – Veredas João César Monteiro
Realizado na senda da Revolução de 1974, Veredas é uma longa descida pelo interior de Portugal.
Pelas suas paisagens naturais e sociais, pelas histórias, lendas e tradições, e por tudo o mais que, numa resoluta vontade de descentralização, João César Monteiro elege, a um tempo equiparando (na sua descoincidência) e diferenciando (na sua simultaneidade), como representações e retratos do país

4 Setembro

18h00 – Terra Fria António Campos
O filme é consequência de um cinema que, firmando uma vocação documentarista – ou, se preferirmos, etnocinematográfica (como se vê, por exemplo, no filme Falamos de Rio de Onor, de 1974), sempre tendeu para a ficção, naquilo que esta comporta de confronto directo com a realidade pré-existente. Rodado durante oito semanas do Inverno de 1991, em Padornelos (Montalegre), Terra Fria é baseado no romance-reportagem homónimo de Ferreira de Castro, escrito e situado nessa mesma aldeia.

22h00 – Ana António Reis e Margarida Cordeiro
Quase dez anos depois de Trás-os-Montes (1976), Ana é o segundo filme co-realizado por António Reis e Margarida Cordeiro, rodado como as restantes obras do casal no Nordeste Transmontano, entre Miranda do Douro e Bragança.