21.2.09

Filme «Lefteria liberdade» de Tiago Afonso, seguido de debate sobre os acontecimentos recentes na Grécia, na Casa de Ló (dia 25 de Fev. às 21h30 )


Passagem do filme Lefteria = Liberdade, e discussão sobre os últimos acontecimentos na Grécia na CASA De LÓ ( Travessa de Cedofeita nº 20 A, no Porto), no próximo dia 25 de Fevereiro às 21.30

Um filme sobre a estadia de 5 dias em Atenas na segunda semana do mês de janeiro do ano de 2009

MySpace do realizador Tiago Afonso do filme Lefteria Liberdade - aqui


lefteria liberdade 01




lefteria liberdade 02



lefteria liberdade 03




lefteria liberdade 04

A pintura e os objectos de design da artista plástica Daniela Carvalho

Consultar:

http://artesdaniela.blogspot.com/

http://beautydani.blogspot.com/

Unicepe, cooperativa livreira de estudantes do Porto, e um dos locais históricos da resistência anti-fascista

A Unicepe já tem um blogue próprio para dar conta das novidades e das suas iniciativas. Há 45 anos, a livraria Unicepe, Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, foi constituída em 1963, sem fins lucrativos, conseguindo ao longo do tempo, atingir alguns dos seus objectivos. Outros permanecem, outros surgirão. Um dos propósitos da sua génese - manter a Unicepe como um LUGAR DE AFECTOS. Nela podem encontrar-se não só livros, como também discos, revistas; há um espaço para exposições.

Praça Carlos Alberto, 128-A
4050-159 Porto
Telefone: 222 056 660
http://www.unicepe.com/
unicepe@net.novis.pt
http://www.unicepe.blogspot.com/


Acerca da Unicepe - O Lugar
(texto de Natália Reis, retirado do blogue da Unicepe,
aqui)

Sabe-se que o silêncio é uma das mais pungentes armas de comunicação. Que do mais acérrimo secretismo, surgem, por vezes, palavras imbuídas do inefável. Sabe-se que as mais intensas sensações são indizíveis. Mas não será, contudo, de excluir a tentativa de expressar-me acerca de algumas, na presença das quais se tem vergado o meu espírito.

Tenho, ao longo dos meus dias, coleccionado frases que me inchem do que de arrebatador delas transpira, folheado livros que espero que se ergam, muito além do que possam alcançar as minhas mãos. Tenho trocado palavras com pessoas a quem posso, por momentos, decifrar o íntimo, atravessando-lhes a crosta, ouvindo o que releva de tudo o que acompanha o que me é dito. E o que o não é.

Em palavras simples, digo, então, porque me é tão necessário integrar esta família: gosto de subir a escadaria, de ouvir os passos na pedra. De entrar com uma saudação de ambas as partes. De ver o que de novo surge num lugar que não era o seu, na visita precedente. Dos sorrisos que se trocam. Do contacto entre as vozes. Do silêncio que transcende o burburinho. E do cheiro, da presença, daquela luminosidade oculta que ganham os sítios que tomamos para nós como uma casa.

Conhecem a sensação?

Natália Reis




Noites de poesia e música

Todas as quartas Quartas-feiras de cada mês, das 21h30 às 23h, lembraremos um dos nossos sempre tão esquecidos poetas, com acompanhamento musical de um dos associados da Cooperativa, e a participação de todos os interessados

Plano para 2009

Janeiro, dia 28 - Miguel Torga - Carlos Andrade
Fevereiro, dia 25 - Sebastião da Gama - Carlos Cunha
Março, dia 25 - Natália Correia - Tino Flores
Abril, dia 22 - Luís Veiga Leitão - José Ramalho
Maio, dia 27 - Agostinho da Silva - João Teixeira
Junho, dia 24 - Jorge de Sena - Agostinho da Silva
Julho, dia 22 - Sofia de Melo Breyner - Jorge e Nuno Gomes da Silva
Setembro, dia 23 - Antero de Quental - Ana Ribeiro
Outubro, dia 21 - Florbela Espanca - Francisco Carvalho
Novembro, dia 25 - Bocage - Fernando Ribeiro

Opiário+Tabacaria & três sonetos.Notas para a recordação do meu mestre Caeiro, de Álvaro de Campos (poesia encenada, hoje, no Contagiarte às 22h45)


“Logo que conheci Caeiro, verifiquei-me.”
Álvaro de Campos


Alberto Caeiro está aqui como o acontecimento-fronteira da biografia de Campos - pois conheceram-se logo após essa viagem ao Oriente em que foi escrito “Opiário”, e os sonetos antes disto - ou seja, muito antes de Campos ser o homem lúcido capaz de escrever “Tabacaria”.

Campos havia de considerar mestre a Caeiro a tal ponto que sobre ele escreveria as "Notas" para que todos soubessem que homem fulcral este tinha sido.

Esta é uma circunscrição desse homem que aí está – Campos – em torno do seu mestre que não está – Caeiro – e sempre na presença do homem em que tudo se deu – Pessoa.

Este é também o momento em que os poemas de Fernando Pessoa, dramáticos por excelência, se tornam o teatro que são.

Encenação/Interpretação: Nuno Meireles
Desenho de Luz: Rui Oliveira e Nuno Meireles

Operação de Luz/Som: Rui Oliveira

Música: Piotr Ilitch Tchaikovski/Serguei Rakhmaninov

Duração aproximada: 55`

http://poesiaemvozalta.blogspot.com/

Local: Contagiarte

Rua Álvares Cabral, 372 - Porto

Simples tributo à vida de Gisberta através de uma sessão de leitura de poesia ( Domingo, dia 22 de Fev.)

Simples tributo à vida de Gisberta
Sessão de Poesia
Leitura de ” Indulgência Plenária”, de Alberto Pimenta
Por Nuno Meireles

Domingo, dia 22 de Fevereiro, às 18h
Gato Vadio, livraria-bar
Rua do rosário, 281 – Porto




(…)

tira-me daqui
tira-me daqui
tira-me daqui não sei se foste tu que disseste
não mexeste os lábios

nem sei se poderás continuar
as tuas trocas os teus desejos
entre os habitantes dos mundos invisíveis

se assim for
nem o Diabo impedirá
que o teu aroma nostálgico
continue a manifestar
a deusa
em todas as suas faces
humanas
(…)
Alberto Pimenta
Indulgência Plenária, Lisboa, &etc, 2007



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esta cidade está moribunda
não foram sete hienas tresmalhadas
clamor da avenida
ninguém pediu pela mulher que engana a carne
por um dia de canto
ouvem-se risos e os cafés estão cheios
gente soçobrada que não pára de beber o galão
de invectivar a tristeza
ou o azedume em fila de espera
na paragem do autocarro, a mulher das varizes
o homem do escarro,
o moço das Belas Artes
as mãos nos bolsos remoem pedras, paus e beatas
as mesmas pedras
os mesmos paus
as mesmas beatas
e o cheiro a kispo molhado não encobre a frialdade
nem a nortada
o pestilento riso da cidade

Júlio do Carmo Gomes

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Nota: Gisberta Salce foi encontrada sem vida no dia 22 de Fevereiro de 2006 num prédio abandonado da cidade do Porto. Foi maltratada, humilhada, violentada até à morte. Alberto Pimenta escreveu “Indulgência Plenária” tendo presente Gisberta, a sua vida, a sua liberdade, a sua morte. A leitura integral do livro é do conhecimento do autor.

Três anos depois, lembrando Gisberta: identidade de género e cidadania ( hoje, às 15h30, realiza-se um colóquio organizado pelo GRIP)


Três anos depois
Lembrando Gisberta: Identidade de Género e Cidadania
Organização:
Grupo de Reflexão e Intervenção do Porto (GRIP)

Dia 21 de Fevereiro, 15:30h, no Clube Literário do Porto, rua Nova da Alfândega, n.º 22, Porto, sala Piano-bar
Entrada livre

Em Fevereiro de 2006, Gisberta Salce Júnior foi encontrada morta numa obra abandonada no coração do Porto. Era mulher, transsexual, e excluída.

Foi insultada, humilhada, agredida e violentada ao longo de vários dias, e finalmente atirada para um poço onde morreu afogada. Os responsáveis foram um grupo de 14 adolescentes entre os 12 e 16 anos de idade. A maioria deles estava ao cuidado da mesma instituição de acolhimento de menores tutelada pela Igreja Católica.

Exposto o caso, os responsáveis pela morte de Gisberta foram julgados no Tribunal de Família do Porto. A sentença considerou que ela não tinha sido vítima de homicídio, antes o seu cadáver – ainda vivo – ocultado; o motivo não foi determinado, mas o tribunal excluiu a possibilidade de se tratar de transfobia. Afirmou também que o que se tinha passado tinha sido 'uma brincadeira de mau-gosto que correu mal'.

Gisberta nunca foi reconhecida como mulher pelo Estado português, e foi essa mesma falta de reconhecimento que não a deixou ser cidadã. A sua morte bárbara foi o ponto final que pôs a descoberto a exclusão sobre a qual foi forçada a construir toda a sua vida.

Três anos depois, nada mudou: o estado português continua a recusar-se a reconhecer a identidade e cidadania das pessoas transsexuais, e nenhum partido apresentou qualquer proposta de Lei de Identidade de Género.
Cabe a nós, aos cidadãos e à sociedade civil, denunciar a mais extrema forma de violação dos direitos humanos – a supressão da própria identidade e cidadania – e exigir a mudança.

Dia 21 de Fevereiro, às 15:30h, juntem-se a nós – para que não nos esqueçamos, e para que nunca mais façam Gisbertas de qualquer um de nós!

Oradores
dr. Nuno Carneiro - psicólogo, investigador, activista LGBT independente
dr. João Tavares - interno de psiquiatria do Hospital de Júlio de Matos
dr. Ricardo F. Diogo – advogado estagiário
GRIP: Luísa Reis
Moderação: dr.ª Salomé Coelho, doutoranda em Estudos Feministas



20.2.09

Comemoram-se hoje no estado espanhol os 20 anos de lutas anti-militaristas de desobediência e de insubmissão ao serviço militar

ABOLIÇÃO DOS EXÉRCITOS

Breve resumo de 20 anos de insubmissão




http://www.antimilitaristas.org/


Acção antimilitarista contra o Governo Militar de Bilbao

(activistas antimilitaristas dão machadadas nos muros no quartel do governo militar de Bilbao no passado dia 14 de Fevereiro de 2009, enquanto pediam a abolição dos exércitos sob o lema «Abaixo os muros dos Quartéis»)





Objecção insubmissão e antimilitarismo no Estado Espanhol

Desde Pepe Beunza, o primeiro objector de consciencia antimilitarista, la trajectória da objecção de consciência, a insubmissão e o antimilitarismo no Estado Espanhol. Desde a abolição do serviço militar até à abolição dos exércitos


















Hacklab na Casa Viva é hoje, sexta-feira, dia 20 de Fev., às 18h.



PORQUE UM ESPAÇO ASSIM FAZ-NOS FALTA

É já hoje, sexta-feira: ali na zona do Marquês nasce um hacklab!


Andámos a recolher computadores velhos e a torná-los livres com sistemas GNU/Linux; anda visitar-nos para nos ajudares a pensar no que podemos fazer com eles!

O espírito hacker está longe das habituais representações dos media mainstream; somos pessoas de todas as áreas e todas as proveniências, com todo o género de interesses, e com a pica comum de ver coisas bonitas acontecer através de experimentações ingénuas e descuidadas. Se no final rebentar, começaremos de novo, sempre a errar, por vezes acertar, e com isso crescer e partilhar os privilégios do livre conhecimento sem complexos.

O Hacklaviva é o ponto de encontro para tudo isso acontecer. É um espaço aberto que dá as boas-vindas a quem tenha a curiosidade suficientemente aberta para nos querer vir bater à porta. Falamos de wikis, python, gráficos livres, drupal, wordpress, streaming, formatos abertos, sistemas operativos, copyleft, peer2peer, áudio livre, pure data, arduino, dyne:bolic, creative commons; e para quem achar estes termos alienígenas, estamos por cá para mostrar que não há nada a temer em procurar formas novas de fazer coisas novas.

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* Sempre DIY! Nunca RTFM! *Por entre biscoitos open-source, café e chá livres, deathmatches ASCII multiplayer, projecções e playlists de sons criativos e comuns, e conspirações à volta de can-tennas e motherboards, dia 20 a Casa Viva abre as suas portas aos espíritos hacker old e nu-skool, low e high tech, experts e newbies, gurus, gnus e curios@s.

E mesmo sendo recente, o Hacklaviva já tem, para mostra pública, a sua primeira peça de museu: um Apple LC III, o primeiro Macintosh a cores, vivo, operacional e acessível a quem queira matar saudades dos ícones a preto e branco e dos velhinhos screensavers das torradeiras voadoras.

A filosofia é sempre DIY (do-it-yourself), sem medo dos resultados e sem paternalismos nerd — nunca diremos RTFM! (read the fucking manual)

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Trilha pedestre à descoberta do Vale do Coronado (Trofa) no próximo Domingo (22 de Fev., com partida às 9h30)

TRILHA PEDESTRE À DESCOBERTA DO VALE DO CORONADO
Domingo, 22 de Fevereiro -2009 – S.Romão do Coronado

Desde há pelo menos dois anos que o Estado tenta impor na zona de reserva agrícola do Vale do Coronado, entre a Maia e a Trofa, um projecto de “Plataforma Logística” – uma espécie de interposto de grandes armazéns e depósitos de contentores para transporte de mercadorias – que a ser feito porá em risco a continuação da actividade agrícola que envolve várias cooperativas agrícolas e famílias de pequenos agricultores daquela região. De momento o atentado contra esta zona agrícola encontra-se suspenso (talvez por ser ano de eleições…) mas poderá a qualquer altura ser levado a efeito - se a resistência das populações e de quem com elas se solidarizar não se tornar efectiva!

Sendo uma zona de amplos prados e alguma floresta, inserida na Área Metropolitana do Porto, a sua “cimentação” constituirá um atentado à já por si débil “qualidade de vida” das populações locais e envolventes. É POR ISSO QUE VAMOS LÁ VER COMO É !

PRÓXIMO DOMINGO DIA 22 DE FEVEREIRO

.ENCONTRO: ÀS 09.30 NA ENTRADA DA ESTAÇÃO DE S.BENTO (vamos de comboio para S.ROMÃO DO CORONADO – viagem de cerca de meia hora)

.REGRESSO AO PORTO CERCA: DAS 18.30 h.

Pf. Trazer (obrigatório):
- 3,50 Eur. Para transportes
- Mochila c./: Farnel para almoço e garrafa de água
– Sapatos fortes ou botas para caminhar
– chapéu ou boné -
- impermeável –no caso de chuva
- autorização de enc,educação se for menor de 16 anos

Facultativo mas aconselhável:
-máquina fotográfica
-bloco de apontamentos e caneta ou lápis
-guia de plantas silvestres e/ou de avifauna
-binóculos
-vara de caminhante



telem.organização: 967694816

19.2.09

Em defesa do património histórico de S. Pedro da Cova (Gondomar) e pela preservação do património mineiro português

Um grupo de operárias britadeiras e separadoras de carvão



Criou-se um movimento cívico em S. Pedro da Cova (Gondomar) para defesa do património industrial, mais particularmente o emblemático cavalete do Poço de S. Vicente, das minas de carvão, o qual há vários anos aguarda o desfecho do processo de classificação.


Petição em defesa do Cavalete de S.Vicente das minas de S.pedro da Cova, em Gondomar:

Considerações Arquitectónicas:
«O Cavalete do Poço de S. Vicente é uma construção digna de classificação não só como edificação industrial de grande interesse, (…) mas como elemento de um conjunto com grande valor paisagístico.»
Prof. Dr. António Madureira


Pela Preservação do Património Mineiro Português

PETIÇÃO

Em Defesa do Cavalete do Poço de S. Vicente S. Pedro da Cova, Gondomar


O Cavalete do Poço de S. Vicente é, não obstante o seu estado de degradação, o Ex-Libris de S. Pedro da Cova e um dos elementos edificados mais relevantes para a conservação da memória histórica das minas de carvão que, durante cerca de 17 décadas, fizeram da freguesia um centro industrial de inquestionável valor para a economia nacional.De acordo com o Plano de Urbanização de S. Pedro da Cova ― ratificado em Conselho de Ministros[1] ― e considerando o processo que decorre no IPPAR com vista à classificação do Cavalete, assim como a urgência na tomada de medidas para a sua recuperação e preservação enquanto testemunho histórico para gerações vindouras, os signatários deste documento decidem:
1º Manifestar a sua preocupação pelo estado de degradação em que se encontra o referido Cavalete do Poço de S. Vicente, reclamando das entidades competentes (autarquia e governo) medidas indispensáveis à sua protecção efectiva;
2º Reclamar do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e do Ministério da Cultura a rápida conclusão do processo de classificação do Cavalete como objecto material com elevado interesse na arquitectura industrial do século XX.

Enviar este abaixo – assinado aos Exmos. Senhores:Presidente da República Presidente da Assembleia da República Presidentes dos Grupos Parlamentares da Assembleia da República Ministro da Cultura Presidente do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) Presidente da Assembleia Municipal de Gondomar Grupos Municipais da Assembleia Municipal de Gondomar Presidente da Câmara Municipal de Gondomar Vereadores da Câmara Municipal de Gondomar Presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova.

Para assinar esta Petição
www.pnetpeticoes.pt/cavaletesvicente/


Carnaval na aldeia (de 20 a 24 de Fev. em Podence, Matela e Santulhão) para conhecer os caretos e o entrudo de Trás-Os-Montes


Ainda resistem em Portugal algumas celebrações do Entrudo que mantêm a sua singularidade e tradição. Em Trás-os-Montes salientam-se pelo menos duas localidades em que a festa do Entrudo ainda é o que era: Podence e Santulhão.

Em Podence, pequena aldeia situada a poucos quilómetros de Macedo de Cavaleiros, ninguém se atreve a opor às iras dos Caretos. Apenas as Matrafonas (raparigas disfarçadas de homens e vice-versa) são poupadas à sumária justiça carnavalesca, assaz singular no caso da aldeia transmontana: os demónios mascarados lançam-se ao assalto das moças e encostando-se a elas, ensaiam uma dança um tanto erótica, agitando a cintura e fazendo embater os chocalhos que trazem pendurados contra as ancas das vítimas. Na investida bárbara que faz ecoar por toda a aldeia o alarido dos chocalhos e o tropel surdos dos passos, os Caretos levam tudo pela frente, indistintamente. Não conhecem entraves ou proibições: subir às varandas, trepar aos telhados ou correr pelo Largo da Capela. Tudo vale para «chocalhar» e misturar o tilintar dos chocalhos com os risos das raparigas.

Já em Santulhão, aldeia do concelho de Vimioso, a tradição é outra e os mascarados desfilam pelas ruas da aldeia, atirando farinha uns aos outros inclusive aos transeuntes que tentam escapar a tamanha algazarra. A festa espalha-se por toda a localidade, cumprindo-se uma tradição antiga que vai passando de geração em geração. A rebeldia dos mascarados é consumada com um concurso de máscaras e com o julgamento e queima do Entrudo, que encerra as festividades do Carnaval.

Venha conhecer de perto as antigas tradições das aldeias transmontanas, traga consigo uma máquina fotográfica e capte as mais belas paisagens do Rio Sabor nos dias antecedentes aos grandes festejos carnavalescos.


PROGRAMA

Sexta, dia 20 de Fevereiro
Aldeia de Matela, Vimioso

21h30: Recepção dos participantes no Salão do Povo da aldeia de Matela.
Apresentação do programa.

Sábado, dia 21 de Fevereiro
Aldeia de Matela, Vimioso

09h30: Concentração dos participantes no Salão do Povo da aldeia de Matela.

10h00: Mata-bicho

10h30: Inicio da “Expedição Fotográfica: Pelas aldeias do Rio Sabor”

Infelizmente, muito do património natural e cultural do Planalto Mirandês e Vale do Rio Sabor está em perigo devido a uma série de ameaças de diferente tipo e origem. Confrontados com esta realidade óbvia, a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino organiza esta expedição fotográfica, visando a recolha de testemunhos de pessoas que desejam expressar através de fotografias, tanto a sua preocupação sobre o futuro das paisagens desta região, como os impactos e as agressões que sofrem neste momento.

O objectivo é retratar imagens do meio natural (fotografias mostrando locais de grande valor ecológico e paisagístico que estão comportando diferentes impactos), mas também paisagens fortemente influenciadas pela presença humana (fotografias onde está patente o abandono de práticas e construções tradicionais ou o impacto de certas estruturas e edifícios modernos).

13h00: Almoço campestre nas margens do Rio Sabor

14h30: Continuação da Expedição Fotográfica

20h00: Jantar com produtos regionais

21h30: Arraial Tradicional


Domingo, dia 22 de Fevereiro
Aldeia de Matela e Santulhão, Vimioso

09h30: Concentração dos participantes no Salão do Povo da aldeia de Matela.

10h00: Mata-bicho

10h30: Continuação da “Expedição Fotográfica: Pelas aldeias do Rio Sabor”

13h00: Almoço campestre (local a definir)

14h30: Continuação da Expedição Fotográfica

20h00: Jantar com produtos regionais

21h30: Prova de licores caseiros
Projecção das fotografias seleccionadas


Segunda, dia 23 de Fevereiro
ENTRUDO CHOCALHEIRO
Podence, Macedo de Cavaleiros

09h30: Concentração dos participantes na “CASA DO CARETO”

10h00: Passeio com Burro no “Trilho dos Caretos” na Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo

13h00: Almoço

17h00: Prova de Vinhos e Azeites Regionais (org.: Grupo de Caretos de Podence,


20h00: Noite Gastronómica, Restaurantes Locais

21h30: Pregão Casamenteiro (org.: Grupo de Caretos de Podence,



Terça, dia 24 de Fevereiro
CARNAVAL TRADICIONAL DE SANTULHÃO
Santulhão, Vimioso

12h00: Almoço-Convívio

14h00: Carnaval Tradicional na Aldeia de Santulhão

Arruada tradicional com gaita, caixa e bombo em que os mascarados percorrem as ruas da aldeia desafiando tudo e todos para a festa do Carnaval

17h30: Julgamento e queima do entrudo no largo da aldeia

18h30: Lanche regional
Fim dos festejos carnavalescos




Para mais informações, não hesite em contactar-nos quer através do
e-mail
burranco@gmail.com
quer por telefone para 96 6151131/ 96 0050722.


Organização e inscrições em:
http://www.aepga.pt/

Freguesia de Santulhão -
http://www.santulhao.net/




"Os Caretos representam imagens diabólicas e misteriosas que todos os anos desde épocas que se perdem no tempo saem à rua nas festividades carnavalescas de Podence – Macedo de Cavaleiros.
Interrompendo os longos silêncios de cada Inverno, como que saindo secretos e imprevisíveis dos recantos de Podence, surgem silvando os Caretos e seus frenéticos chocalhos bem cruzados nas franjas coloridas de grossas mantas."
Em Podence, nos dias de Carnaval, os Caretos surgem em magotes, de todos os sítios, percorrendo a aldeia em correrias desenfreadas, num clima fantástico e fascinante, pleno de sedução e mistério. Ninguém lhes consegue ficar indiferente, aqueles que não se vestirem de Careto abrem as suas adegas aos passantes.
As crianças de sexo masculino, os Facanitos perseguem os Caretos tentando imitá-los, as raparigas solteiras, são o principal alvo dos mascarados, admiram-nos das janelas ou varandas das suas casas, com um certo receio de que o entusiasmo dos Caretos os leve a trepar para as poderem chocalhar.
Mergulhando na raiz profana e carnal, o verdadeiro motivo que move o Careto é apanhar raparigas para as poder chocalhar. Sempre que se vislumbra um rabo de saia, o Careto é impelido pelo seu vigor.
Ao CARETO tudo se permite nesses dias, pois ele assume uma dupla personalidade. O indivíduo ao vestir o fato torna-se misterioso e o seu comportamento muda completamente, ficado possuindo de uma energia transcendental. Existe algo de mágico e de forças sobrenaturais ocultas em todo este ritual de festa que atribui a estas personagens prerrogativas a imunidade interditas a outros mortais. A antiguidade e originalidade desta tradição, cheia de cor e som e a vontade das gentes de Podence, em preservar estas figuras, fizeram dos Caretos personagens famosas para lá dos limites da aldeia... e são cada vez mais frequentes os convites a este grupo etnográfico para deslocações a vários pontos do país e do estrangeiro.


http://caretosdepodence.no.sapo.pt/



Hoje, às 19h., vai passar o filme Money as Debt (+ debate), seguido de Jantar Popular, no Centro Social da Mouraria

Hoje, às 19h., no Centro Social da Mouraria ( à Travessa da Nazaré, em Lisboa) vai passar o filme Money as Debt seguido de debate, após o qual se realiza um Jantar popular, a partir das 20h.30, de grão de bico com abóbora acompanhado de couscous e salada de repolho prensada. A não perder

Iniciativa do GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental
http://gaia.org.pt/



http://www.moneyasdebt.net/


Money As Debt















Tributo a José Afonso na Academia Santo Amaro (Alcântara) em Lisboa (22 de Fev. as 16h30)


18.2.09

Com o pretexto de combater os terroristas, certos Estados tornaram-se eles próprios em terroristas, e são hoje Estados policiais!


Uma Comissão Internacional de Juristas, na qual participa, entre outras personalidades, a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, divulgou um estudo em que afirma que os Estados Unidos e o Reino Unido questionaram activamente o primado da lei e ameaçaram as liberdades civis, sob o pretexto de combater o terrorismo. No mesmo dia, uma ex-chefe do MI5, a contra-espionagem britânica, afirmou que as medidas policiais levaram os cidadãos britânicos a "viver com medo e sob um estado policial".

Dame Stella Rimington, a primeira mulher a dirigir o MI5 de 1992 a 1996, disse numa entrevista ao diário catalão La Vanguardia que teria sido melhor que o governo britânico reconhecesse que havia riscos, em vez de assustar as pessoas para poder aprovar leis que restringem as liberdades, levando precisamente a um dos objectivos dos terroristas: que as pessoas vivam com medo e sob um estado policial.

Stella Rimington criticou também os Estados Unidos, dizendo que foram demasiado longe com Guantánamo, conseguindo o efeito oposto: dar justificação a que mais e mais pessoas ofereçam para participar em atentados suicidas.

Por seu lado, a Comissão Internacional de Juristas, que ouviu membros de governos e pessoas presas por alegados crimes de terrorismo, apelou ao presidente Barack Obama, dos EUA, para derrogar as políticas criadas pelo paradigma da "guerra contra o terror"."Em particular, deveria renunciar ao uso da tortura e outras técnicas de interrogatório, prisões extraordinárias e detenções secretas e prolongadas sem acusação nem julgamento".

A Comissão afirma que a lei internacional tem sido questionada e que os EUA e o Reino Unido fizeram esse questionamento. A CJI obteve provas de que "os serviços de espionagem efectivamente gozam de impunidade no que diz respeito a violações de direitos humanos. "Ficámos chocados pela extensão dos danos feitos nos últimos sete anos por medidas de contra-terrorismo excessivas", disse um dos membros da comissão, Arthur Chaskelson, ex-presidente do Tribunal Constitucional da África do Sul, citado pelo diário britânico The Independent.

O relatório afirma que a "guerra contra o terror" repetiu os erros cometidos pelos britânicos na Irlanda do Norte, num paralelo "quase surreal" entre o tratamento dado aos presos irlandeses e o dispensado aos detidos em Guantánamo: "Podemo-nos perguntar, 30 anos depois, que impacto tem o tratamento dos detidos de Guntánamo ou Abu Ghraib nos jovens muçulmanos na Grã-Bretanha e no resto do mundo", conclui o relatório.

Fonte:
aqui

Ver a notícia em inglês no jornal The Independent:
aqui


Comissão Internacional de Juristas:

http://www.icj.org/sommaire.php3?lang=en

LER AINDA:

Report: Leading Jurists Call for Urgent Steps to Restore Human Rights in efforts to counter terrorism

In one of the most extensive studies of counter-terrorism and human rights yet undertaken, an independent panel of eminent judges and lawyers today presents alarming findings about the impact of counter-terrorism policies worldwide and calls for remedial action. The Eminent Jurists Panel on Terrorism, Counter-Terrorism and Human Rights, established by the International Commission of Jurists (ICJ), has based its report "Assessing Damage, Urging Action" on sixteen hearings covering more than forty countries in all regions of the world.

Agitações nas prisões portuguesas entre 1994 e 1996


Para descarregar o boletim
http://charivari.ws/presosemluta/presosemluta.pdf

Editorial do Boletim

A 23 de Março de 1996 ocorreu um “motim” no Forte de Caxias, provocado por interesses de Estado, com o objectivo de acabar com as várias lutas em que os presos estavam empenhados. A revolta transpôs muros e instalou-se no debate público, onde algumas opiniões chegaram a questionar a existência da própria prisão e o seu papel na sociedade. Dos 180 detidos armazenados aos montes e indefesos,-entre o 3º esquerdo e o 3º direito- quase todos sofreram selváticos espancamentos durante vários dias. Dessa prática de terror resultaram múltiplas fracturas e comoções cerebrais, tendo ainda um preso ficado cego de um olho devido a um tiro de bala de borracha dos muitos que foram disparados pelos mercenários do Estado.

O Estado não cumpre a sua própria lei. É sabido que este sempre foi mestre na violação das regras que criou não hesitando em praticar qualquer crime, em interesse próprio, por mais horrendo que seja. No caso dos “presos entre muros”, basta uma simples olhadela pela imprensa de 94 a 96 para verificarmos a escandalosa violação sistemática dos “direitos dos presos”. Greves de fome, greves de trabalho, cartas e comunicados contestando e resistindo a tão cruel realidade, fizeram parte do quotidiano dos detidos a essa época. É neste ambiente que, por ordens superiores Estatais, foi provocada uma reacção espontânea dos presos. Distribuiram-se psicotrópicos fora da “refeição” e o director interino da Direcção Geral dos Servicos Prisionais, em “diálogo” com os presos legítimamente indignados demonstrou o seu total desprezo por eles, seria esta a faísca que iria acender a mecha.

Como é possível que, com total descaramento, treze anos depois, venha o Estado pretender culpar 25 detidos à época, acusando-os em processo judicial de motim, incêndio e danos qualificados?! Alega o Ministerio Público que os presos começaram a organizar-se com lutas de greve de fome e de trabalho duas semanas antes de 23 de Março. Pretendem assim silenciar o contexto de corrupção, de impunidade, e de graves violações à dignidade humana, assim como as lutas de resistência ocorridas nos dois anos anteriores!…

Contra tal “branqueamento” individualidades e diversos colectivos resolveram criar esta publicação, no sentido de relembrar os acontecimentos ocorridos entre 94 e 96 em quase todas as prisões nacionais, manifestar repúdio perante tão absurdo processo judicial, desmontando a farsa da acusação e denunciar a actuação repressiva dos organismos Estatais, que tiveram um papel activo no aumento do terror vivido nas prisões portuguesas nos anos 90- e que ainda hoje tristemente continua- com o assustador e esclarecedor número de mortes, doentes sem o devido tratamento, presos a cumprirem “condenações” perpétuas encapotadas, mantendo esta escandalosa situação num limbo camuflado e invisível.

Governo, Procuradoria Geral da República e DGSP foram e são os responsáveis pelo que ocorreu e continua a ocorrer com total hipocrisia e silêncio no interior das prisões. O que saíu nos media é apenas a ponta do iceberg. A haver um julgamento com as regras do Estado de Direito, deveria ser o Estado a sentar-se no banco dos réus e nunca quem sofreu essa estruturada, premeditada e incomensurável violência. Se as pessoas pudessem integralmente conhecer a realidade do interior das prisões, ainda que por uma hora apenas, certamente se levantariam em peso para repudiar veementemente este “novo holocausto”, como diz o dissidente criminólogo Nils Christie.

Recentemente, na Europa, várias lutas ocorreram e algumas continuam: em Agosto de 2008 cerca de 550 presos estiveram em greve de fome nas prisões alemãs, reivindicando “melhorias” no sistema prisional; em Novembro a quase totalidade da população prisional da Grécia esteve também em greve de fome -acções de informação e solidariedade em relação a esta greve repercutiram-se por toda a Europa-; em Itália, onde existe prisão perpétua, quase todos os presos afectados por essas condenações levam a cabo desde 1 de Dezembro uma jornada de luta; vários presos de Córdoba e de outras partes de Espanha encetaram uma greve de fome em solidariedade com os prisioneiros de Itália reivindicando ao mesmo tempo uma série de reivindicações ao sistema penal e judicial do Estado espanhol; no verão, Amadeu Casellas, prisioneiro na Catalunha (Espanha) esteve 78 dias em greve de fome. Por cá, em Monsanto -um dos Guantanamos do país- vários detidos estiveram, no mês de Outubro, em greve de fome protestando contra as torturas de que são alvo e contra a total impunidade com que actuam os carcereiros desta cadeia.

A luta pela dignidade e pela liberdade jamais poderá ser contida seja em que prisão fôr!

Solidariedade e absolvição para os 25 de Caxias!

O poema ébrio - leitura de poemas de Rimbaud na livraria-bar Gato Vadio ( dia 19 de Fev. às 22h30)


O barco ébrio - Poemas de Rimbaud

(…)

Quando eu atravessava os Rios impassíveis,
Senti-me libertar dos meus rebocadores.
Cruéis peles-vermelhas com uivos terríveis
Os espetaram nus em postes multicores.
Eu era indiferente à carga que trazia,
Gente, trigo flamengo ou algodão inglês.
Morta a tripulação e finda a algaravia,
Os Rios para mim se abriram de uma vez.

Imerso no furor do marulho oceânico,
No inverno, eu, surdo como um cérebro infantil,
Deslizava, enquanto as Penínsulas em pânico
Viam turbilhonar marés de verde e anil.


(Tradução: Augusto de Campos)


O barco ébrio
Leitura livre de poemas de Rimbaud

Quinta-feira, dia 19 de Fevereiro, 22h30
na livraria-bar Gato Vadio


Leitura ébria e aberta a todos de poemas de Rimbaud. No original ou com a tua “língua”…Traz o livro e embarca na bebedeira…
Rua do rosário, 281 – Porto
telefone: 22 2026016

Sábado ( dia 21 de Fev.) à tarde, há cinema comunitário na Casa Viva


Sábado, 21 fevereiro às 16h30 na Casa Viva (Praça do Marquês nº 161 -Porto)

entrada livre

Sessão mensal de cinema comunitário

A Valsa com Bashir, de Ari Folman
[em Hebraico, com legendas em Português, 90']


Em Junho de 1982, Israel invade o Líbano e dá início àquela que foi chamada a primeira guerra do Líbano. Depois de dois meses de incessantes bombardeamentos, é finalmente negociado o retiro das tropas israelitas de Beirute. No ano seguinte, como represália pelo assassinato do adorado líder Bashir Gemayel, as milícias libanesas invadem os campos de refugiados palestinianos de Sabra e Shatila e massacram os civis, um ataque em área controlada pelo exército israelita e com conhecimento do mesmo.

A Valsa com Bashir é um filme de animação realizado por um ex-militar israelita que combateu nessa guerra, com história baseada em dados biográficos:

"Uma noite num bar, um velho amigo de Ari Folman fala-lhe de um pesadelo recorrente no qual é perseguido por 26 cães enraivecidos. Todas as noites a mesma quantidade de monstros. Os dois homens chegam à conclusão que há uma ligação com o exército israelita, durante a sua primeira missão na primeira guerra do Líbano no início dos anos 80. Ari fica surpreendido pelo facto de já não se lembrar de nada desse período da sua vida. Intrigado pelo enigma, decide entrevistar velhos amigos e camaradas por todo o mundo. Ele precisa de descobrir a verdade sobre essa altura e sobre ele próprio. Enquanto Ari se envolve cada vez mais no mistério, a sua memória começa lentamente a despertar imagens surreais…"


Título Original Waltz With Bashir (Israel/Alemanha/França/EUA, 2008)
Realização Ari Folman
Argumento Ari Folman
Intérpretes Ari Folman Ron Ben-Yishai Ronny Dayag
Animação David Polonsky
Música Max Richter


www.waltzwithbashir.com

http://cinemacomunitario.blogspot.com/

16.2.09

Seminário «As principais correntes do pensamento contemporâneo» na livraria-bar Gato Vadio com sessões mensais de Fevereiro a Julho


A livraria Gato Vadio continua a dedicar-se sobretudo à vadiagem do pensamento e às suas formas de expressão. Propomos realizar um fórum livre dedicado às principais correntes do pensamento contemporâneo. Longe de ser exaustivo, a sua finalidade será fundamentalmente estimular e promover a pesquisa e a reflexão partilhada sobre as múltiplas perspectivas teóricas que contrariam o reducionismo empobrecedor do pensamento único (e dos vários fundamentalismos doutrinários), da monocultura massificada (induzida pela chamada cultura de massas que esvazia e anula a diversidade cultural das culturas populares), e do pretenso fim da história celebrado pelos arautos do neo-conservadorismo dominante.


Os encontros-sessões terão uma duração aproximada de 3 horas e realizar-se-ão aos Domingos (entre as 17h e as 20h), com excepção da 1ª sessão marcada para o último sábado de Fevereiro, dia 28.


As principais correntes do pensamento contemporâneo

Dinamizador: António Alves da Silva

6 sessões mensais ( de Fevereiro a Julho de 2009)

Participação livre e gratuita mediante inscrição prévia

(Os interessados devem enviar um Email de confirmação com o nome e contacto electrónico para
gatovadio.livraria@gmail.com ).


PROGRAMA

1ª sessão (dia 28 de Fevereiro, 17h) - Pensamento político – Fascismo, Liberalismo, Marxismo, Anarquismo, Feminismo e Ecologismo.

2ª sessão (Março) - Pensamento sociológico – do Funcionalismo à Etnometodologia, passando por Bourdieu, Max Weber, Ulrich Beck e Boaventura Sousa Santos

3ª sessão (Abril) - Pensamento económico – da Escola clássica à Neuro-economia, passando por Marx, teoria marginalista , Keynes e o institucionalismo

4ª sessão (Maio) - Pensamento jurídico e criminológico – da Teoria Pura do Direito ao Pluralismo jurídico, passando pela conceptualização dos direitos humanos e as problemáticas criminológicas

5ª sessão (Junho) – Pensamento literário – do cânone literário às literaturas de vanguarda, passando pela teoria e crítica literária, e pelas várias concepções de poética

6ª sessão (Julho) – Foucault – pensamento foucaultiano desde a filosofia e a concepção de poder, até à educação, e o uso recorrente das ferramentas conceptuais de um dos pensadores mais importantes do mundo contemporâneo.

Ler devia ser proibido! A leitura torna o homem inconformado, perigosamente mais humano...

Ler devia ser proibido. A leitura torna o homem inconformado, perigosamente mais humano, e há por aí gente que não gosta de pessoas que não se conformam com a situação em que vivem, muitas pessoas a viver nos limites do humano.





Desde os tempos remotos os homens poderosos têm escondido conhecimentos da humanidade. Tornar as pessoas ignorantes para não lutarem pelos seus ideais, não correrem atrás de seus sonhos, não conhecerem o mundo em que vivem, são algumas das razões para esse crime.

Mas uma fonte inesgotável de conhecimento perdura nos livros. Mentes brilhantes que enxergam o colorido da vida e o dom de libertar o pensamento, exumam do arcabouço de suas experiências os mais belos conhecimentos que se tornam em palavras que tocam a alma, mexem no coração e libertam a mente fazendo-a vagar livre por um lindo mundo novo.

Numa antítese avassaladora, que me corrói o íntimo, penso por vezes que essa fonte de conhecimento não deveria estar mais disponível, devia ser proibido o acesso a elas, sem dúvida! Paro para pensar no caos, na infelicidade que é a frustração das pessoas em enxergarem um mundo maravilhoso descortinando-se diante de seus olhos e, mesmo assim, precisarem de voltarem a viver nesse mundo sujo pela ignorância dos pseudo-sábios.

Aqueles homens que esconderam o conhecimento da humanidade tinham razão? . Talvez não devêssemos provar a doçura de viver a gostosa sensação do conhecimento e da mente livre, pois, voltar para a ignorância é mais doloroso do que viver nela. Ler, de facto, devia ser proibido.
Porque a leitura faz o leitor pensar. Pensando ele tira as suas próprias conclusões. Partindo de suas conclusões, ele pode cuidar da própria vida. No comando da própria vida ele não precisa dar satisfação a ninguém e há sempre alguém que se sente ameaçado por essa liberdade…

E, como essas pessoas se sentem no direito de cuidar da vida de todos, então devemos respeitá-las e proibir a leitura, pois -”pensando bem” - é uma atitude muito perigosa pensar!

15.2.09

Mesa Comum e Movimento Popular de Desempregad@s e Precári@s




Em tempos de "crise" MESA COMUM - União! Dignidade! Apoio Mútuo!


Começámos nesta sexta-feira e vamos continuar, para já todas as sextas, a organizar o nosso jantar de "mesa comum" , gratuito para desempregad@s, na sede da Terra Viva! às 20.30 h., reunindo uma dúzia de NÓS-desempregad@s, precári@s, de diferentes idades e origens - como parte da nossa auto-organização, ao nível local, e por um MOVIMENTO POPULAR DE DESEMPREGAD@S E PRECÁRI@S -além de outr@s "tes@s" que se não revêem nas organizações sindicais partidarizadas nem nas caritativas "sopas dos pobres" de algumas IPSS.s...



Começámos por endereçar uma carta da associação Terra Viva! a várias lojinhas, mini-mercados,padarias e outros estabelecimentos locais de comercialização de produtos alimentares, explicando o nosso projecto e pedindo que contribuam com alguns produtos que sobrem ao fim da semana e que, sem estarem impróprios para consumo já não possam ser comercializados, a fim de os partilharmos na nossa "Mesa Comum". Resultado: minimercados, padarias, lojinhas da nossa zona -além de algumas amigas vendedeiras do Bolhão -responderam ao nosso apêlo...mas não as grandes cadeias de supermercados (pelo menos para já).

Para além disso, alguns de nós estão a tentar encontrar alguns terrenos vagos ou devolutos nas cercanias, onde possamos organizar uma (ou mais)HORTA/s COMUNITÁRIA/s, tentando plantar os legumes que possam abastecer a nossa "Mesa Comum".

Esperamos que outros colectivos venham a participar naquilo que poderá vir a ser uma rede de "mesas comuns" e de grupos locais de desempregad@s e precári@s.

Transcrevemos abaixo a "proposta alargada por um "MOVIMENTO POPULAR de DESEMPREGAD@S E PRECÁRI@S" - que iremos discutir,melhorar (e sobretudo tentar aplicar) na "Mesa Comum", na próxima sexta dia 20 de Fevereiro às 21.30 h.(depois de jantar) na Terra Viva!AES R.Caldeireiros,213-Porto (à Cordoaria)



Proposta alargada por um MOVIMENTO POPULAR de DESEMPREGAD@S & PRECÁRI@S

1- PORQUÊ MOVIMENTO

- Porque MOVER-SE, MEXER-SE e não parar e não se conformar- é o que podem fazer as pessoas VIVAS. Só os mortos é que não se podem mexer! E MOVER-SE como? É IMPORTANTE QUE AS PRÓPRIAS PESSOAS ATINGIDAS PELOS PROBLEMAS –neste caso NÓS, desempregad@s e precári@s- não estejamos toda a vida à espera que os “do alto” (do Estado, dos partidos, das igrejas, das instituições e pessoas interesseiras -que fazem carreira à custa da “ajuda social” e que depois ficam com a parte maior dos apoios que serviriam para “combater a pobreza”- nos venham dizer o que fazer! Poderemos aceitar PROPOSTAS e CONSELHOS de quem quer que seja …Mas DIRECTIVAS “do alto da burra” de quem não é nem precári@ nem desempregad@ …JÁMAIS!

2- PORQUÊ POPULAR?

-Porque as redes e iniciativas que já existem de desempregad@s e precári@s são sobretudo de elementos de classe média (quadros técnicos superiores, artistas, investigadores) e não abrangem as classes populares mais atingidas pela pobreza e a miséria social e económica (trabalhadores/as indiferenciad@s, temporári@s das indústrias e dos serviços, imigrantes, etc…) ;

- Porque é sobretudo nos meios mais populares (bairros sociais, zonas velhas das grandes cidades e seus arredores, regiões do interior “esquecidas” pelos Poderes, etc. ) que se encontram as pessoas mais carenciadas .


-Porque são est@s que mais atingid@s são pela actual “crise” e pelos seus efeitos nos tempos presentes e nos tempos mais próximos, sem no entanto estarem organizad@s entre si (associad@s e unid@s) para afirmarem o seu direito natural À DIGNIDADE e fazerem valer os seus direitos naturais e sociais a serem tratados como pessoas humanas e não como párias da sociedade – já que a situação de desemprego e de precaridade (trabalho temporário) NÃO É VOLUNTÁRIA mas sim CAUSADA PELA “CRISE “ ACTUAL - e esta “crise” é por sua vez CAUSADA PELA PERMANENTE GULA DE LUCROS MÁXIMOS SEM OLHAR A MEIOS, POR PARTE DE GESTORES E PATRÕES DAS GRANDES MULTINACIONAIS E BANCOS PARA QUEM A “CRISE” significa AUMENTAR CADA VEZ MAIS OS SEUS LUCROS À CUSTA DA MISÉRIA ALHEIA ( veja-se só os “ordenados” chorudos dos gestores dos grandes grupos financeiros e empresariais deste país – e dos políticos profissionais que favorecem as suas negociatas – e os níveis salariais e dos apoios sociais : para essa malta lá do alto não há “crise”!);

-Porque o número de desempregados e de trabalhadores/as precári@s, temporári@s, está a aumentar rapidamente todos os meses, encerrando empresas e aproveitando-se as que continuam a funcionar, da miséria dos que perderam o seu emprego ou dos jovens à procura do primeiro emprego, para pagarem salários miseráveis que mal dão para sobreviver.



4-O QUE PODEMOS FAZER?

-1º.ORGANIZARMOS CONVÍVIOS E ENCONTROS, para melhor nos conhecermos e organizarmos e decidirmos acções conjuntas a levar a cabo…

-2º.ORGANIZARMO-NOS E UNIRMO-NOS para EXIGIR RESPEITO PELA NOSSA DIGNIDADE HUMANA DE DESEMPREG@DAS E PRECÁRI@S e VERDADE e CLAREZA sobre as reais possibilidades dos chamados “programas de combate ao desemprego”-BASTA DE MENTIRAS ! (nas instituições de apoio social –segurança social, instituto de emprego, etc.)

-3º.CRIARMOS UMA REDE DE APOIOS PARA A NOSSA CAUSA (técnic@s sociais, jornalistas, advogad@s, etc., que nos possam apoiar GRATUÍTAMENTE) …

-4º. ORGANIZARMOS A DIVULGAÇÃO das nossas iniciativas e de informações úteis, com um BLOG NA INTERNET e um BOLETIM INFORMATIVO, para o resto da população (principalmente para quem têm emprego mas que corre sempre o risco de ser despedid@), de foma a UNIR A LUTA D@S SEM TRABALHO e D@S QUE (ainda) O TÊEM...

-5º-CRIARMOS ENTRE NÓS SERVIÇOS DE APOIO AOS MAIS NECESSITADOS ( refeições populares, hortas populares, reciclagem de materiais úteis, serviços de reparações e de ajuda familiar, bolsas de troca de saberes e troca de serviços, etc.) com apoio de ASSOCIAÇÕES OU GRUPOS POPULARES que nos queiram apoiar DESINTERESSADAMENTE…

-6º.ORGANIZARMOS PARA NÓS A INFORMAÇÃO DE TUDO QUE NOS SEJA ÚTIL PARA RESISTIR À MISÉRIA E À DESIGUALDADE ( “centro de recursos”/informação com pastas com informações sobre experiências de movimentos semelhantes noutros lados, com programas possíveis para o combate ao desemprego, etc.)…

-7º.RELACIONARMO-NOS COM GRUPOS E MOVIMENTOS SEMELHANTES, QUE JÁ EXISTAM OU QUE VENHAM A SURGIR, PARA DECIDIR POSSÍVEIS ACTIVIDADES CONJUNTAS...

O QUE SOMOS, O QUE QUEREMOS E NÃO QUEREMOS

Pequeno Manifesto
1.SOMOS SERES HUMANOS E QUEREMOS DEFENDER A NOSSA DIGNIDADE!
2 .QUEREMOS O DIREITO À VIDA PLENAMENTE VIVIDA E NÃO ESMOLAS!
3.NÃO QUEREMOS, NEM NÓS NEM OS NOSSOS FILHOS, TER DE CATAR NO LIXO AS SOBRAS DOS BANQUETES DOS RICOS DESTA SOCIEDADE!
4.NÃO QUEREMOS A CHANTAGEM DE UM TRABALHO A QUALQUER PREÇO! -O TRABALHO ESCRAVO NÃO LIBERTA! ESCRAVIZA! (…”e por tão pouco, não vale a pena!”)
5. QUEREMOS PRODUZIR COISAS ÚTEIS E QUE NÃO POLUAM NEM DESTRUAM O PLANETA NEM OS SEUS SERES !
6. QUEREMOS AUTOORGANIZAR-NOS E AUTOGERIR-NOS E NÃO SERMOS MANIPULADOS PELOS DE SEMPRE (QUE SÓ PENSAM EM NÓS QUANDO AS ELEIÇÕES SE APROXIMAM!)
7.QUEREMOS A IGUALDADE ENTRE NÓS E NÃO PROMOVER QUAISQUER “REPRESENTANTES” E “CHEFINHOS”!
8. QUEREMOS RESISTIR AO CAPITALISMO E ÀS SUAS CRISES E SOLIDARIZAR-NOS COM TOD@S @S EXPLORAD@S E DOMINAD@S!
JÁ BASTA!!!


por um MPDP
Porto, ano da “crise” de 2009




PRÓXIMO ENCONTRO: Dia:20/2/2009 às 21.30 h.

Local: sede da TERRA VIVA!
R.Caldeireiros,213 - PORTO