Ler devia ser proibido. A leitura torna o homem inconformado, perigosamente mais humano, e há por aí gente que não gosta de pessoas que não se conformam com a situação em que vivem, muitas pessoas a viver nos limites do humano.
Desde os tempos remotos os homens poderosos têm escondido conhecimentos da humanidade. Tornar as pessoas ignorantes para não lutarem pelos seus ideais, não correrem atrás de seus sonhos, não conhecerem o mundo em que vivem, são algumas das razões para esse crime.
Mas uma fonte inesgotável de conhecimento perdura nos livros. Mentes brilhantes que enxergam o colorido da vida e o dom de libertar o pensamento, exumam do arcabouço de suas experiências os mais belos conhecimentos que se tornam em palavras que tocam a alma, mexem no coração e libertam a mente fazendo-a vagar livre por um lindo mundo novo.
Numa antítese avassaladora, que me corrói o íntimo, penso por vezes que essa fonte de conhecimento não deveria estar mais disponível, devia ser proibido o acesso a elas, sem dúvida! Paro para pensar no caos, na infelicidade que é a frustração das pessoas em enxergarem um mundo maravilhoso descortinando-se diante de seus olhos e, mesmo assim, precisarem de voltarem a viver nesse mundo sujo pela ignorância dos pseudo-sábios.
Aqueles homens que esconderam o conhecimento da humanidade tinham razão? . Talvez não devêssemos provar a doçura de viver a gostosa sensação do conhecimento e da mente livre, pois, voltar para a ignorância é mais doloroso do que viver nela. Ler, de facto, devia ser proibido.
Porque a leitura faz o leitor pensar. Pensando ele tira as suas próprias conclusões. Partindo de suas conclusões, ele pode cuidar da própria vida. No comando da própria vida ele não precisa dar satisfação a ninguém e há sempre alguém que se sente ameaçado por essa liberdade…
E, como essas pessoas se sentem no direito de cuidar da vida de todos, então devemos respeitá-las e proibir a leitura, pois -”pensando bem” - é uma atitude muito perigosa pensar!