21.3.06

Apelo das mais antigas e veneráveis Árvores


Apelo das mais antigas e veneráveis Árvores


As árvores vivem mais tempo que os homens; existem algumas que são centenárias, milenárias e que sobreviveram a tempestades, aos archotes, ao fogo, à indiferença. Algumas viram passar várias gerações de homens. Estas ávores são testemunhas do nosso passado, sobreviventes de bosques originais, muitos deles destruídos em 90% em muitas partes do mundo.

As árvores mais antigas merecem o respeito que devemos a velhos sábios que atravessaram o tempo. Mas no mundo, por vezes, os homens esquecem da importância de um bosque, da superfície de um deserto, ou de uma encosta de montanha. Pior ainda, destruímo-los, muitas vezes, sem grande hesitação.

Prestemos homenagem às árvores veneráveis. Um sobressalto é necessário para que todos assumam uma atitude solidária para com essas árvores de vida, as quais poderão porventura traçar as vias para uma maior fraternidade humana.

Este chamamento ao respeito mundial por estas veneráveis árvores é dirigido à UNESCO para que esta classifique estas grandes árvores como Património Mundial. Dirige-se também aos Estados, às autoridades regionais, às colectividades, enfim, a cada um de nós.

Que, por todo o mundo, se reconheça as árvores centenárias, e que se possa ir vê-las, rodeá-las de flores em sinal de amizade, e que se garanta ainda a plantação da sua descendência, assegurando a sua ligação ao nosso planeta, bem como as possamos salvaguardar

Todas as pessoas sensíveis à Arvores estão convidadas a unir-se a este apelo a favor das árvores veneráveis do mundo.

Não será a Árvore o melhor símbolo para festejar a união do homem e da natureza. E não será ela uma forma de unir os países num só movimento?


Sim, nós pedimos à UNESCO e aos países membros que as àrvores Veneráveis sejam classificadas como Património Mundial.

Apelo: ver aqui
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Lista das Árvores Veneráveis: aqui
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Fotografias: aqui

O Sul também existe ( poema de Mario Benedetti)



«El sur también existe», poema de Mario Benedetti

Com su ritual de acero,
Sus grandes chimeneas,
Sus sabios clandestinos,
Su canto de sirenas,
sus cielos de néon,
Sus ventas navideñas,
su culto de dios padre
y de las charreteras.
Com sua llaves del reino
el norte es el que ordena

Pero aquí abajo, abajo
El hambre disponible
Recurre al fruto amargo
De lo que otros deciden,
Mientars el iempo pasa
Y pasan los desfiles,

y se hacen otras cosas
Que el norte no príbe.
Com su esperanza dura
El sur tambiém existe


con sus predicadores
sus gases que envenenan
su escuela de chicago
sus dueños de la tierra
con sus trapos de lujo
y su pobre osamenta
sus defensas gastadas
sus gastos de defensa
son su gesta invasora
el norte es el que ordena

pero aquí abajo abajo
cada uno en su escondite
hay hombres y mujeres
que saben a qué asirse
aprovechando el sol
y también los eclipses
apartando lo inútil
y usando lo que sirve
con su fe veterana
el sur también existe

con su corno francés
y su academia sueca
su salsa americana
y sus llaves inglesas c
on todos sus misiles
y sus enciclopedias
su guerra de galaxias
y su saña opulenta
con todos sus laureles
el norte es el que ordena

pero aquí abajo abajo
cerca de las raíces
es donde la memoria
ningún recuerdo omite
y hay quienes se desmueren
y hay quienes se desviven
y así entre todos logran
lo que era un imposible
que todo el mundo sepa
que el sur también existe


Tradução livre para português:

Com o seu ritual de ferro,
As suas grandes chaminés
Os seus sábios clandestinos
O seu canto de sirenes,
Os seus céus de néon,
As suas vendas natalícias,
O seu culto ao deus pai,
E aos galões.
Com as suas chaves do reino
O norte é que é quem ordena


Mas aqui em baixo, em baixo
A fome disponível
Colhe o fruto amargo
Do que outros decidem,
Enqaunto o tempo passa
E passam os coretjos,
E se fazem outras coisas
Que o norte não proíbe.
Com a sua constante esperança
O sul também existe.

Com os seus predicadores
Os seus gases venenosos
A sua escola de Chicago
Os seus donos da terra
Os seus trapos de luxo
E o seu pobre esqueleto
As suas defesas gastas
A sua gesta invasora
É o norte que ordena

mas aqui em baixo, em baixo
cada um no seu canto
há homens e mulheres
que sabem o que fazer
aproveitando o sol
e também os eclipses
afastando o inútil
e utilizando o que serve
com a sua fé veterana
o sul também existe


com o seu corno francês
e a sua academia sueca
a sua salsa americana
e as suas chaves inglesas
a sua guerra de galáxias
e a sua sanha opulenta
com todos os seus louros
o norte é que ordena



mas aqui em baixo, abaixo
perto das raízes
é onde a memória
nenhuma recordação omite
e há quem se recuse morrer
e há quem se esqueça de viver
e assim entre todos se consegue
o que era um impossível
que todo o mundo saiba
que o sul também existe


Mário Benedetti
(nasceu em 1920 no Uruguai, mas passou a maior parte da sua vida em Buenos Aires.A sua obra encontra-se reunida em «Incentario Uno» e «Inventario Dos».
Livros como La Tregua, e La Montevideana são mundialmente conhecidos. )
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Evocações


Neste dia internacional da poesia e das árvores, gostaria de remeter para alguns sites:

http://forests.org/

http://www.wrm.org.uy/

http://www.forests-forever.com/

http://les.arbres.free.fr/


Mas aconselhamos vivamente o extraordinário weblog Dias com Árvores, a cujos autores enviamos as nossas felicitações pela sua altíssima qualidade:

http://dias-com-arvores.blogspot.com/



Congratulamo-nos também pelo novo site
Livros&Escritos, da escritora Sofia Vilarigues, com alguns contos e livros já publicados.

Biodiversidade e risco de extinção de milhares de espécies


Apenas cerca de um milhão e 700 mil espécies de animais e plantas foram identificadas pelos cientistas e não há a certeza de quantas mais existem. Só em insectos, as estimativas oscilam entre os 15mil e os cem mil. Calcula-se que, nos últimos 500 anos, se tenham perdido 800 espécies de animais e plantas e tal perda tem vindo a acelerar-se como reflexo das actividades humanas. Travar esse desaparecimento é um compromisso que 180 países já tinham assumido no âmbito das Nações Unidas e que agora estão a renovar, numa conferência em Curitiba, Brasil.
A meta tinha sido traçada diminuir em muito a perda de biodiversidade até 2010.No entanto, as medidas mostravam-se insuficientes para o calendário estabelecido. Na Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade, que decorre até final do mês em Curitiba, a maior parte dos países do mundo estará pronta a reforçar medidas de protecção às espécies e seus habitats. Aí se incluem desertos e florestas tropicais,a água e a madeira, mangais, corais e ilhas, bem como os mais diversos meios com características únicas.
A ocupação humana de áreas silvestres ou mesmo selvagens, o impacto da poluição e da produção de alimentos, tudo isso põe em causa a preservação de espécies e sítios.Os seis mil milhões e meio de pessoas no planeta estão a ser responsáveis, segundo o relatório apresentado à conferência, pela sexta maior extinção de espécies na história da Terra e pela maior desde o desaparecimento dos dinossáurios, há 65 milhões de anos. A destruição anual da floresta nos últimos cinco anos foi "reduzida" para uma área equivalente à superfície da Irlanda e este terá sido dos escassos progressos face à década anterior.
No quadro das iniciativas para a conservação da biodiversidade, as Nações Unidas vão anunciar, no decorrer da conferência de Curitiba, o reconhecimento de vários sítios que agregam não só valores ambientais como também culturais. Esses lugares "sagrados" incluem o deserto de Chihuahuan, no México, que as tradições locais consideram ser onde o sol nasceu, e o arquipélago de Bijagós, na Guiné-Bissau, por ser um santuário de vida animal em que as pessoas fazem a sua vida. Eduarda Ferreira
Fonte:aqui

Os possíveis significados de C.P.E. (Contrato do Primeiro Emprego)

Como exercício de ironia, os estudantes franceses entregaram-se a descobrir possíveis sentidos da abreviatura C.P.E, para além evidentemente do seu significado oficial.. Reproduzimos alguma delas, e que mostrem semelhança na língua portuguesa:

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CPE = categorias penalizadas eternamente

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CPE= caprichos do patrão enervado

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CPE= crer na propaganda dos experts

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CPE= condenar os pobres à exploração

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CPE= como precarizar os estudantes

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CPE= calvário para os empregados

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CPE = Contrato Privativo de Emprego

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CPE = Caça, Pesca e Exclusão

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CPE = contra as políticas de exploração

20.3.06

As diferentes concepções do mundo e da natureza


O Mundo é…

Na concepção judaico-cristã-islâmica - … uma criação de Deus

Na concepção cultural da ideologia capitalista - … um recurso a ser explorado e a ser desenvolvido

Na concepção holística - … um organismo auto-organizado

Na concepção socialista - … parte dos meios materiais de produção

Na concepção eco-socialista libertária - … uma auto-organização estruturante, segundo determinados princípios e leis naturais, objecto de conhecimento humano


A verdade é…

Na concepção judaico-cristã-islâmica - … a palavra escrita de Deus, registada no livro sagrado ( a Bíblia, o Alcorão)

Na concepção cultural da ideologia capitalista - … objectiva e incontroversa

Na concepção holística - … um conhecimento iluminado de carácter pessoal e subjectivo

Na concepção socialista - … concreta, ainda que parcial, uma vez que se trata de um aspecto provisório do movimento dialéctico

Na concepção eco-socialista libertária - … provisória e relativa



Os seres humanos são…

Na concepção judaico-cristã-islâmica - … criação de Deus, e segundo a versão cristã, os homens foram feitos à imagem de Deus, e aos quais foi conferido o mandato divino de governarem o mundo

Na concepção cultural da ideologia capitalista - … elementos separados e distintos da natureza, senhores e proprietários do mundo, assim como das unidades de produção económica, e sujeitos responsáveis pelas decisões em termos de produtividade e acumulação de riquezas

Na concepção holística - … elementos que são parte da natureza

Na concepção socialista - … sujeitos na relação materialista dialéctica entre sociedade e ambiente.

Na concepção eco-socialista libertária - … sujeitos que se estruturam em grupos dinâmicos e que fazem parte integrante de um sistema maior que é a natureza, com a qual estabelecem inter-relações ora de dominação ora de não-domínio



A natureza é…

Na concepção judaico-cristã-islâmica - … a mais bela e perfeita criação de Deus, e que este confiou à humanidade para seu uso e proveito

Na concepção cultural da ideologia capitalista - … um recurso económico para ser explorado, e que serve de base para o crescimento económico e o progresso tecnológico, devendo ser preservada em museus/reservas para fins educativos e de estudo científico, devendo ainda ser objecto, tanto quanto possível, de uma protecção para garantir um futuro desenvolvimento e exploração.

Na concepção holística -… um conjunto harmonioso de elementos espirituais e materiais, onde se inclui a humanidade, e que está a ser corrompido pela ignorância e insensibilidade humana

Na concepção socialista - … algo que se pode desenvolver científica, racional e harmoniosamente para benefício de toda a sociedade


Na concepção eco-socialista libertária - … um macro ecossistema , em evolução permanente, objecto de degradação pela intervenção económica, mas que deve ser preservado em proveito das comunidades de seres vivos que nele vivem, entre as quais os seres humanos.

Terminator, as sementes suicidas



Campanha Internacional «Terminar com Terminator»
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A Delta e Pine Land Co. (Mississsippi, EUA) e o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) receberam patente (US Patent N. 5723765) de uma nova tecnologia genética desenhada para impedir a preservação não autorizada de sementes pelos agricultores.
A tecnologia "Control of plant gene expression" também permite as empresas de sementes controlarem a viabilidade da criação da semente sem danificar a colheita. Por outras palavras, a nova tecnologia altera geneticamente a semente de modo que não germine se re-plantada uma segunda vez.
A patente e abrangente, aplicável a plantas e sementes de todas as espécies, incluindo tanto transgénicas e sementes convencionais.
O objectivo da tecnologia Terminator é desenvolver uma variedade/híbrido que cresce normalmente até quando a colheita está quase madura. Nessa altura, e só então, uma toxina é produzida especificamente no embrião (semente), matando toda a geração seguinte de sementes.
O sistema tem três componentes: 1- Um gene para uma toxina que ira matar a semente na fase avançada de crescimento, mas que não irá matar nenhuma outra parte da planta. 2- Um método de permitir a empresa desenvolver varias gerações de plantas, ja geneticamente modificadas que contenham o gene tóxico na semente especifica, sem nenhumas sementes morrerem para que se vendam aos agricultores. 3- Um método para activação do gene tóxico da semente especifica depois do agricultor plantar a semente, de forma que a segunda geração de sementes seja morta.
Se se tornar comercialmente viável a nova tecnologia pode aportar enormes lucros para todos os novos sectores da industria da semente. Para os agricultores, a tecnologia patenteada ira indubitavelmente significar maior dependência no mercado comercial da semente, e uma perda fundamental do controlo sobre plasma genético. Os agricultores irão eventualmente perder o seu direito ancestral de preservar as sementes das suas colheitas.
Esta tecnologia não trás qualquer vantagem económica para os agricultores, e apenas um mecanismo para capturar maiores lucros para a industria da semente.
Campanha Internacional para Terminar com Terminator:
http://pt.banterminator.org/

19.3.06

Contra a vídeo-vigilância


A Liberdade vigiada não é uma liberdade

19 de Março – Dia Internacional contra a vídeo-vigilância (international day against video surveillance, IDAVS)


Os dias 19 e 20 de Março foram escolhidos para recordar os perigos aos nossos direitos civis que representam os sistemas de vídeo-vigilância.


Os signatários do apelo mundial contra a vídeo-vigilância opõem-se frontalmente à utilização dos sistemas de vídeo-vigilância no espaço público.
Opõem-se igualmente ao uso de câmaras, ainda que instaladas em lugares privados, mas servindo na realidade para a vigilância dos espaços públicos.
Pensam que todas essas câmaras, para além de se mostrarem ineficazes contra a delinquência assim como na «guerra contra o terrorismo», violam brutalmente o direito à privacidade, ao anonimato, à dignidade e ao direito de se ser dissidente político.

Contra os nossos direitos existem certamente outras ameaças, para além da vídeo-vigilância, como são as escutas telefónicas, os GPS, os chips subcutâneos RFID, os sistemas informáticos e o software dedicado à recolha e tratamento de dados e registos, etct,etc. Porém, a campanha de denuncia concentra-se nos sistemas de vídeo-vigilãncia porque eles são a manifestação mais visível da sociedade de controle e vigilância que se anuncia no futuro e que já está em vias de se instalar.

Os dias 19 e 20 de Março foram escolhidos para recordar os perigos aos nossos direitos civis que representam os sistemas de vídeo-vigilância.

Mais info:
http://www.notbored.org/IDAVS.html

New York Surveillance Camera Players (NYC, USA) :

«Querida, amo-te. Por isso, vigio-te !!!»



Na Grã-Bretanha estima-se que existam actualmente 4 milhões de câmaras de vídeo-vigilância, e que cada cidadão britânico seja filmado em média 300 vezes ao dia...!!!



Logo a seguir à Coreia do Norte, a Grã-Bretanha é o país mais vigiado do planeta. Basta pensar que no país de Sua Majestade existem 4 milhões de câmaras de vídeo-vigilância, e que se estima que cada cidadão britânico seja filmado uma 300 vezes por dia!!!

Não contente com esta realidade o governo britânico decidiu avançar para um sistema de vídeo-vigilância que poderá acompanhar o trajecto de qualquer viatura graças a um método de reconhecimento automático das placas de matrícula por via da câmaras de vídeo-vigilância instaladas nas auto-estradas e estradas nacionais.

Mas o controle e vigilância dos cidadãos britânicos não se fica por aqui.

A carta Oyster, cartão electrónico dos utentes dos transportes públicos, regista ao segundo todas as deslocações feitas pelo seu portador.
O sistema é tão perfeito que uma inglesa anónima confessou a um jornalista:
«Hoje em dia já não há necessidade de contratar detectives privados. Basta conhecer-se um pouco de informática. Num destes dias o meu namorado disse-me que ficaria taé mais tarde no seu emprego. No dia seguinte lancei no site da empresa de transportes públicos de Londres, na Internet, o código do seu cartão Oyster e a sua senha pessoal, e vi logo que me tinha mentido. Mas não foi grave. É que reconheci, de imediato, pelo número da estação de Metro por onde tinha passado, que tinha ido à casa da irmã jantar com ela. Não me disse, porque eu detesto-a.»

Outra forma de controle prestes em estar na moda é o controle de esperma por intermédio do detector de esperma Checkmate. Trata-se de mergulhar um resíduo de esperma numa solução e aguardar. O custo não é elevado. Mas tem sido cada vez mais usado pelo(a)s interessado(a)s. Um deles confessou ao jornalista: «Encontrei vestígios de esperma nas calças da minha amiga. Recolhi uma amostra. Fiz o teste, e fiquei tranquilo. Nada de anormal. Já posso pedi-la em casamento.»

Mas o controle das pessoas não se fica ainda por aqui.
Peter, um outro súbdito de sua majestade, confessou ter recorrido aos serviços da Overspy, uma empresa que oferece aos seus clientes cópias de todos os e-mails enviados pelas pessoas que se pretende vigiar, assim como todos os sites por elas visitados. O custo é de 70 euros .

Finalmente, o novo telefone DAS II do operador alemão T-Mobile, recentemente lançado no mercado, contém um sistema de navegação por satélite que permite seguir todos os movimentos do telefone e de quem o transporta. Segundo a publicidade, é óptimo para os pais seguirem o percurso dos filhos, pois permite localizá-los com uma precisão de 3 metros.

Face a todas estas formas de controle e vigilância um psicólogo inglês acabou por admitir que tais sistemas são bons para o comércio, mas a sua utilização revela uma tendência paranóica para quem os utiliza. Revela sobretudo uma mal estar pessoal, e não tanto de carácter relacional, concluiu.

Fonte:

18.3.06

Lista das normas e princípios de Direito Internacional violados pelos Estados Unidos como força ocupante

Os Estados Unidos não se limitaram a cometer uma acto de guerra, contrariando princípios já estabelecidos e largamente consagrados nos mais variados documentos de Direito Internacional e nas relações internacionais.


Acontece que, enquanto força ocupante de um país estrangeiro, e no exercício dessa função, as forças armadas dos Estados Unidos da América, assim como as outras forças ocupantes, têm ainda violado sistemáticamente, de forma directa ou cúmplice, uma quantidade enorme de princípios, normas e obrigações de direito internacional .

Indicam-se a seguir algumas dessas declarações onde constam essas normas e princípios que têm sido grosseiramente violados pelas forças ocupantes, à frente das quais os Estados Unidos da América:

· Charter of the United Nations

· Universal Declaration of Human Rights

· International Covenant on Economic, Social and Cultural Rights

· International Covenant on Civil and Political Rights

· Optional Protocol to the International Covenant on Civil and Political Rights

· Second Optional Protocol to the International Covenant on Civil and Political Rights, aiming at the abolition of the death penalty

· Declaration on the Granting of Independence to Colonial Countries and Peoples

· General Assembly resolution 1803 (XVII) of 14 December 1962, “Permanent sovereignty over natural resources”

· Declaration on the Elimination of All Forms of Intole
rance and of Discrimination based on Religion or Belief

· Declaration on Fundamental Principles concerning the Contribution to the Mass Media to Strengthening Peace and International Understanding, to the Promotion of Human Rights and to Countering Racialism, Apartheid and Incitement to War

· Declaration on the Protection of Women and Children in Emergency and Armed Conflict

· Declaration on the Rights of the Child

· Convention on the Rights of the Child

· Standard Minimum Rules for the Treatment of Prisoners

· Basic Principles for the Treatment of Prisoners

· Body of Principles for the Protection of All Persons under Any Form of Detention or Imprisonment

· Declaration on the Protection of All Persons from Being Subjected to Torture and Other Cruel, Inhuman or Degrading Treatment or Punishment

· Convention against Torture and Other Cruel, Inhuman or Degrading Treatment or Punishment

· Optional Protocol to the Convention against Torture and Other Cruel, Inhuman or Degrading Treatment or Punishment

· Principles on the Effective Investigation and Documentation of Torture and Other Cruel, Inhuman or Degrading Treatment or Punishment

· Declaration of Basic Principles of Justice for Victims of Crime and Abuse of Power

· Basic Principles on the Independence of the Judiciary

· Declaration on the Protection of All Persons from Enforced
Disappearances· Principles on the Effective Prevention and Investigation of Extra-legal, Arbitrary and Summary Executions

· Declaration on Social Progress and Development

· Universal Declaration on the Eradication of Hunger and Malnutrition

· Declaration on the Use of Scientific and Technological Progress in the Interests of Peace and for the Benefit of Mankind

· Declaration on the Right of Peoples to Peace

· Declaration on the Right to Development

· Declaration of the Principles of International Cultural Co-operation

· Recommendation concerning Education for International Understanding, Co-operation and Peace and Education relating to Human Rights and Fundamental Freedoms

· Convention on the Non-Applicability of Statutory Limitations to War Crimes and Crimes against Humanity

· Principles of international co-operation in the detection, arrest, extradition and punishment of persons guilty of war crimes and crimes against humanity

· Geneva Convention for the Amelioration of the Condition of the Wounded and Sick in Armed Forces in the Field

· Geneva Convention relative to the Treatment of Prisoners of War
· Geneva Convention relative to the Protection of Civilian Persons in Time of War

· Protocol Additional to the Geneva Conventions of 12 August 1949, and relating to the Protection of Victims of International Armed Conflicts (Protocol I)



Os resistentes iraquianos cumprem a Constituição Portuguesa. E os políticos portugueses?



Os resistentes iraquianos cumprem a Constituição Portuguesa, que consagra o direito à insurreição contra todas as formas de opressão.

O direito à insurreição contra todas as formas de opressão está consagrado na Constituição Portuguesa.


Perguntas:

Os resistentes iraquianos cumprem a Constituição Portuguesa. Mas quem são os políticos portugueses que não a cumprem ???

Porque é que, a esta hora, os responsáveis políticos como Durão Barroso e outros que foram cúmplices da invasão, guerra e ocupação do Iraque não estão a ser sujeitos às medidas judiciais previstas para quem não cumpre com a Constituição da República Portuguesa ????


Como há quem não tenha ainda lido a Constituição Portuguesa, deixamos aqui a reprodução dos três parágrafos do Artigo 7º da Constituição Portuguesa.


Artigo 7.º(Relações internacionais)

1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados e da cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade.

2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.

3. Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão

16.3.06

320.000 manifestantes desfilaram hoje contra a precaridade do trabalho.

Desenrolaram-se hoje manifestações estudantis em toda a França contra a precaridade laboral, de que as mais recentes medidas do governo francês sobre o contrato do primeiro emprego constituem o exemplo mais recente e que são o motivo de revolta junto dos estudantes e dos jovens em geral.
No próximo Sábado esperam-se mais de 1 milhão de manifestantes com a participação dos sindicatos e dos trabalhadores assalariados numa nova manifestação.
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Nuvens de gás lacrimogéneo contra os manifestantes



A praça da Sorbonne rebaptizada em Praça da precaridade...



Estudantes a ocupar estações de caminhos de ferro em Chebourg ( França)

Envia uma carta à Caterpillar para deixar de ser cúmplice das demolições de casas palestinianas

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Israel tem usado os bulldozers da Caterpillar para demolir mais de 12.000 casas palestinianas, e mais de 385.000 oliveiras pertencentes a palestinianos.
Foi também uma máquina caterpillar D9 bulldozer que assassinou a activista e pacifista norte-americana Rachel Corrie, faz hoje 3 anos, assim como é com os buldozzers da Caterpillar que o governo israelita anda a construir um monstruoso muro de apartheid entre os dois povos, confiscando cerca de 40% de terras palestinianas.
Por tudo isso é que foi lançado uma campanha visando a Caterpillar para que esta deixe de vender as suas viaturas e máquinas ao Estado e às empresas israelitas.

Envia uma carta de protesto aos administradores da Caterpillar. Mais info: aqui


Recorde-se que os pais de Rachel Corrie já avançaram com uma acção judicial nos tribunais contra a Caterpillar Inc..Para mais info: aqui

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Reproduzimos o texto que publicamos há um ano atrás:

À Memória de Rachel Corrie

( nunca esqueceremos a tua solidariedade)

Rachel Corrie era uma rapariga estudante norte-americana de 23 anos que, por solidariedade internacional, se deslocou a Rafah, na Palestina, quando os tanques e as tropas israelitas invadiram, ocuparam terras palestinianas, destruindo e matando pessoas e bens.Em 16 de Março de 2003 numa tentativa para travar essa onda de destruição e morte, Rachel colocou-se à frente de um bulldozer do exército israelita para evitar o derrube de mais uma casa de uma família palestiniana. Foi então que o potente bulldozer avançou, matando Rachel, o que constituiu um verdadeiro assassínio deliberado.

O veículo usado é da marca Caterpillar que continua a vendê-los a Israel, apesar de todos saberem que são usados para derrubar casas palestinianas e árvores, em especial oliveiras., causando prejuízos incalculáveis.Os amigos e companheiros de Rachel decidiram assim, em sua memória, escrever uma carta à Caterpillar a fim de lhe solicitar que deixe de vender aquele tipo de máquinas para Israel.

Reproduz-se o conteúdo da carta que tem sido enviada à empresa Caterpillar.

Todos que quiserem solidarizarem-se poderão igualmente , utilizando o mesmo modelo de carta, escrever uma carta a fim de prestar solidariedade à memória de Rachel, e de todos os palestinianos vitimas do arbítrio e da violência do Estado e do Exército israelita:

Caterpillar Financial Services Ltd,

2405 Stratford Road, Solihull B94 6NW

England

Dear Sir/Madam,

RE: Anniversary of Rachel Corrie's death three years ago, a 23-year-old American student named Rachel Corrie was crushed to death as she tried peacefully to prevent the destruction of a Palestinian family home in the Rafah refugee camp, Gaza. The bulldozer which killed her was made by your company. Unfortunately, despite international protests by human rights groups, your organisation continues to sell the D9 Armored Bulldozer to Israel, whose government has continued to use it to demolish homes and agricultural areas in the occupied territories, in contravention of numerous UN resolutions and international law. On behalf of the Palestine Solidarity Campaign we are therefore writing to let you know that a small group of us intend to lay a wreath at your offices on 16th March, the anniversary of Rachel Corrie's death. We would like an opportunity to meet with representatives of the management to talk to them about Rachel's life and death and to urge Caterpillar to stop doing business with Israel until it respects the human rights of the Palestinian people. Yours faithfully,

15.3.06

É preciso resistir à actual deriva securitária



( Dedicatória: Faço questão de dedicar este breve post a todos os zelosos funcionários dos vários serviços de informações que têm a gentileza de visitar e ler o Pimenta Negra, interessar-se pelo seu autor, e desejar-lhes leituras produtivas, relatórios melhor fundamentados e acções dissimuladas mais bem preparadas e feitas com menos amadorismo como as que tenho presenciado. Também não lhes fazia nada mal a consulta e leitura reflectida de textos e obras sobre os direitos dos cidadãos. Até lá façam o favor de aprender qualquer coisinha com este post.)

No debate realizado na passada 3ª feira ( dia 14 de Março) na Faculdade de Direito do Porto o professor catedrático de Direito Penal José Faria Costa que, além de um prestigiado penalista, é também Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, teceu duras críticas à actual deriva securitária dos Estados a que se assiste nos dias que correm, condenando o securatismo nos seguintes termos:

É preciso «…resistir racionalmente aos apelos do securatismo, do mesmo modo que, nos anos 60 e 70, se resistiu ao perfume da deriva securitária...»

E acrescentou:
«Puxada ao limite, a segurança torna-se perigosa e asfixia a ideia da liberdade.»

Mais adiante, afirmou:

«…a actual deriva securitária pode contribuir para o rompimento do equilíbrio entre a liberdade e a segurança…»

«Aprisionar o Direito Penal à segurança é estupidamente deitar às malvas as suas mais importantes conquistas históricas.»
E rematou, interrogando-se:

«A política criminal começa a passar de nacional a global. (…) Mas quem é que tem legitmidade para a definir?»

O interveniente seguinte foi Enrique Bacigalupo, professor de direito penal de Universidade Complutense de Madrid que, a certa altura, declarou:

«Não se pode ignorar que os Estados Unidos da América, baseando-se no absurdo de que as garantias constitucionais só limitam o Estado dentro do seu territótio, instauraram cárceres secretas em certos Estados europeus, onde se praticaria a tortura.»

A este propósito denunciou o que se passa actualmente em Guantánamo e referiu-se ainda ao que se passou recentemente na Grã-Bretanha onde a Câmara dos Lordes anulou uma sentença judicial que «…estabelecia a validade das provas obtidas através da tortura, desde que não fosse praticadas pelas autoridades do Reino Unido, dentro do seu território»

(texto baseado no artigo publicado pelo Público de 15 de Marco de 2006)

Exposição sobre Pablo Neruda na galeria do Palácio (Porto)


Vai estar patente na Galeria do Palácio ( à R. D. Manuel II, nosjardins do Palácio de Cristal, na cidade do Porto) a partir do dia 17 de Março ( próxima 6ª feira) uma exposição sobre o universo imaginário de Pablo Neruda (1904-1973), intitulada «Claridade» e baseada fundamentalmente nas fotografias de Roberto Santandreu
As imagens são baseadas em três obras de Pablo Neruda – Odes Elementares, Novas Odes Elementares e Terceiro Livro de Odes, onde o escritor chileno escreve sobre coisas simples como o pão, o fogo, o mar, o trabalho, o pôr do sol ou o odor da maresia.Sobre a própria imagem, o fotógrafo escreveu os versos que inspiraram a fotografia; por baixo da mesma coloca o poema completo, que o visitante pode levar. No fim da exposição, poderá reunir cerca de trinta odes.A Exposição é sonorizada com a voz do próprio Pablo Neruda ou de outras personalidades, declamando ou cantando os poemas do escritor chileno.

Manual do activista


Já está nos escaparates um novo livro, Manual do Activista, com prefácio da conhecida autora Naomi Klein, e apoiado pela Greenpeace, editado em Portugal pela Autonomia27. Trata-se de um conjunto de textos e sugestões acerca das múltiplas actividades desenvolvidas pelos activistas sociais.

Colóquio-debate em Serralves sobre o tema «A arte e o poder»


Na próxima 6ª feira ( dia 17), pelas 17 horas, vai realizar-se nas instalações do Museu de Serralves um colóquio-debate sobre o tema «A Arte e o poder» com a presença anunciada do filósofo Gianni Vattimo, de M.M. Carrilho, de Pedro Cabrita Reis, de Ulrich Loock e de João Fernandes (historiador e crítico de arte)
A entrada é livre.

13.3.06

Se o mundo fosse uma pequena cidade de 100 habitantes...



Se o mundo fosse uma pequena cidade de 100 habitantes…

Haveria:

57 asiáticos
21 americanos
14 europeus
8 africanos

52 seriam mulheres
48 homens

30 seriam de cor branca, e
70 não teriam cor branca

30 seriam cristãos, e
70 não-cristãos

89 seriam heterossexuais, e
11 homossexuais

6 pessoas possuíam 59% da riqueza de todo a cidade,
e essas mesmas seis pessoas seriam norte-americanos

80 pessoas viveriam em condições infra-humanas, e
70 não seriam capazes de ler

50 sofriam de má-nutrição,
1 pessoa estaria a ponto de morrer,
1 bebé estaria a ponto de nascer

Só 1 pessoa teria educação universitária

Só 1 pessoa teria computador

Luta e Festa na Sorbonne ( Março de 2006)


12.3.06

Apelo intergaláctico : por uma multiplicidade de acções sincronizadas!





A todos os anónimos, a todos os que lutam, aos sem-abrigo, aos sem-domicílio fixo, aos imigrantes ilegais, aos sem-terra, aos sem-direitos, aos sem-dinheiro, aos desempregados e desempregadas, aos minoritári@s, aos revoltad@s, aos resistentes, aos activistas, aos anticlericais, aos altermundialistas, aos zapatistas, aos ecologistas, aos defensores do descrescimento, aos anticapitalistas, aos antiprodutivistas, aos internacionalistas, aos contestatári@s da publicidade, aos opostior@s dos 4x4, aos adversári@s dos automóveis, aos democratas, aos republican@s, aos revolucionári@s, aos reformistas, aos laic@s, aos ateus, aos progressistas, aos estudantes, aos anticonsumistas, aos militantes sociais, aos cyberrebeldes, aos hacktivistas, aos revoltad@s, aos livre-pensador@s, aos clowns, aos intergaláctic@s, aos libertário@s, aos pensador@s, aos investigador@s, aos partidári@s de um estilo de vida mais lento, aos filósof@s, aos artistas, aos pedagog@s, aos hackers, aos operári@s, aos homens e mulheres de boa vontade, aos pintor@s, aos poetas, aos radicais, aos militantes, aos pacifistas, aos marcianos oprimidos, aos Zés-ninguém, aos tudo-ou-nada, aos tudo-por-tudo, enfim, a todos os homens e mulheres livres…

Apelamos a todos vocês para um encontro a fim de discutir, trocar impressões, ouvirmo-nos e organizarmo-nos.
Fazê-lo em torno de uma acção comum parece que será irrealista, dado que não estaríamos todos de acordo, o que, de resto, só é bom.
Em contrapartida, todos nós temos algo para dizer, para fazer, mostrar e denunciar, enfim, a mudar nas respectivas e múltiplas áreas de luta.
Levar a cabo uma multiplicidade de acções, cada qual na sua respectiva área de actuação, mas que fossem todas ao mesmo tempo, no mesmo dia, poderia bem ser uma maneira de dar visibilidade e demonstrar que todos nós estamos aí, na barricada contra a injustiça e a guerra, prontos a agir de forma coordenada e simultânea, em todas as frentes.


A resistência existe


E que a rede das redes a favor da Humanidade e contra o neoliberalismo de que fala a 2ª Declaração da Floresta Lacandone, e que foi o resultado da 1ª Reunião Intergaláctica possa finalmente vir à luz do dia.


Que cada grupo, organização, associação faça uma acção, simbólica ou não, na sua área de actuação, em simultâneo. Se assim acontecesse tal seria como se todo o mundo a realizasse.


Que cada um active o seu combate, mas todos ao mesmo tempo.


Difícil? Pensamos que não.
E vocês, o que pensais?


Estais dispostos a participar nesta vaga de acções múltiplas e sincronizadas?
Todas as ideias, sugestões, críticas são bem vindas, antes de lançarmos esta mensagem dentro de uma garrafa com destino ao planeta Terra.