Apenas cerca de um milhão e 700 mil espécies de animais e plantas foram identificadas pelos cientistas e não há a certeza de quantas mais existem. Só em insectos, as estimativas oscilam entre os 15mil e os cem mil. Calcula-se que, nos últimos 500 anos, se tenham perdido 800 espécies de animais e plantas e tal perda tem vindo a acelerar-se como reflexo das actividades humanas. Travar esse desaparecimento é um compromisso que 180 países já tinham assumido no âmbito das Nações Unidas e que agora estão a renovar, numa conferência em Curitiba, Brasil.
A meta tinha sido traçada diminuir em muito a perda de biodiversidade até 2010.No entanto, as medidas mostravam-se insuficientes para o calendário estabelecido. Na Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade, que decorre até final do mês em Curitiba, a maior parte dos países do mundo estará pronta a reforçar medidas de protecção às espécies e seus habitats. Aí se incluem desertos e florestas tropicais,a água e a madeira, mangais, corais e ilhas, bem como os mais diversos meios com características únicas.
A ocupação humana de áreas silvestres ou mesmo selvagens, o impacto da poluição e da produção de alimentos, tudo isso põe em causa a preservação de espécies e sítios.Os seis mil milhões e meio de pessoas no planeta estão a ser responsáveis, segundo o relatório apresentado à conferência, pela sexta maior extinção de espécies na história da Terra e pela maior desde o desaparecimento dos dinossáurios, há 65 milhões de anos. A destruição anual da floresta nos últimos cinco anos foi "reduzida" para uma área equivalente à superfície da Irlanda e este terá sido dos escassos progressos face à década anterior.
No quadro das iniciativas para a conservação da biodiversidade, as Nações Unidas vão anunciar, no decorrer da conferência de Curitiba, o reconhecimento de vários sítios que agregam não só valores ambientais como também culturais. Esses lugares "sagrados" incluem o deserto de Chihuahuan, no México, que as tradições locais consideram ser onde o sol nasceu, e o arquipélago de Bijagós, na Guiné-Bissau, por ser um santuário de vida animal em que as pessoas fazem a sua vida. Eduarda Ferreira
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