1.3.07

Jornal Fraternizar e o Padre Mário



Tenho uma dívida imensa para com o Padre Mário. Foi ele que, por intermédio da leitura dos seus livros proibidos e censurados, e que o meu pai trazia para casa, me ajudou a crescer e a identificar-me com os mais fracos. Nos anos de adolescência, e no ambiente opressivo em que se vivia então, ele foi o referencial a que me arreguei para compreender o mundo em que vivia, a ditadura instalada, e a vontade de emancipação dos pobres...
Por isso já tardava este tributo a esse homem que ajudou muitos a entenderem quem são e para onde queremos ir. Mesmo depois do 25 de Abril ele continuou, ainda que de forma mitigada, por actos e palavras, a ajudar a desbravar certas trilhas ideológicas. Nunca lhe falei pessoalmente mas acho que é chegada a altura de lhe prestar esta simples homenagem pessoal.
Outra falta minha é de ainda não ter visitado e ajudado de qualquer forma o Barracão de Cultura que é, segundo sei, o seu projecto mais acarinhado. Faço questão de o visitar na primeira oportunidade que me apareça.
Entretanto, refira-se o notável Boletim Fraternizar que circula por aí, de que o Pe Mário de Oliveira é responsável, e cuja leitura e distribuição se aconselha a todos os que se batem por um mundo mais justo e livre.

Reproduzimos o editorial e um dos artigos publicados no seu último número (Jan-Mar de 2007). Para que não restem dúvidas, acrescentemos apenas que na última edição o lema do jornal é «Esta é a hora dos Povos».

Consultar e ler:
http://padremariodalixa.planetaclix.pt/index.html
Ninguém se descuide nem atrase
ESTA É A HORA DOS POVOS!


A edição n.º 164, referente ao trimestre de Janeiro/Março de 2007, do Jornal Fraternizar apresenta-se com uma boa notícia em manchete: O Império e o Templo estão a cair, para darem lugar aos Povos de toda a Terra. Esta é, pois, a hora dos Povos! Como boa notícia ou Evangelho que é, é preciso mudarmos de campo, despojarmo-nos da ideologia da Ordem Mundial dominante, e erguermos a nossa tenda entre as vítimas do Templo e do Império para podermos acreditar nela. Os que fabricam as vítimas, embora sintam que o chão do Poder e dos Privilégios já está a fugir-lhes de debaixo dos pés – aos olhos delas, não passam hoje de histriónicos cortesãos e de fantoches manipulados pelas grandes transnacionais do mundo, sem uma única ideia que se aproveite nas suas cabeças – não só não acreditam nesta boa notícia, como até esboçam sorrisos amarelos com tudo de estupidez e de cegueira, como se o seu Poder e os seus Privilégios fossem eternos. Não são. O 11 de Setembro de 2001 revelou para todo o sempre que não são. E se duraram todos estes séculos, foi porque a Humanidade foi habilmente mantida por eles na opressão e no medo e num estado de subdesenvolvimento e de infantilismo de bradar aos céus. Felizmente, o século XXI e o terceiro milénio não serão mais do mesmo. Esta é, por isso, a hora dos Povos. Mas a sua chegada anuncia, também, o fim da dupla histórica, intrinsecamente perversa e assassina, formada pelo Império e o Templo juntos. Até ao fim do século XX e do segundo milénio, as populações (mais populações do que Povos, que só agora emergem na História) foram brutalmente ensinadas e catequizadas para verem no Templo e no Império manifestações de Deus na terra, cujas leis e decisões tinham que acatar e realizar religiosamente, sob pena de maldição e de condenação eternas, o que perfaz um crime de lesa-Humanidade sem perdão!


Sabemos hoje que bem poderia não ter sido assim, pelo menos desde há dois mil anos para cá. Na verdade, pelo ano 30 da nossa era, houve um homem que revelou ao seu povo e, nele, a todos os povos da Terra – e revelou-o com o seu próprio sangue derramado – que o Templo e o Império eram, são o Perverso, o Mentiroso e o Homicida que jamais deveremos adorar, pelo contrário, sempre deveremos enfrentar, combater, derrubar e destruir. Logo um e outro como um só condenaram-no à morte e executaram-no na Cruz, para que o seu nome nunca mais fosse pronunciado sobre a Terra e ninguém mais se atrevesse a reconhecer na sua prática e na sua palavra e, sobretudo, na sua PÁSCOA ou Passagem pela História, a presença efectiva e definitiva da libertação e da salvação da Humanidade e do Universo. Mas quando semelhante propósito se revelou de todo impossível de conseguir, logo o Império e o Templo decidiram ir ainda mais longe na sua perversão e converteram esse Homem feito maldito pela crucifixão, num mítico deus, o seu deus maior, absolutamente inofensivo, enquanto eles próprios passaram de seus carrascos ou verdugos a seus máximos representantes sobre a terra!... As multidões, ainda medonhamente oprimidas e tolhidas pelo medo, acataram ingenuamente esta Mentira oficial e até aos nossos dias continuaram dispostas a ser carne para os canhões do Império e carne para as múltiplas religiões do Templo. Mas a verdade é que Jesus, o de Nazaré – é este o Homem de quem nem o Templo nem o Império podem sequer ouvir falar, tamanho é ódio que nutrem contra ele – está hoje à beira de ser resgatado do controlo de todas as religiões do Templo e de todos os ideólogos do Império. A Humanidade deste século XXI, felizmente cada vez mais ateia de todos os deuses que se alimentam de gente, está prestes a reconhecê-lo como património seu, vivo e actuante. E hão-de ser todos os Povos da Terra, finalmente unidos e organizados à escala global, que irão realizar com alegria e entusiasmo o seu Projecto de libertação para a liberdade/responsabilidade e para a sororidade/solidariedade universal.


Acreditemos nesta Boa Notícia. Procuremos ser dignos dela. Organizemo-nos desde já em pequenas comunidades ou núcleos de afectos e de mesas partilhadas, sem exclusão de ninguém. Ao mesmo tempo, comecemos a recusar executar as leis e as ordens dos mandantes das religiões do Templo e dos ideólogos do Império. Deixemos uns e outros a falarem sozinhos. Habitemos com simplicidade entre os Povos da Terra e com eles como humildes intelectuais orgânicos e como “parteiras”. Até que os Povos da Terra se assumam como um exército em linha de batalha sororal/fraternal, derrubem o Templo e o Império com a violência da Ternura e da Cultura e façam nascer um novo jeito de ser Homem/Mulher e de viver humanamente sobre a Terra: – o jeito jesuânico, feito de misericórdia e de perdão, de responsabilidade política e de partilha/comunhão económica e financeira entre todos eles. É hora, irmãs, irmãos! Ninguém se descuide nem atrase!





O pesadelo dos medicamentos


Entre 2000 e 2003, a quase totali­dade das grandes empresas farmacêu­ti­cas passou pelos tribunais dos EUA, acusadas de práticas fraudulentas. Oito dessas empresas foram condenadas a pagar mais de 2,2 mil milhões de dóla­res de multa. Em 4 destes casos, as em­presas farmacêuticas implicadas – Tap Pharmaceuticals, Abbot, AstraZena­ca e Bayer – reconheceram a sua responsabilidade por actuações crimino­sas que puseram em perigo a saúde e a vida de milhares de pessoas. Se qui­serem saber mais pormeno­res sobre as actuações criminosas das empresas far­macêuticas, leiam o texto que se segue, elaborado pelo Jornal Fraternizar a partir do n.º 141 de Cuadernos CJ (Cristianisme i Justícia), integralmente escrito por Teresa Forcades i Vila, monja beneditina, doutora em medicina e, neste momento, a preparar também um doutoramento em teologia. Verão que a realidade é um verdadeiro pesadelo, a que urge pôr cobro. Como? Eis a questão. Mas o primeiro passo consiste em tomar consciência dele. O monstro tem múltiplas cabeças e é multinacional. Mas não há nenhum “Golias” que não possa ser derrubado pela “pedra” duma “funda” lançada pelo mundo do Pobre, como no-lo revela o relato bíblico do jovem David. Vamos à luta! Esta é a hora, tanto mais quanto as grandes empresas farmacêuticas estão hoje mergulhadas num grande impasse, sem mais imaginação para criar novos medicamentos que respondam às reais necessidades das populações. A febre dos lucros subiu-lhes de tal modo à cabeça, que elas perderam a capacidade de criar e de inovar. Limitam-se a produzir e a vender mais do mesmo, sob rótulos diferentes. E se há causa que possa mobilizar as populações do mundo, do Norte e do Sul, é a causa da saúde e da qualidade de vida. Eis.


As grandes companhias farmacêuti­cas utilizam hoje a sua riqueza e o seu poder para defenderem os seus pró­prios interesses à custa do bem-estar, da saúde e da vida de outras pessoas.
De acordo com o Relatório elab­o­rado no ano passado (2005) pela Co­missão de peritos do Parlamento in­glês, os interesses da indústria farma­cêu­tica e os do conjunto da população não coincidem.


São quatro as principais estratégias utilizadas hoje pela indústria farmacêu­tica para obter os seus lucros multimilionários:


1) Comercializar e efectuar uma ex­traordinária pressão propagandística dos medicamentos que ela própria fa­bri­ca, mesmo que estes não sejam ú­teis às pessoas e até possam ser noci­vos e inclusive mortais; 2) explorar ao máximo os medicamentos (incluídos os es­senciais) sob a forma de monopólio e em condições abusivas que não têm em conta nem as necessidades objecti­vas dos doentes nem a sua capacidade aquisitiva; 3) reduzir ao mínimo ou eli­mi­nar totalmente em alguns casos a in­vestigação das doenças que afectam principalmente os pobres, porque não são rentáveis, e concentrar-se nos pro­blemas das populações com alto poder aquisitivo, mesmo quando não se trate de doenças propriamente ditas, como é o caso da proliferação de “medica­men­tos” contra o envelhecimento; 4) forçar as legislações nacionais e internacionais para que favoreçam os seus interesses, embora à custa da vida de milhões de pessoas.


Eis alguns factos concretos que com­provam a verdade de cada uma des­tas quatro principais estratégias:
1) Dados da agência reguladora dos medicamentos dos EUA mostram que entre 1998 e 2002 registaram-se oito suicídios naquele país entre doen­tes de epilepsia que tomavam gabapen­tina da casa Pfizer (o seu nome comer­cial é Neurontin). No primeiro semestre de 2003, o número de suicídios regista­do foi de 17. Depois que um núcleo de advogados estadoniense tornou pú­bli­cos estes dados e abriu um registo para divulgação de outros incidentes do género, foram documentadas, entre os meses de Setembro de 2003 e Agos­to de 2004, 2.700 tentativas de suicídio entre os doentes que tomavam gaba­pen­tina, dos quais 200 terminaram com a morte do doente. Portanto, em apenas 12 meses, 2500 tentativas de suicídio falhadas, e 200 suicídios consumados!
Os dados foram tornados públicos e, mesmo assim, em 2004 a revista Bri­tish Medical Journal informava que nem a agência reguladora dos medica­mentos do país, nem a empresa Pfizer tomaram qualquer medida, nem sequer a de passar a indicar no prospecto que acompanha o medicamento o alerta pa­ra o risco de suicídio. Actualmente, a página na net da Pfizer já alerta para o risco de suicídio do Neurontin, mas para se chegar a essa informação têm que ler-se primeiro 26 páginas de ex­pli­cações farmacológicas e de possíveis efeitos secundários…
Quanto ao antidepressivo sertralina (Zoloft), também da Pfizer, a referida revista informava que a companhia ha­via ocultado a informação sobre os pos­sí­veis efeitos secundários de tentativa de suicídio e de agressividade. E só depois do chocante caso de Christopher Pittman (um menino de 12 anos que co­me­çou a mostrar um comportamento al­tamente agressivo, poucas semanas depois de iniciar um tratamento com ser­tra­lina e que, dois dias depois que lhe dobraram a doze, assassinou os avós e incendiou a casa), é que a agên­cia europeia de regulação dos medica­men­tos finalmente desaconselhou o seu uso em menores…
Segundo a rede de centros regi­o­nais de farmocovigilância de França, todos os anos, um milhão e 300.000 fran­ceses são hospitalizados no sector público devido a efeitos indesejáveis de um medicamento. Este número re­pre­senta 10% do total das hospitaliza­ções. Ora, de todas estas pessoas, um ter­ço apresenta-se no hospital em esta­do grave; e pelo menos 18.000 morrem cada ano (o dobro do número de mor­tos na estrada no país).


2) Desde que entrou em vigor em 2005 a nova legislação sobre patentes dos medicamentos essenciais, é brutal o seu impacto no acesso a esses medi­camentos essenciais, especialmente nos países pobres. Trata-se de optar pelo prolongamento e pela qualidade de vida das povoações do Norte, à cus­ta de encurtar de forma imediata, em dezenas de anos, a esperança de vida nas populações dos países do Sul. O que equivale a condenar 90% dos que precisam de medicamentos para conti­nu­a­rem a viver, para que os preços se mantenham elevados para apenas 10% de privilegiados. O que perfaz uma obs­ce­nidade e inaugura o que poderemos chamar “um reinado de terror”.
Mas o abuso do actual sistema de ex­ploração de patentes não afecta ape­nas os países do Terceiro Mundo. Nos países ricos do Primeiro Mundo, há cada vez mais pessoas com dificuldade para pagar o preço dos tratamentos prescritos pelos médicos. Para reduzir des­pesas, há já quem tome os medica­mentos dia sim, dia não e quem os par­tilhe com outras pessoas da sua famí­lia. Nos EUA, tomar um medicamento durante um ano pode custar actual­men­te 1.500 dólares. As pessoas com mais de 65 anos chegam a tomar em mé­dia 6 medicamentos por dia, o que perfaz uma despesa anual por pessoa de 9.000 dólares!


3) Em 2001, o grupo de Médicos Sem Fronteiras publicou um Relatório intitulado Desequilíbrio fatal que teve enorme impacto na opinião pública na altura, mas depressa foi esquecido. Se­gundo este Relatório, as doenças que afectam principalmente as populações em­pobrecidas são pouco investigadas e as doenças que afectam exclusiva­mente as populações empobrecidas não são de todo investigadas. Algumas dessas doenças, como por exemplo a fase crónica da doença de Chagas (uma infecção que afecta milhões de pessoas na América Latina) não têm qual­quer opção terapêutica! Do refe­rido Relatório, conclui-se que 90% dos recursos sanitários do mundo são de­di­cados a investigar as doenças que afectam 10% dos doentes do mundo (pre­cisamente, os do Primeiro Mundo). O que quer dizer que apenas 10% da­queles mesmos recursos são gastos a investigar as doenças que afectam os outros 90% de doentes do mundo. Este dado é conhecido como “desequilíbrio 10/90”.
As doenças tropicais, por exemplo, são doenças esquecidas. Do total de 1.397 medicamentos comercializados entre 1975 e 1999, apenas 13 (1%) des­tinavam-se ao tratamento duma do­en­ça tropical. As doenças esquecidas incluem, entre outras: a malária, a tu­ber­culose, a doença de Chagas, a úl­ce­ra de Buruli, e a lepra, a maior parte delas doenças dos pobres!
Alguém poderá objectar que as em­presas privadas têm direito a investir o seu dinheiro onde melhor lhes pare­ça. Porém, a verdade é que o dinheiro que financia as investigações não é só privado, mas provém também de acor­dos com a saúde pública. O que quer dizer que nós, público em geral, pagamos duas vezes pelo mesmo pro­duto e, além disso, não temos qualquer controlo democrático sobre as priori­dades em que se gasta o referido di­nhei­ro. Pagamos, primeiro, para finan­ciar as investigações e depois para ad­quirir os medicamentos. Assim não é de estranhar os lucros multimilionários das empresas farmacêuticas. Por exem­plo: dos 17 ensaios clínicos que va­li­daram os 5 medicamentos mais ven­didos durante o ano de 1995 (Zan­tac, Zovirax, Capoten, Vasotec e Pro­sac), apenas 1 foi financiado pela in­dús­tria farmacêutica. Do conjunto dos estudos considerados decisivos para chegar a desenvolver estes 5 medica­men­tos, concluiu-se que apenas 15% fo­ram financiados pela indústria far­macêutica.
Os investigadores do grupo Médi­cos Sem Fronteiras advertem também que não são só os laboratórios os res­ponsáveis pelo desequilíbrio fatal, mas to­das as instituições públicas e priva­das que colaboram para que a produ­ção de medicamentos se oriente de for­ma exclusiva ao lucro económico e me­nos­preze o sofrimento dos doentes. Se as doenças mais estudadas não são as que mais afectam a humanidade, en­tão quais são elas? Vejam só: Se­gun­do o referido Relatório, a maior par­­te dos esforços financeiros e intele­ctuais da investigação sanitária de to­do o mundo em 2001 foram destinados a investigar a impotência sexual, a obe­si­dade e a insónia!!!
Além de não serem tidos em conta, quando se trata de decidir as priori­dades da investigação de novos medi­ca­mentos, os doentes dos países po­bres – especialmente, os africanos – são utilizados como cobaias para se ob­terem informações sanitárias diver­sas que depois nunca os beneficiam a eles. No Quénia, por exemplo, e sob a responsabilidade da Universidade de Washington, realizaram-se, em finais da década de noventa, estudos clínicos para observar a evolução natural da do­ença da SIDA. O que significa que, com a desculpa de que eles sempre aca­bariam por morrer, centenas de afri­canos foram sujeitos a provas comple­mentares para analisar como se iam de­teriorando até morrerem, à medida que avançava a infecção, sem nunca lhes ter sido oferecido o respectivo tra­ta­mento que poderia tê-la detido!!!


4) A indústria farmacêutica dispõe nos EUA (sede das empresas que domi­nam o mercado global) de um número de lobbys profissionais superior ao nú­mero de congressistas. O que significa na prática que cada parlamentar tem à perna um ou mais destes profissionais que estudam o seu perfil psicológico, a sua história pessoal e laboral e dete­ctam os pontos fracos através dos quais po­dem pressioná-lo para que vote, ou proponha no Parlamento leis favoráveis aos interesses da indústria farmacêuti­ca (por isso, contrários aos do bem co­mum) e para que vote sempre contra as propostas contrárias a esses mes­mos interesses. No ano de 2002, por exemplo, 26 destes 675 lobbys eram ex-parlamentares, 342 eram ex-traba­lhadores do Parlamento, e 20 tinham exercido cargos directivos.
Ao mesmo tempo, as empresas far­macêuticas foram ao ponto de criar or­ga­nizações que se apresentam na soci­e­dade como iniciativas espontâneas de cidadãos, quando mais não são do que or­ganizações financiadas por elas para de­fenderem os interesses delas. Quan­do se trata, por exemplo, de fazer subs­ti­tuir um medicamento por um outro no­vo que vai entrar no mercado, esses ci­da­dãos multiplicam-se em declarações aos media a testemunhar que o novo é que é bom e que já o experimen­ta­ram com resultados espectaculares… Tudo em troca de dinheiro ou outras com­pensações em que são hábeis as gran­des empresas farmacêuticas. Mer­ca­do livre, isto? Mercado selvagem, é o que é.