7.5.05

Por um feminismo subversivo



Feminismos há muitos. Para todos os gostos … Até há feministas que tiram fama e proveito para seduzir e irema para a cama!!!
Mas Judith Butler, uma autora norte-americana, professora na Universidade da Califórnia, Berkeley, escreveu em 1990 um livro, «Gender Trouble» que desmontava as posturas das teorias feministas, em especial a noção de género que o feminismo utilizara. A obra de Butler está na origem do que se costuma designar por Queer Theory, e segundo a qual a identidade sexual não é fixa e estática, mas flutuante. «Homem» e «mulher» não seriam senão representações socialmente construídas, que urge desconstruir e desestabilizar. Um dos exemplos fornecidos é o da Maria-rapaz ( tomboysm) que revela a masculinidade feminina. Daí que se defenda a produção de novas taxonomias sexuais que subverta os modelos dominantes de género.
E o seu objectivo é "(...) not by subverting masculine power or taking up a position against masculine power but by turning a blind eye to conventional masculinities and refusing to engage.".
Ou seja: a masculinidade não é propriedade exclusiva do macho; há uma masculinidade feminina.

A tese de Judith Butler é que "o género é uma cópia sem original" e que as sexualidades e géneros dominantes estão ferreamente delimitados, colocando-se numa dependência simbólica do que lhes é diferente.
Butler recorre ao processualismo para abordar as sexualidades e duvida quer dos essencialismos de género quer da noção de «passagem» de um sexo para outro.
Para ela são inúmeros os lugares identitários que emergem das relações entre a sexualidade, o género e o corpo.