O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou nesta segunda-feira que Estados não-nucleares – como o Irão – devem resistir à tentação nuclear, enquanto os Estados Unidos e a Rússia devem reduzir os seus arsenais.
A declaração foi feita no discurso de abertura de uma reunião com representantes de mais de 180 países em Nova York para rever o Tratado de Não-Proliferação (TNP) Nuclear – um pacto firmado há 35 anos e que hoje se encontra "num dilema", segundo o chefe da agência nuclear da ONU, Mohamed el-Baradei.
Durante o encontro, vários países devem pedir mais esforços daqueles que já possuem armas nucleares para que se livrem delas, enquanto Washington e os seus aliados devem procurar falar tão-só nos casos da Coréia do Norte e do Irão.
O secretário-geral da ONU propôs que os Estados Unidos e a Rússia "se comprometam – irreversivelmente – em fazer mais cortes nos seus arsenais, de maneira que eles sejam limitados a centenas e não a milhares".
De acordo com o Tratado de Moscovo, assinado em 2002, Washington e Moscou devem destruir entre 1.700 e 2.200 ogivas até 2012.
Durante a manhã cerca de cem manifestantes pacifistas japoneses fizeram um protesto em frente à sede da ONU. Eles integram a maior delegação nacional de representantes da sociedade civil presentes à reunião sobre o TNP.
"Viemos directos do Japão para falar ao mundo dos horrores da bomba H", disse o engenheiro Terumi Tanaka, um sobrevivente de Nagasaki e secretário-geral da ONG Confederação Japonesa das Vítimas da Bomba Atómica.
Além de representantes diplomáticos, a agenda da reunião inclui também discursos de sobreviventes como Tanaka das bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos em 1945 em Hisroshima e Nagasaki.
"A nossa mensagem é muito simples: nunca mais Hiroshima e Nagasaki. O mundo precisa de nos ouvir antes que seja tarde", concluiu Tanaka
Fonte: BBC