28.11.10

O anjo da história, de Walter Benjamin, vai ser tema de um encontro a realizar amanhã no Goethe Institut de Lisboa




O Anjo da História
Walter Benjamin
Editora: Assírio & Alvim

"Onde aparece para nós uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma única catástrofe que continua a amontoar destroços sobre destroços e os arroja a seus pés. O anjo gostaria de se deter, despertar os mortos e reunir o que foi despedaçado, mas está soprando uma tempestade no paraíso que o impele irresistivelmente para o futuro a que volta suas costas, enquanto à sua frente o monte de ruínas cresce em direção ao céu. O que chamamos de "Progresso" é justamente esta tempestade"
Walter Benjamin


Há um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas.O anjo da história deve ter este aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia de factos que aparece diante dos nossos olhos é para ele uma catástrofe sem fim, que incessantemente acumula ruínas sobre ruínas e lhas lança aos pés.

Ora, um dos pontos mais polémicos da nossa época envolve justamente a questão do progressismo vago, sem finalidades humanas. Todos aplaudem os avanços tecnológicos, poucos param para pensar no elevadíssimo preço humano pago para se chegar a tais conquistas...

Quando Walter Benjamin analisou o Angelus Novus, tela de Paul Klee, imediatamente os seus próprios companheiros, marxistas apontaram falhas para a sua análise considerada "não dialética": "Como? De costas para o futuro? Benjamin está politicamente errado!"

O progresso invade lares, desagrega famílias, transforma e transtorna a sociedade, traz desemprego, polui, tortura e mata os seres humanos. Apesar disso é sublimado constantemente pelos media e pela ideologia dominante.

Neste sentido, compreende-se o anjo, face torturada, observando a pilha de escombros a acumular-se à sua frente sem que nada possa fazer a respeito simplesmente por causa da "tempestade" chamada progresso.

Dá mesmo vontade de sabotar as engrenagens das máquinas frias, de paralisar o progresso para salvar o humano perdido na tempestade.

É então que ergue-se a acção política e a necessidade de incomodar os cultores do progressismo, tanto à esquerda quanto à direita quando bradamos indignados: "Mais humanidade e menos progresso!

Que a máquina sirva ao humano, e não que se sirva dele!


Realiza-se amanhã mais uma sessão «A cidade e a escrita» no Instituto alemão de Lisboa, cujo tema é precisamente Walter Benjamin e o seu Anjo da História, com a presença do tradutor dos textos daquele autor alemão e que foram publicados pela editora Assírio e Alvim

Encontros Literários
Dia 29.11.2010, às 18h30
Goethe-Institut, Campo dos Mártires da Pátria, 37, Lisboa
Entrada livre


Passaram 70 anos sobre a morte de um dos pensadores mais incontornáveis do século XX: Walter Benjamin. O pretexto para esta sessão da "Cidade e a Escrita", em que, a partir da tradução de João Barrento, O Anjo da História, em que o autor lança mão dos seus textos mais emblemáticos sobre a visão da história de Walter Benjamin.
Com a presença deste prestigiado investigador e tradutor, que traduziu o que de melhor a literatura alemã nos poderia legar, poderemos reunir e falar da importância de Walter Benjamin, da tradução da sua obra em Portugal, retomando questões que são ou mais pregnantes ainda hoje, como a falência do modelo capitalista, a crise da história e da narração, o fetiche do consumismo e a necessidade de repensar novos modelos sociais e políticos, com urgência.

Com a participação de Maria João Cantinho e João Barrento.

Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina ( 29 de Novembro) - sessão evocativa em Lisboa

Será comemorado amanhã, 29 de novembro, o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, realizando-se em Lisboa uma sessão pública de solidariedade.

PALESTINA SOLIDARIEDADE
Sessão Pública Evocativa do
Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina
Segunda, 29 de Novembro de 2010, 21 horas
Casa do Alentejo - Rua das Portas de Santo Antão, 58 – Lisboa

Intervenções de:
Maria do Céu Guerra, Presidente da Direcção Nacional do MPPM
Embaixador Mufeed Shami, novo Representante Diplomático da Palestina
Carlos Almeida, membro da Direcção Nacional do MPPM
Adel Sidarus, membro da Direcção Nacional do MPPM

Em 29 de Novembro de 1947, a Assembleia Geral da Nações Unidas adoptou a resolução 181 (II) sobre a partilha da Palestina em dois estados, um árabe e um judaico, com um regime especial para Jerusalém. Destes, só o estado judaico foi constituído. Por isso, em 1977, volvidos 30 anos, "profundamente preocupada por não ter sido alcançada nenhuma solução para o problema da Palestina, e por este continuar a agravar o conflito no Médio Oriente, de que é o cerne, e a pôr em perigo a paz e a segurança internacionais", a Assembleia Geral da ONU adoptou a resolução 32/40 B em que proclama 29 de Novembro como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, convidando "todos os Governos e organizações a cooperar na implementação da presente resolução".

http://www.mppm-palestina.org/

Cinema lá em baixo tem sessão dedicada ao debate sobre o despejo da casa do grevista (dia 30 de Nov.), seguido do filme La chinoise


Cinema lá em baixo solidário com o colectivo matéria bruta!

Cinema lá em Baixo apresenta:

Sessao 30 de novembro 'HAPPY CRISIS'

20h00 jantar vegetariano

21h00 Greve geral e okupa da casa da Sao Lazaro: videos, fotos e debate
(colectivo Materia Bruta - 24 e 25 de novembro 2010)

22h00 LA CHINOISE
(Jean Luc Godard - 1967 - 96 min - english subtitles) > trailer aqui


http://cinemalaemcima.blogspot.com/


O colectivo vaivém abre um espaço no ciclo de cinema lá em baixo para se falar sobre os últimos acontecimentos da casa d@ grevista, na Rua de São Lázaro. Incluído na temática happy crisis vão passar imagens da casa e do despejo para se lançar uma conversa e mais tarde, "la chinoise" do Godard!

A sessão é terça-feira, dia 30 de Novembro, com jantar, conversa e filme no RDA 69: Regueirão dos Anjos nº69, em Lisboa



Ver o vídeo do despejo da Casa do Grevista:

Tem coisas, ti Manel, tem coisas... é o novo livro de Camilo Mortágua com apresentação pública no dia 30 de Nov. às 18h30



Depois do livro "Andanças para a Liberdade", Camilo Mortágua tem um novo livro editado com o título "Tem coisas, ti Manel, tem coisas" (Esfera do Caos Editores) e vai ser apresentado na próxima terça-feira, 30 de Novembro, em Lisboa, nas instalações do Teatro da Comuna, à Praça de Espanha.

A partir das 20h. haverá copinhos de tinto ou branco alentejano. Uma açorda de honra, das autênticas, e as cantigas que fazem falta...


Tem coisas, ti Manel,
tem coisas...

de CAMILO MORTÁGUA

Tem coisas, ti Manel, tem coisas
tem coisas más de entender…
Mandaram fazer a açorda
e agora na a querem comer!

Prefácio
José Ferragolo da Veiga

NOVAS UTOPIAS, PARA RESOLVER VELHOS PROBLEMAS
Uma crítica política e social do Portugal contemporâneo, escrita por quem acredita nas virtudes do desenvolvimento rural e da abordagem local.

PALAVRAS SIMPLES, PENSAMENTOS RÚSTICOS


Diz o poeta que «a canção é uma arma».
Se a canção é uma arma, sê-lo-á essencialmente pelo discurso. E se o discurso é a arma, as palavras que o compõem são as munições…
As balas!
Mas as palavras só são como balas quando despidas das roupagens de disfarce que lhes deturpam os sentidos e as desviam dos alvos genuínos. As palavras, para atingirem a força e o impacto das balas, têm de ser usadas como vieram ao mundo, nuas e portadoras de futuro. Só assim podem ser munições eficazes para o combate democrático.

SOBRE O AUTOR:
Camilo Mortágua. Entre os inimigos de Salazar que lutaram de armas na mão contra o Estado Novo destacam-se dois homens: Camilo Mortágua e Hermínio da Palma Inácio – os últimos revolucionários românticos. A eles se devem os golpes mais espectaculares que abalaram a ditadura. Mas a história da acção directa contra o regime há-de reservar a Camilo Mortágua um capítulo muito especial, pela sua perseverança na luta, ao longo de mais de vinte anos, iniciada, em Janeiro de 1961, com a participação na Operação Dulcineia, comandada pelo capitão Henrique Galvão – o desvio do paquete português «Santa Maria» – e prosseguida com o assalto ao avião da TAP, em Marrocos, no mesmo ano, e com a LUAR, de que foi um dos fundadores, até ao 25 Abril.
Nos últimos anos tem trabalhado na concepção e implementação de programas e projectos de desenvolvimento local, assim como na mobilização de pessoas e grupos socialmente desprotegidos e na animação e organização de comunidades em risco de exclusão.
Presidente da DELOS Constellation, Association International pour le Développement Local Soutenable (1994-2002). Co-fundador e primeiro Presidente da ACVER, Associação Internacional para o Desenvolvimento e Cooperação de Comunidades Rurais. Presidente da APURE, Associação para as Universidades Rurais Europeias. Grande Oficial da Ordem da Liberdade da República Portuguesa.

Todas as canções, de José Afonso ( finalmente um livro com as partituras, os acordes e as letras de todas as suas músicas)




José Afonso - Todas as Canções
As partituras, as letras, crifras e acordes de todas as músicas de José Afonso
livro acabado de editar pela Assírio e Alvim

"José Afonso é o nosso maior cantor de intervenção!"
Este elogio tão consensual e aparentemente tão generoso é a forma mais eficaz de liquidar a obra do grande mestre da música popular portuguesa no que ela tem de universal e de artisticamente superior.
Não é sequer uma meia verdade. É, de facto, uma «falsa» verdade.

Reduzir José Afonso ao cantor de intervenção, que ele também foi, é induzir no grande contingente de distraídos a ideia de menoridade artística, (mal) associada à canção política.

É claro que, numa análise larga, podemos considerar cada cantiga de José Afonso uma canção de intervenção, na medida em que todas elas reflectem a sua forma de estar na vida e de a observar. Desse ponto de vista, cada uma das suas cantigas foi concebida deliberadamente à revelia da ideologia dominante e contra ela.

Na realidade, porém, as canções de conteúdo expressamente político são até minoritárias no conjunto da sua obra.

Arrumar José Afonso na gaveta da canção de intervenção, é não compreender que a dimensão da sua obra está ao nível do que de mais importante se fez na música popular universal do século XX. E se não teve o impacto mundial que merecia, foi tão-somente porque ele nasceu onde nasceu.

Além disso, essa etiqueta é um óptimo álibi para que os divulgadores musicais o possam banir com toda a tranquilidade. Porque "a música de intervenção já teve o seu tempo e já não interessa ao grande público".

Mas sejamos justos: se a rádio e a televisão ignoram a obra de José Afonso, esse facto não se deve apenas ao analfabetismo musical e ao mau gosto de muitos dos seus directores de programas. Deve-se também às imposições do mercado, para o qual e com o qual esses directores trabalham.

Sintomaticamente, essa marginalização não tem hoje reflexo no meio musical. Pelo contrário, de há uns anos a esta parte, José Afonso passou a ser o autor mais cantado por todas as gerações e diferentes escolas de músicos.

Este facto atesta bem a sua importância na história da música popular portuguesa. Graças ao seu talento excepcional, renovou a nossa canção popular a partir da tradição musical coimbrã em que se iniciou, integrando novas influências e marcando decisivamente as gerações seguintes. A esse papel não são estranhos três factores resultantes da sua própria vivência: o meio universitário coimbrão, culto e boémio, onde estudavam jovens oriundos de zonas rurais ou semi-rurais, que integrava já, na tipicidade das suas baladas, fortes influências da poesia e da música tradicionais de várias regiões do país, sobretudo das Beiras e dos Açores; a instabilidade, pouco normal para a época, da sua infância e da sua adolescência, que muito cedo o levou a contactar com meios socioculturais muito diferentes; uma cultura literária acima da média, adquirida sobretudo em Coimbra, que contribuiu para elevar os seus padrões de qualidade no uso da palavra cantada.

Mestre incontestado da canção popular portuguesa, simultaneamente um genial autor e intérprete de canções, cidadão exemplar e incansável lutador pela liberdade e pela justiça no contexto da ditadura salazarista, mas também no pós 25 de Abril, a sua vasta obra discográfica, iniciada em 1953 e terminada em 1985, constitui um manancial inesgotável de inspiração e de aprendizagem.

José Afonso deixou-nos em 1987. Num país tremendamente desculturado e desatento foi preciso esperar quase um quarto de século para ver aparecer o presente trabalho, que reúne as partituras de todas as 159 canções que gravou, com as respectivas letras e cifras, exceptuando apenas os fados de Coimbra de autoria alheia que interpretou.

Para que este livro possa constituir um complemento de alguma utilidade para quem pretender conhecer e estudar a sua obra, optámos pela transcrição fidedigna do que está registado nos fonogramas, independentemente de pensarmos, num ou outro caso, que poderia haver outras soluções ao nível da estrutura ou da harmonia. Pela mesma razão, não sugerimos qualquer hipótese de harmonização, quando a harmonia não é evidente no arranjo.

Apenas nos permitimos alterar a tonalidade de algumas canções na transcrição, nos seguintes três casos:
— Para que a partitura reflicta a digitação utilizada, nas situações em que a afinação habitual das violas foi alterada;
— Quando os instrumentistas utilizaram um transpositor;
— No limite, quando a tonalidade da gravação, com pequena diferença de tessitura, poderia dificultar desnecessariamente a leitura e a execução.
A autoria das letras e das músicas é de José Afonso, excepto quando são indicados outros autores.

Esperamos que este José Afonso — Todas as canções possa contribuir para um melhor conhecimento e estudo deste precioso património.

Guilhermino Monteiro
João Lóio
José Mário Branco
Octávio Fonseca

Apresentação do número monográfico da revista Storia e problemi contemporanei sobre "Il Portogallo e la transizione alla democrazia


Apresentação do número monográfico da Revista

Storia e problemi contemporanei "Il Portogallo e la transizione alla democrazia"

por Guya Accornero e Alfonso Botti


Este número constitui um importante contributo de carácter historiográfico publicado em Itália sobre a transição democrática portuguesa, em relação ao novo papel de Portugal no contexto europeu e internacional.

Apresenta: Manuel Villaverde Cabral, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Intervenções:
Alfonso Botti, Universidade de Modena;
Guya Accornero, Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e Instituto de Estudos Políticos e Internacionais da Universidade de Lausana;
António Costa Pinto, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Horário: 19h00
Local: Sala Teatro – Instituto Italiano de Cultura (60 lugares – reserva obrigatória)
Organização: Instituto Italiano de Lisboa

http://www.storiamarche900.it/main?pp=home

Um dia sem compras, e 365 dias de consumo responsável

Ontem foi um Dia Sem Compras ( BUY NOTHING DAY), venham agora os outros 365 dias de Consumo Responsável

Ver abaixo o video de uma acção realizada ontem por activistas ecologistas do GAIA (grupo de acção e intervenção ambiental) num centro comercial em Lisboa


27.11.10

Eu não abracei o tio rico (Teatro Nacional S. João): texto de Nuno Meireles

Texto de Nuno Meireles, retirado do blogue

http://jogodramatico.blogspot.com/


Um abraço ao tio rico cuja mulher foi para longe, enquanto os primos passam dificuldades

Abraçou-se o Teatro Nacional S.João. Foram entre 1200 e 200o pessoas (conforme as fontes). Estavam pessoas das escolas de teatro (alunos e professores), estavam celebridades, profissionais (a participar no actual espectáculo do TNSJ), e ainda estavam anónimos.

Foi notícia abraçar-se um teatro que não vai falir, que não passa dificuldades, cujos membros não precisam de emigrar, que tem um orçamento milionário e cobra bilhetes a preços comerciais e, mesmo assim, produz trabalhos que são somente criações pessoais, apresentados como criações pessoais, com as arbitrárias consequências de qualquer criação pessoal, tendo o selo deste ou daquele criador - mas com a diferença fundamental de ser feito com muito dinheiro, num espaço sociológico que automaticamente imprime um selo de "qualidade superior".

As últimas produções de qualidade que vi no TNSJ foram acolhimentos: A Mãe, de Bertolt Brecht, pelo Teatro de Almada/Encenação de Joaquim Benite; Idiotas, a partir de Dostoiévski, pelo Memo Fortas/encenação de Eimuntas Nekrosius.

Paguei para os ver.

Assim como paguei para ver as estopadas do Platónov, de Anton Tchékhov/encenação de Nuno Cardoso, Turismo Infinito, a partir de Fernando Pessoa/encenação de Ricardo Pais e Breve Sumário da História de Deus, de Gil VIcente/encenação de Nuno Carinhas - produções da casa.

Muitos dos que foram fotografados a abraçar o teatro não pagaram, nem pagam. Não vêem as peças pensando se vale o dinheiro e a espera na fila.

Seguem as perguntas e respostas sobre este tema:

"Tem o TNSJ a qualidade superior que o seu selo dá a entender?"

Não.
Tem muito dinheiro e pessoas como todas as outras.

"Valem as produções do TNSJ mais que as outras?"

Não.
São feitas apenas com muito dinheiro e em salas quentes, grandes e douradas.

"Saímos modificados das produções do TNSJ?"

Não.
Saímos enfastiados, porque é só mais uma criação deste ou daquele criador, sabendo invariavelmente a desnecessário.

"A cidade do Porto deve muito ao TNSJ?"

De facto sim, como deve a qualquer instrumento de poder e legitimação do poder: muitos da cidade do Porto estarão eternamente agradecidos ao TNSJ pela elevação simbólica que lhes trouxe a sua associação com o TNSJ.

"Então, sendo assim, se o TNSJ é dessa maneira, quem devemos abraçar?"
Abrace-se antes os não alinhados, os que não têm padrinhos, que não estão dentro do sistema, que fazem um trabalho não comprometido, independente e - ponto vital que o TNSJ falha completamente a dar - artisticamente pertinente. Por exemplo:


LaMarmita, na dança-teatro e música

Nuizis Zobop, nas novas linguagens e escritas performativas

Dois Pontos Associação Cultural, na descentralização das actividades culturais, em especial teatro e poesia

Isto só para falar de estruturas próximas, que são tenazes sobreviventes persistindo com um trabalho ímpar, de uma riqueza artística inversamente proporcional aos seus baixos orçamentos, sem padrinhos, sem papás, e sem o tio rico.


Imagens do abraço, muito concorrido, por sinal, ao tio rico




Cinema na livraria-bar Gato Vadio hoje e amanhã à noite

Hoje e amanhã ( dias 27 e 28 de Nov.) à noite irão ser projectados dois excelentes filmes de visionamento obrigatório para quem queira perceber o mundo em que vive. A entrada é livre.

Livraria-bar Gato Vadio
Rua do Rosário, 281 – Porto
telefone: 22 2026016

Let’s Make Money, de Erwin Wagenhofer

Sábado, 27 de Novembro, 22h


Sinopse:
Partindo dos depoimentos de grandes investidores, o documentário vai revelando a facilidade com que os paraísos fiscais e as bolhas financeiras, por onde passa a maioria do capital financeiro, se impõem nas chamadas “economias emergentes”. A miséria que aflora nos EUA ou as raízes da crise económica espanhola causada pela bolha imobiliária, são alvo de análise. Realizado antes da crise mundial, Let’s Make Money é uma denúncia dos excessos das políticas neoliberais. Desregulamentação, liberalização excessiva, evasão fiscal, ganância lucrativa, explicada pelos rostos de quem a põe em prática e pelos rostos daqueles que sofrem na pele esta deriva da globalização desumana e alienante.



De la servitude moderne, de Jean-François Brient e Victor León Fuentes

Domingo, 28 de Novembro, 22h

Sinopse:
A servidão moderna é uma espécie de escravidão voluntária, consentida pela multidão de consumidores que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é incutido. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência da sua exploração e da sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Aceitam sem discutir a vida lamentável que lhes espera. A renúncia e a resignação são a fonte mais segura para a manutenção da servidão moderna.

26.11.10

Redução de salários é não só ilegal como claramente inconstitucional, segundo um Parecer Jurídico de Garcia Pereira

Redução de salários é não só ilegal como claramente inconstitucional, segundo um Parecer Jurídico de Garcia Pereira, conhecido advogado especialista em Direito do Trabalho.
Isso quer dizer que qualquer trabalhador poderá impugnar em tribunal a sua redução salarial.

Consultar o parecer jurídico em: AQUI


Conclusões do Parecer:

«1.ª Uma norma constante do Orçamento de Estado que determine o abaixamento unilateral e generalizado das remunerações dos trabalhadores da Administração Pública e a manutenção desse abaixamento por um período plurianual, porque destituída de relação directa e imediata com matéria financeira e orçamental (como é o caso ainda mais nítido das retribuições dos trabalhadores das empresas públicas sob forma societária) e porque ultrapassadora dos limites do ano económico, padece de inconstitucionalidade material, por violação dos artºs 105º, nºs 1 e 3 e 106º, nº 1 da Constituição.

2.ª Dada a natureza eminentemente laboral duma norma relativa a remunerações da generalidade dos trabalhadores, o desrespeito pelo direito, consagrado no artº 56º, nº 2, da mesma Constituição, das Comissões de Trabalhadores e associações sindicais participarem na elaboração de legislação do trabalho, consistente na não observância, no respectivo processo legislativo, dos procedimentos impostos por essa mesma norma, e regulados ou pela Lei nº 23/98, de 26/5 ou pelo artº 470º e seguintes do Código do Trabalho, implicará sempre a inelutável inconstitucionalidade formal da mesma norma, por ofensa ao referenciado artº 56, nº 2 do C.R.P..

3.ª Uma tal norma consubstancia também uma verdadeira restrição ou suspensão dum direito constitucional (o direito ao salário, consagrado no artº 59º, nº 1 al. a) do CRP) fora dum caso de estado de sítio ou de emergência declarados na forma prevista na Constituição, o que lhe é frontalmente proibido pelos artºs 18º, nº 2 e 19º, nº 1 da Lei Fundamental, sendo por consequência materialmente inconstitucional por violação de tais preceitos.

4.ª Por outro lado, a mesma referida norma, afectando situações jurídicas anteriormente constituídas e comprometendo as legitimas expectativas à integralidade e não redutibilidade remuneratória com base nas quais os trabalhadores visados oportunamente fizeram as suas opções e contraíram as suas obrigações, violenta de forma grave, desproporcionada e, logo, intolerável o principio da confiança ínsito na ideia de Estado de direito consagrada no artº 2º da CRP, estando consequentemente tal normativo ferido de nova inconstitucionalidade material por desrespeito relativamente a tal preceito e principio constitucional.

5ª Ainda a mesma norma, porque também consubstanciadora da ablação de um direito subjectivo de carácter patrimonial juridicamente protegido, ablação essa determinada sem qualquer indemnização e por uma decisão puramente politica, consubstancia não apenas um verdadeiro confisco não permitido pela Constituição, maxime no seu artº 62º,

6ª - Como igualmente a completa desconsideração dos deveres e obrigações pré-constituidos, vg de natureza contratual, que, por força do artº 105º, nº 2 do CRP, as normas do Orçamento têm imperativamente de ter em conta,

7ª - Padecendo, por conseguinte, a referenciada norma de nova e dupla inconstitucionalidade material, decorrente da violação dos supra-referenciados preceitos e princípios dos artºs 62º e 105º, nº 2 da lei Fundamental.

8ª Finalmente, uma norma que determine a redução unilateral das remunerações apenas dos trabalhadores da Administração Pública, mantendo-se a intangibilidade das retribuições do regime laboral privado, sem que exista qualquer fundamento juridicamente válido para impor aos primeiros menores direitos e garantias do que os segundos, consubstancia uma diferenciação de tratamento sem fundamento material razoável, ou seja, uma discriminação, estando inquinada de outra inconstitucionalidade material ainda, agora por violação do artº 13º do CRP.

9ª Tudo o que antecede devidamente considerado e ponderado, somos de parecer que forçoso é concluir que os trabalhadores da Administração Pública, à luz da legislação (designadamente constitucional) em vigor, não podem ver reduzidas por acto unilateral da mesma Administração ou mesmo por acto legislativo, como por exemplo a Lei do Orçamento do Estado (que seria assim multiplamente inconstitucional) as suas remunerações».

25.11.10

Raquel Freire, realizadora,denuncia na sua crónica de rádio o assédio e o abuso policial contra a manifestação pacífica dos antimilitaristas anti-Nato


Para ouvir a crónica, clicar em:
Crónica de Raquel Freire na Antena 1


A Crónica semanal de Raquel Freire na Antena 1 é produzida no âmbito do programa radiofónico Este Tempo que é emitido todas as Quartas-feiras às 9h 45 da manhã.
Raquel Freire está incumbida de abordar as novas tendências sociais. Foi neste espaço que se referiu à emergência dos novos movimentos sociais e, em especial, da manifestação anti-militarista do passado dia 20 de NOvembro contra a Nato e a Guerra

Raquel Branco Rodrigues Freire, (Porto, 22 de Junho de 1973) é realizadora de cinema já com obras premiadas na sétima arte.


Nascida na cidade do Porto no dia 22 de Junho de 1973), Raquel Freire, que queria seguir Belas Artes até os 14 anos, partiu para Coimbra a fim de lá viver e estudar Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Acabariam por ser duas cidades importantes para os projectos artísticos de Freire, que as usou como cenário nos filmes "Veneno Cura", "Rio Vermelho" (2007, 1999 - Porto) e "Rasganço" (2001 - Coimbra). Raquel Freire considera que o Porto é "a minha cidade. É a terra da minha infância, dos medos, da transgressão, do sangue, das lágrimas, dos gritos de liberdade, dos recomeços, tem um rio que é o meu rio vermelho das paixões e das feridas, tem pontes que ligam as duas margens e as aproximam, tem uma luz única, carnívora, tem uma solidez de granito e solidão, tem uma Afurada com os mais belos barcos e pescadores e pescadeiras, tem uma Ribeira que é muito mais bonita do que qualquer bilhete postal. Estou espalhada por ali.". Já Coimbra "surgiu por necessidade. Queria filmar a juventude, dos nossos verdes anos, do fim da inocência, da passagem e dos rituais de passagem para o mundo dos adultos, dos rasganços. Para mim, a paisagem emocional destes sentimentos era Coimbra."


Foi membro de diversas Secções Culturais da AAC: Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), Rádio Universidade (RUC), Grupo Etnográfico & Folclórico (GEFAC). Foi membro de duas Repúblicas de estudantes, Rosa Luxemburgo e Kimo dos Sobas. Membro da primeira lista independente, que venceu sucessivamente as eleições para a Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra nos anos de 92/93, 93/94 e 94/95. Enquanto membro eleito da Direcção, coordenou o Grupo Pedagógico de Direito e, mais tarde, os pelouros de Informação e de Política Educativa. Criou o Gabinete de Apoio ao Estudante, o sistema de Apoio Psicológico gratuito para estudantes e uma linha de atendimento permanente. Elaborou o primeiro "Manual de Sobrevivência do Caloiro" e instituiu a Semana de Acolhimento, Apoio e Informação aos alunos do 1ºano. Participou na criação e organização das Jornadas Universitárias Lusófonas. Integrou as Comissões de Honra da candidatura e recandidatura de Jorge Sampaio à Presidência da República. As impressões da sétima arte e o reforço da vontade de fazer cinema, seriam marcadas pela Universidade, onde Raquel estudou História e Estética do Cinema Português (1996/1997) e pela cidade do Porto, estudando música (canto, guitarra e composição), dança, teatro, fotografia, pintura.

Raquel Freire é assumidamente pansexual e luta há já vários anos pelos direitos da comunidade gay, lésbica, bissexual e transexual. É membro das Panteras Rosa de Portugal, (Frente de combate à lesbihomotransfobia) e da Rede Internacional de Luta contra a Homofobia.

Raquel estreou-se depois de vários trabalhos cinematográficos e da sua primeira curta-metragem independente, Rio Vermelho (1999). Filmada inteiramente na cidade do Porto, o filme surgiu em festivais diversos. Foi, contudo, a Universidade que mais marcou uma das etapas da vida da realizadora, que a veio a retratar de forma polémica na sua primeira longa-metragem, Rasganço (2001). O título provém da última das praxes estudantis, que consiste em rasgar o traje académico do finalista, até que este fique completamente despido. Estreou, em 2009, o primeiro filme que abre a trilogia sobre a "intimidade, a identidade e os nossos tabus" criada por Freire. "Veneno Cura" não teve um êxito de bilheteira, mas conseguiu a aceitação geral do público e da crítica, apesar dos temas polémicos tratados e expostos.

Oficina sobre Consumo Crítico e Consciente (27 de Novembro)


Oficina sobre Consumo Crítico e Consciente

Dia 27 de Novembro, Sábado, às 10h00

(duração aproximada: 2h00, 2h30)

Ponto de Encontro: Av. dos Aliados, em frente à C.M. Do Porto, junto à estátua de Almeida Garret

Inscrições Limitadas e Gratuitas

(possibilidade opcional de almoço vegetariano conjunto de tod@s participantes, após a oficina, na Casa da Horta – Associação Cultural, trazer também roupa e calçado confortável para caminhar)


É um "lugar comum" dizer-se que a nossa sociedade se globalizou. Talvez seja mais difícil, no entanto, compreendermos ou reflectirmos sobre as mais diversas formas e repercussões dessa mesma globalização na nossa realidade do dia-a-dia. Nunca como hoje os bens que consumimos vieram tanto e de locais tão distantes do nosso planeta. Mas que implicações concretas esse facto terá para cada um de nós?

Numa sociedade dita de consumo cerca de 20% da população dos países ditos “mais desenvolvidos” consome cerca de 80% dos recursos. Esse consumo, ou para se ser mais exacto, consumismo, tido como “normal” e até intrínseco no nosso modo de vida tem no entanto pesadas implicações ambientais e sociais. A nível ecológico é desastrosa a forma como a nossa espécie tem vindo a levar à exaustão os mais diversos recursos naturais do planeta, provocando uma destruição sem ímpar dos habitats selvagens da Terra. Para além disso, e paradoxalmente, uma grande parte dos bens produzidos (quase 90%) são produzidos para uma utilizaçõa efémera (uma única vez) sendo depois responsáveis pela produção de toneladas e toneladas de resíduos cujo tratamento implica também, ele próprio, uma elevada factura ecológica. De entre esses resíduos destacam-se os plásticos, muitos vezes particularmente complexos em termos de reciclagem e recuperação, e outros materiais que quando libertados no meio ambiente natural provocam danos bastante sérios nos ecossistemas e nas espécies animais (muitas aves e mamíferos marinhos, por exemplo, morrem por asfixia devido à ingestão dos mesmos).

A nível económico e social (instâncias que desde logo se encontram intimamente associadas, se é que existe qualquer separação sequer, aos aspectos ecológicos dos fenómenos) os impactos da dita mundialização da economia (outra forma talvez de designar um fenómeno com uma agenda ideológica bem marcada como é o neoliberalismo) estão longe de se traduzir em efeitos muito positivos para as comunidades locais.

Tendo-se os nossos hábitos de consumo (ou maus hábitos) tornado tão banais e inconscientes e questão que urge lançar é: o que podemos nós fazer para fazer a diferença? Para mudar positivamente o nosso estilo de vida adoptando comportamentos e hábitos mais conscientes e positivos do ponto de vista ecológico e social?

A proposta da Oficina sobre Consumo Crítico e Consciente é uma viagem de reflexão sobre o nosso estilo de vida através de lugares, cores e aromas nevrálgicos para a actividade económica, cultural e social da cidade do Porto. É uma viagem “viva” sobre alguns dos efeitos da globalização económica na nossa comunidade local, assim como um exercício prático de reflexão sobre as nossas escolhas e opções enquanto cidadãos consumidores, nomeadamente em termos de pegada ecológica. Podemos viver consumindo menos e melhor? Podemos viver sendo parte da solução em vez de parte nesse tremendo problema actual que consiste na quantidade de resíduos que produzimos diariamente?

A resposta a essa e muitas outras questões que certamente surgirão poderemos encontrar no coração da própria cidade invicta.

Facilitador: Pedro Jorge Pereira - Activista Eco-Social e Formador

Organização: Futuros Sentidos e Casa da Horta


Contactos e Inscrições:

Pedro Jorge Pereira

93 4476236

ecotopia2012@gmail.com

ou:

Futuros Sentidos

918744241

futurossentidos@gmail.com

http://futurossentidos.wordpress.com/

23.11.10

Greve Geral ao trabalho, ao consumo e à moral (24 de Novembro)


Dia 24 há uma Greve Geral convocada contra as medidas de austeridade. Não trabalhemos, mas por todas as medidas tomadas diariamente "em nosso nome" desde aos milénios. Desde as religiões do nada e as religiões que nos prometem o paraíso se sacrificar-mos nossa vida, nosso corpo e nossos desejos e ideais do mesmo efeito.

Há apenas uma coisa que podemos ser donos, apenas uma coisa que nos pode garantir que nossos interesses são pr...ioritários, e essa coisa somos nós mesmo. Passam-se minutos, horas, dias, meses, anos a servir outros, a servir abstractos que se entranham em nós como vícios inquestionáveis. Patrão, pátria, deus, blablabla a lenga-lenga é a mesma porque do mesmo não saímos com nuances e mascaras diferentes. Tão impotentes nos sentimos, que a negação é a saída mais fácil, Jogos diários de servilismo, competição, mesquinhez, consumo, correria, luta-se por controlar e ter objectos, por passar imagens, por vangloriar o vazio, o brilho, por defender e esmagar o trabalho que nunca nas mãos de quem trabalha está, nuances e mascaras, semânticas e moscas. E no meio destes joguetes de poder, institucionalizados ou não, da família, estado, patrão, beleza padronizada, machismos, racismos, homofobias, religiões, imagens, partidos, morais e blablabla que se danem todos, lá fica abandonado e esquecido, o nosso único, a nossa única coisa que podemos e devemos possuir, nós próprios, eu mesmo, tu mesmo,

Já chega das palavras "povo" "bem comum" na boca de quem nem te conhece, sê um gigante em ti mesmo. Mas dia 24 nem proponho revoltas, nem revoluções, a não ser que a revolta queiras demonstrar e praticar, e revolução é uma palavra "manhosa" quando só se trata de poleiro na boca de alguns. Dia 24, se saíres à rua gritando iniciais, lembra-te que essas iniciais não te podem controlar, o que tu dizes, pensas, fazes, sentes.

Nesse dia recusa o consumo físico e moral, não trabalhas, mas não aproveites para começar as compras de natal, não dês as 8 horas (ou as que sejam) do teu dia de trabalho a outra entidade capitalista, não aumentes os lucros da superbock ou da coca-cola. Nesse dia lembra-te da vela que tens para o "dia em que faltar a luz" e usa-a, esquece a internet e o telemóvel, a telenovela e o futebol profissional, o restaurante e o cinema.


Nesse dia faz greve! Faz boicote! Faz sabotagem!

Tenta dedicar o dia a ti, à tua vida, aos teus desejos, à tua prática. Talvez seja o início de algo na tua vida, talvez aprendas alguma coisa contigo mesmo. Não digo qual, fica o dia todo a dormir se o quiseres, faz sexo com @ companheir@ ou com quem quiseres o dia todo, mete em prática uma perversão, vai ter com um amig@ que mora a dois passos de ti no tal encontro adiado, vai correr, vai caminhar, lê ou escreve o que tens adiado, põe em prática uma acção em que à muito pensas, sê espontâneo, passeia com o teu filho, o teu cão, a tua sobrinha, conversa, luta com os teus companheiros ou sozinho.

Faz com que seja mais que uma Greve Laboral, faz com que seja um dia de afirmação de ti próprio, boicota todo e qualquer poder institucionalizado ou não. Não gastes um cêntimo em nada, pára não só a tua empresa, como todas. Dia 24 faz greve ao trabalho, ao consumo, à moral. Greve! Boicote! Liberdade individual!Não queiras o mundo, quer-te a ti mesmo!

http://www.facebook.com/#!/event.php?eid=176437999040183

MERDA - Movimento de Empresários Reconhecidos à Democracia e Autoridade



No próximo dia 24 de Novembro será lançado um novo movimento em Portugal, MERDA, Movimento de Empresários Reconhecidos à Democracia e à Autoridade.

Estejam atentos.

Actividades do Sindicato de Ofícios Vários da AIT-secção portuguesa para o dia 24 de NOvembro

24 de Novembro - Greve Geral

a) manhã: PIQUETE DE DIVULGAÇÃO ANARCOSINDICALISTA da GREVE - c/ associad@s e amig@s do n/ SOV-Sindicato de Ofícios Vários ,da AIT-SP e outr@s comp@s libertári@s e amig@s que se nos queiram juntar), com canto libertário -"A la Huelga"-versão portuguesa "Para a Greve companheir@"...- que temos ensaiado nos últimos sábados, "Internacional" -versão Neno Vasco, etc..., com percussão de batuques improvisados, tambor e viola (ou /e cavaquinho)
ENCONTRO :10:30 h. Frente ao Centro Português de Fotografia (antiga cadeia da relação- à Cordoaria )

b) tarde : participação na Manif sindical unitária (se ela se fizer )

c) fim de tarde APÓS A MANIF e/ou o PIQUETE, : Encontro em local a designar para AVALIAÇÃO da n/ acção neste dia

Boletim Anarco-Sindicalista - Edição especial dedicada à Greve Geral de 24 de Novembro

Download em PDF:
http://www.freewebs.com/aitbas/bas/BAS_GreveGeral.pdf


Todos sabemos que a greve geral marcada para o dia 24 de Novembro não resultará numa paragem total da economia capitalista, ou seja, numa verdadeira greve geral. Mas também sabemos que isso não se deve à discordância da maioria dos trabalhadores com a necessidade de protestar ante as injustiças e a exploração de que são alvos ou com a greve como forma de luta.

Que trabalhador, a quem ainda reste um pouco de dignidade, não acredita que é necessário protestar contra a situação de precariedade e miséria a que se encontra submetida a maioria dos trabalhadores neste país, causando algum dano àqueles que são os seus principais responsáveis e beneficiários – a classe política e patronal?

Que trabalhador, a quem ainda reste um pouco de dignidade, não sente uma raiva a crescer-lhe nos dentes quando ouve os mesmos facínoras de sempre, com a barriga cheia de luxos e privilégios, a pedirem-lhe nova dose de sacríficios?

Mas então, porque não há uma greve geral?

A resposta está no medo e no isolamento que nos foram impostos, uma barreira invisível que nos impede de fazer frente aos nossos verdadeiros inimigos.

O medo de sermos despedidos, o medo de perdermos os poucos euros que nos dão ao fim do mês impedem-nos de resistir, quando não nos levam mesmo a ver um inimigo, não naquele que nos explora, mas no colega que é explorado como nós. Sem termos nenhuma defesa face ao patrão, somos obrigados a satisfazer todas as suas vontades, a aceitar todos os sacrifícios e humilhações. Protestar afigura-se como um acto romântico de jovens irresponsáveis e a greve parece uma relíquia daqueles tempos longínquos em que os trabalhadores pensavam que podiam fazer revoluções.

O isolamento só reforça ainda mais o medo e impede-nos de procurar a nossa força na união com os nossos iguais, os demais explorados e humilhados. O isolamento só se pode vencer se soubermos substituir a moral burguesa do cada um por si por uma ética do apoio-mútuo, praticando a solidariedade entre trabalhadores. E só rompendo o isolamento de que somos vítimas poderemos vencer o medo. Quem temerá ser despedido se souber que uma multidão o vingará e que nenhum outro trabalhador ousará ocupar o seu lugar?

Isto só será possível se soubermos recuperar a ideia-base que inspirou a formação dos primeiros sindicatos: “a emancipação dos trabalhadores só pode ser obra dos próprios trabalhadores”. Saibamos então unir-nos, sem líderes nem representantes, discutindo os nossos problemas em assembleias de iguais, recorrendo sempre à acção directa, isto é, à acção sem intermediários (políticos ou burocratas sindicais), para agir pela resolução desses mesmos problemas, tendo sempre presente que os interesses dos que exploram e dos que são explorados jamis serão conciliáveis e que a nossa emancipação só será possível com a destruição do capitalismo e do Estado.

Saibamos vencer o medo e o isolamento de que os nossos patrões se alimentam e poderemos ousar protestar. E partindo de uma greve que os poderosos querem ordeira e inofensiva poderemos chegar a pôr em causa um sistema que nos transforma em escravos.

Contra a exploração capitalista! Pela igualdade social!
Unidos e auto-organizados nós damos-lhes a crise!


Associação Internacional d@s Trabalhador@s - Secção Portuguesa
- Núcleo de Lisboa

24 de Novembro - fazemos greve e vamos para a rua (FERVE, fartos destes recibos verdes, estarão na Avenida dos Aliados, Porto)


24 DE NOVEMBRO FAZEMOS GREVE.
24 DE NOVEMBRO VAMOS PARA A RUA (Lisboa - Rossio; Porto - Aliados)

Estamos FARTOS de sermos nós a pagar esta crise.

Estamos FARTOS da mentira dos recibos verdes porque somos trabalhadores por conta de outrém e não empresários.

Estamos FARTOS de Empresas de Trabalho Temporário (ETT's) que subalugam o nosso trabalho.
Estamos FARTOS de sermos bolseiros de investigação científica e não termos o devido contrato.

Estamos FARTOS de contratos a prazo.

Estaos FARTOS de estágios em todas as suas enganadoras versões.

Estamos FARTOS de sermos obrigados a trabalhar gratuitamente para o Estado ou para IPSS's através dessa escravatura dos tempos modernos que são os 'Contratos de Emprego Inserção'.

Estamos FARTOS de sermos trabalhadores sem emprego. E somos mais de 600 mil que estamos desempregados...

Estamos FARTOS de precariedade e de termos as nossas vidas a prazo.

E PORQUE ESTAMOS FARTOS DE TUDO ISTO, DIA 24 FAZEMOS GREVE E VAMOS PARA A RUA:

A partir das 15h30, no Porto vamos todos à Avenida dos Aliados e, em Lisboa encontramo-nos no Rossio, onde estarão também os Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual e os Precários Inflexíveis.

No próximo dia 24, exercemos o nosso direito constitucional à Greve: porque trabalhadores são todas as pessoas que trabalham!

Trabalhadores precários vão concentrar-se no Rossio às 15h. no dia da greve geral ( 24 de Novembro)


http://www.precariosinflexiveis.org/

A partir das 15h00, os trabalhadores precários concentram-se no Rossio, em Lisboa, com espaço para intervenções, diversas bancas da banda precária, um concerto dos Loucos de Lisboa e apoio jurídico.
O Rossio será desde manhã um ponto de encontro importante: a União de Sindicatos de Lisboa terá desde cedo um ponto de informação e mobilização e às 17h30 o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, da CGTP, organiza um concerto.
Se queres lutar contra a precariedade e não sabes para onde te hás-de virar, junta-te a nós.

Os Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual apelam à participação de todas e todos na greve geral de amanhã

Os Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual apelam à participação de todas e todos neste dia inédito de luta pela justiça social e económica.

Nós, profissionais da cultura, do espectáculo e do audiovisual, tal com o conjunto dos trabalhadores, somos afectados pela crise e pelas medidas de austeridade, com a agravante dos cortes orçamentais anunciados nas nossas áreas que vão afectar centenas de produções e criar mais dificuldades num sector onde raramente temos acesso à protecção social que cobre a eventualidade de desemprego, entre outras.

Para que neste dia também tenhamos visíbilidade,pretendemos
SABER COMO A VOSSA ESTRUTURA/PRODUTORA/COMPANHIA deseja PARTICIPAR NESTE DIA.

A Plataforma dos Intermitentes está a articular-se com outras estruturas para criar uma agenda a nível nacional das varias acções ligadas directa, ou indirectamente à greve.

O vosso espectáculo, a vossa filmagem ou a vossa sala pretende parar? Desejam promover alguma conversa com o publico? caso contrário, poderão considerar a leitura de um comunicado antes ou depois do espectáculo? Têm alguma outra ideia de iniciativa e podem filmá-la?

Mandem mail com as respostas para
intermitentes@gmail.com

Outras acções já confirmadas para o dia 24 em Lisboa, no Rossio:

11h/13h30-marcha em Slow Motion organizada pelo CEM
11h/15h – Micro-Piquetes intermitentes de greve (circulam pelo centro/encontro no Rossio)
15h- Concentraçao/acção conjunta com os Precarios Inflexiveis e conjunto dos trabalhadores a recibos verdes;
17h- Concerto organizado pelo SPGL(Sindicato dos Professores) com Camané, Jorge Palma, Zé Pedro (dos Xutos e Pontapés) entre outros;
21h30 – Festa da greve, em local a confirmar

22.11.10

Greve Ilimitada ( canção de Dominique Grange)





Grève illimitée
Parole et musique: Dominique Grange

Grève illimitée
Les portes se ferment
Les piquets se forment
Grève illimitée
Les bras fatigués
Délaissent la chaîne
Les tours sont muets
Grève illimitée
Grève illimitée


Quand elle monte des usines
La colère, la colère
Quand elle monte des usines
La colère a la voix des machines
Ce n’est qu’un début
Tout s’immobilise
On parle de crise

Ce n’est qu’un début
On marche beaucoup
Paris sans essence
Dialogue partout
Ce n’est qu’un début
Ce n’est qu’un début

Quand elle marche dans la rue
La colère, la colère
Quand elle marche dans la rue
La colère n’a que ses poings nus

La révolution
Le mot est lâché
En plein mois de mai
La révolution
Entre les pavés
Des fleurs vont pousser
Pour tous ceux qui font
La révolution
La révolution

Quand elle unit les camarades
La colère, la colère
Quand elle unit les camarades
La colère monte en barricades
La Sorbonne libre
Censier, l’Odéon
Partout l’amitié

La Sorbonne libre
Ils nous ont chassés
A coups de matraques
Ils nous ont volé
La Sorbonne libre
La Sorbonne libre

Quand on bâillonne la colère
La colère, la colère
Quand on bâillonne la colère
Elle fait le tour de la terre.
Ce n’est qu’un début
On est toujours là
Tenons le combat
Ce n’est qu’un début
Nous avons le temps
D’aller en prison

Nous avons vingt ans
Ce n’est qu’un début
Ce n’est qu’un début

Continuons le combat

A Greve Geral Está a Chegar!

Eu fui a Lisboa abraçar-te ( texto de leitura altamente recomendável)

Eu fui a Lisboa abraçar-te

A ordem perturba mais do que a desordem.

Quem quiser ver, a democracia está aí: converteu a política, toda a política, no confronto com a polícia.
A política é hoje tudo aquilo que escapa ao sistema político-partidário. E contra o que escapa ao sistema político-partidário, a mentira da democracia chama a polícia.

Desta vez, não foram apenas os sitiados pelo controlo social e político – exercido pelo Estado em nome da falsa democracia – que sentiram na pele a repressão exercida pelo aparato da polícia-exército: alguns jornalistas, curiosos, transeuntes, imigrantes, ficaram espantados. Um carioca, ao entrar no Rossio às 18h da tarde ficou mudo e gelado: pensou que tinha regressado ao Morro Formiga na favela da Tijuca.

Mas a falsa democracia é por demais previsível: o ataque preventivo começou cedo. Ataque preventivo na rua, em Lisboa, ataque preventivo nos/dos Media com a série policial black block, ataque preventivo nas fronteiras. Assim desvia a falsidade da sua essência, assim limpa a ferocidade do seu Estado-Guerra: cercar o mal, isolar o desordeiro, o violento, o vândalo, os palhaços, os filhos-da-puta.

Mas se o Estado é cada vez mais guerra e cada vez mais previsível, o que dizer do PCP?

O meu avô e o meu pai foram/são comunistas. O meu avô foi preso, torturado, na prisão tentou suicidar-se para não ceder à tortura, para não ceder à violência: quis ceder a vida para não ceder a liberdade. Teve 7 dias em coma, tantos quanto os dias que ficou sob tortura do sono – a mesma tortura, entre tantas outras, que a NATO infligiu e inflige aos prisioneiros de guerra do Afeganistão e Iraque com o beneplácito do Estado português. Ao fim de 7 dias de tortura do sono, num rebate de lucidez, atirou-se a pique e de cabeça do vão das escadas do 4ª andar da prisão de Coimbra.

O meu pai, deu metade da vida pelo “partido”. Acumulou cólera e raiva, cortes nos direitos sociais e degradação da democracia. (A única coisa que ganhou foi, isso sim, o movimento de base e habitacional cooperativo que ajudou a fundar com sucesso). Acumulou mais cólera e raiva do que aquela que eu tenho.

O PCP é uma linha de comando de controlo da raiva e da cólera?

Nenhuma outra estrutura/movimento político e social no país é um “black block” em potência além do PCP.

Se a voz de comando dissesse: ocupem as fábricas, ponham cadeados nos portões, não deixem sair os camiões, o país parava. (Como talvez nenhum outro país europeu pudesse parar por acção de uma só máquina partidária). O PCP não tem de o fazer, só a ele lhe cabe essa responsabilidade, ou melhor, ao seu comité. Mas para achar a nossa responsabilidade em tudo o que fazemos, temos sempre que confrontar aquilo que realmente fazemos com as possibilidades do que poderíamos fazer e não fazemos. Nessa diferença, podemos achar a nossa irresponsabilidade.

Pergunto – não à voz de comando, aquele que declara à Lusa (Fonte: TVI) que as pessoas que foram impedidas de entrar no protesto «não pediram antecipadamente para fazer parte do corpo principal da manifestação»; ou ainda, citando a reportagem assinada no JN por Catarina Cruz, Carlos Varela e Gina Pereira, “o único caso de maior preocupação deu-se, a meio da tarde, quando um grupo não organizado foi cercado pelo Corpo de Intervenção da PSP, junto ao Marquês de Pombal. A intervenção policial deu-se a pedido dos organizadores da manifestação que perceberam que mais de 100 pessoas iam integrar o protesto. A polícia, fortemente armada, cercou o grupo na cauda do cortejo” –, pergunto a tantos comunistas e simpatizantes do PCP (e já agora aos outros movimentos partidários que a integravam) se têm o direito de impedir que um outro grupo de cidadãos exerça o mesmo direito que eles próprios gozaram no mesmo sítio, à mesma hora?

O que o PCP fez (ou a organização submetida à lógica centralista e autoritária do PCP) foi ilegal, ilegítimo e, sobretudo, um ultraje. E para fazer cumprir uma ilegalidade, chamou a polícia. E ditou-lhes: façam desta forma, cerquem esse grupo de cidadãos, ou seja, exerceu com eficácia o seu poder sobre as autoridades condicionando-as a agir fora da lei. Conseguiu o apartheid. Foi a peça que faltava no puzzle montado pelo circo do poder para legitimar mediaticamente a NATO, a sua cimeira, a sua máquina de guerra.

Foram três as entidades que montaram o circo mediático de legitimação da Cimeira da Nato: as altas-esferas políticas; a Polícia e os seus vários serviços; e os Media de Informação de Massa.

E o circo mediático tinha uma pedra-chave em todo processo de desvio da essência assassina da NATO e limpeza do sangue do seu cadastro criminal: os black block.
15 dias antes, começou-se a armar a tenda: telejornais transformados em séries policiais.

Os black block seriam a pedra-chave para montar o cerco, para apontar o adversário, para legitimar a repressão. Bastaria um carro a arder ou uma montra partida e, passe de mágica, o espectador lá de casa pensaria: de facto, os gajos da NATO até têm razão, estes tipos anti-Nato são uns arruaceiros. E todos os manifestantes passariam a ser arruaceiros e os senhores da
Guerra uma espécie de caritas global d’ ajuda ao outro!

Mas desta vez, a tripla entente (Estado-Guerra, polícia e Media) não precisou de polícia infiltrada a partir as montras, para isolar o adversário, para desviar a atenção dos 35 mil mortos civis afegãos, os torturados, o horror, o ódio, o terror espalhado pela NATO. Tinham a voz de comando do PCP: a farsa dos B.B (barbies big-brother), a psicose colectiva instigada na TV por Estado-Guerra, Polícia e Media, passava a ter a sua realidade na manifestação contra a cimeira da Nato.

Nessa lógica, o PCP integrou a lógica do Estado: primeiro, limitou a sua actividade de protesto à legitimidade imposta pelo Estado da falsa democracia, como sempre tem feito (uma greve geral em 22 anos é uma espécie de suicídio assistido pelo capitalismo…), depois impedem um grupo de pessoas de juntar-se a uma só voz contra a Guerra, contra a NATO.

Cerquem esse grupo, cacem-nos, porque a democracia está em perigo!
E cercados que estávamos, passámos a ser o adversário, o arruaceiro, o vândalo, o criminoso que vem na TV. Nem uma pedra atirámos. O que o PCP e a polícia-exército fizeram foi fazer-me sentir, num par de horas, um palestino.

Num par de horas, a violência do cerco policial, converteu-nos em palestinos e palestinas (sem querer dramatizar, é apenas uma imagem, pois sei bem a diferença que vai entro um cerco num par de horas e um cerco total durante 3 gerações…). Nem sequer uma pedra atirámos. (Nem sequer aquelas garrafas d’água que se esborracharam no Vital Moreira… talvez tivessem sido anarcas com credencial!!!!!!!!!).

Entre pacifistas, libertários, membros da PAGAN, anarquistas e outros tantos seres como eu sem serem “istas” de nada, ali estiveram demonstrando a sua não-violência num momento inusitado de demonstração da violência do Estado e de clara violação de dois direitos fundamentais, o direito à manifestação em qualquer espaço público sem prévia autorização e o direito à livre circulação no espaço público do território nacional (não nos esqueçamos que ao longo do percurso foi-nos sucessivamente negado o acesso livre ao território que a voz de comando determinou que não podíamos pisar). À nossa volta, acabava a falsa democracia… mas quando a (falsa) democracia chega tão longe…

Sitiados, com polícias que nos ladeavam enfileirados a um metro ou dois de distância uns dos outros, já não tínhamos mais nada senão o corpo. Caçados os direitos, era a sobrevivência do corpo. A liberdade de ser corpo. Nada mais. Não atirámos uma pedra.

Por isso, no fim, quando te abracei, sei que abracei outro corpo, tão vivo quanto o meu, só violência de lágrimas. Mais nada.

Temos de voltar a fazer amor com a liberdade ou a democracia deixará de existir.

Pelo estado de ruína da cidadania, pela crescente militarização da polícia, pelo estado de ódio e controlo social, os nossos filhos (aqueles que continuem a afirmar a liberdade com a vida) caminharão já não escoltados de cada lado por um polícia, mas por tanques de guerra. Então, seremos cada vez mais palestinos e palestinas, cada vez mais cercados, e o nosso corpo, para viver, vai ter de explodir.

Júlio do Carmo Gomes

Mais duas breves notas:

Ainda os finlandeses impedidos de entrar na fronteira portuguesa. Num dia da vida deles, cada um desses homens, disse: o meu corpo não será uma arma. Nenhum Estado me obrigará a pegar numa arma. O meu corpo não tirará a vida a outro corpo. Objectores de consciência, pacifistas entranhados, vinham juntar-se aos activistas que em Lisboa condenaram outro tipo de homens: aqueles que, num dia da vida deles, não tendo coragem para matar com o seu próprio corpo, mandaram outro corpo puxar o gatilho. O que espanta não é a arbitrariedade da polícia, o abuso da autoridade, a sua insuficiência. Mas a normalização da violação de um direito fundamental. Já alguém apresentou uma queixa contra o Estado português no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem?

Na acção de desobediência civil não-violenta levada a cabo na manhã de sábado o ambiente de protesto e mesmo a actuação policial acabou por correr sem ânimos exaltados, com relevo para a calma dos activistas e para a descoordenação da polícia (por exemplo, não conseguiram evitar um acidente de duas viaturas, sem qualquer gravidade, não tinham carrinhas suficientes para os detidos, e, numa cidade sitiada por polícias, só passado 25 minutos passaram a ser em número igual aos dos activistas…). Em todo o tempo em que estive lá a observar, como testemunha e prestando o meu apoio aos activistas, só vi uma pessoa exaltada: Paulo Moura, jornalista do Público. Indignado comigo pelo facto de eu não ter conseguido, pelo desenrolar das circunstâncias, cumprir com o que com ele tinha combinado: ler o comunicado dos activistas uma única vez diante de todos os jornalistas presentes. Não foi possível. Não estava lá como profissional de conferências de imprensa… Exaltado, para espanto também das outras duas pessoas que assistiam aos seus amuos devido à sua árdua tarefa de jornalista violentado nos seus direitos humanos pelo conferencista de serviço, o espanto atingiu o clímax com o comentário do ofendido: “Vocês são iguais aos gajos lá de baixo da Cimeira”. Mesmo ficando na dúvida se apenas se referia aos adidos de imprensa dos senhores da guerra, respondi-lhe: “Nenhum de nós tem as mãos manchadas de sangue”. O profissional acalmou-se, respirou fundo, recompôs-se da figura: “Só tenho uma pergunta: quantos foram detidos?”. Ora, para isso, tem a polícia.

Grupos pró-sistema assolam e devastam as sociedades europeias, mas a polícia e os Estados nada fazem para os travar


Grupos pró-sistema devastam as sociedades europeias, semeando miséria, despedimentos, precariedade, cortes nos salários e nos apoios sociais, fome, encerramento de empresas, mas a polícia e os Estados nada fazem para os deter na sua acção de demolição social, e até os incitam a continuar nos seus actos e operações criminosas de especulação e acumulação financeira em prejuízo da população em geral, sobretudo a mais carenciada.



Nota de esclarecimento:
pró-sistema = fanáticos do sistema capitalista e da globalização neo-liberal

21.11.10

Apelo dos professores contratados e desempregados para uma concentração no dia 24 às 14h30 em frente ao Ministério da Educação

CONCENTRAÇÃO ÀS 14H30 EM FRENTE AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DOS PROFESSORES CONTRATADOS E DESEMPREGADOS

Contra a precariedade e o desemprego,

por uma escola pública de qualidade!


JUNTA-TE A NÓS POIS A UNIÃO FAZ A FORÇA E ESTA LUTA É DE TODOS!


Façamos de Dia 24/11 o primeiro passo de uma luta que não pode nem deve parar!


P’la Comissão Promotora da Concentração:
Délio Figueiredo, Paulo Ambrósio e Sofia Barcelos (professores contratados e desempregados)














Videos da participação de activistas sem-partido, da PAGAN e de anarquistas na manifestação anti-Nato

Palavras de uma manifestante anónima a propósito da manifestação anti-NATO e da participação nela de anarquistas e outros elementos e grupos não-partidários:

« Manifestei-me ao lado deste grupo de anarquistas e muita honra tive em o fazer. (…) E muito orgulho tive em manifestar-me na única fracção da manif que foi sempre pacífica, mas nunca ordeira. »








Solidariedade com detidos na acção não-violenta







Manifestação anti-NATO












LISBON ANTI-NATO PROTEST









20.11.10

Excelente vídeo com o Manifesto dos activistas participantes na acção de desobediência civil não-violenta contra a NATO, a Guerra e o Militarismo


NENHUM EXÉRCITO DEFENDE A PAZ





COMUNICADO DE IMPRENSA: 80 activistas conseguiram perturbar o acesso à Cimeira da NATO em Lisboa.

Pelas 9 horas da manhã, cerca de 80 activistas de Espanha, Portugal, Suécia, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Holanda e Polónia bloquearam um dos acessos rodoviários ao local onde está a decorrer a cimeira, de modo a impedir a passagem dos representantes oficiais da NATO. Os participantes desta acção imobilizararam-se, sentando-se num cruzamento e amarrando-se uns aos outros com tubos e cadeados.

42 activistas foram detidos (...)
Durante duas horas os activistas conseguiram bloquear um ponto de acesso crítico ao local da cimeira. Enquanto a banda de samba tocava, três activistas cobriram-se de tinta vermelha, simbolizando o sangue das vítimas das guerras da NATO.

“Graças à NATO, os países europeus estão a combater no Afeganistão há 9 anos numa guerra sem saída. E continuam. Graças à NATO ainda existem armas nucleares na Europa, 20 anos depois de terminada a Guerra Fria. E graças à NATO a Europa continua a investir numa estratégia de defesa inútil baseada em mísseis.” afirma Josune García do grupo espanhol AA-MOC.

Libertação imediata dos 42 activistas anti-Nato e anti-Guerra que foram detidos hoje de manhã numa acção pacífica de denúncia contra o militarismo



Libertação imediata dos 42 activistas anti-Nato e anti-Guerra que foram detidos hoje de manhã em Lisboa, durante uma acção pacifica de protesto contra a Cimeira da NATO!

Protesto pacífico anti-NATO no Parque das Nações baralha a polícia que deteve 40 activistas anti-guerra

Chefe de Polícia não sabe os crimes que incorrem os activistas pacíficos anti-NATO:

"ora portanto, os crimes em que incorrem são... alterações da ordem pública... e outras coisas que ainda estamos a averiguar..."
(declarações do chefe de polícia no fim do vídeo)



Enfim, é a polícia, e está tudo dito. Ou seja, prendem, e logo se verá do que é que se vai acusar, nem que se invente uma incriminação qualquer.
Será isto um Estado de Direito ou um Estado policial?




Protesto pacífico anti-NATO e anti-Guerra no Parque das Nações reuniu dezenas de activistas que com música e faixas em que se lia «Nato game over» procuraram demonstrar o seu repúdio pela reunião em Lisboa dos senhores da guerra e do bloco político-militar mais agressivo e dotado de armamento mais ameaçador para o nosso planeta e toda a humanidade.

Os activistas manifestaram-se pacificamente nas imediações do Parque das Nações, onde decorre a cimeira da NATO no cruzamento da Avenida Infante D. Henriques com a Avenida de Pádua.

Inicialmente, os activistas concentraram-se em cima de um dos túneis, no cruzamento das duas avenidas, fazendo-se ouvir ao som de tambores.

Os manifestantes derramaram tinta vermelha no chão, num acto simbólico daquele que consideram ser o sangue derramado nas acções bélicas da NATO.

O protesto foi simbólico e pacífico, com recurso ao derrame de sangue artificial no chão, simbolizando o sangue das vítimas da guerra.

Além do Portugal, também activistas provenientes de Espanha, Finlândia, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Holanda e Polónia juntaram-se nesta acção não-violenta, exercendo o direito à desobediência civil, para contestar e questionar o militarismo dos senhores da guerra que estão reunidos na Cimeira da NATO.

A polícia que há longo tempo esperava manifestações violentas acabou por intervir para lavar a tinta vermelha que tinha sido derramada no piso da rua e veio a deter 40 activistas que estavam a manifestar-se pacificamente contra a guerra e a morte de mais 70.000 pessoas provocadas pelas forças militares da NATO, o bloco político-militar que escolheu desta vez Lisboa para a realização da sua cimeira que tem como objectivo a aprovação da nova estratégia militar daquela organização.

Os detidos foram encaminhados para as carrinhas do Corpo de Intervenção da PSP.
Apesar do carácter pacífico do protesto, a acção mobilizou largas dezenas de agentes policiais entre elementos do Corpo de Intervenção, da Brigada de Trânsito e polícias à paisanas que não encontraram resistências nem se depararam com actos violentos o que confundiu a polícia, pois esta tinha sido treinada e mentalizada para confrontar-se com actos violentos.

Uma cena irrisória simbolizava toda aquela situação quando um transeunte berrava com a polícia: "Isto não é uma bomba, é um frasco para fazer chichi", refilava o homem que queria atravessar o cruzamento, acabando por conseguir, devido à insistência.

Fonte: informações da imprensa online


Pacifistas estão reunidos em Lisboa para pedir o fim da guerra numa Contra-Cimeira à da NATO

Para acompanhar a CONTRA-CIMEIRA ir para:
www.no-nato-live.org/No_To_NATO_Livestream/Livestream.html


Reportagem de um participante na Contra-Cimeira

Do ponto de vista político, houve uma grande convergência, nosentido de identificar-se a crise do capitalismo, com o crescimento darepressão, do autoritarismo e do militarismo.

A construção da NATO actualmente faz-se em torno de eixos que se pretendem de «paz» mas trazem a guerra às paragens onde o capitalismo não consegue por outros meios saquear os recursos.

A máquina de guerra da NATO tem estado vocacionada para intervir em teatrosde «guerra», mas cada vez mais vai tornar-se também «polícia interno» dos
povos. Há uma grande integração dos comandos políticos da UE, dos órgãos políticos da NATO, com uma ênfase especial para o papel que o tratado de Lisboa teve. Amarrou a UE à NATO.

As pessoas não têm a noção de que tudo o que seja forças militares,instalações, etc. de seus países (incluindo «neutrais») da UE estão agora sujeitos a contribuir muito directamente para os propósitos da NATO.

O que sobressai da nossa análise é que a NATO é cada vez mais um instrumento do imperialismo US, tendo os outros países capitalistas do «centro» (como a G-B , França, Alemanha ...), as potências mais próximas, como «comparsas» e depois uma série de pequenas «repúblicas das bananas».

O Afeganistão é o laboratório para forjar um super exército, com uma normalização orquestrada ao mais alto nível, de tudo: cadeias de comando,procedimentos equipamento e subordinação política dos países vassalos(todos afinal são vassalos dos EUA).

Venham todos/as os que puderem hoje e amanhã... vale a pena! Estou encantado com a organização e com a qualidade da discussão.