25.11.10

Raquel Freire, realizadora,denuncia na sua crónica de rádio o assédio e o abuso policial contra a manifestação pacífica dos antimilitaristas anti-Nato


Para ouvir a crónica, clicar em:
Crónica de Raquel Freire na Antena 1


A Crónica semanal de Raquel Freire na Antena 1 é produzida no âmbito do programa radiofónico Este Tempo que é emitido todas as Quartas-feiras às 9h 45 da manhã.
Raquel Freire está incumbida de abordar as novas tendências sociais. Foi neste espaço que se referiu à emergência dos novos movimentos sociais e, em especial, da manifestação anti-militarista do passado dia 20 de NOvembro contra a Nato e a Guerra

Raquel Branco Rodrigues Freire, (Porto, 22 de Junho de 1973) é realizadora de cinema já com obras premiadas na sétima arte.


Nascida na cidade do Porto no dia 22 de Junho de 1973), Raquel Freire, que queria seguir Belas Artes até os 14 anos, partiu para Coimbra a fim de lá viver e estudar Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Acabariam por ser duas cidades importantes para os projectos artísticos de Freire, que as usou como cenário nos filmes "Veneno Cura", "Rio Vermelho" (2007, 1999 - Porto) e "Rasganço" (2001 - Coimbra). Raquel Freire considera que o Porto é "a minha cidade. É a terra da minha infância, dos medos, da transgressão, do sangue, das lágrimas, dos gritos de liberdade, dos recomeços, tem um rio que é o meu rio vermelho das paixões e das feridas, tem pontes que ligam as duas margens e as aproximam, tem uma luz única, carnívora, tem uma solidez de granito e solidão, tem uma Afurada com os mais belos barcos e pescadores e pescadeiras, tem uma Ribeira que é muito mais bonita do que qualquer bilhete postal. Estou espalhada por ali.". Já Coimbra "surgiu por necessidade. Queria filmar a juventude, dos nossos verdes anos, do fim da inocência, da passagem e dos rituais de passagem para o mundo dos adultos, dos rasganços. Para mim, a paisagem emocional destes sentimentos era Coimbra."


Foi membro de diversas Secções Culturais da AAC: Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), Rádio Universidade (RUC), Grupo Etnográfico & Folclórico (GEFAC). Foi membro de duas Repúblicas de estudantes, Rosa Luxemburgo e Kimo dos Sobas. Membro da primeira lista independente, que venceu sucessivamente as eleições para a Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra nos anos de 92/93, 93/94 e 94/95. Enquanto membro eleito da Direcção, coordenou o Grupo Pedagógico de Direito e, mais tarde, os pelouros de Informação e de Política Educativa. Criou o Gabinete de Apoio ao Estudante, o sistema de Apoio Psicológico gratuito para estudantes e uma linha de atendimento permanente. Elaborou o primeiro "Manual de Sobrevivência do Caloiro" e instituiu a Semana de Acolhimento, Apoio e Informação aos alunos do 1ºano. Participou na criação e organização das Jornadas Universitárias Lusófonas. Integrou as Comissões de Honra da candidatura e recandidatura de Jorge Sampaio à Presidência da República. As impressões da sétima arte e o reforço da vontade de fazer cinema, seriam marcadas pela Universidade, onde Raquel estudou História e Estética do Cinema Português (1996/1997) e pela cidade do Porto, estudando música (canto, guitarra e composição), dança, teatro, fotografia, pintura.

Raquel Freire é assumidamente pansexual e luta há já vários anos pelos direitos da comunidade gay, lésbica, bissexual e transexual. É membro das Panteras Rosa de Portugal, (Frente de combate à lesbihomotransfobia) e da Rede Internacional de Luta contra a Homofobia.

Raquel estreou-se depois de vários trabalhos cinematográficos e da sua primeira curta-metragem independente, Rio Vermelho (1999). Filmada inteiramente na cidade do Porto, o filme surgiu em festivais diversos. Foi, contudo, a Universidade que mais marcou uma das etapas da vida da realizadora, que a veio a retratar de forma polémica na sua primeira longa-metragem, Rasganço (2001). O título provém da última das praxes estudantis, que consiste em rasgar o traje académico do finalista, até que este fique completamente despido. Estreou, em 2009, o primeiro filme que abre a trilogia sobre a "intimidade, a identidade e os nossos tabus" criada por Freire. "Veneno Cura" não teve um êxito de bilheteira, mas conseguiu a aceitação geral do público e da crítica, apesar dos temas polémicos tratados e expostos.