30.4.09

Precários do mundo inteiro, Uni-vos! ( todos ao 1º de Maio de luta contra a exploração capitalista)





Precários nos querem,

Rebeldes nos terão





www.euromayday.org/


Berlim
http://maydayberlin.blogsport.de/

Bremen
http://sozialkonflikt.de/mayday/

França(coordenação de
http://www.cip-idf.org/
http://www.generation-precaire.org/


Genebra
http://euromayday-geneve.com/
http://www.ueca.ch/

Gent
http://1mei2009.blogspot.com/


Hamburgo
http://www.euromayday.tk/

Helsínquia (Finlândia)
http://www.valtamedia.net/

Lisboa
http://maydaylisboa2009.blogspot.com/

Londres
http://www.londonmayday.org/
www.spacehijackers.co.uk/html/welcome.html

Málaga
http://nopagaremoslacrisis.org/

Milão
http://italy.euromayday.org/~

Palermo
http://www.myspace.com/palermomayday

Paris
http://www.maydayfr.org/

Porto
http://maydayporto.blogspot.com/

Tubingen
http://tuebingermaydayparade.twoday.net/

Zurich
http://www.1mai.ch/1mai/

1º de Maio anticapitalista e anti-autoritário: manifestação no Jardim Princípe Real às 16h.




O 1º de Maio evoca aqueles que morreram na luta contra o capital. Desta forma, nunca poderá ser uma celebração. Por outro lado, em circunstância alguma se deverá homenagear uma das suas formas de escravatura: o trabalho ou o estatuto de trabalhador nos moldes de uma sociedade capitalista e autoritária.

A nossa luta é directa e global, contra todxs xs que nos exploram e oprimem, contra o patrão no nosso local de trabalho, contra o bófia no nosso bairro, contra a lavagem cerebral na nossa escola, contra as mercadorias com que nos iludem e escravizam, contra os tribunais e as prisões imprescindíveis para manter a propriedade e a ordem social.

Não nos revemos no simulacro de luta praticado pelxs esquerdistas, ancoradxs nos seus partidos, sindicatos e movimentos supostamente autónomos. Estes apenas aspiram a conquistar um andar de luxo no edifício fundado sobre a opressão e a exploração, contribuindo para dar novo rosto à miséria que nos é imposta.

Recusamos qualquer tentativa de renovação do capitalismo, engendrada nas cimeiras dos poderosos ou na oposição cínica posta em cena pelos fóruns dos seus falsos críticos. Não tenhamos ilusões. Não existe capitalismo “honesto”, “humano” ou “verde”. A “crise” com que nos alimentam até à náusea não é nenhuma novidade. A precaridade não é só um fenómeno da actualidade, existe desde que a exploração das nossas vidas se tornou necessária à sobrevivência deste sistema hierárquico e mercantil.

Porque queremos um mundo sem amos nem escravos, apelamos à resistência e ao ataque anticapitalista e anti-autoritário. E saímos à rua.



NOTA: Esta manifestação não foi proibida pelo Governo Civil, ao contrário da campanha de desinformação lançada pelos meios de comunicação social que têm sido instrumentalizados para uma estratégia alarmista e de intoxicação da opinião pública por parte dos sectores fundamentalistas e mais extremistas do Estado.

1º de Maio - o dia internacional dos trabalhadores é assinalado em Aveiro,Castelo Branco,Covilhã, Setúbal, Sines, entre muitos outros locais


Cumprem-se 123 anos sobre a luta dos trabalhadores de Chicago pelas 8 horas de trabalho
diário.
A violência e a repressão, associada à justeza da reivindicação e os seus reflexos a nível
internacional determinaram a declaração do dia 1 de Maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores.
Desde então que as lutas dos trabalhadores têm contribuído decisivamente para as alterações significativas nas relações de trabalho, para a construção de um valioso património civilizacional e para um quadro de referências marcantes nas sociedades democráticas.
O direito ao emprego estável e com direitos, a um salário que garanta uma vida digna, a um horário de trabalho que assegure a conciliação da vida profissional com a familiar, a condições de segurança, higiene e saúde no trabalho, ao respeito pelos contratos colectivos e direitos consagrados constituem valores estruturantes de uma sociedade democrática, de bem-estar e progresso social onde o trabalho tem que ser dignificado.
Hoje, como ontem, permanecem actuais os objectivos de luta no 1º de Maio.
Mudar de Rumo – Dignificar os Trabalhadores, mais Emprego, mais Salário, mais Direitos é o lema deste 1º de Maio promovido pela CGTP.
Em 2009, não obstante a consagração na Constituição da República Portuguesa de um conjunto de direitos, como pilares essenciais do regime democrático, o sistema de relações laborais encontra-se fragilizado, atacado, posto em causa, desequilibrando ainda mais a relação de forças a favor do grande patronato.
A situação social agravou-se para a generalidade dos portugueses.
As promessas de emprego do Governo do PS esvaiu-se no aumento do desemprego e da precariedade. A generalidade dos salários e das pensões perdem poder de compra. As famílias estão mais pobres e endividadas. As desigualdades e a pobreza atingem níveis preocupantes enquanto os grupos económicos e financeiros continuam a ter fabulosos lucros.
Antes era o combate ao défice, agora a crise.
A lógica é a mesma: pôr os patrões a lucrar e os trabalhadores a pagar.
É hora de mudar de rumo.

Lista Completa das iniciativas promovidas este ano pela CGTP no 1º de Maio
http://cgtp.pt/images/stories/imagens/2009/04/1demaiode2009.pdf



1º de Maio


Aveiro- Concentração no Largo da estação da CP às 15h. seguido de manifestação até ao Largo do Rossio

http://www.cgtpaveiro.org/

Castelo Branco, no Centro cívico/Docas- Comício-Festa às 14h30
http://www.uscb.pt/index1.php

Covilhã, no Pelourinho às 15h30 Comício-Festa e várias iniciativas durante todo o dia

Guimarães – Largo do Toural às 16h. intervenção/manifestação
http://usbraga.no.sapo.pt/


Lisboa – Manifestação às 14h30 do Martim Moniz até à Alameda D. Afonso Henriques
http://www.cgtp.pt/index.php

Minas da Panasqueira, várias iniciativas durante todo o dia

Porto – na Avenida dos Aliados às 15h. concentração e Manifestação
http://www.usporto.pt/

Setúbal, às 15h. Manifestação do Largo do Quebedo para a Praça do Bocage com intervenção sindical e espectáculo musical Aqui há … Zeca.
http://www.ussetubal.pt/

Sines: às 13h festa e intervenção político-sindical no Jardim da Ludoteca. Haverá também outras iniciaitvas ao longo do dia

Tortosendo, Manifestação às 10h30

Unhais da Serra , às 15h00

29.4.09

Parada MayDay contra a precariedade em Lisboa (Largo de Camões) e Porto ( Pr. dos Poveiros) às 12h no 1º de Maio


Lisboa e Porto juntam-se a cidades como Berlim, Roma, Helsínquia, Viena, Tóquio ou Toronto numa iniciativa que levará às ruas milhares de pessoas fazendo ouvir a sua voz na luta contra a precariedade.

Somos "recibos verdes" e trabalhadores de empresas de trabalho temporário, estagiários e pensionistas, imigrantes e endividados perante o banco, estudantes-(já/ainda/quase)-trabalhadores e operadores de call-center, bolseiros e intermitentes do espectáculo, contratados a prazo e desempregados ou simplesmente pessoas que não aceitam a chantagem da precariedade.

Lisboa às 12h00 ( para pic-nic e animação), na Praça de Camões

Partida às 14h30 em direcção ao Martim Moniz para nos integrarmos no desfile da Manifestação do Dia do Trabalhador (CGTP)

Porto às 12h00, na Praça dos Poveiros

Se todas/os as/os precárias/os baterem o pé, o mundo treme!

CONTAMOS CONTIGO!


O MayDay é contigo
Se estás farta de estar desempregada, o MayDay é contigo.




Se és estagiário “não remunerado” e te fazem a chantagem do currículo e não te pagam apesar de trabalhares, mesmo que produzas a riqueza do escritório ou da empresa ou da escola onde trabalhas, o MayDay é contigo.

Se ganhas mal, se te vês à rasca para sobreviver com o que te pagam, se não sabes mais que equilibrismo inventar para pagar a casa e a luz e os transportes e a comida e tudo o resto de que precisas, então o MayDay é contigo.

Se trabalhas a recibo verde, não tens direitos nem protecção social e te dizem que tens de pagar à segurança social uma quantia que não tens, em troca de protecção quase nenhuma, o MayDay é contigo.

Se és estudante e não tens como pagar as propinas ou te falta acção social escolar e até fazes um part-time para ajudar a pagar os estudos, então o MayDay é contigo.

Se trabalhas para uma empresa de trabalho temporário e tens dois patrões para o mesmo trabalho, se te roubam uma parte do que é teu quando te alugam a uma empresa, a um call-centre ou a uma obra, então o MayDay é contigo.

Se és imigrante e não tens papeis, ou se tens papeis e mesmo assim não tens direitos, se te usam contra o teu colega de trabalho e se servem da tua dificuldade, então o MayDay é contigo.

Se tens um contrato a prazo para teres menos direitos e vais vivendo a prazo mesmo se a empresa precisa sempre de ti, então o MayDay é contigo.

Se te sentes preso à precariedade e congelado nos teus projectos e ainda não saíste da casa dos teus pais porque não tens um trabalho que te permita fazer planos, então o MayDay é contigo.

Se estás farto de tanto abuso, se estás farto do silêncio, se estás farto da injustiça e estás farto de não ter voz, se achas que já basta de exploração, então o MayDay é contigo.

Se és um pouco disto tudo, ou se conheces quem é, ou se já foste ou se vais ser ou se és amigo de quem seja, então o MayDay é contigo.

Traz merenda, traz a voz, traz palavras, traz ideias...

No dia 1 de Maio, 12h, contamos contigo em Lisboa e no Porto


http://www.maydaylisboa.net/



Ouvi agora senhores uma história de pasmar. Há em Portugal uma autarquia original, que decidiu custear o aumento de espaço físico de uma empresa de sucesso - a ES Contac Center, do grupo Espírito Santo. Qual será o sucesso da dita empresa, perguntais? É na casa dos milhões de euros de volume de negócios, à custa da exploração de precários:
12,8 milhões de euros em 2007.

Mas a chantagem da crise parece que rende a alguns. É que como passou a ser do conhecimento público na semana passada - apesar de se dizer uma
"empresa em crescimento" - a ES Contact Center irá gozar de um investimento de 700 mil euros da câmara municipal das Caldas da Rainha.

Segundo uma
notícia recente do DN, a ES Contact Center mencionou epistolarmente a possibilidade de procurar outras paragens caso a autarquia recusasse embarcar nesta ajuda. Importa aqui referir que o administrador delegado da ES Contact Center é Pedro Champalimaud, presidente da Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC), pelo que a ameaça de deslocalização assume uma gravidade acrescida.

Mas está tudo bem, a ameaça não se concretizará. Afinal, a mesma ES Contact Center que agora vem pedir patrocínio aos contribuintes das Caldas da Rainha e de todo o país foi considerada há um ano a
empresa do ano em 2007, recebendo um prémio da própria Câmara Municipal das Caldas da Rainha. E Pedro Champalimaud recebeu do sector o prémio individualidade do ano em Dezembro, pelo seu trabalho à frente da ES Contact Center e da APCC. Por isso, há que mantê-los nas Caldas da Rainha a todo custo, não é? Terá sido o que pensou o Presidente da autarquia, Fernando Costa (PSD), que fez aprovar o negócio há dias em assembleia municipal. Argumenta o Presidente que estes 700 mil euros representam a garantia de mais “300 a 350 postos de trabalho” no concelho e "150 mil euros de ordenados por mês".

Ora, é só fazer as contas:

150 mil euros a dividir por 350 “postos de trabalho” dá 428 euros. E 150 mil euros a dividir por 300 “postos de trabalho” dá 500 euros. Mas estaremos a falar de “postos de trabalho” à séria? Ou será que os novos postos de trabalho que a ES Contact Center obrigou os contribuintes a custear serão para pessoas que trabalharão de forma precária? A estes 428/500 euros ainda será necessário descontar Segurança Social?

Trata-se portanto de “postos de trabalho” que na melhor das hipóteses rondam o salário mínimo e que a autarquia das Caldas da Rainha compra a um preço entre os 2000 e os 2333 euros a cabeça, conforme se tratem afinal de 300 ou 350 postos de trabalho. Se a moda pega…

Nesta história de pasmar entra então a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, a quem ficaria bem perguntar se repudia esta prática no mínimo estranha da autarquia das Caldas da Rainha.

E ficaria também bem perguntar aos responsáveis da
RTP, do Turismo de Portugal, do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e do Instituto Português da Juventude – todos clientes ilustres da ES Contact Center - se estão dispostos a assumir uma posição clara contra esta extorsão de dinheiro dos contribuintes e acima de tudo contra a precariedade e exploração dos trabalhadores do call center.

Ficamos à espera das perguntas e sobretudo das respostas.

http://www.precariosinflexiveis.blogspot.com/

Ciclo de cinema documental sobre o 25 de Abril no teatro académico Gil Vicente em Coimbra (28,29 e 30 de Abril)



http://blogtagv.blogspot.com/

Actividades na livraria-bar Pátio de Letras em Faro para o dia 30 de Abril e 1º de Maio (com exibição do documentário «Da luta à liberdade")



http://espacodememoria-patiodeletras.blogspot.com/

Para além da tertúlia animada pelo testemunho de Manuel Madeira sobre o 1º de Maio em Faro, a lirvaria-galeria-bar Pátio de Letras, na cidade de Faro, organiza no dia 30 de Abril uma sessão dupla de cinema com os filmes "Um Cão Andaluz», «The Alphabet» e «O Raptado» no âmbito da primeira edição da Mostra de Cultura Fílmica (no dia 30 de Abril, às 21 horas, no Pátio das Letras, em Faro)

XI Festival de teatro de tema clássico ( de 28 de Abril a 26 de Julho de 2009)

clicar por cima da imagem para ler em detalhe

A edição deste ano do Festival de teatro de tema clássico contempla 22 espectáculos, repartidos por 8 produções distintas, asseguradas por 5 grupos (3 portugueses e 2 espanhóis).
O Festival mantém o forte carácter itinerante que o caracteriza e também a edição do livro-bilhete com o texto representado em cada performance.



Os grupos escolares interessados devem contactar a organização do Festival para, atempadamente, procederem à reserva, ao pagamento e à encomenda do respectivo livro-bilhete da peça. Para tal, devem usar o endereço de email
teaclass@ci.uc.pt ou qualquer um dos seguintes números de telefone: 962565710 / 962565810 / 962565797.


PROGRAMA

Dia 28 de Abril de 2009 (3ª feira), 21h30, Coimbra, Teatro Paulo Quintela (FLUC)
Grupo Thíasos do IEC, O Fulaninho de Cartago de Plauto.

Dia 6 de Maio de 2009 (4ª feira), 11h30, Málaga (Participação no VII Festival Juvenil de Teatro Clásico Grecolatino de Málaga)
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes.

Dia 12 de Maio de 2009 (3ª feira), 21h30, Viseu
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 14 de Maio de 2009 (5ª feira), 11h00, Odrinhas
Grupo Selene, Fábulas de Esopo

Dia 14 de Maio de 2009 (5ª feira), 15h30, Odrinhas
Grupo Thíasos do IEC, O fulaninho de Cartago de Plauto.

Dia 15 de Maio de 2009 (6ª feira), 11h00, Conimbriga
Grupo Selene, Fábulas de Esopo

Dia 15 de Maio de 2009 (6ª feira), 15h30, Coimbra (Anfiteatro Pedro e Inês, Quinta das Lágrimas)
Grupo Selene, Electra de Sófocles

Dia 17 de Maio de 2009 (Domingo), 21h00, Coimbra (Museu Machado de Castro) Espectáculo lírico do grupo Canto e Drama (Conservatório de Música de Coimbra)

Dia 21 de Maio de 2009 (5ª feira), 15h30 Penela (Castelo)
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 23 de Maio de 2009 (Sábado), 21h30, Conimbriga
Espectáculo lírico do grupo Canto e Drama (Conservatório de Música de Coimbra)

Dia 31 de Maio de 2009 (Domingo), 21h.30, Braga (BRAGA ROMANA)
Grupo Thíasos do IEC, O Fulaninho de Cartago de Plauto.

Dia 12 de Junho de 2009 (6ª feira), 10h30, Coimbra (Oficina Municipal do Teatro)
Grupo O Teatrão, Fios e Labirintos
(espectáculo sujeito a marcação prévia: 239 714 013 - 914 617 383 - geral@teatrao.com)

Dia 13 de Junho de 2009 (Sábado), 11h30, Coimbra, Oficina Municipal do Teatro
Grupo O Teatrão, Fios e Labirintos
(espectáculo sujeito a marcação prévia: 239 714 013 - 914 617 383 - geral@teatrao.com)

Dia 4 de Julho de 2009 (Sábado), 21h30, Braga (Museu D. Diogo de Sousa)
Grupo Thíasos do IEC, O Agamémnon de Ésquilo.

Dia 5 de Julho de 2009 (Domingo), 21h30, Braga (Museu D. Diogo de Sousa)
Grupo de Teatro Clássico ESAD – Málaga (Escuela Superior de Arte Dramática),
Rei Édipo de Sófocles.

Dia 7 de Julho de 2009 (5ª feira), 21h30, Coimbra (Páteo da UC)
Grupo de Teatro Clássico ESAD – Málaga (Escuela Superior de Arte Dramático),
Rei Édipo de Sófocles.

Dia 8 de Julho de 2009 (4ª feira), 22h00, Viseu
Grupo de Teatro Clássico ESAD – Málaga (Escuela Superior de Arte Dramático),
Rei Édipo de Sófocles.

Dia 10 de Julho de 2009 (6ª feira), 21h30, Conimbriga
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 11 de Julho de 2009 (Sábado), 21h30, Santiago da Guarda (Castelo Senhorial)
Grupo Thíasos do IEC, O Fulaninho de Cartago, Plauto.

Dia 12 de Julho de 2009 (Domingo), 21h30, Penela (Castelo)
Grupo Thíasos do IEC, Agamémnon de Ésquilo.

Dia 25 de Julho de 2009 (Sábado), 21h30, Bobadela (Anfiteatro Romano)
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 26 de Julho de 2009 (Domingo), 18h30, Bobadela (Anfiteatro Romano)
Grupo Thíasos do IEC, O Fulaninho de Cartago, Plauto.



Organização
FESTEA – Tema Clássico (Associação Promotora)
Associação Cultural Thíasos

MayDay em Évora: na Sociedade Harmonia Eborense vai-se debater a precariedade no 1º de Maio



Em Évora, no 1º de Maio, a Sociedade Harmonia Evorense está a organizar um debate, uma sessão de cinema e um concerto à volta do tema da precariedade.

28.4.09

«Andanças para a liberdade», livro de memórias de Camilo Mortágua, um guerrilheiro revolucionário que participou no 1º desvio de um navio no alto-mar


Andanças para a liberdade - volume I: 1934-1961
de Camilo Mortágua

Acaba de ser lançado o 1º volume de «Andanças para a Liberdade» de Camilo Mortágua, cuja apresentação decorreu na semana passada em vários locais do país com a presença do autor, e que pretende dar conta das memórias de um revolucionário e guerrilheiro que participou no assalto ao Santa Maria, o que constituiu historicamente a 1ª acção de desvio de um navio em alto-mar realizada nos tempos modernos ( o desvio do paquete português «Santa Maria» é considerado o primeiro acto de pirataria dos tempos modernos), e em muitas outras acções políticas - que hoje, tal como na época, seriam conotadas com o terrorismo internacional - tendo fundado a LUAR, uma organização política que defendia a autogestão dos trabalhadores, com Emídio Guerreiro ( futuro secretário-geral do PSD) e Palma Inácio (actual militante socialista). Hoje, Camilo Mortágua é um dos mais dinâmicos activistas do desenvolvimento local, depois de ter sido figura destacada na cooperativa Torre Bela durante os anos de 1974 e 1975.

(refira-se que já está no prelo o “Volume II: 1962-1977 - Do Santa Maria ao 25 de Abril… e o que aconteceu depois”)


Camilo Mortágua, um herói vivo da Acção Directa,...
...e grande oficial da ordem da liberdade da República Portuguesa


Partindo de uma aldeia portuguesa da Beira litoral, estas “Andanças” atravessarão mares e continentes, em viagens de ida e volta. Nos dois volumes desta obra dá-se conta, nomeadamente: do derrube da ditadura venezuelana e das solidariedades com a revolução cubana; da concepção, prepa­ração e execução do assalto ao Santa Maria; da ascensão e queda de Jânio Quadros e da implantação da ditadura militar no Brasil; do assalto ao quartel de Beja e da campanha de Humberto Delgado para a Presidência da República; de certos “mistérios” relacionados com os primórdios da guerra colonial; da preparação e execução da operação VAGÓ (desvio do avião da TAP a partir de Marrocos); das misérias e dos desânimos de quem não se conformava, e das traições entre militantes; da oposição do PCP à luta armada; da preparação e exe­cução do assalto ao Banco da Figueira da Foz e do subsequente apa­recimento da LUAR; dos percursos de muitos dos nossos “líderes” de hoje nesses tempos de Medo e Resistência…

Camilo Mortágua foi um dos protagonistas dos golpes mais espectaculares que abalaram a ditadura, nomeadamente participou na Operação Dulcineia, em Janeiro de 1961, comandada pelo capitão Henrique Galvão e inspirada pelo general Humberto Delgado ― o desvio do paquete português “Santa Maria”. Mais tarde seria um dos fundadores da LUAR.


Nascido junto aos rios Vouga e Antuã, no concelho de Oliveira de Azeméis - terra de moleiros e padeiras - Mortágua destaca nas primeiras 70 páginas da obra a vida feliz, mas austera, da infância. "Normalmente o Batata [Mortágua] acompanhava o pessoal da casa nos trabalhos das lavouras".

"As pessoas não têm paciência para olhar para o lugar de onde se vem. Mas é fundamental", diz o autor. Assim, fala da influência do Antuã. "O rio era o prolongamento da casa de cada família"; "sem mestre, foi aí que o Batata se autoformou nas artes de esbracejar para se manter à tona d'água".

Aos 12 anos seguiu com os pais e as duas irmãs para Lisboa - Alto do Pina. Lugar da "grande desilusão" onde aprendeu "a conhecer profundamente as razões da sua assumida e inevitável paixão pela liberdade". Na capital já não era nem "Come e cala", nem "Batata". Era "Zé ninguém". Sofreu. Vendeu pão, serviu "copos" na taberna do pai. E leu muito. Mas a vida opunha-se a que estudasse.


Aos 17 anos, revoltado, partiu - "para um lugar onde pudesse ser eu" - e chegou à Venezuela. Ali foi emigrante. Foi à Colômbia. Assistiu à queda da ditadura venezuelana e solidarizou-se com a revolução cubana. Aventurou-se na rádio com o desportivo "Ecos de Portugal". E "sem o saber (...) estava traçando o rumo futuro da minha actividade política".

O seu baptismo político foi na "Junta Patriótica Portuguesa", movimento antifascista onde se "oficiava a doutrina do socialismo científico" e a "obediência ortodoxa moscovita". Mas com a chegada do capitão Henrique Galvão (exilado na Venezuela desde 1959) "as condições alteraram-se radicalmente". Galvão bateu-se contra os que na Junta "condenavam e combatiam a acção directa contra a ditadura". A Camilo soaram--lhe bem as palavras "acção directa" - "tinha mais a ver comigo" - e foi-se embora atrás de Galvão.

Poucos dias antes de fazer 27 anos entrou para o Santa Maria, ou Santa Liberdade - paquete de luxo português, símbolo do regime.
"Foi numa sexta-feira do mês de Janeiro de 1960, dia 20 (...) Não me lembro de ter olhado para o céu, nem prestado atenção ao tempo que fazia". O assalto planeado tempos antes e comandado por Henrique Galvão deu-se dois dias depois. Antes de serem localizados por um avião americano, o navio esteve em "andanças" para a "liberdade"...
"Uma liberdade que eu considero absoluta, mítica... que se calhar nunca alcançaremos, mas à qual nos temos de aproximar".

http://camilomortagua.no.sapo.pt/

BIOGRAFIA

1934 1944

UL: Conselho de Oliveira de Azemeis; Salreu: Concelho de Estarreja. Recém nascido,estudante e aprendiz de agricultor.


1945 1951

Distribuidor de pão a domicílio, caixeiro de mercearia, aprendiz numa fábrica de malhas, empregado de escritório, aprendiz de padeiro, caixeiro de balcão de padaria, estudante esporádico.

1951 1960

Na Venezuela com períodos curtos em diversos países da América Central e do Sul.

Padeiro, fabrico e distribuição; ajudante de carpinteiro; Produtor de Programas radiofónicos; Locutor de Rádio; Fundador da empresa Publicitária “Ecos de Portugal” e do semanário com o mesmo nome; Dirigente do Clube Desportivo Português; Organizador e participante da primeira ligação terrestre entre Caracas e Rio Janeiro em motorizada; co-fundador e militante da Junta Patriótica Portuguesa, activista contra a ditadura de Perez Gimenez; co-fundador com Henrique Galvão e outros anti-fascistas portugueses e espanhóis do DRIL – Directório Revolucionário Ibérico de Libertação da Península Ibérica.

No Mar

Janeiro de 61
Participação no assalto ao navio de passageiros Santa
Maria; (a título de curiosidade histórica vejam “documentos” o menu da “Última ceia”).

No Brasil: activista anti-fascista com um grupo de companheiros liderado pelo Cap. Henrique Galvão.

Em Marrocos: participação no assalto ao avião da TAP da carreira Casablanca – Lisboa.


1961 1965

No Brasil: Actividade clandestina (sob o nome de Manuel Domingues) activista contra a ditadura portuguesa; actividades profissionais para a sobrevivência, vendedor da multi-nacional 3M e de vários grossistas de papelaria.


1965 1966

Em França: Actividade clandestina (sobe o nome de Carlos Costa) mobilização, recrutamento e organização.

Actividades profissionais: ajudante de pintor (construção civil), montador de andaimes, aprendiz e depois encarregado de produção de produtos farmacêuticos (Laboratórios LABAZ).

1967 1968
Em França, em Portugal e na Bélgica, actividade clandestina para a organização da operação "Mondego" recuperação de fundos no Banco de Portugal na Figueira Foz.Surge a LUAR – Liga de Unidade e Acção Revolucionária.

1969 1970
Em França, continuação da actividade clandestina e encarregado dos serviços de reprodução gráfica da CINAM – Compagnie d’ Etudes Industrielles et d’ Aménagement du Territoire – inquéritos sócio Económicos; colaborador da CIMAD (ONG internacional de Solidariedade).

1970 1974
Em França, continuidade da acção logística clandestina, co–fundador e sócio gerente da Cooperativa de reprodução gráfica 2-R Repro Rápid – Paris.

1974 1979
Em Portugal, até 75 parcialmente dirigente da LUAR, efectivamente dinamizador de processos de criação de cooperativas agrícolas, de comercialização, de habitação e culturais, entre as quais: a Torre Bela (agro-silvo-pecuária), a AZAGRO cooperativa de 2º grau para a comercialização de produtos agrícolas e a ERA NOVA cooperativa cultural co-fundada por José Afonso, Sérgio Godinho, Victorino, Fausto, Francisco Fanhais e muitos outros.


1979 1984
Em Moçambique: Funcionário do Ministério da Agricultura. Responsável pelo Departamento “organização” das Cooperativas Agrícolas a nível nacional e pelo executivo nacional do desenvolvimento rural cooperativo.
Programa MONAP II e III (Programa de ajuda nórdica a Moçambique) director do Projecto CO-1. Projecto de âmbito nacional de apoio ao desenvolvimento rural integrado, nas vertentes da: comunicação, educação / alfabetização, saúde, formação de camponeses e agentes de desenvolvimento local, produção, abastecimento, comercialização etc.

1985 1988
Em Portugal, Agricultor e criador pecuário.


1988 1990
Em Portugal, Animador independente. Membro da equipa responsável pela implementação de "Projecto de Formação para o Desenvolvimento de Messejana" (Aljustrel).
Monitor responsável pela área de formação em “Desenvolvimento Comunitário” (financiamento Comissão Europeia DG V – FSE).
Animador do processo e co-fundador da Cooperativa ESDIME. Análise e concepção metodológica para alterações da intervenção no Bairro da Cruz da Picada (Évora) – Programa de luta contra a pobreza.


1990 1994
Em Portugal, Câmara Municipal de Viana do Alentejo.Organizador e responsável do Gabinete de apoio ao desenvolvimento integrado do Concelho.
Co-responsável pela concepção, organização do Programa de Formação para o desenvolvimento de Alcáçovas envolvendo essencialmente mulheres desempregadas de longa duração.
Co-fundador e principal dinamizador da Associação para o Desenvolvimento Integrado de Micro-Regiões Rurais "TERRAS DENTRO". Coordenador do Programa LEADER I para a Região Alentejo. Dinamizador da valorização identitária desta zona sob a designação “Terras do Cante”.
Fundador e editor do Jornal TERRAS DO CANTE.
Conceptor / dinamizador das acções promocionais; "Alentejo Maio Florido" entre outras.
Coordenador / animador de Projectos como: NOW, INTEGRAR, LEONARDO etc. aplicados a várias Freguesias das “TERRAS DO CANTE”.



1994 1996
Em Portugal: Organização e Coordenação, em representação de Terras Dentro e em parceria com a INDE, da Terceira Universidade Rural Europeia. (Évora Maio de 93).

Animador de 5 encontros, em diferentes regiões do País, financiados pela Comissão Europeia DG XVI, denominados:
“Acções de Desenvolvimento Local que contributo para o desenvolvimento regional”.

Proponente e responsável pela organização da Primeira Conferencia Europeia sobre o Desenvolvimento Local e a Coesão Social. (Serpa Novembro de 95) Comissão Europeia DG XVI. Animador do processo de criação e co-responsável pela Direcção da Associação “Ideia Alentejo”.

Co-formador nos cursos de formação de técnicos de turismo, para pós graduados, organizados pela Associação de Defesa do Património de Mértola e Campo Arqueológico de Mértola.

Na Polónia: Para o Programa PHARE/STRUDER- apoio aos agentes para o Desenvolvimento regional de MIELEC e RZESZOW.

Missão da INDE de Apoio à concepção e preparação de um programa piloto para o desenvolvimento local em meio rural e um de cooperação tripartida entre a Polónia, França e Portugal para transferencia da metodologia LEADER.

Países da União Europeia: Comissão Europeia – DG VI – Observatório Europeu LEADER. Membro do grupo temático “Metodologia de Inovação e do Desenvolvimento Rural”.

Participação na montagem do micro-observatório de 10 grupos LEADER europeus.

Participação na animação de Seminários europeus LEADER: “ Métodos e instrumentos para o diagnóstico permanente do território”. (Sertã – Portugal Novembro de 2005).
“Situação e perspectivas da Europa Rural” ( Bas Windsheim, Alemanha – Setembro de 96).

Em Espanha: Instituto Agronómico Mediterrânico.
Universidade de Saragossa.

Formador nos cursos de verão sobre o Desenvolvimento Local, e o papel da comunicação social no desenvolvimento local.
(Julho de 96)

Na Europa: Dinamizador, co-fundador e presidente
da DELOS Constellation, Association International pour le Developpement Local Soutenable – rede Europeia extinta em 2002.


1997 2001

Em Itália: Instituto Svillupo del Vale del Bellice / Centro de Ricerche Economiche e Sociali per il Meridione – CRESM. Programa “ Emergenza – Sud – Sicilia.

Formação de 80 jovens licenciados em diversas áreas como técnicos de Desenvolvimento Rural Integrado, futuros técnicos dos GAL do Programa LEADER na Sicilia. (Gibelina, Caltaniseta e Siracusa – Nov. 96 – Fevereiro 97).

Em França: Participação na animação do Seminário europeu “ Interesse e metodologias Da Cooperação transnacional” (Dieulefit, Abril de 97)

Na Bélgica: Participação na preparação e na animação do Colóquio Europeu LEADER. Animador do atelier “Democracia Local, participação e igualdade de Oportunidades” (Bruxelas).

Polónia – França – Portugal: Programa Ecos – Ouverture – Comissão Europeia DG XVI, visando a transferencia da metodologia LEADER para o sudeste da Polónia.

Formação de técnicos polacos na Polónia e em Portugal e apoio ao lançamento de um projecto pilo no vale “Dolina Strugo” região Rzeszow.

Equador: Comissão Europeia – DG 1. Projecto de Apoio à Mulher Rural na Província de Chimborazo. Missão de apoio na área do fortalecimento das organizações de mulheres e respectivas comunidades. Análise da situação presente e propostas de melhoramento das metodologias de intervenção do projecto.

Em Cabo Verde: Assessor técnico ao Programa de Luta Contra a Pobreza Rural (PLPR) financiado pelo FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola) especificamente para a definição de metodologias de intervenção, formação de animadores de terreno, animação de comunidades rurais, concepção de estruturas de coordenação, etc. ( desde Setembro de 2000).

Na Europa: Desde Novembro de 2000, Presidente da Associação – APURE, Association pour les Universités rurales Europeenes.

Em Portugal: Definição das metodologias de intervenção e formação de Dirigentes Associativos locais no âmbito dos Projectos “Bairro activo” e “Bairro Itenerante” no Prior Velho e Bucelas respectivamente.

Membro da Célula de Animação da REDE LEADER II – (DG VI e Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Responsável pela formação e animação directas dos 48 grupos locais “GALs” Portugueses. Actividade desempenhada de 1996 a 2001, na qualidade de responsável pelo sector da Animação e Organização Local da Cooperativa INDE de Lisboa.


2002 2004

Colaborador a diferentes níveis, nos processos de avaliação de competencias e de auto-avaliação participada, formação de animadores de terreno etc, para várias Associações Portuguesas e estrangeiras, no âmbito dos Projectos EQUAL, POEFDs, INTER REGUE etc, nomeadamente a Associação Marítima Açoreana e a Associação ADRACES, dos Açores e V. Velha de Ródão respectivamente.

Dinamizador co-fundador e primeiro Presidente da Associação – ACVER, Associação Internacional para o Desenvolvimento e Cooperação de Comunidades Rurais.

Responsável pela área da formação nos Projectos desta associação com C. Verde.

Colaborador pontual de diversos jornais temáticos ligados às áreas do Desenvolvimento Local, da educação para a cidadania e das práticas concretas da democracia participativa, de proximidade!

Observação: O percurso tem de continuar até onde a vontade de aprender me levar.


http://camilomortagua.no.sapo.pt/

Acordai! ( canção heróica de Lopes Graça)

Acordai

Acordai,
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis!
Vinde, no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raiz!

Acordai,
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões!
Vinde incendiar
de astros e canções
as pedras e o mar,
o mundo e os corações!

Acordai!
Acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis!
E acordai, depois
das lutas finais,
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!


As Canções Heróicas/ /Canções Regionais Portuguesas foram compostas musicalmente por Fernando Lopes-Graça e cantadas pelo Coro da Academia de Amadores de Música com Olga Prats ao piano.
São canções politicamente empenhadas que contribuíram para exaltar a liberdade e dar força a todos aqueles que lutavam contra o antigo regime. A primeira versão foi publicada, em 1946, sob o título de «Marchas, Danças e Canções – próprias para grupos vocais ou instrumentos populares». Foi apreendida pela Censura o que impediu que os poemas fossem ouvidos e cantados em espectáculos ou sessões públicas, como até então. Contudo, muitos resistentes continuaram a cantar as canções nos encontros clandestinos ou nos países onde se encontravam exilados. Em 1960, surge uma colecção, mais alargada, com o nome de «Canções Heróicas, Dramáticas, Bucólicas e Outras». A nova edição destinava-se a celebrar o 50º aniversário da implantação da República e foi divulgada com grandes precauções, num meio muito restrito de pessoas. Finalmente, a versão final ficou conhecida por «Canções Heróicas».


Biografia de Fernando Lopes Graça:
http://en.wikipedia.org/wiki/Fernando_Lopes-Gra%C3%A7a



Perguntas subversivas do professor catedrático Vítor Oliveira Jorge

«Às vezes pergunto-me: por que é que muitos dos meus amigos de juventude se acomodaram, se calaram, jamais contribuíram para mudar fosse o que fosse no país que então tanto achávamos anacrónico?

Por que é que tantos se ajustaram ao "realismo político" das suas carreiras, incluindo ao desenvolvimento de um discurso académico que sabem inócuo?


Por que prepondera sobre tudo a vontade de conforto?

Por que é que tantos se esgotam mesmo em escrever ou ditar opiniões, quase nada fazendo para criar um evento, uma ruptura, uma diferença?

Isto para mim é um enigma! »

Fonte: aqui
Retirado do blogue do professor catedrático Vítor Oliveira Jorge:

26.4.09

Elementos radicais do Estado causam alarmismo social: segundo eles, o actual estado da crise pode ser perturbado por activistas anti-crise

Alguns elementos radicais do Estado, identificados com os corpos armados e de auto-defesa do Estado, estão a servir-se dos órgãos de comunicação social ( ver aqui e aqui) para lançar uma campanha de intoxicação sobre a opinião pública através de notícias que dão conta que nos próximos dias poderão ocorrer graves distúrbios que podem pôr em risco a proverbial tranquilidade e passividade do BOM POVO PORTUGUÊS.

Tais distúrbios poderão traduzir-se pelos seguintes acontecimentos:

- concentrações anormais de pessoas em jardins, ruas e praças públicas ( Nota: não fazer confusões com os magotes ululantes de estudantes em exercícios sado-masoquistas das praxes académicas, porque esses estão, como se sabe, legalizadissimos),

- distribuição de panfletos e manifestos ( Nota: nada de confusões com a vaga de jornais gratuitos distribuídos perigosamente em tudo o que é semáforo e paragens stop da via pública, porque esses não contrariam, como bem se sabe, o Código de Estrada),

- manifestações públicas (Nota: não confundir com as ruidosas noitadas e ajuntamentos no Bairro Alto e zonas urbanas similares, porque essas não são mais que prolongamentos imprevistos e imprevisíveis de reuniões privadas dentro dos bares e discotecas!).

Com efeito, segundo fontes por nós contactadas, aqueles elementos radicais do Estado manifestaram a sua perplexidade perante o crescendo descontentamento social que lavra pelo país fora, e temem pela segurança e certeza do estado a que as coisas chegaram.


Confessam até que não vêem motivos para uma agitação popular, e que esta só pode ter explicação pelo activismo descabelado de agitadores profissionais, pagos a peso de ouro pelo terrorismo internacional que, confessadamente, escolheu o nosso país para destabilizar a crise económica e social que estava a evoluir de modo favorável nos últimos meses com um crescimento sustentado do desemprego, do galopante défice do orçamento público, do incessante encerramento de empresas, e da não menos crescente precariedade social, razões mais que suficientes para garantir uma duradoura continuidade da crise, continuidade essa que não pode nem deve ser prejudicada pela acção dos referidos agitadores que contestam e pretendem manifestar-se não só contra os sintomas e os efeitos da crise, como ainda contra as suas causas profundas, o que é interpretado como mais uma demonstração da mais completa irracionalidade dos tais elementos anti-sistema que não desistem, e pretendem, como perigosos fanáticos que são, manifestarem-se contra a CRISE, o que constitui, obviamente, um atrevimento e um desafio aos poderes constituídos, e poderá servir de precedente para outras veleidades futuras que podem até colocar em crise o próprio estado da crise.


Apesar de algumas objecções levantadas a conclusões tão definitvas por pessoas e observadores mais bem atinados, aqueles elementos radicais da mais poderosa organização armada legal do país persistem no seu alarmismo e declaram não terem dúvidas que o actual estado da crise pode estar em risco com a acção dos grupos e activistas anti-crise.


Nota final: qualquer semelhança desta notícia com a realidade não é mais do que pura e infeliz coincidência que mostra bem a que estado chegamos hoje: o das guerras preventivas, o das acusações preventivas, o das condenações preventivas, etc, etc

24.4.09

Só há liberdade a sério quando houver/ A paz, o pão, habitação, saúde, educação/ quando pertencer ao povo o que o povo produzir

Viemos com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão
habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir


Letra e voz de Sérgio Godinho




Hoje, 35 anos depois do 25 de Abril, e 30 anos de governos sucessivos do Bipartido (PSD/PS) temos:

2 milhões de pobres em Portugal.

Portugal é o país com a maior desigualdade social da União Europeia.

Enquanto isso, 20 000 milhões de euros são concedidos aos Bancos que, entretanto, dificultam o crédito às pessoas e aumentam a taxa de juro ( quando os juros internacionais descem até níveis irrelevantes !!!

E mesmo no dia de hoje ( 25 de Abril de 2009), os virtuais filhos da PIDE, isto é, os herdeiros directos da polícia política anterior, temem – vejam lá, os mesmos tiques de antigamente – que se verifiquem distúrbios pelos grupos radicais de esquerda…


(ver o estado em que as coisas chegaram por via deste link)

Se calhar…

Se calhar é melhor fazer alguma coisa…

Protestar ou algo do género…

Junta-te a nós!

Trás um amigo! Faz barulho!

Faz qualquer coisa! Mas faz!

25 de Abril Sempre. Fascismo nunca mais (mesmo sob as vestes de «democracia»)



Nunca é demais relembrar ó povo cinzento, que um dia foste livre.









Manifestação da oposição democrática.

23.4.09

Últimos espectáculos da peça “Atravessando as palavras há restos de luz” (de Kafka) pelo grupo de teatro «A Escola da Noite» de Coimbra



Termina esta semana, em Coimbra, a temporada da mais recente produção d'A Escola da Noite, "atravessando as palavras há restos de luz".

Construído a partir da obra de Franz Kafka, o espectáculo tem surpreendido o público pela forma singular como aborda o universo do autor checo, a partir de fragmentos de alguns dos seus textos menos conhecidos e aproveitando os gestos, os movimentos e as sonoridades sugeridas pelas suas palavras.

Numa encenação plena de poesia e que em vários momentos se aproxima da linguagem coreográfica, António Augusto Barros dirige um elenco que inclui, a par dos actores da casa, três jovens estagiários, finalistas dos cursos de Estudos Teatrais (Évora) e de Estudos Artísticos (Coimbra). O espectáculo resulta, aliás, de um processo de pesquisa e experimentação iniciado há um ano atrás, no âmbito da "Oficina de Artes", disciplina curricular da Licenciatura em Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, orientada pela companhia desde o passado ano lectivo.

A equipa criativa inclui ainda a cineasta Fátima Ribeiro, responsável pelo vídeo que integra o espectáculo, Eduardo Gama, que criou e interpreta ao vivo o ambiente sonoro, e Danilo PInto, autor do desenho de luz.

As últimas cinco sessões deste espectáculo são apresentadas no Teatro da Cerca de São Bernardo, de quarta a sábado às 21h30 e no domingo, dia 26 de Abril, pelas 16h00.

Faça-nos companhia!


A Escola da Noite
Teatro da Cerca de São Bernardo
Cerca de São Bernardo
3000-097 COIMBRA
telefone 239718238
telemóvel 966302488
fax 239703761
www.aescoladanoite.pt
http://weblog.aescoladanoite.pt/

Teatro-fórum do Porto realiza uma tertúlia no ESMAE sob o tema «A opressão é agora?»

Clicar por cima da imagem para ler em detalhe


CICLO TEATRO-FÓRUM - Tertúlia no dia 24 DE ABRIL sob o tema "A OPRESSÃO É AGORA?"‏

Local: Sala do Café-concerto da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE)
Rua da Alegra 503, Porto


http://associacaopele.blogspot.com/

O Dia da Terra serve para recordar o nascimento do moderno movimento ecologista em 22 de Abril de 1970

No dia 22 de Abril de 1970 mais de 20 milhões de norte-americanos manifestaram-se para ajudar a aumentar a consciência sobre a fragilidade do planeta Terra. Uma convocatória que nasceu no seguimento das manifestações anti-militaristas contra a guerra do Vietname e do movimento hippie do Flower Power. Essa data passou a ser considerada como o nascimento do moderno movimento ecologista. Dois anos depois realiza-se a primeira cimeira mundial sobre o meio ambiente em Estocolmo. Em 1990 a comemoração do 22 de Abril estende-se por todo o mundo preparando o terreno para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio ambiente e desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992.

Environmental Fact Sheets
http://ww2.earthday.net/node/89


Este ano a peça dramática em dois actos, «Walden: The Ballad of Thoreau», foi escolhida nos Estados Unidos para assinalar a passagem do dia da Terra de 2009

http://ww2.earthday.net/walkingtour/index.html
http://www.waldenplay.com/index.php


“In an age of global warming, bio-fuels, hybrid cars and oil wars the Walden play can introduce audiences to Thoreau as well as environmental concerns in their own home towns.”

http://www.earthdaytv.net/

Petição contra a Refinaria na Extremadura espanhola já está on-line para ser assinada

A Petição contra a Refinaria na Extremadura Espanhola já está on-line.

A mesma pode ser lida e assinada através do seguinte endereço:

http://www.peticao.com.pt/refinaria-estremadura


Exmo. Sr. Presidente do Parlamento Europeu;
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República Portuguesa;
Exmo. Sr. Presidente do Parlamento Espanhol;

Em finais de 2004 foi anunciado pelo Presidente da Junta de Extremadura (Espanha) a intenção de construir uma refinaria de petróleo nos municípios estremenhos de Villafranca de los Barros, Los Santos de Maimona e Fuente del Maestre, situados entre as comarcas de Tierra de Barros e Zafra-Río Bodión. Este projecto, a concretizar-se, levar-nos-ia a um desenvolvimento retrógrado e contaminante, que afectaria profundamente todo o sudoeste da Península Ibérica, incluindo a Estremadura, Andaluzia, o Alentejo, e o Algarve, deteriorando a qualidade ambiental e condicionando o desenvolvimento sustentável destas regiões.

Levantam-se muitas questões:
Porquê uma refinaria no interior do país (a 200km do mar)?
Porque não se respeitam os critérios internacionais de desenvolvimento sustentável?
Porque se pretende apostar num recurso não renovável?
Porque não apostar em energias que ajudem a cumprir as metas do Protocolo de Quioto?

Somos contra a construção desta refinaria porque:
- Diminuirá a qualidade do ar devido à emissão de gases de efeito de estufa causadores das alterações climáticas;
- Vai contra a política energética europeia de maior aposta nas energias renováveis e na eficiência energética em detrimento do uso de combustíveis fósseis;
- As emissões atmosféricas associadas a outros poluentes serão muito relevantes, com efeitos na saúde pública e nos ecossistemas, contribuindo para problemas como a acidificação, a produção de ozono troposférico e ainda a emissão de partículas;
- Tendo localização prevista na bacia hidrográfica do Guadiana, afectará a qualidade da água, com reflexos negativos nos aquíferos e no solo;
- O derrame acidental e não controlado de hidrocarbonetos, com origem na refinaria ou no troço do oleoduto na bacia do Guadiana, poderá originar graves consequências no fornecimento de água à população;
- Serão inevitáveis os impactes sobre a importante actividade agrícola na zona, a paisagem e os ecossistemas circundantes, para além dos valores de património histórico e cultural como a Via de la Plata – Camino de Santiago;
- A viabilidade económica das explorações agrícolas do Alentejo e da Extremadura que apostam na qualidade dos produtos e na certificação biológica poderá ficar comprometida;
- Ocorrerão potencialmente impactes negativos significativos sobre espécies e habitats protegidos, nomeadamente da rede natura 2000, Zonas de Protecção Especial e Sítios de Importância comunitária que visam proteger espécies e habitats.

Por tudo isto solicito que não se autorize a construção da Refinaria Balboa na Extremadura espanhola.

Atentamente,

Os abaixo assinados,

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CONTRA LA CONSTRUCCIÓN DE UNA REFINERÍA EN EXTREMADURA

Estimado Señor Presidente del Parlamento Europeo;
Estimado Señor Presidente del Parlamento Español;
Estimado Señor Presidente de la Asamblea de la República Portuguesa;

A finales del 2004 fue anunciado por el Presidente da Junta de Extremadura (Espanha) la intención de construir uma refinería de petróleo en los municípios estremeños de Villafranca de los Barros, Los Santos de Maimona y la Fuente del Maestre, situados entre las comarcas de Tierra de Barros e Zafra-Río Bodión. Si se realiza este proyecto nos traería un desarrollo retrógrado y contaminante, que afectaría en profundidad a todo el sudoeste de la Península Ibérica, incluyendo Extremadura, Andalucía, el Alentejo, y el Algarve, deteriorando la calidad ambiental y contaminando obstruyendo el desarrollo sostenible de estas regiones.

Se nos presentan muchas cuestiones:
¿Por qué uma refinería en el interior del país (a 200 km del mar)?
¿Por qué no se respetan los criterios internacionales de desarrollo sostenible?
¿Por qué se pretende apostar por un recurso no renovable?
¿Por qué no invertir en energías que ayuden a cumplir los objetivos del protocolo de Kioto?

Estamos contra la construcción de esta refinería porque:
-Disminuirá la calidad del aire debido a las emisiones de gases de efecto invernadero, causantes de las alteraciones climáticas;
-Va en contra de la política energética europea, que apuesta por las energías renovables y la eficiencia energética en detrimento del uso de combustibles fósiles;
-Las emisiones atmosféricas asociadas con otros contaminantes tendrán efectos muy importantes en la salud pública y en los ecosistemas, contribuyendo a la acidificación del medio, a la producción de ozono troposférico y además a la emisión de partículas;
-Su localización prevista en la cuenca hidrográfica del Guadiana, afectará a la calidad de sus aguas, con reflejos negativos en los acuíferos y en el suelo;
-El derrame accidental y no controlado de hidrocarburos, ya sea en la refinaría o en el oleoducto, podrá originar graves consecuencias en el abastecimiento de agua a la población;
-Serán inevitables los impactos sobre la importante actividad agrícola de la zona, sobre el paisaje y los ecosistemas circundantes, además de afectar los valores del patrimonio histórico y cultural de la Vía de la Plata – Camino de Santiago;
-La viabilidad económica de las explotaciones agrícolas del Alentejo y de la Extremadura que apuestan por la calidad de los productos y por la certificación biológica podrá quedar comprometida;
-Se producirá el peligro de importantes impactos negativos sobre especies y hábitats protegidos por la legislación comunitaria, como la red Natura 2000, las Zonas de Protección Especial y los Lugares de Importancia Comunitaria.

Por todo ello solicito que no se autorice la construcción de la Refinería Balboa en Extremadura.

Atentamente,

Los abajo firmantes
Os Peticionários

Ver Signatários Assinar Petição
http://www.peticao.com.pt/refinaria-estremadura



Manifestação em Mérida contra a Refineria, as Térmicas e o Nuclear - 25 de Abril

NÃO ÀS INDÚSTRIAS CONTAMINANTES NA EXTREMADURA

http://merida25deabril.blogspot.com/

http://jovenescontralarefineria.blogspot.com/

21.4.09

Mar das Especiarias, livro do jornalista independente e escritor de viagens Joaquim Magalhães de Castro, vai ser apresentado no dia 24 de Abril


Mar das especiarias, o terceiro livro de Joaquim Magalhães de Castro vai ser lançado no próximo dia 24 de Abril no Padrão dos Descobrimentos, Lisboa, entre as 19 e 20 horas, com a chancela da Editorial Presença e apresentação da eurodeputada Ana Gomes, que é também a autora do prefácio.

Entretanto, hoje, 21 de Abril, haverá uma breve pré-apresentação em Matosinhos no âmbito dos encontros sobre Literatura de Viagem que estão a decorrer, sendo o autor um dos intervenientes no debate que se realizará às 17h. subordinado ao tema Viajar é Preciso, com a presença entre outros de Luis Sepúlveda e Richard Zimmler.


Jornalista independente, investigador da história da expansão marítima, Joaquim Magalhães de Castro interessa-se sobre os múltiplos aspectos da presença portuguesa em todo mundo. Colaborou extensivamente na imprensa em Macau e na de Portugal.

É autor dos livros «Os Bayingyis do Vale do Mu - Luso Descendentes na Birmânia» (2001) e «A Maravilha do Outro - No Rasto de Fernão Mendes Pinto» (2004), e dos documentários televisivos «A Outra Face da Birmânia» (2001) e «Dund - Viagem à Mongólia» (2004).

Sinopse do livro : Mar das Especiarias é um livro fascinante que combina o melhor da narrativa de viagens com uma aventura em busca de uma herança com séculos de existência. Quase quinhentos anos depois de os primeiros portugueses terem chegado às ilhas Molucas, Joaquim Magalhães de Castro embarca numa viagem de contornos e sabores exóticos com o objectivo de seguir o rasto dos nossos antepassados no arquipélago indonésio. O resultado da investigação é um reencontro surpreendente de culturas distantes, mas indubitavelmente partilhadas. Mar das Especiarias é assim uma obra que assume verdadeira importância na divulgação do nosso património colectivo e que se lê com imensa curiosidade e prazer.

António Rodrigues Assunção, autor do livro “O Movimento Operário da Covilhã”,vai participar num debate sobre a oposição à ditadura e o exílio político

O Movimento de Jovens da Covilhã organizou, através do grupo de intervenção escolar “PLUR” na escola secundária quinta das palmeiras, um debate subordinado ao tema: “Movimento Operário; Exílio Político; Oposição à ditadura”.
O debate irá realizar-se no auditório da Escola Quinta das Palmeiras no dia 24 de Abril pelas 10h00 e terá como oradores o professor e investigador António Rodrigues Assunção e o escritor e ex-exilado, Manuel da Silva Ramos
Tarsila do Amaral, Operários, 1933

O professor e investigador António Rodrigues Assunção é o autor da obra «O Movimento Operário da Covilhã” (edição de autor), de que já foram editados dois volumes de uma trilogia a completar em breve.

Autor dos livros “O movimento operário – volume I (1890-1907)” e “O movimento operário – volume II (1907-1926)”, António Rodrigues Assunção, nasceu na freguesia de Mosteirô, concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro. É licenciado em filosofia pela faculdade de letras da universidade do Porto, e a partir de 1975 é docente do ensino oficial. O terceiro volume já tem o título anunciado, “Movimento Operário da Covilhã e a Oposição à Ditadura” e que irá abranger a época do Estado Novo até 1974.


Há cem anos os operários morriam de fome na Covilhã. Trabalhavam 18 a 19 horas por dia e diante das máquinas estavam também as crianças de 6 a 10 anos, de noite e de dia. Era também o tempo das greves. Um jornal da época, “A Estrela”, conta a crise: “O chefe da casa, rapaz novo e robusto, não trabalhava há muito. No meio da casa a mulher arde em febre iludindo o estômago com água de café... as três crianças aconchegam-se em volta da bruxa...”. As lutas contra a miséria e contra os patrões é ilustrada pela famosa greve de 1909 contra Thoratier. Este alemão irascível, que tratava os operários de burros e saloios, director técnico da firma “Campos Mello“, despedira o tecelão José Bernardo Gíria por defeitos encontrados no seu trabalho de tecelagem e isto deu origem a uma das maiores greves de que há memória na Covilhã...


A Covilhã foi na região da Beira Interior, até aos séculos XVIII/XIX, o centro polarizador de uma produção de tecidos de lã dispersa realizada em regime doméstico e artesanal. Desde o século XVII verifica-se a localização nessa cidade das primeiras manufacturas, processo que foi continuado com a industrialização que conduziu a uma forte concentração fabril, até à actualidade.

A partir de 1970 inicia-se um processo que conduziu ao abandono sucessivo de numerosas fábricas e à reconversão industrial da cidade. Os investimentos feitos na indústria não contemplaram a manutenção dos edifícios antigos, concentrando-se, quase exclusivamente, na renovação de equipamentos técnicos ou em novas construções fora das áreas de implantação tradicional, ou seja, as Ribeiras da Degoldra e Carpinteira e o tecido urbano. Estes eram, desde o século XVII até aos anos 60 do século XX, os locais de eleição da ancestral mono-indústria dos lanifícios covilhanenses.

Na actualidade, a Covilhã apresenta-se como mais uma das áreas características da desindustrialização europeia. Assim, também nesta cidade, ao assistir-se às transformações que põem em causa os alicerces sócio-económicos do seu passado, se procura salvaguardar-lhe a memória. Um conjunto de acções, que passam pela preservação de sítios de interesse arqueológico-industrial e pela criação de equipamentos de natureza cultural, encontram-se programados uns e concretizados outros com o objectivo de recuperar a memória da indústria de lanifícios e o seu envolvimento na vida da cidade e dos seus habitantes. Nesse sentido, a Universidade da Beira Interior instituiu, na manufactura pombalina da Real Fábrica de Panos, o Museu de Lanifícios. Este é um projecto dinâmico que procura aliar à preservação da memória do trabalho dos lanifícios a revitalização da Covilhã e da região que tem por matriz a Serra da Estrela.


Quando as negociações salariais eram feitas à bomba


Pequeno excerto da obra de António Rodrigues Assunção, que no seu segundo livro ao tratar do período das lutas operárias entre 1907 e 1926 fala-nos das greves de dois meses, das bombas que explodiam à porta dos industriais dos lanifícios (como por exemplo Francisco Catalão e Francisco Ranito), dos filhos de operários enviados para longe da fome, etc...


Os teares da ira

BATIA a meia-noite, foragido momento na cidade em recolhimento. No esparso silêncio destes dias, desdenhado, alvitrado, ameaçado, avisado, desenhavam-se novos contornos de turbulência. No abrigo do breu, a mão soltou o clarão. A primeira bomba rebenta à porta do industrial Francisco Nave Catalão. A madeira estilhaçou-se. Foi só o susto. Quebrou-se o silêncio. Parte da Covilhã acordava, agora, em surdina, nesta madrugada de 4 de Maio de 1923. No rasto da escuridão, o sobressalto voltou a tomar a cidade operária em voo picado. Quinze minutos depois, sem espaço para recobro, o negro recolhido no efémero da noite volta a ser violado pela faísca da explosão. Nova bomba rebenta junto da residência de outro industrial dos lanifícios: Francisco Ranito, que vivia na rua Conde do Refúgio. Novamente, e felizmente, sem vítimas a registar. Mas a assinatura estava a ser colocada num dos períodos mais violentos da história na cidade do Covilhã. Viviam-se dias agitados. Vivia-se a Greve das Oito Semanas.

O sindicato dos lanifícios local, controlado por anarco-sindicalistas, e afecto à Confederação Geral de Trabalhadores (CGT), decretou greve geral a 14 de Abril. As exigências eram as esperadas: aumento dos salários, tidos como demasiado baixos para fazer face à carestia de vida deste país ainda a lamber as feridas do pós-I Guerra Mundial, na indolência de uma inflação galopante. Os industriais não puderam sustentar as reivindicações, a greve prolongou-se e o tom agudizou-se, assumindo repercussões nacionais. Até porque a elite dirigente do sindicato não era conhecida pela sua brandura. Os anarco-sindicalistas, ao contrário dos socialistas que controlaram o sindicato até 1918, não primavam pela moderação.

In-di-vi-sí-vel, poema-polifonia de Márcio André é apresentado em Barcelos (20/4 às 21h30, na biblioteca municipal)

IN-DI-VI-SÍ-VEL, POEMA-POLIFONIA DE MÁRCIO ANDRÉ
20 DE ABRIL DE 2009 ÀS 21:45,
NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE BARCELOS‏

Entrada Livre

Poema-polifonia de Márcio-André para vozes, violino, penduricalhos e processamento electrónico.

Poetas Convidados: João Miguel Henriques, Bruno Santos, Karinna Gulias.

Vídeos: Paula Gaitán.

Apresentação do livro Ensaios Radioativos

Às 10:00 decorrerá na Biblioteca da Escola Secundária Alcaides de Faria - Barcelos, um
workshop de poesia sonora ministrado pelo Márcio-André

Sobre o autor

Márcio-André nasceu em 1978 no Rio de Janeiro. Formado em letras, com mestrado em poética, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autor dos livros “Movimento Perpétuo”, de 2002, “Cazas”, de 2006, e Intradoxos, de 2007. É co-fundador, editor e ensaísta da revista de arte e literatura Confraria, produzida em parceria com o Sector de Pós-graduação em Letras da UFRJ e a editora Confraria do Vento, da qual é também coordenador editorial. Artista multimídia, desenvolve trabalho performático, no qual toca violino e recita poesia simultaneamente, com o auxílio de sons pré-gravados, projecções de imagens e códigos-fonte, árvores gerativas e plantas baixas. O aprimoramento dessa sua proposta levou-o à criação do projeto-grupo Arranjos para Assobio, de texturas poéticas e realidades experimentais, que, misturando expressão física e oral, projeções, elementos sonoros e cênicos, pesquisa novas formas de leitura da poesia. Colabora com inúmeros periódicos eletrônicos e impressos, sobretudo como tradutor, nos quais já publicou poesia de Gilles Ivain, Serge Pey, Ghérasim Luca, Mathieu Bénézet, Rafael Alberti e Hagiwara Sakutaro. Atualmente, empenha-se em trabalho sistemático de reflexão e caminhadas pelos subúrbios, a fim de consolidar o que denominou “poética das casas” — geopoética que vêm dando fruto a uma série de ensaios a respeito das habitações, dos bairros e das cidades.

Sobre o livro Ensaios Radioativos
Márcio-André reúne neste livro alguns de seus escritos, ensaios, crônicas e entrevistas publicados na internet ao longo do ano de 2008, incluindo a narrativa detalhada de seu recital de poesia na cidade fantasma de Pripyat, em Chernobyl, pelo qual ficou conhecido como poeta radioativo. Os textos debatem questões como leitura, tecnologia, identidade, a cidade e o papel do escritor, além de temas inusitados como os discos de vinil, o Google e o Pânico na TV.
Através do princípio da contaminação radioativa e de uma vivência do absurdo, o autor propõe as delimitações de uma didática livre e sugere, através de reflexões em torno da literatura e da arte, as noções de uma realidade anti-institucional, anti-moralista e anti-estetizante, em prol de uma vida permeada pela obra de arte, mas em que arte e vida só são correspondentes e possíveis se partindo de dentro delas mesmas, nunca de simulacros institucionalizados e dicotomias racionalizantes, como as tradicionais noções de subjetividade e objetividade, ficção e realidade.
Poéticos, irónicos e por vezes polêmicos, estes ensaios radioativos contaminam pela leveza e profundidade - propondo um “pensar através das coisas”.

Comentário de Boaventura Sousa Santos
Márcio-André é, pois, uma voz nova que vive intensamente a violência da cultura, desde o gregos até aos nossos dias, sempre na esperança de nada ser irreversível por nunca ter começado. (...) Este poeta explode dentro de nós com uma doçura indescritível. A sua poesia é uma das mais notáveis da sua geração.


Comentário Walter Salles
De uma originalidade e inventividade luminosas, Intradoxos é a prova de que a poesia brasileira continua a dar sinais de uma surpreendente vitalidade.Ana Cristina César se foi, mas não estamos sós. Márcio-André é uma das vozes mais brilhantes de uma nova jovem geração de artistas brasileiros.


Organização:
ZOOM, associação cultural
Vera restante porgramação para o mês de Abril: