Este Congresso pretende constituir-se como um acontecimento de carácter científico e interventivo, englobando as/os principais investigadoras e investigadores do campo dos estudos sobre as mulheres, dos estudos de género e dos estudos feministas em Portugal, bem como das e dos activistas que, no terreno, se envolvem na luta pela transformação de uma sociedade hierarquizada e desigual, muitas vezes, colonizadora e predadora do mundo social e natural, contribuindo para a construção de uma comunidade de activistas e cientistas que defendem um mundo mais igualitário, onde o respeito pelos direitos humanos e pela riqueza cultural sejam metas a atingir na corrida contra a violência.
http://congressofeminista2008.org/
Um Congresso Feminista em 2008: para desafiar as estruturas patriarcais
Texto escrito por Maria José Magalhães
Em Junho de 2008, celebram-se os 80 anos do último congresso feminista que se realizou em Portugal: o 2º Congresso Feminista e da Educação. Organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, coube a uma nova geração de mulheres da época fazer a abertura pela voz de Elina Guimarães.
Tal como então, a necessidade de desafiar as estruturas patriarcais da sociedade que ainda mantêm as amarras das mulheres a situações de discriminação e opressão e a importância de construir um "outro mundo possível" também feminista constituem a essência deste impulso de criar um forte movimento que conduza à realização de um Congresso Feminista em 2008.
No início do séc. XX, foi o direito de voto, o direito à educação e ao trabalho que mobilizaram intelectuais, progressistas e feministas (homens e mulheres) pelos direitos de igualdade entre homens e mulheres. O meio século do regime fascista foi um retrocesso imenso nesse caminho para a igualdade: regrediu-se em termos de educação (maior retrocesso para as mulheres, embora também tenha regredido para os homens), em termos do direito ao trabalho, à sua independência económica e aos direitos de participação política e cidadã (igualmente restringidos para os homens). Algumas organizações feministas resistiram ainda algumas décadas no fascismo como foi o caso do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e da AFPP ¬ Associação Feminina para a Paz, mas o regime acabaria por proibir as suas actividades, fechar as suas sedes e perseguir as suas dirigentes.
O início da década de 1970 marca um avanço para as mulheres no que se refere à educação: é reinstaurada a coeducação e as raparigas vão fazendo [aliás desde a década anterior] um investimento na educação liceal e, mais tarde, na educação média e superior (esta já depois do 25 de Abril) e este investimento na educação formal abre portas às mulheres no trabalho nos sectores dos serviços, nomeadamente no ensino, enfermagem e função pública o que tem um enorme significado para a independência dos segmentos femininos de classe média. No entanto, os seus direitos de cidadania continuam significativamente cerceados dado que ela só pode trabalhar com autorização do marido, o marido pode ir receber o seu salário, a família constitui um reino patriarcal exacerbado, as mulheres não têm direito universal de voto, e a sua participação política só é possível se fôr em prol do regime.
O 25 de Abril abre portas à participação política e cidadã das mulheres e tem um enorme significado no que se refere ao direito ao trabalho para as classes trabalhadoras "a trabalho igual, salário igual" no apoio às mães trabalhadoras com o incremento de creches, infantários e outras medidas de apoio à maternidade.
Também na esfera doméstica e familiar, se verificam mudanças significativas: a alteração do código Civil significou o fim do chefe de família, se bem que a violência contra as mulheres na família só tenha entrado na agenda política nos finais do séc. XX.
Em termos da vida afectiva e sexual, assistimos igualmente a um enorme avanço no que se refere ao planeamento familiar e contracepção, embora as questões dos direitos sexuais e reprodutivos ‹ aborto, educação sexual e orientação sexual ‹ não tivessem avançado.
O 25 de Abril significou um grande avanço dos sectores femininos das classes trabalhadoras mas a longa repressão do feminismo no fascismo e a ausência de uma consciência feminista na esquerda portuguesa significou uma grande paralisia em algumas dimensões da vida das mulheres, nomeadamente as da vida familiar, afectiva, sexual e reprodutiva.
O início do séc. XXI mostra um grande avanço no que se refere à violência doméstica, com a sua definição jurídica como crime público e sete anos depois uma vitória esmagadora no SIM no referendo do aborto abrem uma nova etapa no feminismo português.
Assim, se a memória histórica dos feminismos se foi apagando ao longo da década de 1950 e o "feminismo" foi considerada expressão "mal-amada", acabando por deixar de fazer parte do vocabulário político, mesmo no Portugal democrático, algumas organizações pioneiras, mulheres protagonistas foram segurando o testemunho de levar por diante os ideiais e as causas feministas até aos dias de hoje.
Também a conquista da paridade na política foi um avanço importante, já neste século, mas este avanço legislativo só poderá ter concretização se completado com a paridade em termos da vida privada e profissional.
Uma nova etapa se abre às mulheres em Portugal com a vitória histórica do SIM no referendo da interrupção voluntária da gravidez enquanto uma das dimensões importantes na determinação dos nossos destinos enquanto mulheres. Esta vitória do SIM no referendo sobre a despenalização do aborto representou o alcançar de um direito de cidadania até aí vedado às mulheres: o de poderem decidir sobre a sua maternidade. O direito de opção das mulheres foi a questão que mais incomodou as forças conservadoras que estiveram pelo ³não². Quebrou-se, deste modo, um dos redutos da dominação sobre as mulheres e daí falarmos de um novo quadro político com melhores condições para que se dê expressão e maior visibilidade às lutas das mulheres pelos seus direitos e pela sua afirmação social.
Talvez possamos afirmar que, em termos sociais, o termo feminismo deixou de ser uma palavra maldita. Todavia, ainda não lhe é reconhecido o verdadeiro significado, na sua tripla dimensão, quer como perspectiva epistemológica (de investigação científica), quer como filosofia (conjunto de ideias e princípios de orientação da visão do mundo e do quotidiano), quer como perspectiva de intervenção política e activista. No entanto, o número cada vez maior de mulheres (e homens) que afirmam o seu feminismo na ciência, na literatura, na arte, no trabalho, na política, na intervenção, mostram que já não temos vergonha nem medo de nos denominarmos feministas. Para mais, com uma grande consciência e humildade que o feminismo é plural.
A realização deste Congresso vem também num momento em que é necessário colocar na ordem do dia que as mulheres ainda não atingiram os patamares da igualdade, apesar dos avanços que a sociedade já realizou. O patriarcado continua fortemente enraizado nas estruturas sociais (económicas, políticas, jurídicas, culturais, familiares, sexuais), assim como nas representações e nas estruturas e disposições simbólicas e mentais que proporcionam as condições para a sua continuada reprodução.
Os eixos estruturais de discriminação situam-se:
• no acesso ao emprego por parte das jovens que são preteridas face aos jovens mesmo com melhores médias e mais formação;
• na persistência das discriminações salarais e mesmo incumprimento do preceito legal de ‘trabalho igual, salário igual’;
• no agravamento das condições de vida das mulheres dos sectores em maior desvantagem social, sensivelmente a partir de 2002, com um maior desemprego e maior pobreza;
• no acesso a cargos de chefia, ainda que com maior curriculum;
• no acesso aos lugares de topo na política;
• na enorme sobrecarga de trabalho que sobre elas ainda recai, sobretudo nas tarefas domesticas e do cuidar;
• na aplicação dos direitos de maternidade, sobretudo no caso das profissões das classes trabalhadoras e nas de carreiras das classes mais eruditas, como as académicas, gestoras empresariais;
• na desigualdade de acesso aos direitos gerais por parte das lésbicas e da subordinação em termos da orientação sexual;
• em termos da socialização, devido aos estereótipos.
A UMAR sente ser seu dever histórico vir a dinamizar uma grande realização que contribua para a afirmação dos feminismos na sociedade portuguesa, convocando para tal amplos sectores sociais, culturais, associativos e políticos. Surgiu, assim, a ideia da realização de um Congresso Feminista, a 26, 27 e 28 de Junho de 2008.
A principal finalidade consiste em:
Dar mais visibilidade aos contributos e simultaneamente incentivar as mulheres na sociedade, na ciência, na arte, na literatura, na política, nos negócios, no trabalho, na vida privada, na família.
Nessa medida, os objectivos do Congresso são:
• dar visibilidade aos feminismos como uma corrente plural de pensamento e de acção na sociedade portuguesa, onde a investigação e o activismo feminista encontrem espaços de interacção;
• envolver diversos sectores sociais, culturais, associativos e políticos de forma a que os feminismos se projectem para além das universidades como uma forma de reconfigurar a própria democracia e a participação cidadã;
• possibilitar o debate e a expressão de diversas formas de intervenção artísticas e comunicacionais, em torno de novas áreas que envolvam o debate e o diálogo intermulticultural entre uma multiplicidade de actoras/es sociais.
Desde já, uma vasta Comissão Promotora, das mais variadas áreas da sociedade portuguesa, aderiu a esta iniciativa, mostrando como poderemos, todas e todos juntas/os, lutar por uma sociedade mais equilibrada em termos das relações de género em Portugal.
PROGRAMA
26 de Junho, na F. C. Gulbenkian
9.30h Auditório 2 Sessão de Abertura
• Elisabete Brasil (Pres. UMAR)
• Rui Vilar (Pres. F. C. Gulbenkian) (a confirmar)
• Elza Pais (Pres. da CIG)
• Lígia Amâncio (Vice-Pres. da FCT)
10.45h – 11h Intervalo
11h – 13h Auditório 2 Conferência de Abertura e Homenagem à feminista Madalena Barbosa
• Moderação: Maria José Magalhães
• Sónia Alvarez (Univ. da Califórnia, Vice-Presidente da Associação de Estudos Latino Americanos);
• Sofia Neves (Docente e Investigadora no ISMAI; Prémio Mulher/investigação Carolina Micaelis de Vasconcelos, 2006)
• Irene Pimentel (Historiadora, Prémio Pessoa, 2007)
13h - 14h Almoço
14h – 16h Auditório 2 Simone de Beauvoir: o Centenário do seu Nascimento
• Moderação: Maria do Mar Pereira Teresa Almeida (C)
• Maria Antónia Fiadeiro; Maria Isabel Barreno; Maria Teresa Horta; Helena Neves; Maria Antónia Palla
14h – 16h Sala 1 Mulheres e Média
• Moderação: Maria João Silveirinha Diana Andringa (C)
• Carla Cerqueira - A representação do dia internacional da mulher na imprensa portuguesa
• Terezinha Ferreira - A imagem da mulher na mídia
• Mercedes Lima - Da novela ao Big Brother
• Inês Machado Pereira - Cobertura jornalística dos julgamentos de aborto de 1979: o caso do Comércio do Porto
• Isabel Ventura - A emergência das mulheres repórteres nas décadas 60 e 70
• Carla Ganito - Mobilidade no feminino. O telemóvel como lugar de construção de identidade
14h – 16h Sala 2 Mulheres e Lideranças
• Moderação: Albertina Jordão M. Helena de Koning (C)
• Maria Belo - O feminismo como movimento social e intelectual e sua articulação com o processo de decisão política
• Magda Alves e Alfredo Campos - Associativismo estudantil e participação das mulheres: o caso da AAC
• Danielle Capella, Anabela Santos, Carla Cerqueira e Sylvie Oliveira - UMAR – núcleo de Braga: Derrubando muralhas para criar pontes
• Marcos Mendonça - A mulher na comunidade quilombola do Curiaú no Amapá: participação, empowerment e liderança
• Cecília Honório - Mulheres e lideranças partidárias
• Ana Cristina Assis - Reconhecer-se além fronteiras
14h - 16h Sala 3 Mulheres, Pobreza e Exclusão Social
• Moderação: Vânia Martins Ana Maria Braga da Cruz (C)
• Neuza Araújo - Género e 1ª infância: algumas indicações para as políticas
• Heloísa Perista - Mulheres e pobreza: as exclusões têm género
• Ana Mouta - A voz secreta da(s) identidade(s). A poesia como veículo de análise psico-política dos processos identitários nos lugares da inclusão/ exclusão social
• Maria Elisa Seixas, Guida Vieira, Assunção Bacanhim e Célia Pessegueiro - A pobreza no feminino: uma ilha no centro da Ilha
• Lídia Fernandes - Classe, género e etnia nas desigualdades das sociedades contemporâneas
14h – 16h Auditório 3 Violência de Género e Violência nas Relações de Intimidade (I)
• Moderação: Artemisa Coimbra Manuel Lisboa (C)
• Aline Domício - Feminismo, relações de poder e simbolismo do corpo com grupos de mulheres vítimas de abuso não físico no Nordeste do Brasil
• Maria Concepcion Alvarez - Factores que fomentan la violencia de pareja en mujeres profesionistas
• Maria Neto Leitão - Violência exercida pelos parceiros íntimos: Um olhar de género
• Alexandra Dourado, Anabela Gomes, Elsa Branco e Maria Bibas - Casa Abrigo, abriga/obriga
• Zélia Maria Barroso - Violência nas relações amorosas
• Djamil Kahale - Propuesta para superar la violência de género
16h – 16.30h Intervalo
16.30h – 18.30h Sala 3 Feminismos, História das Mulheres e da Educação
• Moderação: Sofia Marques da Silva Margarida Felgueiras (C)
• Miguel Cardina - Olhares sobre uma ausência: o movimento estudantil no Estado Novo e o Feminismo
• Rodrigo Azevedo - Marcas do Estado Novo na educação feminina no ensino secundário
• Susana Batel, João Manuel de Oliveira e Rita Jerónimo - Como se faz um/a feminista? Significados e termos usados sobre as feministas e dos feminismos em estudantes universitárias/os
• Rosa Neves Simas - O género na língua: uma comparação do português e do inglês
16.30h – 18.30h Auditório 3 Feminismos e Poder Político
• Moderação: Ana Coucello Marta Rebelo (C)
• Maria Helena Santos - Défice de género ou défice democrático? Explicações da(o)s deputada(o)s para a sub-representação das mulheres na política
• Heloísa Apolónia, Helena Pinto, Helena Roseta, Paula Teixeira da Cruz, Sónia Fertuzinhos
16.30h – 18.30h Sala 2 Mulheres e Ciência
• Moderação: Ana Lobo Alexandre Quintanilha (C)
• Maria José Matos - Palmira Tito de Morais: enfermeira e feminista
• Maria Johanna Schouten - Women and science and science about women
• Mariana Azambuja - A investigação científica sobre violência de género em Portugal: uma análise de discurso
• Ana Cristina Martins - Rosa Capeans (1894-1970) e a arqueologia portuguesa: do olvido ao reconhecimento
• Raquel Reis - Solidariedade intergeracional para com as jovens cientistas
• Carminda Morais - Enfermeiras e vozes de enfermeiras
• Jorge Garcia Marin - Mujeres y ciência: más allá del techo de cristal
16.30h – 18.30h Sala 1 Género e Relações de Género: o Papel das Mulheres e dos Homens na Mudança
• Moderação: Ana Costa Judite Fernandes (C)
• Javier Robles Andrades - Nuevas masculinidades
• Clarisse Canha - Os homens e a igualdade de género. Ontem e hoje
• Daniel Matias - Narrativas de homens feministas portugueses
• Leticia Inés Sabsay - Desafiando la normativa del género: performatividad y subjetivación
• Cristina dos Santos Pereira - Diálogos sobre a Igualdade na UE
• Jayshree Singh - The role of the different stakeholders – police, human rights comission, women & other state machineries
16.30h – 18.30h Auditório 2 Trabalho, Sindicalismo e Empoderamento das Mulheres (I)
• Moderação: Guida Vieira (M) Maria José Maurício (C)
• Anne Marie Delettrez - O trabalho no domicílio e a “in”conciliação com a vida familiar
• Vanessa Franco Malheiro - O Trabalho doméstico entre mundo privado e mundo laboral. Perspectivas de investigação e de acção
• Vera Santana - Género e estruturas de decisão sindical: uma leitura interpretativa
• Mônica Alves Cappelle - Socialização organizacional, identidade e género: um estudo das policiais femininas da PMMG
• Heloisa Greco Alves - A construção da cidadania através do acesso ao Direito e ao trabalho pelas mulheres: a experiência de mediação de conflitos numa favela no Brasil
19h CML Paços do Concelho Lançamento da Agenda Feminista e Porto de Honra
• Luísa Paiva Boléo (Coordenadora da Agenda Feminista),
• Rosália Vargas (Vereadora da Cultura da CML);
• Fina D’Armada (historiadora, colaboradora),
• Manuela Tavares (Direcção da UMAR)
27 de Junho, na FC Gulbenkian
9h - 11h Auditório 3 Direitos Humanos e Igualdades
• Moderação: Teresa Féria Fernanda Rodrigues (C)
• Carla Martingo - Mutilação genital feminina - esforços para a sua erradicação
• Catarina Cardoso Brazão - Femicídio: um fenómeno global
• Pedro Fernández Santiago - Violencia de género e descapacidad
• Sandra Silvestre e Teresa Cunha - Sentidos da emancipação no dia-a-dia feminino
• Valeska Zanello e Tatiana Gomes - Xingamentos: sintoma e reprodução da sociedade patriarcal • Sandra Barreto, Vera Cunha, Lisa Vicente e Ana Campos - Mutilação genital feminina: o que sabem os profissionais de saúde?
9h – 11h Sala 3 Violência de Género e Violência nas Relações de Intimidade (II)
• Moderação: Margarida Medina Martins Carla Machado (C)
• Helena Grangeia e Marlene Matos - Do amor não correspondido à violência relacional: um estudo sobre as experiências juvenis
• Ana Paula Canotilho, Patrícia Ribeiro, Maria José Magalhães - Gostar de mim, gostar de ti: Prevenção da violência nas escolas
• Ana Rita Dias e Carla Machado - Discursos românticos das mulheres vítimas de violência conjugal
• Sónia Caridade, Carla Machado e Cláudia Coelho - Violência no namoro: da prevalência às significações
• Sónia Martins e Carla Machado - Prevalência da violência sexual (vitimação e perpetração em homens e mulheres)
• Gabriela Cano S. - Violência intrafamiliar en Colombia
• Moderação: Margarida Medina Martins Carla Machado (C)
• Helena Grangeia e Marlene Matos - Do amor não correspondido à violência relacional: um estudo sobre as experiências juvenis
• Ana Paula Canotilho, Patrícia Ribeiro, Maria José Magalhães - Gostar de mim, gostar de ti: Prevenção da violência nas escolas
• Ana Rita Dias e Carla Machado - Discursos românticos das mulheres vítimas de violência conjugal
• Sónia Caridade, Carla Machado e Cláudia Coelho - Violência no namoro: da prevalência às significações
• Sónia Martins e Carla Machado - Prevalência da violência sexual (vitimação e perpetração em homens e mulheres)
• Gabriela Cano S. - Violência intrafamiliar en Colombia
9h – 11h Auditório2 Feminismos, Movimentos Sociais e Políticas Públicas
• Moderação: Almerinda Bento Leslie Toledo (C)
• Miriam Nobre - MMM- Brasil
• Cecília MacDowell Dos Santos - Da Delegacia da Mulher à lei Maria da Penha: lutas feministas e políticas públicas sobre violência doméstica contra mulheres no Brasil
• Eurídice Monteiro - Feminismos e pós-colonialismos: procurando outras pistas de reflexão
• Celecina Sales - Redes feministas/mulheres em movimento
• Ana Cristina Santos e Sasha Roseneil - A transformação da cidadania íntima em Portugal: contributos dos movimentos pela igualdade de género e sexual
• Rosa Monteiro - Feminismo de estado em Portugal: algumas reflexões exploratórias
9h – 11h Sala 1 Famílias, Casamentos e Trajectos Emancipatórios
• Moderação: Engrácia Leandro Anália Torres (C)
• Cláudia Maia - Família e celibato feminino
• Sara Ferreira, Luísa Saavedra e Maria do Céu Taveira - Conflito família/trabalho: antecipar hoje, para escolher amanhã
• Cláudia Pozzi - A família plural: controvérsias acerca das conjugalidades e parentalidades no contexto jurídico brasileiro actual
• Eliana Branco e Cláudia Pozzi - A tecnologia ao serviço da parentalidade tradicional: considerações sobre um caso não tradicional
• Jorge Gato, Anne Marie Fontaine e Nuno Carneiro - Parentalidade lésbica e gay: mitos e evidências
9h – 11h Sala 2 Feminismos e Religiões
• Moderação: Luísa Boléo Anselmo Borges (C)
• Ana Vicente - Vozes de religiosas portuguesas
• Shahd Wadi - As 72 virgens viajam pelo Ocidente
• Suzy Nascimento - Violência e Liderança Eclesiástica
• Alcilene Cavalcante - Movimento Católicas pelo Direito de Decidir
• Lívia Matoso Galveias - Zonas selvagens: feminismo e espiritualidade
11h – 11.30h Intervalo
11.30h – 13.30h Auditório 2 Feminismos/Lesbianismos e Mov. LGBT
• Moderação: Luísa Corvo Paulo Côrte-Real (C)
• Eduarda Ferreira e M. João Silva - Lesbianismos uma realidade invisível
• Miguel Vale de Almeida - O tabu do tabu
• Victor Correia - Feminismo e androcentrismo: da mesmidade à alteridade
• Pedro Pinto - Heterossexualidade feminina e outras construções monolíticas: leituras queer de uma revista para adolescentes
• Martha Escalona - Divisão sexual, identidade lésbica e imigração
• Cristiana Pena, João Manuel Oliveira e Conceição Nogueira - Feminismos lésbicos em Portugal: um primeiro olhar
• António Fernando Cascais - Encontros e desencontros: o lesbianismo entre o feminismo e o movimento LGBT
• Fabíola Cardoso - Mãe, mas não és lésbica?
11.30h – 13.30h Auditório 3 História das Mulheres e Correntes do Feminismo
• Moderação: Zília Osório de Castro Maria de Deus Manso (C)
• Anne Cova - O Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (1914-1947): o caso português numa perspectiva comparada
• Lúcia Serralheiro - As mulheres da Associação Feminina para a Paz
• João Gomes Esteves - Há 100 anos, mobilização, militância e reivindicações feministas
• Natividade Monteiro - O debate em torno da tese feminista do Congresso do Livre Pensamento
• Ana Luísa Cabrita Andrade - 1988-2008: 20 anos de Feminismo nas Relações Internacionais
• Célia Rosa Batista Costa - O Conselho Nacional das Mulheres portuguesas (1914-1947) – Uma Organização Feminista
• Célia Rosa Batista Costa - O Conselho Nacional das Mulheres portuguesas (1914-1947) – Uma Organização Feminista
11.30h – 13.30h Sala 2 Mulheres Migrantes (ou Mulheres e Minorias Étnicas)
• Moderação: Cármen Queiroz Rosa Nunes (C)
• Barbara Venturoso - Tradições femininas indígenas sob o olhar de José de Anchieta
• Joana Sousa Ribeiro - Feminização da imigração qualificada em Portugal? Trajectórias de mobilidade de médicas e enfermeiras imigrantes
• Maria da Conceição Ramos - Feminização das migrações internacionais e impactos nos países de origem e de acolhimento
• Deidré Matthee - Não falo muito bem português: On finding feminism elsewhere
• Maria Quinteiro - Portuguesas para o Brasil, o avesso de decisão de migrar
• Petra Viegas - Migrações e género
• Medina Omarkhanova - As mulheres imigrantes no serviço doméstico
11.30h – 13.30h Sala 3 Mulheres e Saúde
• Moderação: Isabel do Carmo Berta Nunes (C)
• Daniela Sousa Soares - Género, doença e representações sociais
• Isabel Nunes - Ser mulher e ser positiva ao VIH
• Isabel Lousada - A batalha de Adelaide Cabete em "A Batalha " - higienismo para o povo feminino
• Filipa Cabral Rocha - Eu posso fazer uma coisa individual e mudar o mundo: subsídios para o situar psico-político das mulheres e suas (in)capacidades no lugar da Cidadania
• Nadia Lima - Lúpus em mulheres: o discurso normalizador e a construção do adoecer feminino
• Celeste Costa - A mulher e a deficiência
11.30h – 13.30h Sala 1 Trabalho, Sindicalismo e Empoderamento das Mulheres (II)
• Moderação: Albertina Pena Deolinda Martin (C)
Maria Josep Cascant i Sempere - As mulheres na pesca nos Açores: projecto de investigação e acção participada
• Rosário Andrade Leitão - Gênero e políticas públicas na pesca artesanal do nordeste brasileiro
• Ana Coutinho - Mulheres imigrantes, influência do género na inserção laboral
• Soraia Cintra - A passos lentos, o papel das mulheres na indústria do calçado
• Teresa Maneca Lima - Políticas de prevenção, condições de trabalho e riscos profissionais femininos: uma análise crítica
13.30h – 14.30h Almoço
14.30h – 16.30h Auditório 2 Educação, Género e Cidadanias
• Moderação: Marília Favinha Cristina Vieira (C)
• Cidália Pecegueiro - Ambientes Familiares afectivamente disfuncionais e educações tradicionalistas
• Marina Mendonça e Marisa Matias - Esco(l)has sem barreiras: Relato de uma intervenção em Igualdade de Oportunidade junto de docentes do 2º e 3º Ciclos
• Sara Almeida Magalhães - A culpa é tua (e só tua)!\ Responsabilização social das adolescentes pelos comportamentos preventivos
• Tânia Brabo - Gênero e educação: contribuições do movimento feminista brasileiro
• Tatiane Silva e Dulce Marisa Correia - Género, educação e cidadania: representação política e sociedade civil - dois estudos de caso
14.30h – 16.30h Sala 1 Escrita de Mulheres /Escrita Feminista
• Moderação: Lídia Jorge Ana Luísa Amaral (C)
• Aldinida de Medeiros Souza - Memórias de mulheres na escrita literária de Seomara da Veiga
• Hugo Monteiro - Ana Hatherly: ardor/fibrilação de um traço feminino
• Conceição Flores - Escritoras portuguesas: das origens à actualidade
• Teresa Cláudia Tavares - Em Portugal nascem sessenta poetisas por minuto: poesia oitocentista de autoria feminina
• Fernanda Bernardo - Femininografias: pensar, habitar, escrever o mundo feminino
• Anna Klobucka - Para uma herstory da literatura portuguesa
14.30h – 16.30h Sala 3 Representações, Sexualidades e Erotismos
• Moderação: Ana Teixeira Gabriela Moita (C)
• Flávio Marcelo Neubauer - A menstruação e a segunda revolução sexual
• Isabel Freire - Biografias Sexuais e Imaginário Erótico de 95 Mulheres Portuguesas
• Andréa Cardoso - O país das maravilhas: Alice, playboy ou o coelho como metáfora da fantasia masculina
• Sirlene de Lima Corrêa Cristófano - Electra: representação e simbologia do perfil feminino não submisso
• Patrícia Monteiro Pascoal - O que são Dificuldades Sexuais? Definições através da "voz escrita" de uma amostra de 530 mulheres portuguesas
14.30h – 16.30h Sala 2 Representações do Feminino
• Moderação: Graça Abranches Isabel Pedro (C)
• Ana Gabriela Macedo, Margarida Esteves Pereira, Isabel Ermida, Márcia Oliveira, Joana Passos, Ana Maria Chaves, Francesca Reyner
14.30h – 16.30h Auditório 3 Tráfico de Mulheres e Prostituição
• Moderação: Catarina Moreira Alexandra Oliveira (C)
• Maria Lúcia Pinto Leal - Tráfico de mulheres, políticas públicas e democracia, estudo ibero-brasileiro
• Madalena Duarte - Tráfico sexual de mulheres: dilemas e desafios
• Christine Escallier - A prostituição como estratégia de sobrevivência nas comunidades piscatórias do Pará-Brasil
• Marta Costa Peça - Entre a estrada e a passerelle: o tráfico de mulheres na imprensa nacional
• Ana Lopes (a confirmar)
• Inês Fontinha - Prostituição e Globalização
• Projecção de vídeo do Colectivo Hetaira de Madrid
16.30h – 17h Intervalo
17h – 19h Auditório 2 Mesa Redonda: Os Feminismos e os Desafios para o Nosso Século
• Moderação: Maria José Magalhães
Leitura de Poemas: Ana Luísa Amaral
• Ana Vicente, Ana Gabriela Macedo, Conceição Nogueira, Fernanda Henriques, Manuela Tavares, Regina Tavares da Silva, Virgínia Ferreira, Teresa Joaquim, Ana Gomes
17h – 19h Auditório 3 Arte e Literatura de Mulheres/Feminista
• Moderação: Cristina Néry Graça Capinha (C)
• Mônica Heloane - Maria Teresa Horta: escrita feminina, inscrição corporal
• Célia Cordeiro - Outras que não Natália – Maria da Graça Atayde
• Adriana Bebiano - Memória, história, ficção
• Caio Simões de Araújo - Desconstruindo o feminino: género e poder no cinema de Pedro Almodóvar
• Angélica Lima Cruz - Arte e autoria de mulheres: um percurso artístico através de uma história de vida
• Meyre Ivone Santana da Silva - A escrita feminina de Ama Ata Aidoo
28 de Junho, Fac. Belas Artes
9h – 11h Anfiteatro Sexualidades e Direitos Sexuais e Reprodutivos
• Moderação: Manuela Sampaio Ana Campos (C)
• Mara Carvalho/Médicos pela Escolha - E depois do referendo?
• Carlos Barradas, Ana Cristina Santos, Madalena Duarte e Magda Alves - A vez das mulheres - representações sobre aborto em Portugal
• Lisa Vicente - Contracepção
• Cecília Vieira Costa - Subjectividades sexuais de mulheres jovens: ainda e de novo a caixa de Pandora
• Ana Inácio - O portal da APF: direitos sexuais e reprodutivos
11h – 11.30h Intervalo
11.30h – 13.30h Anfiteatro Artes e Feminismos
• Moderação: Cristina Duarte Sílvia Chicó (C)
• Sónia da Silva Pina - Guerrilla Girls: A máscara como (des)ocultação do feminino. Considerações sobre o corpo, a performance e a máscara no ar(t)ivismo das Guerrilla Girls
• João Oliveira - All my independent women: um estudo de caso a partir da obra de Carla Cruz
• Teresa Furtado - O território feminino da vídeo-arte
• Maria Simões e Judite Fernandes - Histórias de arte e igualdade
• Susana Mendes Silva - Sobre a prática
• Ediline Teixeira - A moda feminina brasileira na década de 70: o pioneirismo de Zuzu Angel
13.30h – 15h Almoço
15h – 17h Anfiteatro Conferência de Encerramento
• Moderação: Manuela Góis (Dir. UMAR)
• Salomé Coelho - Comentário – Síntese do Congresso Feminista
• Arq. Miguel Arruda (Pres. Cons. Directivo de Belas Artes) (a confirmar)
• Maria Xosé Agra Romero (Univ. Santiago de Compostela)
• Miriam Pilar Rossi (Revista Estudos Feministas)
• Teresa Pinto (APEM)
• Fátima Grácio (F. Cuidar o Futuro)
NOTAS – Cada painel tem um(a) moderador(a) e outra pessoa que faz o comentário crítico (C)
Neste programa temático inserem-se alguns momentos culturais a consultar no Programa Cultural.
«08 - ciclo de cinema e vídeo»
Entre dias 13 e 16 de Junho no Cinema São Jorge
1. Sexta-feira, 13/06, 18h30
• Gosto de ti como és, Silvia Firmino, 2005, Laranja Azul, 60’
• A Fábrica, Myriam Alves, Sic, 2005
intervalo
• Mulheres ao mar, Cristina Gomes Ferreira, 2000, LX Filmes, 50’
• Pescadoras em Terra e no Mar, Teresa Nóbrega, RTP Açores, 30’
2. Sexta-feira, 13/06, 22h00
• Afectos, A pintura de Manuela Pinheiro, por Maria Antunes, 4’52’’
• Pintura Habitada, Joana Ascensão, 2006, 50’
intervalo
• A mulher morena, Cláudia Clemente, 2007, 24’
• & ETC, Claudia Clemente, 2007, 23’
intervalo
• FILME-DANÇA Comer o coração de Rui Chafes e Vera Mantero, realização de Inês Oliveira, C.R.I.M., 33’.
3. Sábado, 14/06, 15h30
• Relação fiel e verdadeira * Margarida Gil, 1989, 85’
intervalo
• Duas histórias de prisão, Ginette Lavigne, LX Filmes, 52’
4. Sábado, 14/06, 18h30
• EVERLASTing Love (from the Love Hurts series), Catarina Campino, 4’
• Violet Violence (Make Me Up Before You Go-Go), Catarina Campino
• Mulheres século XX – ler e escrever, ler e reler, ler e lembrar, Catarina Campino e MªAntónia Fiadeiro
intervalo
• Mulheres traídas, O making of de Miguel Marques, 2007, 54’
• Mulheres traídas, Maria José Silva, 2007, 38’
5. Sábado, 14/06, 22h00
• FILME-CONCERTO *
• «Mafalda Arnauth – Flor de Fado» no Teatro da Trindade, em Dezembro de 2007, realização José F. Pinheiro.
6. Domingo, 15/06, 15h30
• Entre o céu e o inferno – As enfermeiras-paraquedistas, José Carlos Santos, 2006/07, Canal História, 50’
• Processo-Crime 141/53 - As enfermeiras do Estado Novo, Susana Sousa Dias, 2000, 58’
• intervalo
• Estrela da Tarde, de Madalena Miranda, 2004, 24’,
• A luz dos meus dias, de Anabela Saint-Maurice (rtp), 2007, 52’
7. Domingo, 15/06, 18h30
Curtas sobre IVG, sobre tráfico de mulheres, e sobre Género
• Fim de Semana, Cláudia Varejão, 2007, FCG, 7’
• Inrotulável, Rodrigo Lamounier, 2007, FCG, 5’
• Conversa de café, Maria Antunes
• Lavar as mãos, Maria Antunes
• Conversa telefónica, Catarina Barroso, Sara Osório, Sofia Bost e Sofia Moutinho, 1’
• Supermercado, Sofia Evans, 1’
• No fio dos Limites***, Christine Reeh, 30'
intervalo
• À espera da Europa***, Christine Reeh, 74’
8. Domingo, 15/06, 22h00
• Fora da Lei, Leonor Areal, 2006, 84’
intervalo
• À flor da pele, Catarina Mourão, 2006, Laranja azul, 64’
9. Segunda-Feira, 16/06, 18h30
• FILME-HOMENAGEM - Madalena Barbosa
• ZEIT DER HOFFNUNGEN***
Drei Frauen in einer Portugiesischen Familie, Evelyn Schels, 2003/ Tempo de esperança - Três mulheres de uma família portuguesa (Originalmente, integrado na série «Países estrangeiros - 3 Gerações - Através do olhar das mulheres». Produzido pela cadeia de televisão Bayerischen Rundfunks - Bayerischen Fernsehen).
10. Segunda-feira, 16/06, 22h00
• O que comes?, de Rita Rainho
• O século das mulheres, Maria Augusta Seixas, RTP, 120’
Video sobre A "ROTA DOS FEMINISMOS" durante a sua passagem por Coimbra a 8 de Março, Dia das Mulheres.
Para promover o CONGRESSO FEMINISTA 2008 que se realizará de 26 a 28 de Junho em Lisboa, a Comissão Organizadora, tal como Maria Lamas que percorreu Portugal nos anos de 1940 para conhecer as alegrias, os trabalhos e as dores das mulheres do seu tempo, percorreu de 7 a9 de Março as cidades e vilas portuguesas, na demanda dos sentires e dos quereres das portuguesas do séc. XXI