Reynaldo Peters (Oruro, Bolívia, 1950) é um advogado que guarda entre as suas coisas mais queridas um pedaço de papel higiénico, onde  escreveu, com letra liliputiniana, o seu Habeas Corpus ( isto é, a petição a um juiz a fim que esta  decida sobre se uma detenção é ou não é legal) quando se encontrava preso durante a ditadura de Hugo Bánzer em 1972 pelo facto de ser militante do Movimiento Nacional Revolucionário.
O  documento foi considerado monumento jurídico e recebeu um prémio dos Direitos Humanos da Associação Internacional de Advogados com uma especial dedicatória:
“ Ao papel higiénico, instrumento de liberdade”.
Reynald Peteres recorda que na prisão corre-se frequentemente  perigo. À falta de  material adequado lembrou-se de recorrer a este  frágil  meio  de escrita para fazer valer os seus direitos.  Meteu na roupa suja que enviou à mulher, e o documento acabou por aparecer na imprensa .
 
