19.1.08

Contra o Estatuto da Carreira Docente imposto pelo Ministério da Educação! Por um outro Estatuto que dignifique e valorize a profissão.

Vigília na 5 de Outubro ( em LIsboa) junto das instalações do Ministério da Educação:
Docentes contra o "ECD do ME", defendem um Estatuto que dignifique e valorize a profissão


A Vígilia de 18 de Janeiro, culminando a Semana de Luto e Luta dos educadores e professores portugueses contra o "ECD do ME" (publicado há um ano), além de ter aprovado a resolução que publicamos já de seguida, registou intervenções de representantes de organizações que integram a Plataforma sindical.

Intervindo em nome da FENPROF, Mário Nogueira sublinhou que "na Plataforma, espaço de unidade, há consenso para continuarmos a dar força à unidade que os professores terão de manter para combaterem, com eficácia, este estatuto e a política que o sustenta".

Um ano depois de ter sido publicado o "Estatuto do ME", aumentou o desemprego, "os professores estão sufocados por uma carga horária de trabalho muitas vezes burocrático" e "o grau de insatisfação nas escolas aumentou depois da divisão artificial dos professores em duas categorias hierarquizadas", observou o secretário-geral da FENPROF.

RESOLUÇÃO:
Em 19 de Janeiro de 2008 perfaz um ano que foi publicado o actual estatuto da carreira docente.
Apesar de ainda não se aplicar em pleno, por se aguardarem algumas regulamentações e a aplicação de outras, o primeiro ano de vigência do ECD teve particulares repercussões nos seguintes aspectos:

- Divisão dos docentes em duas categorias hierarquizadas com o objectivo de garantir que, após a retoma da contagem de tempo de serviço, milhares e milhares de docentes estariam impedidos de progredir na carreira. O processo de divisão gerou profundas injustiças e está na origem de muitos conflitos que, entretanto, se instalaram nas escolas;

- Aumento brutal da carga horária dos docentes, obrigados a permanecer nas escolas muito para além do que o seu horário prevê (devido ao aumento do horário lectivo, à perversão da componente não lectiva de estabelecimento, ao número de horas que, em muitas escolas, esta prevê, à quantidade e duração de reuniões, às tarefas burocráticas impostas...). Esta situação retira disponibilidade e condições aos docentes para que desenvolvam, adequadamente, a sua componente individual de trabalho, com consequências negativas na sua actividade lectiva que deveria ser valorizada;

- Aumento do desemprego docente, com milhares de contratados a não obterem colocação em 2007/2008, devido à aplicação das novas regras estatutárias, designadamente as relativas a horários e condições de exercício da profissão.

De entre as matérias que dependem de regulamentação, destacam-se, pelas consequências negativas que se prevêem, as relativas à formação contínua e à avaliação do desempenho.
Quanto à formação contínua, as novas regras levarão a que esta, apesar de obrigatória e prevista no horário docente (componente não lectiva), seja remetida para períodos pós-laborais agravando, ainda mais, a carga horária dos professores e as suas condições de trabalho.

Já a avaliação do desempenho - por assentar em processos burocratizados, contrários à natureza da profissão docente, ofensivos dos princípios formativos que a deveriam configurar e estar essencialmente orientada para constranger a progressão na carreira docente - terá um impacto negativo cujas consequências se repercutirão, não só no desempenho dos docentes, como no funcionamento e organização das escolas.

Conscientes da necessidade de lutar contra o actual estatuto e de o alterar profundamente, os professores e educadores presentes na Vigília realizada junto às instalações do Ministério da Educação, em 18 de Janeiro de 2008, promovida pelas organizações sindicais de docentes, reafirmam:

- o seu profundo desacordo em relação ao estatuto da carreira docente imposto pelo Ministério da Educação e pelo Governo;

- a necessidade de serem urgentemente corrigidas todas as situações injustas, irregulares e ilegais que foram criadas pela aplicação deste estatuto;

- a sua inteira disponibilidade para, em unidade, continuarem a lutar contra o actual estatuto da carreira docente e pela sua substituição por outro que dignifique, valorize, considere e respeite os profissionais docentes.

Lisboa, 19 de Janeiro de 2008

Resolução aprovada por unanimidade e aclamação

100 000 autocolantes de luto

Quando, em 19 de Janeiro de 2007, foi publicado o Decreto-Lei n.º 15/2007, que contém o actual ECD, as organizações que se constituíram em Plataforma Sindical dos Docentes declararam a data como "Dia Nacional de Luto dos Professores e Educadores Portugueses". No momento em que se completaou o primeiro ano sobre a publicação daquele estatuto da carreira docente, as organizações sindicais desenvolveram várias iniciativas entre os dias 14 e 18 de Janeiro, culminando com a Vigília realizada entre as 16 e as 24 horas de sexta-feira, 18 de Janeiro.

A afixação nessa semana de 10.000 cartazes - em todos os estabelecimentos de Educação Pré-Escolar e Ensinos Básico e Secundário - de luto relacionados com a publicação do ECD do ME e a distribuição de cerca de 100.000 autocolantes de luto, aos docentes de todas as escolas portuguesas, foram duas das acções organizadas pela Plataforma.

Outra iniciativa foi a afixação, em todo o País, de pendões negros, neles constando a seguinte frase: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MAIS DE 1.000 DIAS A ATACAR A ESCOLA PÚBLICA. Estes pendões foram colocados junto às escolas e em outros locais em que seja grande a afluência diária de pessoas. Alguns municípios mais "zelosos", como o de Guimarãs e o do Entroncamento, retiraram alguns dos pendões, não conseguindo, mesmo assim, anular o impacto desta acção de protesto e de divulgação da luta dos educadopres e professores junto da opinião pública.

A Semana de Luta incluiu ainda uma exposição subordinada ao tema "A Ministra vista pelos Professores". Com esta exposição pretende-se tornar pública a opinião dos professores e educadores em relação à actual ministra, e à sua equipa, que tem sido muito bem expressada em inúmeros cartazes, banda desenhada, cartoons, poemas - materiais que, na maior parte dos casos, têm circulado por correio electrónico. A exposição foi inaugurada no local da Vigília, na 5 de Outubro, antes das intervenções dos dirigentes sindicais. Posteriormente, percorrerá as diversas regiões do País.

O cantor Toni da Costa animou esta jornada, com canções bem conhecidas de todos.

"As organizações sindicais de professores e educadores pretendem deixar claro que não desistem da luta contra este estatuto da carreira docente e por um ECD que, efectivamente, valorize e dignifique a profissão e os profissionais docentes", sublinha a Plataforma Sindical dos Professores.


Retirado de:

18.1.08

O Fórum Social Mundial de 2008 será descentralizado para permitir a mobilização local

No Fórum Social Mundial de Nairobi de 2007 foi decidido realizar o Fórum Social Mundial seguinte de forma descentralizada e multipolar durante a última semana do presente mês de Janeiro . Para esse efeito foram realizados inúmeros encontros e reuniões nos últimos tempos para a preparação e organização de múltiplas iniciativas e acções a decorrer ao longo da última semana deste mês.

A ideia é permitir uma sensibilização local antes da realização do Fórum Social Mundial de 2009 que já está marcado para ter lugar em Belém, no Brasil.

O ponto alto será o dia da acção global que acontecerá a 26 de Janeiro com manifestações e acções um pouco por todo o mundo, nomeadamente no Brasil, na Índia, etc, a fim de reivindicar alternativas às políticas neo-liberais.

O dia 26 de Janeiro de 2008 será um entrelaçado de histórias de resistência ao modo de vida, modelo económico e formas de opressão dominantes hoje no mundo e também de idéias melhores para um mundo emconstrução. São histórias a serem contadas entre lugares distantes entre si.


No dia 22 de Janeiro estão previstas várias conferências de imprensa com difusão global a dar conta da mobilização social em curso nos múltiplos locais espalhados por todo o planeta:

Durban, South Africa
- Atlanta, USA
- Zurich, Switzerland
- Mumbai, India
- Rome, Italy
- Brussels, Belgium
- Sao Paulo, Brazil
- Rio De Janeiro, Brazil
- Erbil, Iraq (por confirmar))
- Seoul, Korea



Mais info:
www.wfs2008.net


Listagem de acções a serem realizadas em todo o mundo:


Espanha:


EM PORTUGAL:

Em Portugal estão previstas até agora a realização de acções em Penafiel e em Setúbal.


Fórum Social Mundial - Penafiel

http://fsm-penafiel.blogspot.com/



Um conjunto de pessoas e organizações tem reunido para preparar o Dia de Acção Global em Penafiel. Definindo como eixo temático a Pobreza/Globalização, que será desenvolvido por diferentes actores da região, e culminará no dia 26 de Janeiro, tal como no resto do Mundo, com uma diversidade de acções que se apresentam solidárias com milhares de mulheres e homens de todas as idades, organizações, redes, movimentos e sindicatos de todas as partes do planeta, aldeias e regiões, zonas rurais e centros urbanos, povos, culturas e crenças, unidos pela firme convicção que OUTRO MUNDO É POSSÍVEL.

Espaço de cidadania plural e diversificado o Fórum Social não pretende limitar-se a cumprir o papel marginal de consciência contestária das questões regionais e planetárias, afirmando-se antes por ser um projecto de esperança na certeza de que OUTRO MUNDO É POSSÍVEL . Em oposição à globalização do capital propomos a globalização do bem estar, um mundo de paz, solidário, sem fome nem pobreza, com um ambiente equilibrado e saudável que, estamos convictos, é possível e há-de acontecer.

Participemos na sua construção.


PROGRAMA

De 10 a 30 de Janeiro – Exposição de Pintura de Sofia Guimarães no Museu de Arte Sacra

13 de Janeiro (Domingo), às 21:30h, BAR EP na Rua do Paço
Noite de poesia e música com Micaela, Gil e Fernando Soares

15 de Janeiro (Terça-Feira), Biblioteca Municipal de Penafiel
Leitura de Contos para alunos da Escola Básica n.1 de Penafiel

18 de Janeiro (Sexta-feira), 21:30h, BAR do LAGO no Jardim do Sameiro
Noite de poesia e música com Ana Ribeiro, Ana Afonso, Micaela Barbosa e Afonso Leal, com acompanhamento musical de José Ramalho

19 de Janeiro (Sábado), 16:00h, CAFÉ SOCIEDADE na Praça Municipal
Tertúlia sobre a Pobreza com Pd. Mário Oliveira, Zeferino Lopes, Pe. Crespo, Alice Teixeira, Isabel Saro e Cristiano Ribeiro

26 de Janeiro – Dia de mobilização e acção global
10:00h - Jogo de treino de hóquei em patins no Pavilhão Desportivo de Santiago das escolinhas de iniciados.
10:30h – Marcha pela Paz, no Parque da Cidade
A partir das 14:30 e durante toda a tarde – Actuação de grupos de animação pelas ruas centrais da cidade de Penafiel celebrando o dia de Acção Global.
14:30h – Conferência “Educar para a diversidade”, na sede da delegação de Penafiel do Sindicato dos Professores do Norte, com Henrique Mani e Sandra Gaspar, profs e investigadores da Escola Superior de Educação do Porto.
14:30h – Exposições/Debate/Música no Café Cantinho, Largo da Ajuda
- Exposição de trabalhos dos alunos da Escola Básica 1 de Penafiel sobre o tema “Solidariedade”;
- Exposição de trabalhos dos alunos da Escola Secundária 1 de Penafiel sobre o tema “Direitos Humanos”;
- Debate sobre “Os Direitos Humanos” com a presença de um membro da Amnistia Internacional
- Actuação do Grupo de Cavaquinhos de Alpendurada
- Actuação do Grupo JARMUSICA de Novelas
- Canto e dança por alunas da ES1 de Penafiel
15:30h – O “Ioga e a Paz”, no “Health Club” do Edifício Penafiel, Av. José Júlio, com o Prof. Gonçalo Correia
17:00h – Convívio musical na Sala 2 do “Cinemas de Penafiel”, na Av. José Júlio
19:30h – Jantar de convívio no Café Faria, Av. José Júlio
Marcação : 935980401
21:00 h – Projecção de vídeo sobre o “Fórum Social Mundial”, produzido pela Novelartecine, no “Cinemas de Penafiel”, Av. José Júlio
21:30h – DEBATE “A GLOBALIZAÇÃO E A POBREZA”, na sala 2 do “Cinemas de Penafiel”, Av. José Júlio, com os seguintes oradores : Padre Jardim Moreira, Ana Gomes, João Teixeira Lopes, Manuel Carvalho da Silva (não confirmado), Paulo Esperança e Boaventura de Sousa Santos (não confirmado).




Semana de Acção Global - Plataforma em Setúbal


23/1 - Ambiente
10h - Recolha de lixo ( ponto de encontro na Academia Problemática e Obscura, na R. Deputado Henrique Cardos, à Fonte Nova)
14h- execução de peça com o lixo recolhido, na Praça de Bocage
21.30h- Projecção de documentários, na Associação José Afonso, na Rua de Damão (Praça do Brasil).

24/1 - Pobreza, exclusão e desperdício
20h- Jantar de sopa respigada, seguido de documentário "A Respigadora" e exposição "Lixo do Luxo do Lucro", no Espaço Lança – Neocirka, sito na Estrada da Graça, perto da antiga fábrica Vasco da Gama.

25/1 - Guerra
14h- – Acção cénica, sobre a ligação entre o petróleo e a guerra, na Praça de Bocage.
21:30 h- projecção do documentário "A caminho de Guantánamo", seguido de debate, no Teatro de Bolso-TAS

26/1 – Dia de Mobilização e Acção Global
14h– Concentração na Praça de Bocage, com bancas, música e animações.
21:30 h- projecção de documentários e filmes de produçãp local, seguidoade debate sobre formas de intervenção, na Academia Problemática e Obscura, Rua deputado Henrique Cardoso n. os 30-34 ( à Fonte Nova).

Outro mundo é possível

Procurando responder à convocatória lançada pelo Fórum Social Mundial, pretendemos, em conjunto e com a maior abrangência possível da sociedade civil sadina, ser parceiros de um movimento – plataforma, com vista a efectuar, ao longo dos dias 23, 24 e 25, algumas acções, culminando, no próximo dia 26 de Janeiro de 2008, com o "Dia de Mobilização e Acção Global". Uma jornada de reflexão sobre os caminhos que têm vindo a ser trilhados pela globalização neo-liberal e seus efeitos na sociedade em geral e, em Setúbal, em particular.
Como todos sabemos, este esforço reúne o contributo de milhões de mulheres e homens, organizações, redes, movimentos, sindicatos de todo o mundo, independentemente das idades, povos, culturas e crenças, unidos pela convicção que a globalização económica, desprovida de humanidade, é exclusiva e criminosa.
Unem todas estas organizações o comum desejo de se manifestarem, liminarmente, contra a pobreza, contra a fome, contra os desastres ambientais, contra a exploração, contra a exclusão, contra a negação dos direitos humanos e contra a guerra, porquanto são portadoras de sofrimento, pobreza, ingerência, destabilização física e psicológica, bem como a morte.

Plataforma social de Setúbal:
- Associação dos Bombeiros Voluntários de Setúbal

- Associação de Cidadãos pela Arrábida e Estuário do Sado

- Associação José Afonso

- Bloco de Esquerda (núcleo de Setúbal)

- Café Experimental – Comércio Justo

- Cáritas Diocesana de Setúbal
- Clube de Campismo de Setúbal

- Espaço Lança – Neocirka

- Juventude Socialista
- Lebres do Sado

- Precários Inflexíveis

- Prima Folia – Cooperativa Cultural, CRL

- Reciclarte

- SOS Racismo

- TAS

- Teatro Estúdio Fonte Nova

- Tribunal do Iraque
Informação: aqui

17.1.08

Até que enfim! 27 processos contra a RTP por causa de falsos recibos verdes! Agora é só seguir este exemplo para acabar com esta nódoa social

Os cinco produtores e a assistentes de programas com quem a RTP/Porto trabalha a recibo verde entregaram no Tribunal de Comércio de Gaia acções judiciais com vista à sua integração nos quadros da empresa.

Em declarações à agência Lusa, o advogado dos queixosos, Luís Samagaio explicou que, na ausência de uma resposta por parte da administração da RTP – que tinha até terça-feira para impedir este desfecho – os processos seguiram, conforme o previsto. De acordo com o advogado, o gabinete de apoio ao novo conselho de administração da RTP contactou-o na sexta-feira solicitando um prazo suplementar relativamente à entrega destes processos junto das instâncias judiciais, inicialmente marcado para segunda-feira. Segundo o advogado, a nova administração pediu este tempo adicional para se “inteirar” da situação dos trabalhadores.

Estas acções somam-se às 22 que estão já a decorrer no tribunal respeitantes a operadores de imagem, áudio, mistura de imagem, controlo e iluminação. Os queixosos exigem “integração nos quadros e o pagamento retroactivo dos valores correspondentes aos subsídios de Natal e de férias a que entendem ter direito desde que começaram a prestar serviço para a RTP”, explicou o advogado.

Entretanto, na “audiência de partes” de conciliação marcada segunda-feira para um grupo de 10 dos 22 técnicos cujos processos já “correm” no tribunal de Gaia, a RTP solicitou que o processo fosse suspenso por 30 dias para que a nova administração se possa inteirar da situação dos trabalhadores. Os outros 11 já passaram por esta fase, encontrando-se a aguardar julgamento, sendo que um deles está já marcado para 1 de Abril, explicou.

Segundo Luís Samagaio, serão cerca de 50 a 60 trabalhadores que a RTP/Porto mantém nesta situação, nunca tendo aceite a hipótese de diálogo, tendente à integração nos quadros dos trabalhadores. Inclusivamente, referiu, “estranhamente”, a RTP/Porto abriu em Dezembro um concurso externo para a contratação de 15 vagas para técnicos “a tempo inteiro”, às quais os trabalhadores “a recibo verde” concorrerem e até agora sem qualquer resposta”. “Parece-me inacreditável que a RTP queira contratar fora aquilo que tem dentro e não aproveita”, frisou.


Noticia retirada daqui

Workshop de Clown Army em Lisboa ( 20 de Janeiro, a partir das 14h.) no centro social da Mouraria


Inscrevam-se o mais rapidamente possível, pois há limite de
participantes!

Olaré-i-i!

Meninos e meninas, senhoras e senhores, o Exército está aí e aqui é mesmo uma brincadeira. Oferecemos treino em pilotar aviões com o poder da mente, conduzir tanques que atiram flores e usar armas de gargalhada maciça.

Aprenderão a defender a vossa Pátria: o Mundo inteiro, e com enormes sorrisos na cara avançarão sem medo contra todas as formas de opressão.

Juntos batalharemos pela libertação de todos os sorrisos escondidos, todos os abraços aprisionados e todas as gargalhadas abafadas. Como se isto tudo não bastasse oferecemos ainda, por cada iniciativa, uma remuneração bastante acima da média: uma enorme dose de alegria.

Somos Clandestinos e por isso temos de andar disfarçados com os nossos uniformes militares super coloridos, com narizes e muitas vezes com a cara pintada.

Somos Insurgentes: não nos calamos, não paramos de gritar, nem de correr, nem de pular até o Mundo estar um pouco mais feliz.

E somos Rebeldes porque nos levantamos contra toda a opressão, começando no nossopróprio Exército. Aqui ninguém dá ordens, ninguém manda, a não ser no seu nariz.

Somos o CIRCA – Clandestino Insurgente e Rebelde “Clown Army”!

Junta-te a nós. Inscreve-te no Workshop!


WORKSHOP
20 de Janeiro, a partir das 14h
Centro Social da Mouraria (Lisboa)

INSCRIÇÕES:
clownarmylisboa@riseup.net

Solta o palhaço clandestino, insurgente e rebelde que há em ti.



O Centro Social da Mouraria encontra-se situado no Grupo Desportivo da Mouraria, que por sua vez está integrado no bairro da Mouraria.


Centro Social de Mouraria
Travessa de Nazaré 21, 2º - Lisboa
Metro: Martim Moniz

Mais infos sobre o CIRCA:
www.clownarmy.org

16.1.08

A rebeldia anestesiada ou o abuso de psicofármacos nas crianças e jovens

Histórias de Uma Rebeldia Anestesiada

Nota prévia: consideramos do maior interesse esta temática sobretudo quando se pretende denunciar uma galopante tendência de controle social da rebeldia natural das crianças e dos jovens e a sua crescente «domesticação» e «imbecilização» pelos mais diversos poderes fácticos


Debate aberto a profissionais da saúde, pais e educadores


HUMANISTAS DENUNCIAM ABUSO DE PSICOFÁRMACOS EM CRIANÇAS E JOVENS


No próximo sábado, dia 19 de Janeiro, às 16h, o Movimento Humanista promove um debate sobre a crescente prescrição de psicofármacos a crianças e jovens, sob o título de “Histórias de uma rebeldia anestesiada”.


Este debate terá lugar no Clube Literário do Porto e contará com a participação da pedopsiquiatra Zulmira Correia, da psicóloga Vânia Martins e do porta-voz do Novo Humanismo em Portugal, Luís Filipe Guerra.


O objectivo é promover a reflexão sobre o aumento de diagnósticos de hiperactividade e défice de atenção em crianças e adolescentes, bem como sobre os perigos implicados na crescente prescrição de psicofármacos a esta população para responder a estas dificuldades.


Este evento marca também o arranque de uma campanha de denúncia e esclarecimento sobre as múltiplas formas de violência exercidas actualmente sobre os jovens, e que culminará a 2 de Outubro, Dia Mundial da Não-Violência.


O Clube Literário do Porto situa-se na R. Nova da Alfândega, número 22, nesta cidade.


Mais informações:
Carla Romualdo -
carla.romualdo@gmail.com




Informação e cartaz retirado de:
http://culturanoporto.canalblog.com/

Exposição de Graça Morais, pintora de Vila Flor, do Nordeste transmontano


A exposição «Graça Morais na Colecção da Fundação Paço d’Arcos» abriu no dia 12 de Janeiro e estará patente até 30 de Abril na Galeria do Palácio, instalada na Biblioteca Municipal Almeida Garrett.
A mostra, que engloba mais de 120 trabalhos – incluindo pintura, desenho e azulejo – abrange as diversas fases da obra da artista (de 1982 a 2007), um dos nomes mais proeminentes da pintura portuguesa


http://gracamorais.blogspot.com/

GRAÇA MORAIS: RETRATO DE MULHER


Nasceu em Vieiro, freguesia de Freixial, concelho de Vila Flor, em 17.3.1948. Diplomou-se em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto e fez a sua primeira exposição em 1971 (colectiva) e em 1974 a primeira individual. Ajudou a fundar o Grupo Puzzle.


Em 1975 era tida como pintora neo-figurativa, situando a sua temática entre as memórias da aldeia onde nasceu, as pessoas e os artistas plásticos. A sua pintura sofreu a influência de várias correntes de pensamento, nomeadamente por Chagall e Francis Bacon. Foi a partir de 1976 que esteve em Paris e de lá trouxe a fineza artística que desde aí não mais largou, fazendo dela um percurso invejável. É inegavelmente uma estrela de primeira grandeza no firmamento nacional. Radicou-se em Lisboa, depois de ter começado a sua vida profissional por Guimarães, como professora do Ensino Secundário.

Rente à terra, os corpos. Curvados, agachados, agarrados ao chão. Nele se fundem, inteiros. O seu peso toma-se linha de horizonte.
Os rostos também são de terra. Lavrados em espessos sulcos à feição do tempo. São rostos de mulheres, afilados e macios pássaros que, insistentemente, nos olham, do sacrário da sua pintura. E, entre eles, ou em todos eles, acharemos os traços do auto-retrato da pintora. É que Graça Morais, 48 anos, expõe-se nas linhas que desenha.


O gesto é-lhe sereno e o modo simples. Uma certa timidez acaba por tolher-lhe as palavras. Esconde as mãos, talvez para evitar o nervosismo que lhe dá cabo das unhas. E porque é no silêncio mais imperturbável que se pode escutar o que nela se convulsiona. Sem dúvida, uma pulsão de terra.


Foi em Paris, onde esteve como bolseira da Fundação Guibenkian, entre 1976 e 1978, que sentiu a necessidade de retratar figuras de mulheres. As que povoaram a sua infância transmontana - «Se calhar, foi para matar saudades», afirma Graça, «mas acho que foi depois de ter visto ‘A Árvore dos Tamancos’, que me deu urna enorme vontade de voltar ao mundo rural.»


Assim fez. Em 1981, voltaria, com a filha Joana - actualmente a estudar cinema em Londres - à aldeia natal. Lá ficou dois anos. O que procurava nesse regresso? Não o consegue explicar. «Precisava» - afirma simplesmente. «Não conseguia estar noutro sítio. De vez em quando, precisamos de ter um encontro forte connosco. E esse encontro tem de ser feito em lugares muito autênticos, onde estamos entregues a nós próprios e podemos ir ao fundo das questões. Porque não podemos enganarmo-nos.»


Desse encontro «forte» consigo, com as suas raízes e com o mundo, renasceu a sua pintura. Foi o regresso ao «ventre». Da terra. «É uma sorte ter-se uma terra. E eu tenho-a» - diz ela.

retirado de:
http://www.bragancanet.pt/filustres/gracamorais.html

Ver ainda:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gra%C3%A7a_Morais

Em funcionamento o blogue da BOESG - Biblioteca dos Operários e Empregados da Sociedade Geral

A BOESG (Biblioteca dos Operários e Empregados da Sociedade Geral) já tem um Blogue onde podem ter acesso a toda informação sobre as actividades da biblioteca!




Próxima actividade na BOESG:
- Oficina de Somaterapia - Domingo, 20 de Janeiro13h


com João da Mata, escritor, somaterapeuta, psicólogo, mestre em Filosofia e doutorando em SociologiaEconómica/UTL.




É necessário efectuar inscriçãoInscrições:

João da Mata


Tm.: 916759883




15.1.08

O maestro israelita Daniel Barenboim tornou-se cidadão palestiniano num gesto em prol da paz


O famoso pianista israelita que sempre apelou ao fim da ocupação da Palestina e foi fundador, com Edward Said, da West Eastern Divan Orchestra, composta de jovens músicos árabes, palestinianos e israelitas, acabou de adoptar a nacionalidade palestiniana.

Daniel Barenboim, pianista e chefe de orquestra israelita de fama mundial, adoptou a nacionalidade palestiniana e declarou pensar que a sua rara e nova qualidade poderia ser um exemplo para a paz entre os dois povos.

«É uma grande honra ter recebido um passaporte», disse ele no domingo passado, depois de um recital de piano em Ramallah, a cidade da Cisjordânia onde ele durante alguns anos promoveu os contactos entre jovens músicos árabes e israelitas.

«Aceitei, também porque acredito que os destinos do povo israelita e do povo palestiniano estão inextricavelmente ligados» disse Barenboim. «Sejamos nós abençoados ou malditos, temos de viver uns com os outros. E eu prefiro a primeira (proposta)».
«O facto de um cidadão israelita poder receber um passaporte palestiniano mostra que isso é realmente possível», continuou.
O antigo ministro palestiniano da Informação, Mustafa Barghouti, que ajudou a organizar o concerto de domingo, disse que o passaporte tinha recebido a aprovação do governo anterior, ao qual tinha pertencido e que foi substituído em Junho.
Questionado sobre as declarações de George W. Bush na semana passada aquando da sua visita à região, dizendo que uma paz poderia ser celebrada este ano, Barenboim avisou contra o perigo de criar demasiadas esperanças, acresecentando : «Actualmente, até as pessoas obtusas dizem que a ocupação deve parar», disse Barenboim.

Consultar:
http://palestinavence.blogs.sapo.pt/

Daniel Barenboim (Buenos Aires, 15 de Novembro de 1942) é um pianista e maestro de ascendência judaica, nascido na Argentina e com a nacionalidade israelita, que acabou de adquirir agora o passaporte e a nacionalidade palestiniana.
Consagrou-se como pianista mas é tornou-se conhecido como maestro, ocupação esta pela qual é mundialmente famoso. Em 1999, em colaboração com seu amigo Edward Said, intelectual estadunidense de origem palestina, fundou a orquestra West-East Divan, baseada na iniciativa de reunir jovens músicos árabes e israelenses para a realização de concertos e de diálogos culturais entre as duas partes. Pela realização desse trabalho, recebeu, juntamente com Said, o Prêmio Príncipe das Astúrias em 2002. No ano de 2001, criou uma grande polémica ao reger uma obra do compositor alemão Richard Wagner, que era anti-semita, em Israel.
Barenboim já dirigiu a Orchestre de Paris e é o actual diretor musical da Orquesta Sinfónica de Chicago e da Ópera Estatal de Berlim. Já foi laureado com diversos péêmios e méritos, como o Prêmio Wolf e o Grammy



http://www.danielbarenboim.com/


Chopin Waltz Op.64 No.1 "Minute Waltz", Daniel Barenboim



Ernesto de Sousa ou como fazer da vida uma coisa bonita



"É preciso acabar com a distinção entre a arte e a vida. Detesto espectáculos, detesto a arte… Só me interessa a vida… Gostaria da arte se toda a vida fosse arte… e é isso que deve acontecer…” (Ernesto de Sousa)

A propósito da criação de um novo website dedicado à figura ímpar que foi Ernesto de Sousa deixamos aqui alguns textos sobre a sua obra e biografia, dele retirados:
http://www.ernestodesousa.com/?cat=1




Consultar ainda:
http://triplov.com/ernesto/
http://expressarte.weblog.com.pt/arquivo/380048.html


JOSÉ ERNESTO DE SOUSA nasceu em Lisboa, em 1921, e nos anos quarenta frequentou a Faculdade de Ciências para ai organizar a exposição de arte negra da Associação de Estudantes. Militava, então, no MUD Juvenil, organização política da resistência antifascista.

Amante das artes e entre estas do cinema, Ernesto de Sousa foi pioneiro na animação cultural, contribuindo para a implantação do movimento cineclubista no nosso país a partir da década de 50, ao fundar o primeiro cíneclube entre nós, o Círculo de Cinema.

O cinema apaixona-o e dirige a revista «Imagem». Em 1962 nasce do seu talento um filme que marcou o cinema português: «Dom Roberto», com o actor Raul Solnado. Como afirmou um grande crítico, Alves Costa, «é talvez arbitrário considerar Dom Roberto o filme charneira. O certo é que a partir dali a história do cinema português seria outra».

Ernesto de Sousa, no silêncio do seu comedimento, fez outra história para o cinema português.
Como fez outra história para as artes por onde viajou: - encenações no TEP, cursos de formação artística na Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Nos anos 60, quando se preparava para se deslocar a Cannes e aí receber o Prémio da Crítica pelo seu filme «Dom Roberto», foi detido pela PIDE ficando preso na cadeia do Aljube.
Nos anos de chumbo a liberdade era coisa por conquistar. E o direito à diferença, estrangulado pela violência da ordem imposta.
Escreve, lê, pinta, fotografa, filma, teatriza, vive numa busca constante da beleza inesperada. Instalações, exposições e happenings fazem parte do seu itinerário nos anos 70 e 80.
Atravessa-o o 25 de Abril quando já tinha sido preso três vezes pela PIDE: em 48, numa reunião do cineclube, mais tarde por ter visitado a URSS e a última vez quando foi impedido de receber o prémio em Cannes.
«Foi a minha terceira prisão», declarou a Rui Ferreira e Sousa. «Eu estava no Aljube. Vesti- me com o fraque que iria levar a Cannes e fui contando vários episódios. Todos os companheiros estavam a ouvir-me contar e ler poesia: operários e até guardas. Então, os presos confeccionaram um diploma para me oferecer e premiaram, assim, a realização de 'Dom Roberto'. Foi muito bonito».

Pode dizer-se que o objectivo supremo deste homem foi fazer da vida uma coisa bonita, como quem respira. Conheceu Bazin, Agnés Varda, Resnais. Estudou Sartre, Merlau-Ponty e Rosa Ramalho. Conheceu por dentro o neo-realismo como o surrealismo. Não impôs a si próprio fronteiras ideológicas e deixou que a cultura o atravessasse sem tréguas.

Filma poemas de Herberto Helder, faz exercícios sobre poesia de Almada Negreiros, Luísa Neto Jorge, Herberto e Cesariny no Primeiro Acto de Algés, com música de Jorge Peixinho e a sua imaginação.
Recupera painéis de Almada Negreiros, em Madrid. É comissário por Portugal para a Bienal de Veneza em 1980, e vive no silêncio da sua serenidade.


Biografia

Ernesto de Sousa(1921-88) - Nasceu em 18 de Abril de 1921, em Lisboa. Seguiu o curso de físico-químicas na Faculdade de Ciências de Lisboa e dedicou-se, desde muito jovem, ao estudo da arte e da fotografia.
Espírito aberto, polémico, pioneiro em muitas das coisas a que se dedicou, exerceu uma vasta acção no campo artístico: artes visuais, cinema, teatro, jornalismo, rádio, crítica e ensaísmo.
Fez estudos de etnologia e estética, foi artista, comissário de exposições, professor.
Escreveu vários livros e textos dispersos em jornais e revistas, interessando-se particularmente pelo mixed-media e pela arte vídeo experimental.
A sua produção fotográfica, com início nos anos 40, inclui levantamentos etnográficos, de escultura medieval, de arte popular, retratos urbanos, etc. Entre os inéditos que fazem parte do seu espólio, contam-se numerosas montagens de fotografias que E.S. “paginava” com reenquadramentos e cortes, segundo um modelo que não era meramente gráfico ou cinematográfico mas antes se aproximava de posteriores sequenciações conceptuais.
Nos anos quarenta dedicou-se à divulgação e ao estudo do cinema desenvolvendo uma intensa actividade cine-clubistica, que teve significativa influência na formação ideológica e cultural de várias gerações e fundando, em 1947, o Círculo de Cinema, primeiro cine-clube português. Em 1948, a sede do Círculo foi assaltada pela PIDE-DGS, que prendeu E.S. e os restantes membros da Direcção. Esta foi a primeira de quatro prisões por motivos político-culturais. O carácter cultural e cívico desenvolvido por Ernesto de Sousa nesta área estendeu-se a todo o País e foi completado pela revista Plano Focal, onde publicou uma entrevista com Man Ray (1953), e pela revista Imagem-2ª Série, (1956-61), de que foi redactor principal, lutando pelo “cinema novo” em Portugal, e onde entrevistou Bernard Dort, e Chris Marker, entre outros.
Co-fundador, com Fernando Lopes Graça e outros, do Coro da Academia de Amadores de Música, em 1950.
Entre 1949 e 1952 viveu em Paris onde frequentou cursos de cinema da Cinemateca, da Sorbonne e do Institut de Hautes Études Cinematographiques, aulas de arte na Ecole du Louvre e fez o Cours d’Initiation aux Arts Plastiques de Jean d’Yvoire, com quem manteve relações de amizade. Foi membro do Cine-Clube do Quartier Latin, onde travou conhecimento com René Bazin e François Truffaut. Estagiou em Marly-le-Roy, onde privou com Alain Resnais, Agnès Varda, com Jean Michel, Presidente da Federação dos Cine-Clubes Franceses e Jean Delmas.
Iniciou a sua participação como crítico e teórico do neo realismo artístico e literário dos anos 40, por entender ser esse o local propício ao magistério da arte como instrumento de libertação social e individual. Em consequência, esteve sempre em violenta divergência com os seus contemporâneos surrealistas.
De 1958 a 1962, realizou o filme Dom Roberto, uma viragem no cinema português, ponto de partida para o chamado “cinema novo”. Apresentado no Festival de Cannes 1963, foi galardoado com os prémios Prémios da Jovem Crítica (”La Jeune Critique)” e de “L’ Association du Cinéma pour la Jeunesse”.
Participou em estágios e congressos internacionais para o estudo da comunicação e da pedagogia, através dos meios audio-visuais.
Entre 1966-69 leccionou no Curso de Formação Artística da Sociedade Nacional de Belas Artes as disciplinas Técnicas da Comunicação e Estética do Teatro e do Cinema. Durante este período criou a Oficina Experimental para desenvolvimento de projectos colectivos, de “criação permanente”.
Em 1969 participou no 1º Festival 11 giorni di arte collectiva a Pejo (Itália), onde conheceu Bruno Munari, Sarenco, Verdi, entre outros, e a partir daquela data passou a autodenominar-se “operador estético”.
No mesmo ano, o mixed-media Nós não estamos algures, merece especial destaque. Jorge Peixinho foi seu amigo e autor da música para encenações teatrais e obras mixed-media.
Ao longo da sua vida Almada Negreiros foi para Ernesto de Sousa uma referência permanente. A sua obra e personalidade foram ponto de partida para artigos, livros, e o mixed-media Almada, Um Nome de Guerra. Recuperou os painéis deste artista do Cine San Carlos em Madrid, que conseguiu transportar para Portugal numa importante operação no âmbito da defesa do património.
Em meados dos anos 60 entrou em contacto com o movimento Fluxus: entrevistou Ben Vaultier e foi amigo de Robert Filliou, e de Wolf Vostell. A partir de 1976, foi visita frequente do Museu Vostell, em Malpartida de Cáceres (MVM). Esta relação com Vostell permitiu o alargamento do seu projecto MVM à participação de muitos artistas portugueses.
Nos anos 60 a 80, divulgou a arte vídeo, o happening, a performance em cursos, artigos e conferências que contribuiram para abrir caminhos à arte portuguesa, entre as quais, Arte portuguesa actual, na Ecole Supérieure d’Arts Visuels, em Genebra, a convite de Chérif Défraoui. Apresenta, em 1976, o Ciclo sobre arte vídeo, no Instituto Alemão de Lisboa, em colaboração com a Videoteca do Neuer Berliner Kunstverein. A convite de Dulce d’Agro, introduz o ciclo Performing Arts, na Galeria Quadrum, em que se exibe vasta documentação visual sobre happenings, envolvimentos, performances, events, video e nova fotografia, em colaboração com Gina Pane, Ulrike Rosenbach e Dany Block, entre outros.
Foi convidado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) a integrar a Comissão consultiva para a cultura, poucos dias após o 25 de Abril 1974, em que também participavam Sophia de Mello Breyner, Natália Correia, e outros intelectuais.
Organizou, em 1977, a exposição Alternativa Zero, que integrou os mais importantes artistas portugueses e ainda o Living Theatre.
Participou activamente nas correntes de mail art. Foi sócio fundador da Galeria Diferença (1978), membro da AICA e do IKG (Internationales Künstler Gremium).
As casas da Rinchoa (1967-1971) e de Janas (1971-) tornaram-se, muito de acordo com o espírito dos anos 60, locais de encontro de efervescência criativa e interdisciplinar. Por ali passaram portugueses e estrangeiros, nas mais diversas situações.
Em 1987 a SEC, por iniciativa de Teresa Gouveia, ex-Secretária de Estado da Cultura, organizou a exposição retrospectiva Itinerários.
A Fundação Calouste Gulbenkian-Centro de Arte Moderna dedicou-lhe a exposição Revolution My Body, em 1998, comissariada por Helena de Freitas e Miguel Wandschneider.



Bibliografia ( só livros):

Ser Moderno em Portugal
Assírio e Alvim ,1998

Presépios, o Sol, outras Loas & etc.
Bertrand, 1985

Re Começar Almada em Madrid
Colecção Arte e Artistas, Imprensa Nacional - Casa da Moeda ,1983


Maternidade - 26 desenhos de Almada Negreiros
Colecção Arte e Artistas, Imprensa Nacional - Casa da Moeda ,1982

Para o Estudo da Escultura Portuguesa ,ECMA,Livros Horizonte ,1973

A Pintura Portuguesa Neo-Realista (1943-1953)

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ARTE = VIDA = ARTE

Esta liberdade de meios, estratégias e conceitos proclamada por Fluxus e pelos artistas deste período encontraria um paralelismo na própria carreira de Ernesto (e de Vostell) que não era apenas crítico, comissário, cineasta ou artista. Ernesto foi, essencialmente, uma figura controversa no país de então, desenvolvendo uma estratégia de ruptura e descontinuidade para com alguns dos cânones estabelecidos. Depois de uma incursão pelo cinema e pela estética neo-realista enveredou por uma arte experimental com um forte cunho conceptual, ligando a arte à vida e as suas relações com o público, em sintonia com o que se fazia fora do país.
De suma importância – e definidora da estratégia que aqui nos interessa em particular – foi a visita que Ernesto realizou à Documenta de Kassel de 1972, onde conheceu pessoalmente Joseph Beuys e contactou com as ideias de Harald Szeemann, facto que marcaria o seu pensamento crítico e a dinamização do debate nacional com novas problemáticas no campo artístico introduzidas por Ernesto, tais como a desmaterialização da obra de arte, a noção de obra aberta, o artista como operador estético ou o papel activo do espectador.
No ano seguinte, Ernesto conheceu Robert Filliou, Ben Vautier e George Brecht e passou a desenvolver uma série de actividades-convívio no país, com projecção de slides, com a finalidade de divulgar a consciência moderna que lhe foi dada a entender no estrangeiro. À semelhança dos festivais Fluxus e após ter participado em Agosto de 1969 nos Undici Giorni di Arte Collectiva na cidade italiana de Pejo, em Dezembro desse mesmo ano, Ernesto organizaria Nós Não Estamos Algures, no Clube 1º Acto de Algés, um primeiro happening ou exercício sobre a poesia da comunicação, sem grandes definições, onde foi possível experimentar estratégias, com permissão para imprevistos e acasos. Desde então, toda a sua actividade como comissário, dinamizador cultural e promotor de projectos ficou marcada por acções próximas da performance, nomeadamente os Encontros do Guincho (1969), o 1000011º Aniversário da Arte (1974) e as exposições integradas na AICA Do Vazio à Pró-Vocação (1972) e Projectos-Ideias (1974), para além do marco histórico da década, a Alternativa Zero (1977).
Todos estes projectos tinham por base a lição aprendida por Ernesto em Kassel e as diversas leituras e contactos estabelecidos nestes anos, com uma singular preocupação pela noção de Vanguarda (marcante nos textos da década de 70) e pela relação entre arte e vida. Partindo da ideia original de Robert Filliou, o 1000011º Aniversário da Arte foi organizado por Ernesto e pelo CAPC com a intenção de reunir amigos e outros convivas numa festa sem arte (convencional). A intenção era internacionalizar o país e acrescentar Portugal (neste caso Coimbra) à constelação de locais onde se verificou o mesmo festejo, criando assim a possibilidade para que a «ARTE e VIDA SE CONFUNDAM em vez de se divorciarem: “A ARTE DEVE VOLTAR AO POVO, AO QUAL ELA PERTENCE.» (10)

Excerto de um texto que pode ser lido integralmente em:
http://expressarte.weblog.com.pt/arquivo/380048.html




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Utopia e Vanguarda em Ernesto de Sousa
(texto de David Soares)

“Os primeiros passos de uma criança são experimentais
e por isso começam algo absolutamente novo”
Ernesto de Sousa

Numa entrevista a propósito do “exercício de comunicação poética” Nós não estamos algures (1969), Ernesto de Sousa dizia: “…É preciso acabar com a distinção entre a arte e a vida. Detesto espectáculos, detesto a arte… Só me interessa a vida… Gostaria da arte se toda a vida fosse arte… e é isso que deve acontecer…”1. Este desejo declarado significa, afinal, todo um programa de uma época onde a criatividade vivia de ideias e experiências limites. O radicalismo e o sonho exigiam-se como espécie de aliados permanentes. A liberdade total resultava então, necessariamente, numa arte do efémero, da acção e da partilha essencial da vida. “Nós somos realistas, queremos o impossível”, lembrava Ernesto de Sousa, repetindo entre nós o famoso slogan do “Maio de 68”.
O contributo decisivo de José Ernesto de Sousa para o desenvolvimento de uma consciência de vanguarda no Portugal dos anos 70 não sofre hoje contestação de maior – sendo antes o reflexo de uma quase absoluta unanimidade, que por certo tanto incomodaria o próprio Ernesto. De facto, é cada vez mais evidente o valor da sua acção (ética e estética – aliança absolutamente essencial a toda a verdadeira vanguarda) junto da comunidade artística desses anos tão agitados política e socialmente, cenários de pequenas e grandes revoluções, como acabou por ser, em toda a sua dimensão, o nosso 25 de Abril de 1974. Contudo, nessa mesma época, Ernesto de Sousa sublinhava já algo de essencial, a necessidade de uma outra revolução, a revolução artística, social e política, de cada um consigo mesmo: “A única coisa que me interessa é a revolução total […] Uma revolução, também, interior”. Nesta declaração se resumia afinal todo o programa de uma vida, o desígnio último e primordial de uma existência que sempre se pautou pela busca de outras realizações artísticas, mais humanas e livres. Aí se promove uma utopia essencial em torno de um projecto renovador da criatividade mais espontânea e efémera, de partilha e comunhão de valores e experiências, marcada por um sincero e generalizado espírito de solidariedade. A defesa de uma vanguarda artística, dirigida por Ernesto de Sousa como expressão mais radical de uma outra espécie de felicidade e realização, alimentou assim um desejo – que aos poucos se tornou colectivo – de consciencialização sobre as carências estruturais e mesmo de auto-estima que eram próprios da prática artística portuguesa de então.
Mas, afinal, de que utopia e de que vanguarda se fala aqui? Desde logo, uma utopia entendida enquanto futuro indefinido, ideal regulador de uma matriz redentora de emancipação individual e colectiva que alimentou a esperança de reconciliação do sujeito consigo mesmo e com o(s) outro(s); fundamentada entre a crença dos valores ideológicos que atribuem ao sujeito a condição de transformação da vida e do seu destino e a consciência maior das impossibilidades ou limitações dessa mesma ambição. Vanguarda, considerada no mais amplo entendimento que o mosaico das suas manifestações pode permitir, ou seja, enquanto pretenso alheamento da estrutura narrativa subjacente à tradicional historicidade da realização artística, contraposição à definição metafísica da arte como lugar de conciliação e catarse, como correspondência maior entre o interior e o exterior do psiquismo humano, valores defendidos, ou pelo menos fixados, no essencial, pela estética idealista do início de oitocentos. Vanguarda julgada enquanto consciência de uma necessidade de negação que é, simultaneamente, reforço de um território, poderíamos dizê-lo, de autocriação, espécie de ruptura controlada, onde se mantém o paralelo evidente com a estética do Romantismo, nomeadamente, no desenvolvimento do “mito da originalidade” da criação subjectiva e sem modelo, definida por Rosalind Krauss2 enquanto pretensa e ingénua procura de um estado puro, o zero, a raiz, ou o princípio, esse novo que funciona então menos como móbil, como rejeição da tradição e do passado, de um progressismo civilizacional e artístico, mas antes enquanto exacerbação da ideia de origem, causa, razão. Em Ernesto de Sousa convergem ainda as dimensões mais utópicas do espírito vanguardista, de uma vanguarda que evoluiu ao longo do século XX sobretudo como equilíbrio entre a ruptura e a continuidade de uma herança, em permanente e estonteante abertura de experiências estéticas e processos ideológicos análogos às vanguardas político-revolucionárias que alimentaram o primeiro quartel do século passado, enquanto resultado mais imediato das teorias socialistas desenvolvidas durante as manifestações sociais do final do século XIX. Vanguarda identificada também na arte do pós-guerra, entre as décadas de 50 e 70, reforçando e ampliando o vasto espectro das noções de experimentalismo em arte, na exponencianção extremada do conceito de obra (aberta, como proposta de Umberto Eco3), na profusão de uma interdisciplinaridade onde se revelam os valores de uma autocrítica da arte e do artista, como sintoma da “morte do autor” preconizada por Roland Barthes, em favor duma autoria da recepção, experimentada na desvalorização da interpretação estritamente individualizada, sublinhando antes uma arte enquanto ideia e acção, num processo generalizado de desmaterialização da obra de arte, sintoma maior de um desejo de aproximação radical entre a arte e a vida.
Ernesto de Sousa foi decisivo sobretudo num processo de descoberta nacional sobre os sinais de uma vanguarda entendida como “work in progress” e experiência de liberdade, investigação e descoberta, participação colectiva e festa. Essa consciência da partilha de um olhar estético plural e livre (popular e/ou erudito) resulta então em Ernesto de Sousa numa inevitável dissidência com as formas mais tradicionais (no sentido elitista da autonomia da arte) de produção e fruição do objecto artístico. Nesse sentido, ele repetia muitas vezes uma célebre frase de Franz Fanon: “Todo o espectador é um cobarde e um traidor”. Tal como sugere o título da exposição Do Vazio à Pró-vocação, organizada em 1972 por Ernesto de Sousa, era afinal a participação activa do receptor que se pretendia com essa arte-processo (ou process art). Pairava no ar esse “espírito Fluxus” que promovera a dissolução da obra de arte na acção e na vida. À contemplação passiva opunha-se um esforço analítico e de participação que exigia uma maior e decisiva cumplicidade entre os intervenientes e os “operadores estéticos”, como então se dizia. A atitude transgressora do movimento Fluxus (tendo Ernesto de Sousa desenvolvido contactos epistolares com artistas como Joseph Beuys e ainda profunda amizade e comunhão com figuras tão determinantes para esse movimento como Wolf Vostell, Robert Filliou ou Ben Vautier), assim como da earth art, land art, performace e body art, e ainda de todas as variantes do conceptualismo emergente, desencadearam nessa época uma verdadeira atmosfera (essencialmente utópica…) de superação absoluta dos limites da instituição arte, fazendo eco na famosa expressão de Harald Szeemann: “Percebe-se perfeitamente o desejo de fazer explodir o triângulo internacional da arte: estúdio-galeria-múseu”.
Todavia, e apesar dos resultados artísticos mais decisivos desse contexto revelarem afinal, e paradoxalmente, uma temporalidade bastante curta e sobretudo terem sido ainda objecto de uma perfeita assimilação museológica, inclusivamente aqueles de carácter mais efémero, ou contestatários do sistema político, económico e artístico vigente, podemos afirmar que na assunção da arte portuguesa do século XX, Ernesto de Sousa representa uma consciência ímpar, fundamentalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de uma actividade crítica, didáctica e pedagógica que introduziu entre nós as referências essenciais dessa vanguarda internacional dos anos 60 e 70. A sua acção revelar-se-ia pioneira e tanto mais importante quanto assumida essencialmente como valor crítico e de resistência, realizada num país, até então, praticamente isolado da informação e do debate estético internacional, inocentemente afastado de uma maior consideração das práticas vanguardistas que em torno dos valores experimentais haviam transformado, nas suas premissas e resultados, o contexto de produção e recepção da obra, bem como o conceito de arte em geral.
Entre a “metáfora do zero” e a transparência teórica, a participação e a festa, a criatividade e a celebração do convívio humanos, ou a formação aberta e nunca dogmática dessa espécie de reanimação da “inocência almadina” apontada por José-Augusto França, a perspectiva crítica que Ernesto de Sousa produziu, seria responsável, directa e indirectamente, por uma profunda transformação no modo como os valores e os desígnios da vanguarda artística viriam a ser entendidos entre nós, num trabalho árduo, porque praticamente isolado, perante o marasmo da reflexão teórica e artística que o contexto nacional então apresentava. A expressão mais evidente desse longo e atípico projecto crítico revelou-se finalmente no espaço expositivo da Alternativa Zero, em 1977, como resultado de uma atmosfera reivindicativa e poética alimentada igualmente pela Revolução do 25 de Abril de 1974. Nesse espaço de participação plural, Ernesto de Sousa confirmou-se então como voz essencial de uma nova geração de jovens artistas que em torno das suas ideias e dinamismo viriam a criar uma espécie de nova oportunidade criativa, experimentando para lá dos ditames académicos, sintonizando-se desse modo, e finalmente, com o que de mais avançado se fazia na arte ocidental.
Também na Galeria Quadrum, então dirigida por Dulce D’Agro, Ernesto de Sousa dinamizou uma ideia de vanguarda, trazendo até nós nomes como Gina Pane, Ulrike Rosenbach, Silvie e Chérif Defraoui, Dany Bloch ou Fernando de Fillipi. Esse mesmo espaço galerístico viria a apresentar também a primeira exposição individual de Ernesto de Sousa no nosso país, em Novembro de 1978. Em “A Tradição como Aventura”, título da mostra que lançava Ernesto de Sousa como artista plástico, dava-se conta da reciclagem a que a imaginação criativa deste crítico-artista esteve sempre sujeita. Na verdade, depois da experiência autoral desenvolvida por Ernesto de Sousa no cinema, com todo o seu envolvimento na criação de “cine-clubes”, na realização de um filme mítico como Dom Roberto (1961) – interpretado por Raul Solnado e Glicínia Quartim – Ernesto assumia uma outra dimensão de autoria e criatividade, mais interdisciplinar e livre de constrangimentos orçamentais. Pelo meio, e como testemunho de todo esse processo de transição artística e existencial, ficava o documentário planeado para dar a ver essa figura essencial do primeiro modernismo português que foi Almada Negreiros. De um filme documental, Ernesto de Sousa passou a um projecto multimédia (ou mixedmedia, como então se preferia dizer) onde a pluralidade de suportes utilizados privilegiava ainda uma lógica que hoje se chamaria de instalação, criando assim uma espécie de “antifilme?”4 Esse foi na verdade o projecto que marcou a passagem do cinema para o mundo das artes visuais. Almada, Nome de Guerra, em projecto iniciado em 1969, resultaria sobretudo como espécie de híbrido entre esses dois grandes universos de criatividade artística, como um longo e inconclusivo work in progress.
Da acção cultural que Ernesto de Sousa desenvolveu fundamentalmente entre o dealbar da década de 60 e meados dos anos 80, resulta lógica a confirmação de um pensamento crítico onde o didactismo do olhar e da imaginação estética serviram sempre uma ampla utopia transformadora que refutava, ao mesmo tempo, qualquer espécie de elitismo mais exclusivista, dado que da arte popular dos barristas do norte de Portugal às teorias conceptuais mais complexas de Joseph Kosuth, o entendimento e a sensibilidade criativas não tinham para ele quaisquer fronteiras ou limites pré-definidos. Para Ernesto de Sousa, tudo se convocava numa urgência, ou necessidade primeira: a vanguarda; pela afirmação de um desejo: a experiência de liberdade, na reivindicação de um ritual: a festa, ou a participação de uma arte feita por todos, a partir dessa plural e frutuosa ideia: a “criação consciente de situações”5, num Portugal carenciado afinal de ousadia, utopia e espírito de vanguarda.

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E a quarta voz que aqui trago é a de Ernesto de Sousa
(texto de Eduarda Dionísio)


(…)E a quarta voz que aqui trago é a de Ernesto de Sousa, uma grande excepção, que conta o seu quotidiano em 75. Deitar às 5, levantar às 8. E, num só dia, reler uma mesa redonda do Jornal Novo sobre “Revolução Cultural”, uma nota da Quinta Divisão sobre a polémica da Exposição de Paris, escrever uma crónica para a Vida Mundial, participar num júri da SNBA, fazer uma sessão de diapositivos no ARCO com uma escultora belga, encontrar-se com Mário Pedrosa (ex-director do Museu de Santiago do Chile), ver a exposição “Colagens” na SNBA, participar numa mesa redonda sobre o conflito no IPC, montar um super 8 da Festa da Electricidade para os amigos da Dinamização, pôr em dia a correspondência com o realizador Robert Kramer e o pintor Robert Filliou. E no fim exclama: “Eu sou um trabalhador, não acham? Pois, um trabalhador intelectual, e depois?”
Já em 77, poria de pé uma inesperada “Alternativa Zero”, com o apoio da SEC então ocupada em “moralizar” o teatro independente … “Criação consciente de situações”. “Entrar no quotidiano” sem a “mentira dos objectos”. 10.000 visitantes no Mercado de Belém. Artistas consagrados e estreantes. Movimentos artísticos “de ponta”. Participação activa do público.
Mas já era tarde para provar que o difícil, o diferente, o abstracto ou o conceptual não é necessariamente igual a “elitista” e que o fácil, o habitual, o naturalista, o figurativo, o decorativo não é igual a “popular”. Tinha-se dado o regresso aos quartéis e começavam os regressos a casa. O 25 de Novembro apanhou na rede também a “Alternativa Zero”: possibilitou a sua concretização ao mesmo tempo que esvaziou a sua proposta.



Eduarda Dionísio, in Títulos, Acções, Obrigações, Sobre a Cultura em Portugal 1974-1994, Ed. Salamandra, Col. Tempos Modernos, 1993.

14.1.08

A revolta operária do 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande vai ser recordada no Porto nos próximos dias 18 e 19


Sexta-feira, dia 18/1, às 21.00 H.


No Terra Viva!
Rua dos Caldeireiros, 213 PORTO (perto da torre dos clérigos)


SESSÃO DE INFORMAÇÃO/DEBATE


Organiza:
Círculo de Estudos Sociais Libertários /Terra Viva!AES - em colaboração com o Movimento Cívico "NÃO APAGUEM A MEMÓRIA" (Núcleo do Porto)


Antes do início da sessão serão distribuídos textos de apoio extraídos tanto dos depoimentos de antigos militantes libertários da CGT intervenientes no "18 de Janeiro "(Acácio Tomás de Aquino, Américo Martins, Custódio da Costa, Emídio Santana e outros) como da recente obra de Fátima Patriarca "Sindicatos Contra Salazar" e do livro de Afonso Manta c/ textos do antigo "PCP/SPIC".


NÃO DEIXEMOS QUE AS "BRUMAS DA MEMÓRIA" NOS ESCONDAM OS HORIZONTES E AS RAÍZES!



SÁBADO, 19 de Janeiro às 17h30

No ESPAÇO MUSAS
Rua do Bonjardim, 998 - Porto (metro: Faria Guimarães)


Organiza: Círculo Anarquista Libertário do Porto.

Conversa e Jantar no Espaço Musas:
"A insurreição de 18 de Janeiro: Cercados e perseguidos"


Conversa sobre a insurreição de 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande, com a presença de dois elementos do colectivo «Luta Social» de Lisboa.

"Os anos '30 assistiram à perda definitiva da hegemonia da Confederação Geral do Trabalho (CGT) sobre o movimento operário português e ao fim do sindicalismo revolucionário e do anarco-sindicalismo como força ideológica mobilizadora entre os trabalhadores. A análise histórica deste processo passou por conhecermos o posicionamento estratégico do orgão confederal face ao movimento militar do 28 de Maio de 1926 bem como os problemas com que a organização sindical se deparou até ao malogrado 18 de Janeiro de 1934.[...]"

(extracto do texto "Cercados e Perseguidos:a Confederação Geral do Trabalho (CGT) nos últimos anos do sindicalismo revolucário em Portugal (1926-1938"; Guimarães, Paulo; 2004; Évora)



Para mais informação ler sobre o assunto
este texto já publicado neste blogue

13.1.08

Vejam qual é o programa dos capitalistas para o nosso planeta…e lutem!

Vejam qual é…
…o programa dos capitalistas para o planeta Terra…


…e lutem!

(a propósito das manifestações contra o Fórum Económico Mundial- WEF em Davos)

A ecologia é para hoje, não para daqui a 20 anos!



Nós não vos perdoaremos

Reduziram os nossos sonhos às ilusões da televisão deles. Semeiam a miséria e respondem ao atraso com bombas. Enquanto homens morrem ao pé da porta do seu império económico, eles, do alto do seu Fórum, dividem e partilham os despojos do seu massacre. Esse é o seu sistema, esse mesmo que acena com as matracas quando se reclama justiça. Perante esta situação não há espera possível, é necessário mudar urgentemente as coisas.

Nós somos os abstencionistas, a maior força política do globo, os sem voz.

A sedição já não é apenas um dever social, tornou-se um imperativo ecológico para todos nós. Importa uma mudança radical, fazer subir a tensão para fazer disparar o disjuntor da engrenagem capitalista.


O Fórum Económico Mundial (WEF) realizar-se-á em Davos entre 23 e 27 de Janeiro e reunirá durante esses quatro dias toda a elite económica e política do mundo globalizado para discutir o NOSSO futuro.

O lema deste ano é «The Power of Collaborative Innovation» e a figura principal será Henry Kissinger, o chefe de orquestra do golpe de estado contra Allende no Chile

Globalizemos a resistência.

Nenhum fórum para os tiranos


Manifestação em Berna a 19 de Janeiro, 15h00 Waisenhausplatz

Manifestação em Davos a 26 de Janeiro, 14h00 Bahnhof Davos Dorf

Mais info:

Para defender a biodiversidade a França invoca a cláusula de salvaguarda e proíbe o milho transgénico

O governo francês acabou de tomar uma decisão histórica: proibir pura e simplesmente a cultura do milho transgénico no seu território, seguindo, aliás, o sentido do parecer da Alta Autoridade dos OGMs que preconizava a suspensão do cultivo do milho MON 810 da multinacional Monsanto, a única espécie de sementes de milho transgénico autorizada a ser comercializada em França. Recorde-se que no seu relatório essa mesma Alta Autoriradade tinha alertado para os riscos das plantações transgénicos, em especial a disseminação dos pólens, não sobre dezenas ou centenas de metros como anteriormente se acreditava, mas ao longo de dezenas e até centenas de quilómetros, para além de referir sobre o impacto negativo sobre a fauna e a flora, em particular, os micro-organismos. Esta decisão, note-se, mais não faz que aplicar o princípio de precaução.
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Esta boa notícia é, no entanto, manchada por uma outra que foi tornada pública pelo governo francês e segundo a qual os investimentos em biotecnologias vegetais vais ser reforçado podendo chegar aos 45 milhões de euros, o que representa um perigoso sinal de favoritivismo em relação ao lobby dos OGMs em detrimento de ajudas às pesquisas agronómicas que permitiriam a redução do uso de pesticidas.

Esta decisão governamental levou à interrupção da greve de fome de vários activistas anti-OGMs, entre os quais José Bové, que tinha sido inciada a 3 de Janeiro como forma de pressionar o governo francês a interditar os cultivos de transgénicos, o que acabou de acontecer.

Seis outros países já tinham invocado a cláusula de salvaguarda, mas só seis o fizeram para o milho transgénico. Recorde-se que a Áustria, Hungria e a Grécia já tinham invocada aquela clásula de salvaguarda para impedir as culturas de transgénicos nos seus países, e esta resolução francesa irá certamente obrigar a uma nova discussão por parte da Agência Europeia da Segurança dos Alimentos.




Comunicado da Conféderation Paysanne (Confederação Camponesa)



OGM: Clause de Sauvegarde, une étape importante, une victoire de la Confédération Paysanne

Communiqué de presse - 11 janv 2008


L'annonce de la Clause de Sauvegarde est une étape importante vers une alimentation sans OGM pour les citoyens.

C'est la reconnaissance d'un combat mené depuis dix ans presque jour pour jour par la Confédération Paysanne.

La Clause de Sauvegarde devra être rédigée de manière rigoureuse. Elle devra s'appuyer sur les études internationales officiellement publiées, notamment les plus récentes, telles qu'elles ont été répertoriées par la Haute Autorité Provisoire sur les OGM.

Dans les semaines et les mois à venir cette étape devra être confirmée par une loi sur les OGM qui reconnaîtra le droit pour tous à produire et consommer sans OGM.


Cependant, cette annonce est équivoque. En même temps que le premier ministre annonce que des doutes sanitaires et environnementaux justifient la mise en œuvre du principe de précaution, il ajoute que cette technologie aurait un intérêt pour " relever les défis alimentaires et environnementaux " et envisage de multiplier par 8 les crédits dédiés aux biotechnologies (45 Millions d'Euros).


Si cette recherche est publique et a pour but d'évaluer les risques évoqués par la Haute Autorité, cette dépense envisagée peut être cohérente.
Pour la Confédération Paysanne, les enjeux alimentaires et environnementaux, les problèmes actuels de l'agriculture et de l'alimentation ne sauront trouver leurs solutions dans ces technologies qui ne respectent ni les territoires, ni les savoir-faire paysans, ni la diversité biologique et alimentaire.


La Confédération Paysanne refuse que ces 45 Millions d'Euros soient destinés au développement de ces technologies; l'inquiétude et la vigilance sont de rigueur.


Contact :
Olivier Keller : 06 26 45 19 48
Jacques Pasquier : 06 72 44 14 83
Régis Hochart : 06 08 75 00 73

12.1.08

Reuniões preparatórias para a jornada europeia de mobilização contra os centros de detenção para pessoas indocumentadas (dia 19 de Janeiro )





NINGUÉM É ILEGAL

CONTRA AS PRISÕES ADMINISTRATIVAS


Em toda a Europa pessoas são perseguidas, detidas e deportadas, só pelo facto de serem imigrantes à procura de melhores condições de vida

Em Dezembro imigrantes marroquinos desembarcaram no ilhéu da Culatra, em Olhão. Estão actualmente detidos no centro de detenção do SEF no Porto.


MOBILIZAÇÃO EUROPEIA CONTRA OS CENTROS DE DETENÇÃO.

SÁBADO 19 DE JANEIRO - Acção no PORTO.


CONTRA AS apreensões E DETENÇÕES ARBITRARIAS!

Regularização e Documentos para todos!

ENCERAMENTO DOS CENTROS DE DETENÇÃO!



CONVOCATÓRIAS para reuniões de preparação

Vão-se organizar reuniões preparatórias para a jornada de mobilização contra os centros de detenção e as prisões administrativas para as pessoas indocumentadas

Lisboa -

reunião de preparação na segunda-feira, dia14, às 20H30
na SOLIM, rua da Madalena, 8.


contactos
guichard.benoit@gmail.com
justinelemahieu@no-log.org


Porto -

reunião de preparação na Casa-Viva (praça Marquês de Pombal nº 167) na próxima quarta-feira, dia 16, pelas 21h.



Rede QUE ALTERNATIVAS?

A Rede Que Alternativas? está a ponderar a realização de uma acção conjunta de várias associações, junto ao centro de detenção de imigrantes do Porto, com a maior brevidade possível. O nosso objectivo é denunciar e chamar a atenção para os problemas das políticas de repressão à imigração que, no nosso entender, favorecem e alimentam as redes criminosas de tráfico humano e de auxilio às acções da imigração ilegal e que estão a ser aplicadas em Portugal e na Europa. Esta foi também uma preocupação recentemente manifestada pelo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

O caso recente dos imigrantes marroquinos que desembarcaram no ilhéu da Culatra, em Olhão, e que se encontram detidos no centro de instalação dos SEF no Porto, como de criminosos se tratassem, veio colocar em evidência a situação dramática em que se encontram centenas de imigrantes que foram vitimas de tráfico humano e que devem ser protegidos. É nosso dever apoiá-los.

Ao contrário do que tem sido a prática das autoridades, existem Directivas Comunitárias, Convenções Internacionais instrumentos legais portugueses que obrigam à garantia de protecção destes imigrantes. A sua expulsão é praticamente condená-los à morte, pois a maior parte destes imigrantes estão dispostos a arriscar novamente a perder a vida através da travessia oceânica, como aconteceu com milhares de homens, mulheres e crianças que, durante o ano de 2007, perderam a vida ao tentaram a sua sorte na falta de outras condições.

A Rede Que Alternativas? nasceu a partir da organização da iniciativa "África-Europa: que Alternativas?" , paralela à cimeira oficial, que decorreu nos dias 7, 8 e 9 de Dezembro em Lisboa. Esta iniciativa contou com a participação de diversas associações e movimentos sociais europeus e africanos, quer como convidados quer como organizadores.

A Rede, então formada, congrega membros de diversas associações e visa dar continuidade, em Portugal com muitos outros actores sociais que queiram juntar-se a ela, aos debates e movimentos de luta que germinaram do referido encontro. Enviamos em anexo o comunicado final.

Hoje, na Europa, a imigração é uma das questões mais emergentes ao nível da acção e debate. O caso dos imigrantes marroquinos que actualmente estão presos no centro de detenção de imigrantes no Porto é emblemático da gravidade da situação de violação dos direitos humanos.

As politicas de repressão na UE, de externalização das fronteiras vão no sentido contrário dos direitos humanos e do apoio às pessoas vítimas de tráfico de seres humanos e favorecem a exploração desumana de homens e mulheres indocumentados .

Num país marcado por uma história de emigração ilegal, sobretudo durante os anos 60 não temos o direito de esquecer a própria história e termos dois pesos e duas medidas .

Neste contexto, gostaríamos de saber se a vossa associação tem interesse e disponibilidade para se juntar a nós na referida acção junto do CIT do Porto. A nossa ideia seria juntar activistas de todo o país, com a imprescindível participação de associações do Porto, para organizarmos esta acção em conjunto com a Rede Alternativas.

Para que esta acção possa ser levada a bom porto, precisamos dos vossos contributos, propostas e ideias. Estamos convictos de que esta iniciativa poderia ser um ponto de partida para iniciar um trabalho conjunto, reforçar posições e parcerias imprescindíveis para a defesa dos mais excluídos e necessitados.

Poderão contactar-nos através deste email
que.alternativas@gmail.com


ou pelo telefone
Camila Lamarão : 914 194 013
Timoteo Macedo : 914 948 558
Benoît Guichard : 964 921 446

Semana de luta e de luto dos professores ( 14 a 18 de Janeiro)

Um ano depois da publicação do "Estatuto da Carreira Docente do ME", a Plataforma Sindical dos Professores promove uma Semana de Luta e de Luto entre os dias 14 e 18 de Janeiro



Quando, em 19 de Janeiro de 2007, foi publicado o Decreto-Lei n.º 15/2007, que contém o actual ECD, as organizações que se constituíram em Plataforma Sindical dos Docentes declararam a data como "Dia Nacional de Luto dos Professores e Educadores Portugueses". No momento em que se completa o primeiro ano sobre a publicação daquele estatuto da carreira docente, as organizações sindicais irão desenvolver as seguintes iniciativas entre os dias 14 e 18 de Janeiro:

- Afixação, a partir de dia 14, de 10.000 cartazes - em todos os estabelecimentos de Educação Pré-Escolar e Ensinos Básico e Secundário - de luto relacionados com a publicação do ECD do ME;

- Distribuição de cerca de 100.000 autocolantes de luto, aos docentes de todas as escolas portuguesas;

- Afixação, em todo o país, de pendões negros, neles constando a seguinte frase: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MAIS DE 1.000 DIAS A ATACAR A ESCOLA PÚBLICA. Estes pendões serão colocados junto às escolas e em outros locais em que seja grande a afluência diária de pessoas;

- Realização de uma Vigília junto às instalações do Ministério da Educação, em Lisboa, no dia 18 de Janeiro (sexta-feira), entre as 16 e as 24 horas. Pelas 17 horas, terão lugar intervenções de representantes das organizações sindicais presentes, sendo para esse momento que se convidam os senhores jornalistas a estarem presentes, sem prejuízo de qualquer outro que seja do seu interesse;

- Promoção de uma exposição subordinada ao tema "A Ministra vista pelos Professores". Com esta exposição pretende-se tornar pública a opinião dos professores e educadores em relação à actual ministra, e à sua equipa, que tem sido muito bem expressada em inúmeros cartazes, banda desenhada, cartoons, poemas - materiais que, na maior parte dos casos, têm circulado por correio electrónico. A exposição será inaugurada no local da Vigília, às 17.00 horas, imediatamente antes das intervenções dos dirigentes sindicais. Posteriormente, percorrerá as diversas regiões do País.

Com estas iniciativas as organizações sindicais de professores e educadores pretendem deixar claro que não desistiram da luta contra este estatuto da carreira docente e por um ECD que, efectivamente, valorize e dignifique a profissão e os profissionais docentes.

A Plataforma Sindical dos Professores

Começa hoje o ciclo de cinema «A cidade + cinematográfica» na Chã das Eiras ( um novo espaço de ideias e artes no Porto)

clicar por cima da imagem para ler em detalhe


A Chã das Eiras, um novo espaço cultural na cidade do Porto, apresenta a partir de hoje o ciclo de Cinema "A cidade + cinematográfica", uma retrospectiva do trabalho do realizador Sério Fernandes. Esta mostra de cinema de autores da escola do Porto, sobre o Porto foi realizada em parceria com a Bei Films e o Cineclube do Porto e apoiada pelo Àtomo 47 e Restaurante Dom Grillon.

Todos os Sábados e Domingos até 9 de fevereiro, a partir das 22h30 (Donativo € 1,5).

Poderão também visitar as exposições parmanentes todos os dias das 17h às 19h.

A programação completa do evento poderá ser consusltada em

http://www.myspace.com/barrabssoundsystem.




Cha das Eiras
Rua Chã 127,
à Sé, Porto
Portugal

e-mail:
barrabassoundsystem@gmail.com




OBJECTIVOS:
organizar e promover encontros de âmbito cultural; promover acções de formação de jovens, tendo em vista a sua integração soció-profissional, nas áreas culturais; promover o intercâmbio e cooperação com associações e organismos, nacionais e estrangeiros, que prossigam os mesmos objectivos; promover intervenção sociocultural, tendo em vista a (re)inserção social de crianças, jovens e adultos, através de actividades, lúdicas, recreativas e pedagógicas

http://chadaseiras.blogspot.com/



11.1.08

Fechem o campo de concentração de Guantánamo em poder dos Estados Unidos da América



Hoje, dia 11 de Janeiro, passa o 6º aniversário da chegada dos primeiros prisioneiros ao campo de concentração norte-americano de Guantánamo. Um triste aniversário que importa recordar, denunciando por todo o mundo as prisões ilegais de centenas de pessoas sem acusação formada, as torturas, maus tratos e a forma humilhante como os detidos são tratados pelos agentes e militares ao serviço do governo dos Estados Unidos da América.


Encerrar Guantánamo é uma exigência da Amnistia Internacional
http://www.amnistia-internacional.pt/


No sexto aniversário das primeiras transferências de presos para o centro de detenção dos EUA na Baía de Guantánamo, a AI, apoiada por cerca de 1200 parlamentares de todo o mundo, apresentou à administração norte americana uma agenda para acabar com as detenções ilegais em situação de “guerra ao terror ”.

O plano de acção da AI consiste num conjunto de 13 recomendações para acabar com as detenções ilegais no âmbito da “guerra ao terror” sem comprometer a capacidade dos governos no combate ao terrorismo. E dá às autoridades alternativas muito práticas para que se feche o Guantánamo.

Irene Khan, a Secretária Geral da AI disse que “Guantánamo é uma anomalia que precisa ser corrigida imediatamente e a única maneira de o conseguir é fechá-la de vez.”

O plano de acção assinado por parlamentares do Reino Unido, Israel e Japão, além de muitos outros, apelam à restauração do Habeas Corpus; ao fim das detenções secretas e para que todos os detidos sejam julgados em tribunais independentes e imparciais, se não for para serem libertados.

É fundamental que a lei salvaguarde soluções seguras e justas para aqueles que são libertados.

“As prácticas ilegais adoptadas pelo governo dos EUA na sua “ guerra ao terror” como é Guantánamo e o programa de detenções secretas da CIA – promoveram a perigosa noção de que os direitos humanos fundamentais podem vir a ser postos de lado em nome da segurança nacional.” A abordagem às detenções levadas a cabo pelos Estados Unidos tiveram efeitos corrosivos na aplicação da lei e no respeito pelos direitos humanos.

Do Paquistão à Europa até ao leste de África, outros governos tornam-se cúmplices na ilegalidade ou acabaram eles mesmos por prosseguir com práticas ilegais semelhantes. Por exemplo, o recente reaparecimento de pessoas que tinham sido consideradas desaparecidas no Paquistão voltou a dar ênfase a esta violação de direitos humanos especificamente naquele país.

A Amnistia Internacional sabe de pelo menos 38 pessoas que se crê estarem em detenção secreta pela CIA e cujo destino e paradeiro permanecem desconhecidos. O programa da CIA de detenções e rendições extraordinárias não poderia ter sido usado sem a cooperação de outros governos. Outros governos foram cúmplices também nas detenções de Guantánamo.

“As detenções arbitrárias e secretas violam princípios fundamentais de direitos humanos. Tais injustiças não devem ocorrer em pleno século XXI – a sua continuação semeia ressentimentos e ameaças em vez de promover a segurança”, disse Irene Khan.

A Amnistia Internacional apela aos Estados Unidos para que oiçam os deputados e outras pessoas por todo o mundo que pedem uma mudança efectiva . Paralelamente, todos os governos devem garantir que também estão a cumprir as suas obrigações de direitos humanos no contexto do contra-terrorismo.

Participe:









Para saber mais: