31.3.11
Há 35 anos atrás os fascistas assassinavam o Padre Max e a Maria de Lurdes, que serão evocados numa iniciativa no próximo dia 2 de Abril em Vila Real
Cordão humano à volta da estação ferroviária de Vila Real em defesa do Linha do Corgo ( dia 2 de Abril, às 15h.)
28.3.11
O vosso roubo (do BPN ) custou-nos 13 milhões de salários mínimos - são as palavras de um cartaz afixado hoje em várias cidades do país
A polícia do amor ataca a outra em Oxford Street, ou como a força da razão e do humor derruba a força do mais forte
Contra as portagens na A25, A23 e A24 - acção de luta convergente no dia 8 de Abril
http://www.contraportagens.net/
Entretanto, a Comissão Utentes Contra as Portagens na A17, A25 e A29 [região de Aveiro] comunicou-nos que vai juntar-se à acção de luta de 8 Abril.
27.3.11
Iraque -8 anos de ocupação (sessão no Porto com Haifa Zangana, no dia 28 de Março, às 18h.)
Biopolítica e dispositivos mediáticos: para uma descrição das relações de poder na contemporaneidade - é o tema da 12º oficina do pensável (dia 31/3 )
Concentração realizada hoje em Almaraz exige encerramento da central nuclear situada junto do rio Tejo
Abraço ao Tua, em defesa da linha e do rio (27 de Março)
Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2011, por Jessica Kaahwa
Este é o momento exacto para uma reflexão sobre o imenso potencial que o Teatro tem para mobilizar as comunidades e criar pontes entre as suas diferenças.
http://www.iti-worldwide.org/
20.3.11
Relato da Assembleia Popular do Porto realizada no dia 19 de Março
Depois de um momento inicial para explicar a génese e os objectivos da Assembleia, deu-se a palavra a todos os interessados - e foram muitos – que pretendessem apresentar os seus problemas ou fazer uma rápida abordagem de assuntos que considerassem relevantes para serem ali discutidos.
Findo este ponto, seguiu-se então para a fase da criação de grupos de trabalho sectoriais, tendo sido constituídos por um número variável de elementos, os seguintes
Grupos de Trabalho
1) questões laborais
2) falta de habitação e sem-abrigo
3) questões do ensino (estudantes e professores)
4) Papás e mamãs ( ajuda mútua na educação e guarda de filhos)
5) Lutas globais
6) Habitação, urbanismo
7) Questões organizativas e preparação para outras assembleias populares em diferentes locais
8) Aproveitamento de recursos, saberes e construção
No final das reuniões de cada grupo social voltou-se a reunir a Assembleia com todas as pessoas presentes, tendo cada grupo apresentado os seus objectivos, definido os seus temas, forma de funcionamento, e datas das próximas reuniões.
Antes de dar por terminada a Assembleia, foram dadas mais algumas informações e marcada a data da Próxima Assembleia Popular do Porto para o próximo dia 2 de Abril a realizar no mesmo local (Praça D.João I , no centro da cidade do Porto)
O balanço final é francamente positivo tendo em conta a motivação e o empenhamento demonstrado por todos os presentes no prosseguimento das accções e do movimento de descontentamento e revolta iniciado com as grandes manifestações populares realizadas sob o lema da Geração à Rasca.
19.3.11
Assembleia Popular hoje às 14h. na Pr. D.João I, no Porto
A LIBERDADE DO TEU ESPÍRITO
e a ACÇÃO DA TUA AUTONOMIA
metem medo ao capitalismo
No passado sábado, no Porto, foram muitas as caras que os Gat@s Vadi@s reconheceram.
Naturalmente, lá estivemos. Estamos lá, desde há 4 anos. E vamos continuar. A utopia tem de sair à rua todos os dias e jamais para picar o ponto…
Integrámos com a Casa da Horta, a Casa Viva, o Colectivo Hipátia e a Terra Viva, a plataforma libertária, para afirmarmos um caminho possível. Caminho que passa pela autonomia, a alegria, a resistência crítica, a criatividade, a solidariedade, a democracia directa e participativa. E sem nos esquecermos que à rasca está o mundo inteiro e não apenas o nosso umbigo.
Sabemos que muitas amigas e amigos da Gato querem fazer alguma coisa, gritar, berrar a plenos pulmões, sair à rua, vencer o silêncio, vencer o fascismo do silêncio que se impôs nas nossas vidas. E agora, é voltar. Há ir e vir, há organizar e mudar!
E se formos este sábado, dia 19 de Março, às 14h à Assembleia Popular na Praça D.João ?
Quanto à Gato Vadio, no sábado passado foi espalhando papelinhos traquinas, muito, muito traquinas:
“– Papá, na TV estão a dizer que as pessoas da Gato Vadio são extremistas, radicais e perigosas?
– Filhinha, se dizem é porque é verdade, meu anjinho.”
“Um dia, a alegria do teu corpo, a liberdade do teu espírito e a acção da tua autonomia vão inspirar terror ao capitalismo”.
“– Precários, não vos inquietais, a solução está nas nossas mãos, trataremos do teus problemas, o teu lugar é aqui, a máquina não pode parar!
Não precarizes o teu imaginário, reclama a vida!”
Decidiu-se então continuar essa Assembleia no próximo dia 19 de Março ( Sábado) às 14 h. na Praça D.João I, Porto, com os objectivos de criar ideias, soluções, respostas, esperança e reforçar a persistência das nossas palavras e do nosso protesto, unindo-nos livremente, sem nenhuma burocracia ou desigualdade de palavra que se interponha entre a nossa opinião e a sua exposição a todos e todas.
Viva o Poder Popular!
www.facebook.com/event.php?eid=116618951750063
Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas, novo livro de A. Pedro Ribeiro (reportagem da sua apresentação)
Breve reportagem da sessão de poesia e de apresentação do novo livro de A. PEDRO RIBEIRO. "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas", editado pela Corpus editora, no Clube Literário do Porto, realizada no passado dia 17 de Março.
Recorde-se que a tertúlia "Poesia de Choque" realiza-se na terceira quinta-feira do mês no Clube Literário do Porto. A sessão é dinamizada por António Pedro Ribeiro e Luís Carvalho
http://tripnaarcada.blogspot.com/2011/03/nietzsche-jim-morrison-henry-miller-os.html
http://www.corposeditora.com/site/default.asp
No Porto são vários espaços da cidade, de cafés a instituições culturais, que organizam sessões onde se pode ouvir mais também ler-se poemas: Bar Pinguim, livraria-bar Gato Vadio, café Progresso, CLP, Maria vai com as outras,No feminino, etc.
18.3.11
Nem NATO, Nem Khadafi, os assassinos de povos não apoiam a emancipação social: contra a agressão imperialista na Líbia
França, Grã-Bretanha e países da Nato preparam-se para atacar a Líbia
Ataques estão iminentes.
Maquiavel é que defendia que os fins justificam os meios (guerra)
Os pacifistas são contra o militarismo
Toda a guerra é interesseira
NEM ARMAS, NEM GENERAIS
JÁ TEMOS MERDA A MAIS
NÃO ÀS INTERVENÇÔES MILITARES para «exportar democracia»
Com esta atitude não apoiamos o regime líbio.
Os rebeldes líbios merecem a nossa simpatia e apoio
Do que se trata é de não ser ingénuo, e politicamente analfabeto.
Do que se trata é de defender que os exércitos ocidentais são os últimos a terem legitimidade de apoiarem os rebeldes líbios.
Depois de terem provocado impunemente mais de 1 milhão de mortos no Iraque, com a invasão e guerra, os exércitos ocidentais são os últimos a terem autoridade para apoiar seja o que for.
Evidentemente que os rebeldes líbios precisam de apoio, mas não do apoio de assassinos piores que o Khadafi e o Saddam Husseim. Se estes cometeram crimes contra os seus povos, o que dizer do exército norte-americano, britânico e tutti quanti?
CONTRA A AGRESSÃO IMPERIALISTA NA LÍBIA
Não à agressão militar contra a Líbia – abaixo-assinado
As Organizações signatárias, apoiam as legitimas aspirações políticas, económicas e sociais dos trabalhadores e do povo da Líbia, não podendo deixar de manifestar a sua profunda preocupação e condenação pelas posições recentemente assumidas por parte de potências e organizações estrangeiras, nomeadamente os Estados Unidos da América, a União Europeia, a NATO e a Liga Árabe, no sentido de aproveitarem a situação de conflito armado no país para uma inaceitável ingerência nas questões internas deste Estado e uma clara intenção da busca de pretextos para uma agressão militar camuflada, ou não, de ” ajuda humanitária”.
Denunciando a pressão, que os EUA, a UE e a NATO (com o seu novo conceito estratégico) têm exercido ao deslocarem forças militares para a zona, e mediante acções diplomáticas e mediáticas, pressão que tem contribuído para uma ainda maior destabilização da situação interna, e que poderá desencadear o risco, ou somar pretextos, para uma intervenção directa;
Afirmando que qualquer agressão, mascarada de “ajuda humanitária” ou de qualquer outro pretexto, tentará na realidade garantir o controlo dos recursos naturais líbios e a implantação permanente de forças militares que aumentem a esfera de influência dos invasores, criando condições para tentar impedir o avanço das revoltas populares da região, que vêm aliando às exigências de melhores condições de vida, também o pleno acesso a direitos sociais e laborais e a concretização de maior independência e soberania nacionais;
Lembrando que qualquer intervenção militar terá como primeira vítima o povo líbio, e que disso são exemplo as intervenções de “forças aliadas”, com ou sem mandato das NU, nos Balcãs, Iraque e Afeganistão;
Exigimos uma resolução pacífica do conflito que recuse qualquer ingerência estrangeira, e que o Governo Português, actualmente com assento no Conselho de Segurança da ONU, actue em consonância com a Constituição da República Portuguesa nomeadamente do seu artigo 7o.
Associação de Amizade Portugal Cuba
Associação de Intervenção Democrática
Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses CGTP-IN
Confederação Nacional da Agricultura
Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto
Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Ecolojovem
Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal
Frente Anti-Racista
Iniciativa Jovem
Interjovem/CGTP-IN
Juventude Comunista Portuguesa
Movimento Democrático de Mulheres
Partido Comunista Português
Partido Ecologista “Os Verdes”
Projecto Ruido
Sindicato doa Trabalhadores da Admnistração Local
Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal
Tribunal-Iraque (Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque)
União dos Resistentes Antifascistas Portugueses
União dos Sindicatos de Lisboa
União dos Sindicados de Aveiro
17.3.11
Mais vale ser activo hoje do que radiocativo amanhã (concentração anti-nuclear hoje, às 18h., na Av da Liberdade, Lisboa)
NÃO À ENERGIA NUCLEAR EM TODO O MUNDO!
A tragédia do Japão despertou a solidariedade de todo o mundo pela perda de milhares de vidas humanas e de vastas regiões e cidades daquele país devido ao terramoto de grau 9 e ao posterior tsunami que arrasou com partes significativas do território japonês. As redes, organizações e pessoas abaixo assinadas querem exprimir em primeiro lugar as suas mais profundas condolências ao povo japonês e dar a conhecer a sua dor partilhada e solidariedade pela emergência humanitária provocada por este desastre.
Ao mesmo tempo é altamente preocupante o impacto que o desastre natural causou na central nuclear de Fukushima, provocando explosões, o que levou a uma situação de grave risco por causa da libertação de material radioactivo, situação que pode piorar se os elementos do núcleo desta instalação se fusionam por sobreaquecimento. Também estão em perigo outras duas instalações nucleares em situação de risco em Onagawa e Tokai. O governo japonês viu-se obrigado a apagar pelo menos 11 centrais nucleares com o objectivo de prevenir mais desastres, o que deixou mais de 6 milhões de pessoas sem abastecimento de electricidade. 200.000 pessoas já foram evacuadas para prevenir uma possível exposição aos efeitos nocivos de um acidente nuclear e já se estão a tomar medidas de saúde pública com a população exposta.
Esta trágica situação alerta-nos UMA VEZ MAIS sobre o enorme perigo que significam as instalações nucleares para a sobrevivência e segurança do planeta e recordam-nos a resistência de activistas japoneses que há 40 anos se negaram à construção destas instalações. Hoje o mundo está a mudar, não só pelos riscos de desastres naturais mas também pelos riscos a que estamos sujeitos pelos impactos da mudança climática que produziu grandes inundações, deslizamentos e alterações severas na habitabilidade do planeta, como as derrocadas no Rio de Janeiro que há pouco tempo ameaçaram centrais nucleares instaladas na zona que tiveram de ser paradas até que a situação se estabilize. Esta vulnerabilidade global deve ser considerada adicionalmente, mas sobretudo devemos ser conscientes de que a tecnologia e o dinheiro não salvarão vidas uma vez que as tragédias se produzem.
A crise climática e a necessidade de energia deram lugar a que sobretudo as grandes corporações e os países desenvolvidos falem da energia nuclear como energia alternativa limpa e sustentável. Os próprios projectos do Banco Mundial sobre energia consideram-na como uma importante possibilidade assim como as grandes hidroeléctricas. Cada vez se torna mais claro que estas são falsas soluções que só aumentam o perigo e a vulnerabilidade da humanidade face às mudanças globais.
Está-se a propor a energia nuclear como uma fonte de energia alternativa e "limpa" nas negociações de mudança climática, mas está demonstrado que pode ficar fora de controlo tanto técnico como humano e afectar milhões de pessoas e em particular as próximas gerações pelo seu potencial efeito nocivo sobre a vida. Os Fóruns Multilaterais como o Processo Rio+20, o processo da Convenção do Clima, os fóruns relacionados com energia alternativa e outros devem considerar muito seriamente o uso da energia nuclear pela sua perigosidade.
Pedimos também aos governos que escutem as vozes da sociedade civil de todo o mundo que manifestou a sua oposição às falsas soluções, que escutem os seus povos.
Exigimos que os governos se concentrem em garantir a sobrevivência, o direito à habitabilidade, o direito à saúde e à soberania alimentar de milhões de pessoas no mundo, em vez de debilitar as condições no planeta cumprindo mandatos do capital.
Exigimos e reclamamos em todo o mundo que se proceda ao desmantelamento das centrais nucleares, que se procurem verdadeiras soluções para os povos e que no caminho se apliquem todas as precauções para evitar danos que tenhamos que lamentar. Chernobil, Fukushima são alertas que devem obrigar os governos a deixar de insistir em continuar a promover estes projectos. A energia nuclear para abastecimento de energia e ainda mais com fins bélicos deve parar.
Os negócios não nos interessam, o que nos interessa é a vida e a segurança da população, e não aumentar a sua vulnerabilidade.
CHERNOBIL E FUKUSHIMA SÃO SUFICIENTES!
NÃO À ENERGIA NUCLEAR!
REDES - AMIGOS DE LA TIERRA - Uruguay
FUNDACION SOLON - Bolivia
ECOLOGISTAS EN ACCION - España
BLUE PLANET PROJECT - Canadá
TWN (La RED DEL TERCER MUNDO) -
FoEM FRIENDS OF THE EARTH - Malaysia
CONSUMERS ASSOCIATION OF PENANG, Malasia
PLATAFORMA BOLIVIANA DE ACCION SOBRE EL CAMBIO CLIMATICO
COLECTIVO VIENTOSUR - Chile
HIJOS DEL MONTE, FRENTE NACIONAL CAMPESINO - Argentina
FOCO - Foro Ciudadano de Participación por la Justicia y los Derechos Humanos - Argentina
FEDAEPS - Ecuador
MOCICC (Movimiento Ciudadano Frente al Cambio Climático) - Perú
COMDA (Coalición de Organizaciones Mexicanas por el Derecho al Agua)
FOCUS ON THE GLOBAL SOUTH
ALIANZA SOCIAL CONTINENTAL
SUSTAINABLE ENERGY AND ECONOMY NETWORK (SEEN) - USA
IPS (Institute for Policy Studies) - USA
FUNDACION ECOSUR -Patagonia Chile
FUNDACION TERRAM - Chile
ASAMBLEA CIUDADANA POR LA VIDA de Chilecito, La Rioja -Argentina
Coordinadora por la defensa del agua y la vida. Provincia de El Loa
Asociación Colectivo Poder y Desarrollo Local - Guatemala
Asociación Vidas Verdes - Perú
GREENPEACE - México
GREENPEACE - Argentina
JUBILEO SUR
ACCION ECOLOGICA
OILWATCH - SUDAMERICA
OTROS MUNDOS A.C. - Amig@s de la Tierra México
Irene León, Socióloga - Ecuador
Alicia Tarrio - Argentina
(aberto a adesões)
16.3.11
Japão: sismo desencadeia alerta nuclear ( texto muito interessante do Le Monde Diplomatique)
Neste momento, os nossos primeiros pensamentos vão para as japonesas e para os japoneses, que acabam de sofrer o maior sismo desde Kobé, em 1995. E, entre eles, vão para os bombeiros que partiram de avião para a central nuclear. Estes «liquidatários» vão arriscar a vida para salvar o país e, mais ainda, limitar as consequências planetárias da explosão do reactor. A radioactividade dentro da central já atinge, a cada hora que passa, a quantidade anual admissível. Qualquer acidente adicional vai traduzir-se num crescimento dos riscos para os intervenientes.
É preciso ter uma coragem sem limites para intervir ali conhecendo as consequências. A experiência dos liquidatários de Tchernobil não pode ser esquecida. Aquelas e aqueles que nunca receberam informação sobre essa experiência devem, sem dúvida, ler o livro La Supplication, de Svetlana Alexievitch [1].
Se há pessoas que merecem, a título colectivo, um prémio Nobel da Paz, são realmente os liquidatários de Tchernobil — e agora os de Fukushima.
Do lado oposto ao destas mulheres e homens que vão sofrer neste combate, estão os que brincaram com o fogo nuclear. É a eles que devemos dirigir-nos agora para obter informações que nos permitam realmente escolher, democrática e cientificamente.
Porque o nuclear é uma tecnologia muito particular. Nunca foi confinado e os seus riscos prendem-se com dois tipos de acontecimentos. Em primeiro lugar, o risco ligado ao «acidente»: avaria, explosão e consequências de acontecimentos externos (tsunamis ou perigos terroristas, como o causado pelo avião que, a 11 de Setembro de 2001, devia ter-se despenhado sobre a central de Three Mile Island. A libertação na atmosfera de muitos materiais radioactivos vai provocar, desde logo, cancros e outras doenças — cujo acompanhamento não está, aliás, assegurado. Depois, há o risco das «doses reduzidas», porque as centrais e os outros elos da cadeia nuclear — em particular os transportes, os locais de armazenamento e de extracção de plutónio, como Haia — libertam regularmente elementos radioactivos que estão a seguir presentes nos rios, no mar, nas praias, nas florestas, etc.
Esta ausência de confinamento, que faz com que uma dispersão de produtos radioactivos afecte todo o planeta, diz respeito aos dois tipos de riscos. Tchernobil, apesar dos esforços dos alfandegários franceses, mostrou a extensão das zonas afectadas pelos acidentes. Mas há outras informações que sugerem que os elementos radioactivos circulam cada vez mais. Por exemplo, enquanto que antes de 1945 não existia plutónio na natureza, agora ele pode ser encontrado nos dentes de leite das crianças britânicas.
Quando alguns decidem desenvolver o sector nuclear, todo o planeta é, portanto, afectado. Mas estas decisões são tomadas de forma opaca, sem debate público, sem que se disponibilize uma real informação — contraditória e científica — às populações.
Faltam-nos, em particular, informações essenciais para a tomada de decisões. Todas as tecnologias têm riscos. A questão que se coloca nunca é a da segurança absoluta, mas a da relação entre o risco e os benefícios desejados. Ora, não dispomos de estudos relativos aos seguintes pontos essenciais.
• Qual é a rentabilidade económica do nuclear, considerando todo o tempo de vida do sector? Com efeito, o nuclear tem um tempo de vida muito superior ao tempo de funcionamento (rentabilidade de um ponto de vista económico imediato, a que demasiadas vezes se dá prioridade). Para medir o custo económico real, convém incluir nos modelos o acompanhamento dos resíduos até que os seus riscos se tornem insignificantes, ou seja, durante séculos. Há também o «desmantelamento» das centrais. A experiência de Brennilis, na Bretanha, mostra-nos que os custos reais (e os problemas técnicos surgidos) são muito superiores aos avaliados [2]. Por fim, deve ser feita a avaliação do custo dos acidentes, que como são assumidos por toda a sociedade nunca são incluídos nos cálculos de rentabilidade efectuados pelos agentes da fileira nuclear. Uma subparte desta questão seria conhecer de forma bem precisa o balanço energético global do sector. Que parte da energia produzida é realmente utilizável, uma vez subtraídas as perdas em linha (centrais evidentemente distanciadas dos locais de consumo), a energia dissipada na construção e depois no tratamento dos resíduos e, por fim, no desmantelamento. Sem falar de todo o tipo de custos em caso de acidente.
• Qual é o real impacto do nuclear na saúde, tanto em doses reduzidas [3] como, evidentemente, em situação de acidente? Neste quadro, não nos podemos limitar aos mortos imediatos (em Tchernobil foram uns trinta): é preciso contabilizar as consequências posteriores nas populações vizinhas e nos liquidadores. A morbilidade (doenças, mal-estar, problemas crónicos…) merece toda a nossa atenção. Os estudos relacionados com Tchernobil sempre minimizaram este aspecto [4]. E quando o médico bielorrusso Yury Bandazhevsky mostrou as consequências de Tchernobil nas crianças nascidas depois do acidente, o poder preferiu fechá-lo na prisão. As consequências no Japão, que dispõe de um excelente aparelho estatístico e de um acompanhamento médico particularmente eficaz e competente na área do nuclear — uma herança de Hiroxima e Nagasáqui — devem merecer toda a nossa atenção. Os doentes não podem continuar a ser descartados como vítimas de uma síndrome de paranóia atómica.
• Quais são as implicações do nuclear energético sobre a paz no mundo? É nas chamadas fileiras «civis» que têm origem os produtos utilizados pelas armas nucleares, tanto no caso dos materiais físseis de alta energia usados para a bomba como no caso dos chamados materiais «empobrecidos» usados para as armas penetrantes. A mesma origem «civil» têm os produtos usados nas «bombas sujas», utilizadas por agentes não-estatais. E não são as centrais nucleares pontos de fraqueza que podem ser explorados por atacantes? O exemplo japonês mostra que o acidente não está forçosamente ligado a causas «internas» às próprias centrais.
• Qual é o impacto social da indústria nuclear? Porque se tornou o emprego precário a norma numa indústria em que a força de trabalho que se compra, para intervir em zona contaminada, é a própria vida dos operários? O excelente romance La Centrale, de Elisabeth Filhol, é uma investigação junto destes precários do nuclear em França [5]… Basta imaginar qual será a situação em países onde a pobreza, e portanto a necessidade de vender o que se tem para alimentar a família, é mais forte. A que modelo de trabalho recorre o sector nuclear? E de que modelo de dessensibilização se cobrem os «assalariados»? Quem lida com trabalhadores do nuclear tem, evidentemente, histórias anedóticas para contar sobre a mistura de medo da radiação e de valentia que muitas vezes leva, em caso de exposição a doses excessivas, a que se acuse os detectores de radioactividade em vez de reconhecer as emissões.
Os entusiasmos das décadas entre 1930 e 1950, período em que reinou a ideia de uma energia «inesgotável», de alto rendimento e de baixo custo, podem ser compreendidos. Tratava-se de dominar o fogo, uma actividade que os homens adoram… Mas será possível que tudo fique igual depois de Tchernobil? Podemos persistir no mesmo? Porque o argumento da «segurança» reforçada nas centrais refere-se sobretudo a problemas internos, nomeadamente aos meios para enfrentar as más decisões humanas. Mas será possível oferecer garantias suficientes face aos actos externos de alta energia (sismo, tsunami, mas também tempestade, ataque terrorista dirigido, etc.)? É certo que, a partir do momento em que há um alerta sísmico, as centrais japonesas são colocadas em suspensão, mas esta é uma operação longa e que pode correr mal, como temos vindo a constatar nos últimos dias. Haveria uma «segurança» que pudesse ter estado à altura do acontecimento? À altura das consequências sociais e sanitárias do acidente?
É a este tipo de questões que a comunidade científica, mas também os cidadãos, a quem elas dizem respeito, devem dedicar a sua atenção. Para que a escolha de manter ou abandonar o nuclear se apoie em dados globais e coerentes, e não em pressupostos, sejam eles ideológicos (a mistificação do progresso e do controlo humano dos acontecimentos) ou mais especificamente ligados a interesses económicos. Os poderes públicos podiam dedicar os seus esforços a estas reflexões abertas, em vez de servirem de representantes comerciais internacionais aos transnacionais do sector.
Acrescentemos um último ponto sobre a informação relativa ao nuclear. Estamos agora perante um estudo de caso. O que nos dizem os jornalistas é fiável? Quais são as suas fontes? Seguir, hora após hora, os fios das informações, das negações, dos desmentidos, das confirmações e dos erros de informação difundidos desde que o sismo ocorreu mostra os limites de uma informação planetária quando estão em jogo questões económicas, mas também políticas, militares e ideológicas.
É verdade que o papel da comunicação social não é fazer com que as populações entrem em pânico. Muitas vezes o pânico provoca catástrofes ainda maiores. Mas à distância também será assim? Teremos de fazer o luto de uma informação apoiada nos factos em benefício de uma «informação de guerra», isto é, orientada pelas necessidades de segurança dos poderes públicos? Por fim, será que se deve tomar as populações por ignorantes e acreditar que ninguém consegue perceber a preocupação que está por detrás da agitação? E, neste caso, a ausência de transparência não será ainda mais preocupante?
Os acidentes são momentos muito sensíveis durante os quais é preciso calar e agir (o perigo está ali, é preciso enfrentá-lo) e preparar o amanhã, retirar lições e prever consequências. Infelizmente, uma vez passada a emoção, as questões tendem a ser postas de lado pela rotina, pelos compromissos, pela ausência de reflexão global e, sobretudo, pela imunidade de que gozam os agentes dos sectores que criam os acidentes (e não apenas o nuclear…). No fim de contas, se ainda há pessoas vivas para continuar a informar, é certamente porque o perigo foi «vencido»…
Ulrich Bek, no livro premonitório La Société du risque (escrito antes de Tchernobil e publicado na semana seguinte, com um prefácio escrito a quente [6]), explicava que depois de o risco se ter concretizado, as sociedades, para continuarem a existir, tinham como principal obsessão simplesmente negá-lo. Até à sua próxima ocorrência?
Texto de Hervé Le Crosnier
Foto de Dalaiama Street Art
quarta-feira 16 de Março de 2011
Notas
[1] Ver Dominique Chouchan, «Les survivants de Tchernobyl», Le Monde diplomatique, Abril de 1999.
[2] Ler «Brennilis: 25 ans de centrale. Il est plus facile de construire une centrale nucléaire que de la démanteler», Le Canard enchaîné, 28 de Julho de 2010; Angélie Baral, «Nucléaire pas cher: la fin du rêve», Urbiz.fr, 25 de Agosto de 2010.
[3] Ver Jean-François Viel, La Santé publique atomisée. Radioactivité et leucémie, Les leçons de la Hague, La Découverte, 1998.
[4] Para um balanço actualizado da catástrofe, ler Alison Katz, «Os dossiês enterrados de Tchernobil», Le Monde diplomatique — edição portuguesa, Dezembro de 2010.
[5] Elisabeth Filhol, La Centrale, POL, Paris, 2010.
[6] Traduzido em francês em 2001, Flammarion, Paris.
Concentração contra a ameaça nuclear e de solidariedade com o povo japonês em Lisboa ( dia 17, às 18h00)
Foram convocadas, em toda a Península Ibérica, concentrações contra a ameaça nuclear e de solidariedade com o povo japonês, afectado pelos desastres das centrais nucleares.
Em Lisboa, queremos fazer uma concentração silenciosa em frente à Embaixada do Japão, para manifestar a solidariedade com o povo japonês.
Lisboa: 5ª feira, 17/03/2011, 18h00
Embaixada Japão (Av. Liberdade, 245) - 18h00
Embaixada Espanha (R. Salitre, 1) - 19h00
Evento de Lisboa no Facebook:
Lista de iniciativas na Península Ibérica:
O estado lastimável em que se encontram os 4 reactores da central nuclear de Fukushima no Japão. O reactor nº4 é o que concentra as maiores atenções, mas tudo indica que uma catástrofe nuclear está iminente
O ponto da situação às 13 horas de Lisboa de hoje (16/3/2011):
REACTEUR 1: Le coeur a partiellement fondu. Pour abaisser la pression dans le bâtiment du réacteur, Tepco a procédé samedi à un rejet d'hydrogène dans l'atmosphère qui a provoqué une explosion. Le toit du bâtiment s'est effondré, mais l'enceinte de confinement de ce réacteur serait intacte.
REACTEUR 2: Le coeur a partiellement fondu. Explosion d'hydrogène mardi à l'aube dans le bâtiment du réacteur. Une piscine de rétention située à l'intérieur de l'enceinte de confinement est endommagée. L'étendue des dégâts, notamment sur l'étanchéité de l'enceinte de confinement, reste incertaine.
REACTEUR 3: Fusion partielle du coeur. Explosion d'hydrogène lundi provoquée par un relâchement de pression dans le bâtiment du réacteur. Le toit et certaines parois du bâtiment extérieur sont soufflées. L'enceinte de confinement a peut-être été endommagée.
REACTEUR 4: Explosion mardi dans ce réacteur à l'arrêt pour maintenance au moment du séisme. Un incendie se déclare au niveau de la piscine d'entreposage du combustible usé. Il est éteint par l'armée américaine. Une partie du combustible n'est plus recouverte et les autorités essayent de le remettre sous l'eau pour empêcher des rejets radioactifs dans l'atmosphère. Un hélicoptère est déployé pour verser de l'eau sur ce réacteur, mais l'opération a dû être interrompue à cause d'un niveau de radiation trop élevé. Une nouvelle tentative sera faite avec un canon à eau.
REACTEURS 5 ET 6: Une légère hausse de température a été mesurée mardi dans ces deux réacteurs éloignés des réacteurs 1 à 4, et qui étaient à l'arrêt pour maintenance au moment du séisme.
Fonte: Le Monde
15.3.11
35 anos depois de Ferrel, Península Ibérica exige o fim da energia nuclear
Há 35 anos atrás, a população de Ferrel marchou contra a construção da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejeição do nuclear em Portugal. Também em Espanha, nos anos 70, fortes mobilizações anti-nucleares conseguiram impedir 10 dos 25 projectos planeados. Contudo, o acidente de Fukushima veio relembrar que os perigos da energia nuclear não conhecem fronteiras. Organizações portuguesas e espanholas reclamam agora o encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.
A situação nuclear no Japão
No passado dia 11 de Março, o Japão foi devastado por um sismo de magnitude 9,0 graus na escala de Richter e consequente tsunami. Para além da significativa perda de vidas humanas e de bens, as consequências podem ser ainda mais graves devido a problemas registados nas centrais nucleares.Esta situação expõe as fragilidades e os riscos associados ao uso da energia nuclear de fissão, não obstante o enorme investimento feito em segurança e o discurso tecnocrata de que tudo é controlável.
Vários especialistas consideram já este como o segundo maior incidente nuclear da história e não excluem a hipótese de ultrapassar a gravidade de Chernobil. Há neste momento vários reactores em risco de fusão do núcleo e já ocorreram várias fugas de compostos altamente radioactivas. Uma catástrofe ecológica e social é, neste momento, uma forte possibilidade. A gravidade da catástrofe, não só para o Japão, como também para os países vizinhos, será ditada pelo que se venha a passar com os reactores (que continuam a constituir uma incógnita para os especialistas), bem como pela direcção dos ventos que transportam as nuvens radioactivas.
Portugal disse não ao nuclear em Ferrel, há 35 anos
Em 1976 ainda não tinham ocorrido os acidentes nucleares mais graves da história: Three Mile Island (1979), Chernobyl (1986) e Fukushima (2011). Tal não impediu a população de Ferrel (localidade situada numa zona de sismicidade elevada, no concelho de Peniche) de marchar contra a construção de uma central nuclear na sua terra, a 15 de Março de 1976.
Também em Espanha se geraram fortes mobilizações anti-nucleares em Espanha, que conseguiram impedir a construção de 15 centrais nucleares no território espanhol. Como resultado, apenas entraram em funcionamento 10 reactores nucleares dos 25 planeados. Destes dez, um deles foi encerrado após o acidente de Vandellós em 1979 e a de Zorita encerrou em Junho de 2004.
35 anos depois, é tempo de reavaliar as unidades que se construiram por toda a Europa e, em particular na Península Ibérica, onde Espanha conta com 6 centrais nucleares (8 reactores) em operação, duas delas (Sta. María Garoña, perto de Burgos e Cofrentes, perto de Valência), utilizando a mesma tecnologia (BWR) que a central de Fukushima. A Central Nuclear de Almaraz, junto ao Tejo e a 100km da fronteira portuguesa, já ultrapassou o período previsto de funcionamento e há alguns meses foi decidido prolongar em 10 anos o seu período de actividade. Este é mais um factor de preocupação para Espanha e para Portugal. Em caso de um grave acidente nuclear, os impactos dificilmente ficarão contidos nas fronteiras espanholas.
Pedimos o encerramento faseado das centrais nucleares espanholas
A energia nuclear é prescindível em Espanha, dado que este país exporta energia eléctrica a todos os seus países vizinhos, incluindo França. A electricidade produzida pelas nucleares pode substituir-se por medidas de poupança e eficiência e por um forte apoio às energias renováveis. Desta forma poderia libertar-se a Península Ibérica do risco que constitui o funcionamento do 8 reactores nucleares, eliminando a possibilidade de desastres com o de Fukushima, no Japão.
Além do mais, evita-se a necessidade de gestão de resíduos radioactivos que venham a ser produzidos. Actualmente há cerca de 3500 toneladas de resíduos de alta actividade, que chegariam a 7000 Tm. Com o encerramento faseado das nucleares, o volume de resíduos nucleares seria convenientemente reduzido.
Se queremos uma sociedade sustentável, não podemos apostar em formas de produzir energia que possam pôr em causa as gerações presentes e as futuras, seja através da exploração do urânio, da ocorrência de acidentes ou através do legado futuro em termos de desmantelamento e deposição final dos resíduos nucleares.
Esperamos que a situação se resolva sem danos significativos para as pessoas e para o ambiente, mas o aviso é claro e não pode deixar de ser ouvido por todos aqueles que desejam uma sociedade sustentável e com futuro. As organizações subscritoras deste comunicado, apelam, por isso, ao encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.
AZU
Ecologistas en Acción
Francisco Castejón (Campaña Antinuclear)
GAIA
Quercus
http://gaia.org.pt/node/15922
Imagem retirada do:
http://ingenea.gualter.net/
Tsunami Nuclear no Japão e solidariedade com o povo japonês
http://twitter.com/ecologistas/favorites
http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-12307698
http://www.ecologistasenaccion.org/
Foi convocado para dia 17 uma acção internacional contra a Ameaça Nuclear e de Solidariedade com o povo japonês.
ENERGIA NUCLEAR? NÂO, OBRIGADO
Agora e sempre contra o lobby pró-nuclear
Novas e várias explosões registaram-se na central nuclear de Fukushima, no Japão. A radioactividade encontra-se acima dos níveis admissíveis. O Acidente Nuclear gannha cada vez maiores proporções.
A 100 km a norte a central de Onagawa está em estado de urgência.
Por sua vez na central de Tokaï a cerca de 100 km a norte de Toquio, um dos seu reactores encontra-se avariado e não se consegue o seu arrefecimento.
Assembleia MayDay em Lisboa na próxima 4ª feira (dia 16)
4ª feira :: 16 de Março :: 21h
SOLIM (Rua da Madalena, 8)
Entretanto, no Porto, no dia 1 de Março, realizou-se também a primeira assembleia preparatória do MayDay, às 21h30, no Breyner 85 (Rua do Breyner, 65. Porto).
MayDay Lisboa 2011 já arrancou e começou a reunir forças para um percurso que junta muitas vozes contra a precariedade e que culmina na manifestação de todos os trabalhadores, no 1º de Maio.
Vem pensar e construir este caminho connosco!
O MayDay é uma parada contra a precariedade, que decorre no dia 1 de Maio. Desde a estreia em Milão (2001), o MayDay tem-se multiplicado por todo o mundo. Em 2007, chegou a Lisboa e, em 2009, realizou-se pela primeira vez, no Porto. Em 2011, novamente, o precariado sairá à rua em Lisboa e no Porto É um protesto de trabalhadores/as precários/as que se realiza no 1º de Maio.
Em 2011, vamos novamente sair à rua...
porque acreditamos em trabalho com direitos, para todos/as;
porque defendemos o trabalho digno;
porque não aceitamos que as nossas vidas se façam a prazo, a recibo verde ou em empresas de trabalho temporário (ETT's);
porque não aceitamos a indignidade do desemprego e da desprotecção social;
porque acreditamos que não há liberdade enquanto houver precariedade.
http://www.maydaylisboa.net
http://www.maydayporto.blogspot.com/
12 Março 2011O MayDay Lisboa 2011 já começou!
Dia 13 de Março o protesto continua!
O discurso da estabilidade que nos vende o poder político e financeiro é simples: é o discurso do medo, do “deixem-se estar quietinhos, porque senão vai ser ainda pior”. Não podemos viver no medo do FMI, do défice ou dos mercados financeiros porque esse medo é a chantagem para que a nossa vida seja cada vez pior. Acusam-nos de ter excesso de expectativas quando ainda só conhecemos dificuldades.
MayDay, MayDay!!
O Mayday é um movimento de trabalhadores/as precários/as que culmina numa manifestação no 1º de Maio, onde nos juntamos, todos e todas. De todas as idades e de todas as experiências laborais. Porque sabemos que a chantagem que nos impõem é sobre a nossa vida e que, embora se reflicta de formas diferentes, ela tem por base o mesmo plano político de desestruturação social e de aumento das desigualdades. Organizamo-nos através de assembleias abertas e divulgadas publicamente para que toda a gente possa participar. No Mayday, toda a gente faz falta – trabalhadores e trabalhadoras a falsos recibos verdes, com contratos a termo, em subcontratação por Empresas de Trabalho Temporário que nos roubam metade do salário, trabalhadores/as informais, estudantes a quem a bolsa foi cortada, intermitentes do espectáculo, desempregados/as, bolseiros/as de investigação, quem faz estágios não-remunerados, todos e todas aquelas que vêem os seus direitos reduzidos e todas e todos os que se quiserem juntar por saberem que os direitos laborais, sendo para todos, são também para si.
Sabemos que a precariedade não é inevitável. E sabemos que somos muito mais do que aquilo a que nos querem reduzir. Junta o teu grito a esta revolta