Entre Abril e Julho deste ano, algumas organizações e pessoas encontraram-se em Lisboa para debater a situação do país, particularmente a que é vivida no quadro da crise mundial do capitalismo. O seu intuito foi procurar pontos comuns de análise da situação e discutir as condições para uma actuação política conjunta.
Os que participaram nos encontros não se iludem sobre a actual fraqueza da esquerda anticapitalista. E sabem que fraca continuará a ser se não forem encontradas formas de juntar forças na base de uma plataforma política mínima, comummente aceite.
Nesse sentido, a plataforma O capital que pague a crise, aprovada nos referidos encontros, representa um passo em frente. Ela permite, com efeito, dar a conhecer, de forma mais sistematizada e alargada, posições anticapitalistas de resposta à crise actual. E cria, portanto, condições para colocar a questão da resistência dos trabalhadores, não em termos de partilha de sacrifícios ou de medidas aceitáveis pelo patronato e pelo poder, mas em termos de luta pelos interesses de classe dos assalariados.
A Plataforma Anticapitalista em que as citadas organizações convergiram é uma base de colaboração aberta a demais grupos e pessoas. O seu ponto central é combater a pilhagem a que os trabalhadores e os pobres estão a ser sujeitos, dizendo-lhes que nada têm a esperar deste regime.
Publicamos de seguida um comunicado sobre os Encontros e o texto da Plataforma Anticapitalista O capital que pague a crise, apelando aos nossos leitores para que os apoiem e divulguem.
Encontros da Plataforma Anticapitalista
Diversas organizações e pessoas a título individual encontraram-se, em Abril, Junho e Julho, para trocarem informações e para analisarem em comum a presente situação política do país e do mundo.
Em resultado, decidiram:
1. Dar continuidade aos encontros com as seguintes finalidades:
- trocar informações sobre lutas, realizações, etc, de interesse comum, nacionais ou internacionais;
- debater posições ou propostas políticas;
- encontrar formas de acção e de intervenção comuns.
Os encontros serão regulares. Serão coordenados por uma comissão, cujos membros não são fixos, encarregada de assegurar a realização dos encontros e de propor os assuntos para discussão. Serão abertos à participação de outras organizações e pessoas que concordem com a plataforma entretanto aprovada.
2. Criar uma folha, não periódica, mas com desejável regularidade, com vista a divulgar posições sobre acontecimentos políticos, apoiar acções de luta de trabalhadores, etc, que os participantes dos encontros achem pertinentes.
3. Discutir e definir uma plataforma reivindicativa com o objectivo de criar uma base de acção comum.
Em consequência das discussões travadas, foi aprovada a plataforma “O capital que pague a crise”.
A meta imediata é dar a conhecer posições políticas anticapitalistas, hoje francamente minoritárias, sobre a situação portuguesa e internacional, particularmente em resposta à presente crise mundial.
O propósito é lançar e divulgar o mais possível um conjunto de exigências económicas e políticas de alcance imediato que respondam à situação actual e que, desse modo, encontrem eco entre os trabalhadores.
Tais exigências têm em conta os problemas presentes das classes trabalhadoras e o estado de consciência da maioria.
Mas em vez de pregarem a moderação e a resignação, procuram pôr em contraste os interesses de classe que se chocam na presente crise e incentivar os trabalhadores a reagirem e a rejeitarem pagar-lhe os custos.
4. Promover uma campanha de divulgação pública da plataforma aprovada e de recolha de apoios.
5. Marcar novo encontro para debater as eleições legislativas e autárquicas.
Colectivo de Comunistas Revolucionários
Colectivo Mudar de Vida
Colectivo Política Operária
5 Julho 2009
Plataforma anticapitalista
O capital que pague a crise
Patronato, governo e partidos do poder fazem-nos crer que a recuperação da presente crise capitalista exige sacrifícios partilhados por todos.
Na verdade, são os trabalhadores assalariados que estão a suportar o grosso dos sacrifícios.
O ponto central da nossa posição é de que os trabalhadores devem rejeitar pagar os custos da crise – pela acção de massas, pelo apoio mútuo, pela solidariedade de classe (nacional e, sempre que possível, internacional).
Consideramos que a resposta à crise não está na habilidade das “soluções” propostas, mas na força posta no confronto de classes.
Para os trabalhadores, o resultado depende da resistência que opuserem às medidas aplicadas por governos e patrões, das exigências que colocarem, da energia que puserem na sua defesa.
A expressão que resume esta ideia é:
O capital que pague a crise
As exigências concretas que pretendemos popularizar são as seguintes:
1. Trabalho para todos
- Ponto final nos despedimentos
- Proibição do lay-off
- Combate ao desemprego, ao subemprego e ao trabalho precário através da redução do horário de trabalho sem redução de salários
2. Combate à pobreza e à degradação do nível de vida
- Aumento geral de salários e pensões, redução dos leques salariais
- Uso exclusivo dos dinheiros do Estado e da Segurança Social para apoio ao emprego e ao bem-estar dos trabalhadores. Nem mais um tostão para banqueiros e especuladores
3. Mais justiça social em vez de polícia
- Apoio social aos bairros pobres e às populações imigrantes
- Julgamento e condenação dos especuladores e corruptos
- Fim dos privilégios (pensões, indemnizações, carros, etc.) dos administradores, políticos e patrões que cometeram fraudes
4. Pôr em minoria os partidos do capital
- Contra a maioria absoluta, contra o bloco central
- Não votes nos partidos de quem te explora
Colectivo de Comunistas Revolucionários
Colectivo Mudar de Vida
Colectivo Política Operária
5 Julho 2009
Fonte:
Encontros da Plataforma Anticapitalista
Diversas organizações e pessoas a título individual encontraram-se, em Abril, Junho e Julho, para trocarem informações e para analisarem em comum a presente situação política do país e do mundo.
Em resultado, decidiram:
1. Dar continuidade aos encontros com as seguintes finalidades:
- trocar informações sobre lutas, realizações, etc, de interesse comum, nacionais ou internacionais;
- debater posições ou propostas políticas;
- encontrar formas de acção e de intervenção comuns.
Os encontros serão regulares. Serão coordenados por uma comissão, cujos membros não são fixos, encarregada de assegurar a realização dos encontros e de propor os assuntos para discussão. Serão abertos à participação de outras organizações e pessoas que concordem com a plataforma entretanto aprovada.
2. Criar uma folha, não periódica, mas com desejável regularidade, com vista a divulgar posições sobre acontecimentos políticos, apoiar acções de luta de trabalhadores, etc, que os participantes dos encontros achem pertinentes.
3. Discutir e definir uma plataforma reivindicativa com o objectivo de criar uma base de acção comum.
Em consequência das discussões travadas, foi aprovada a plataforma “O capital que pague a crise”.
A meta imediata é dar a conhecer posições políticas anticapitalistas, hoje francamente minoritárias, sobre a situação portuguesa e internacional, particularmente em resposta à presente crise mundial.
O propósito é lançar e divulgar o mais possível um conjunto de exigências económicas e políticas de alcance imediato que respondam à situação actual e que, desse modo, encontrem eco entre os trabalhadores.
Tais exigências têm em conta os problemas presentes das classes trabalhadoras e o estado de consciência da maioria.
Mas em vez de pregarem a moderação e a resignação, procuram pôr em contraste os interesses de classe que se chocam na presente crise e incentivar os trabalhadores a reagirem e a rejeitarem pagar-lhe os custos.
4. Promover uma campanha de divulgação pública da plataforma aprovada e de recolha de apoios.
5. Marcar novo encontro para debater as eleições legislativas e autárquicas.
Colectivo de Comunistas Revolucionários
Colectivo Mudar de Vida
Colectivo Política Operária
5 Julho 2009
Plataforma anticapitalista
O capital que pague a crise
Patronato, governo e partidos do poder fazem-nos crer que a recuperação da presente crise capitalista exige sacrifícios partilhados por todos.
Na verdade, são os trabalhadores assalariados que estão a suportar o grosso dos sacrifícios.
O ponto central da nossa posição é de que os trabalhadores devem rejeitar pagar os custos da crise – pela acção de massas, pelo apoio mútuo, pela solidariedade de classe (nacional e, sempre que possível, internacional).
Consideramos que a resposta à crise não está na habilidade das “soluções” propostas, mas na força posta no confronto de classes.
Para os trabalhadores, o resultado depende da resistência que opuserem às medidas aplicadas por governos e patrões, das exigências que colocarem, da energia que puserem na sua defesa.
A expressão que resume esta ideia é:
O capital que pague a crise
As exigências concretas que pretendemos popularizar são as seguintes:
1. Trabalho para todos
- Ponto final nos despedimentos
- Proibição do lay-off
- Combate ao desemprego, ao subemprego e ao trabalho precário através da redução do horário de trabalho sem redução de salários
2. Combate à pobreza e à degradação do nível de vida
- Aumento geral de salários e pensões, redução dos leques salariais
- Uso exclusivo dos dinheiros do Estado e da Segurança Social para apoio ao emprego e ao bem-estar dos trabalhadores. Nem mais um tostão para banqueiros e especuladores
3. Mais justiça social em vez de polícia
- Apoio social aos bairros pobres e às populações imigrantes
- Julgamento e condenação dos especuladores e corruptos
- Fim dos privilégios (pensões, indemnizações, carros, etc.) dos administradores, políticos e patrões que cometeram fraudes
4. Pôr em minoria os partidos do capital
- Contra a maioria absoluta, contra o bloco central
- Não votes nos partidos de quem te explora
Colectivo de Comunistas Revolucionários
Colectivo Mudar de Vida
Colectivo Política Operária
5 Julho 2009
Fonte: