As confecções Avri, no Parque Industrial do Canhoso, na Covilhã, vão encerrar, mas não têm dinheiro para pagar indemnizações às 98 pessoas que vão ficar sem trabalho, anunciou a Administração.
Ontem de manhã, as trabalhadoras daquela unidade afirmaram que não abdicam de receber o que lhes é devido e contestaram o facto de não terem acesso ao fundo de desemprego, por a empresa alegar falta de dinheiro para o despedimento colectivo.
A fábrica vai fechar porque a principal sócia, sediada em França, passou a encomendar os artigos de pronto-a-vestir de senhora à Ásia, "onde há condições mais favoráveis" que em Portugal, referiu o advogado da empresa, Gustavo Anderson. A empresa ainda vai pagar o salário de Setembro, mas depois, nem despede, nem garante nada mais. "A única coisa que poderá responder pelos créditos dos trabalhadores é o património da empresa" a ser liquidado no processo de insolvência que será iniciado em Outubro, acrescentou.
Para contornar as obrigações decorrentes do despedimento colectivo, a empresa propõe em alternativa entregar, no início de Outubro, uma declaração de que não prevê pagar mais salários, para que os trabalhadores possam suspender contratos com direito a prestações sociais e mais tarde despedirem-se com justa causa.
"O que está em questão é garantir meios de subsistência no mais curto espaço de tempo", reclama Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB).
Fonte: Jornal de Notícias