5.7.09

O Cooperativismo teve ontem o seu 87º dia internacional , e foi divulgada por esse motivo uma mensagem da Aliança Cooperativa Internacional





O Dia Internacional do Cooperativismo foi instituído em 1923, no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional - ACI, com o objetivo de comemorar, no primeiro sábado de julho de cada ano, a confraternização de todos os povos ligados ao Cooperativismo.
Originalmente denominava-se "Dia da Cooperação".
Com o tempo passou a ser chamado "Dia do Cooperativismo", e actualmente, "Dia Internacional do Cooperativismo".

MENSAGEM DA ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL

... no 87º DIA INTERNACIONAL DAS COOPERATIVAS DA ACI ( ou 15º DIA INTERNACIONAL DAS COOPERATIVAS DA ONU ) no dia 4 DE JULHO DE 2009

"ORIENTAR A REFORMA GLOBAL POR INTERMÉDIO DA EMPRESA COOPERATIVA"

De acordo com estudo recente feito pela ACI por encomenda da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as cooperativas resistem melhor à crise que as outras formas de empresa. As cooperativas financeiras mantiveram-se financeiramente sólidas; as cooperativas agrícolas em numerosos países do mundo tiveram excedentes; as cooperativas de consumo apresentam volumes de negócio acrescidos; as cooperativas de trabalho crescem. Cada vez mais pessoas escolhem a empresa cooperativa para responder às novas realidades económicas.

Porque é que as cooperativas são capazes de sobreviver e ainda prosperar em tempo de crise, e para lá dela?

Graças ao seu modelo. A empresa cooperativa é um modelo alternativo que, em lugar de se concentrar no lucro, se concentra nas pessoas, agrupando a sua força de mercado ao mesmo tempo que as guia pelos seus valores e princípios cooperativos.

Em numerosos países e sectores pelo mundo, a empresa cooperativa cresce em número de membros, em capital e volume de negócios. As cooperativas contribuem de modo significativo para manter e criar empregos, garantindo assim o rendimento das famílias. Garantem que os preços permanecem justos e que os produtos de consumo, alimentação e serviços se mantêm sãos, fiáveis e de boa qualidade. As instituições financeiras cooperativas conheceram um afluxo de capital porque os consumidores reconhecem a segurança e fiabilidade das cooperativas de poupança e crédito, dos bancos cooperativos e das seguradoras cooperativas que, em muitos casos, continuaram a fornecer crédito aos particulares e às pequenas empresas. Ao fazê-lo, demonstram que a empresa cooperativa é viável e que as empresas que se regem por valores éticos podem singrar e contribuir para uma retoma económica sustentável.

Os economistas, o mundo académico e a comunidade internacional procuram desesperadamente como estimular uma retoma global e ao fazê-lo, começam a interrogar-se sobre o modelo económico actual, que perdeu a confiança, tanto dos responsáveis políticos como do consumidor médio. Procuram nomeadamente regular os mercados e particularmente as instituições financeiras, para assegurar um funcionamento mais ético e transparente. Todavia, nessa procura, redescobrem também e reconhecem o potencial das cooperativas em contribuir de modo significativo para um novo sistema económico.

Numerosos Governos já tomam em conta a opção cooperativa neste novo ambiente económico, seja para estimular a produção agrícola, ou para reorganizar os sistemas de protecção social nacionais, como o mostra o recente debate nos Estados Unidos sobre a reforma do sistema de saúde e a proposta de criar cooperativas de saúde. Reconhecem também o contributo que as cooperativas podem dar na retoma nos seus países e encorajam cada vez mais os seus cidadãos a considerar a empresa cooperativa para as suas finanças, para aumentar a sua produtividade e para o seu bem-estar geral.

O Movimento Cooperativo deverá trabalhar com os responsáveis políticos para assegurar que reconheçam a particular natureza das cooperativas. Elas não devem ser demasiadamente reguladas e eles devem compreender a sua aversão ao risco. Uma resposta política coerente e bem articulada é crucial para assegurar que elas não sejam prejudicadas pelas mudanças no enquadramento regulamentar. Apenas graças a políticas apropriadas é que as cooperativas continuarão a ser capazes de orientar a retoma global.

Se bem que alguns economistas a propósito do estado da economia venham dizer que o pior já passou e que a retoma deve começar no fim do ano, a recessão afecta e afectará as empresas. Numerosas cooperativas serão tentadas a sobreviver a qualquer preço, incluindo renunciando à sua natureza. Mas é cada vez mais evidente que pôr em prática os valores e princípios cooperativos poderá ser o factor determinante de uma viabilidade a longo prazo. É tempo de fazer acentuar a natureza cooperativa.

Ao movimento cooperativo depara-se uma oportunidade sem precedentes. Deve vencer o desafio e ser capaz de demonstrar que o modelo de empresa cooperativo é o melhor modelo alternativo de empresa no futuro. As cooperativas demonstram actualmente que, não apenas gerem o desenvolvimento económico, como também praticam a democracia económica e política e são socialmente responsáveis. As cooperativas oferecem uma maneira mais justa de negociar, em que os valores sociais e ambientais não são apenas respeitados quando isso convém, mas são, simplesmente, a maneira de empreender das cooperativas.

Neste Dia Internacional das Cooperativas, a ACI faz apelo aos cooperadores do mundo inteiro para que reforcem o seu compromisso nos valores e princípios cooperativos, para que celebrem o seu sucesso nestes tempos difíceis e para que trabalhem em conjunto por forma a assegurarem-se que lideram a retoma global no mundo.



Maneiras Cooperativas de Pensar e Agir -Contributo para a História do Cooperativismo

No passado mês de Maio foi apresentado na casa António Sérgio, Travessa do Moinho de Vento, 4 – Lapa, Lisboa, por iniciativa do INSCOOP o livro “Maneiras Cooperativas de Pensar e Agir - Contributo para a História do Cooperativismo" de José Hipólito Santos que pretende ser um testemunho das condições difíceis vividas pelo cooperativismo português nos últimos anos.