21.3.07

Um dia com Leopoldo Maria Panero, poeta marginal de língua castelhana


http://www.youtube.com/watch?v=KpoGTtNMs0E


http://www.youtube.com/watch?v=nV4I-s-Tt2w

Leopoldo Maria Panero nasceu em Madrid, em 1948. O pai, Leopoldo Panero, é o poeta "oficial" do franquismo, enquanto o irmão, Juan Luis Panero, é um dos nomes mais significativos da geração de 50 da poesia espanhola. A sua vocação para a poesia e a tendência para pensamentos atormentados, evidenciaram-se desde quando era criança.

Na juventude interessou-se pela política e as suas ideias encontraram afinidades com o comunismo. Aos 16 anos aderiu ao Partido Comunista, na altura clandestino e chegou a estar preso durante um curto período, onde teve a oportunidade de contactar, pela primeira vez, com a droga.
A partir daí a sua vida foi ficando cada vez mais labiríntica. Tornou-se alcoólico e começou a sofrer crises depressivas frequentes. Tentou suicidar-se em duas ocasiões. Aos 21 anos, diagnosticaram-lhe esquizofrenia e Panero internou-se voluntariamente no manicómio de Tafira (Las Palmas, nas Grandes Canárias), lugar onde tem vivido até aos dias de hoje.

Durante toda a sua vida, a paixão pela literatura e pela escrita foram uma constante, a elas se dedica exclusivamente desde que foi internado. As “vozes” que ouve, não são as mesmas que ouvem os outros alienados com quem vive há mais de 15 anos. Aos ouvidos de Panero, sussurram as vozes de Lewis Carroll, Edgar Allan Poe, James M. Barrie, H. P. Lovecraft...
“Por el camiño Swan” foi o seu primeiro livro, publicado em 1968. para além de poeta, traduziu e escreveu ensaios e prosas. Da sua obra destacam-se: «Así se fundó Carnaby Street» (1970), «En Teoría» (1973), «Narciso en el acorde último de las flautas» (1979), «Dioscuros» (1982), «Poemas del manicomio de Mondragón» (1987) y «Heroína y otros poemas» (1992).
Leopoldo Maria Panero, tornou-se no único poeta maldito conhecido da moderna literatura espanhola. Enquanto os outros ganham prémios, ocupam cargos importantes e discutem nas tertúlias dos ilustres meios de comunicação, Panero vai escrevendo em cárceres, manicómios e sórdidas pensões

Biografia retirada
daqui
Mais informações: aqui,
http://es.wikipedia.org/wiki/Leopoldo_María_Panero
http://www.letras.s5.com/ar131204.htm





DESEO DE SER PIELROJA

La llanura infinita y el cielo su reflejo.
Deseo de ser piel roja.
A las ciudades sin aire llega a veces sin ruido
el relincho de un onagro o el trotar de un bisonte.
Deseo de ser piel roja.
Sitting Bull ha muerto: no hay tambores
que anuncien su llegada a las Grandes Praderas.
Deseo de ser piel roja.
El caballo de hierro cruza ahora sin miedo
desiertos abrasados de silencio. Deseo
de ser piel roja.S
itting Bull ha muerto y no hay tambores
para hacerlo volver desde el reino de las sombras.
Deseo de ser piel roja.
Cruzó un último jinete la infinita
llanura, dejó tras de sí vana
polvareda, que luego se deshizo en el viento.
Deseo de ser piel roja.
En la Reservación no anida
serpiente cascabel, sino abandono.
DESEO DE SER PIEL ROJA.
(Sitting Bull ha muerto, los tambores
lo gritan sin esperar respuesta. )