21.3.07

A importância do sono e em dormir bem

Hoje, celebra-se o Dia Mundial do Sono. E é precisamente no Dia Mundial do Sono que nos chega esta notícia: os portugueses gastaram, em 2006, 80 milhões de euros em sedativos, hipnóticos e ansiolíticos. Brutal!Somos entupidos com drogas, a bem do quê?
De certeza, apenas, a bem das carteiras das grandes empresas farmacêuticas e dos médicos que com elas partilham os despojos da fraca saúde mental dos portugueses!
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O texto seguinte foi retirado daqui

Assinala-se esta quarta feira, 21 de Março, o Dia Mundial do Sono. O sono é um indicador de saúde. Uma quantidade suficiente assim como uma qualidade adequada de sono devem ser considerados elementos indispensáveis para um estilo de vida saudável do mesmo modo que o exercício físico ou a nutrição.

As doenças cardiovasculares, respiratórias ou metabólicas estão ligadas à quantidade e à qualidade do nosso sono, segundo um conjunto de estudos publicados na edição de Setembro de 2006, na revista «
Archives of Internal Medicine», quase totalmente dedicados de forma monográfica às patologias relacionadas com os transtornos do sono e a «importância de dormir bem».
O
Editorial desta edição da revista, da autoria dos Drs. Phyllis C. Zee y Fred W. Turek, do departamento de Neurología da Universidade de Northwestern, em Chicago (Estados Unidos), que acompanha estes trabalhos destaca a relação estreita que existe entre os conceitos: sono e saúde.
Os autores salientam que os vários estudos concluíram que as alterações do sono podem acentuar alguns problemas médicos e psiquiátricos e, por sua vez, estes problemas produzem alterações na qualidade do sono, sublinhando que «esta relação bidireccional é um claro exemplo das doenças metabólicas, cardiovasculares e respiratórias, assim como a dor crónica ou a depressão».
Uma das investigações indica que a hipertensão, a insuficiência cardíaca, a doença coronária ou a diabetes mellitus estão associadas com uma elevada prevalência da apneia do sono, em pacientes com bronquites crónicas e asma onde a qualidade do sono é geralmente má.
Noutro dos
estudos publicados, os especialistas constataram que a rinite alérgica afecta a vida diária dos indivíduos e estas modificações na vida quotidiana influenciam o seu ciclo sono-vigília.
Os problemas com o sono não se limita às vias nasais, sendo que se estende ao tracto respiratório e também aos pacientes com apneia do sono, asma ou EPOC (enfermidade pulmonar obstrutiva crónica) têm também frequentemente alterações do sono.
Também existe uma ligação clara entre a obesidade e as alterações na qualidade e quantidade do sono diário. Esta ligação ficou comprovada através do estudo «
Sleep Duration and Health in Young Adults» que envolveu 17 465 estudantes de 27 países com poucas horas de sono (inferior a sete horas) em que se verificou que a sua saúde não era muito boa em ambos os sexos.
Também se associou a impressão subjectiva da duração curta do período de sono nocturno com um pior controlo da glicemia nos pacientes diabéticos.
Por último, um extenso
estudo baseado em 31 044 entrevistas realizadas no ano 2002 assina-la que, igualmente a outras investigações prévias, existe uma relação positiva entre sintomas de insónias e doenças comuns físicas e mentais como a obesidade, a diabetes, a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, a ansiedade ou a depressão.
O editorial conclui que todavia faz falta investigar muito mais para compreender os mecanismos que ligam o sono e saúde para poder desenvolver um método mais seguro e eficaz de tratar os transtornos do sono.
Estudo relaciona a depressão infantil com perturbações de sono
Um grupo de investigadores da Universidade dos EUA de Pittsburgh concluiu que as crianças com perturbações de sono têm maior tendência para a depressão do que aquelas que dormem tranquilamente.
Os investigadores analisaram um grupo de 533 crianças com problemas relacionados com depressão, e constataram que 72,7 por cento sofriam de perturbações no sono, sendo que 53,5 por cento das quais tinham insónia, 9 por cento sofriam de vontade de dormir em excesso e 10,1 por cento, segundo as conclusões do estudo publicado no número de Janeiro de 2007 do
jornal SLEEP - publicação oficial da Academia Norte-Americana da Medicina do Sono e da Sociedade de Pesquisa sobre o Sono.
As crianças com problemas de sono, em que apresentam ambos os distúrbios (vontade de dormir em excesso e/ou sem sono) estão mais propensos à doença, encontrando-se «mais vezes severamente deprimidos, com maior possibilidade de perda de peso, retardamento psicomotor e fadiga do que aqueles têm apenas um dos problemas».
Os especialistas recomendam que as crianças em idade escolar durmam entre dez a onze horas por noite para atingir saúde e desempenho óptimos no dia seguinte, enquanto que as crianças em idade pré-escolar devem dormir entre onze e as treze horas por noite.