Pessoas sem lugar no mercado de trabalho eram 195,2 milhões em 2006.
Crescimento da economia não tem correspondência no aumento do emprego
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O mundo nunca teve tantos desempregados, pelo menos desde que as estatísticas os registam, como no ano passado.
O número dos que não têm emprego atingiu, em 2006, os 195,2 milhões de pessoas e os mais afectados são os jovens, indica o relatório Tendências globais de emprego 2007, ontem divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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Mesmo com crescimento económico, e apesar de mais gente ter trabalhado, o número dos que não têm emprego cresceu em números absolutos, ainda que ligeiramente: os desempregados eram 194,7 milhões em 2005. Os dados preliminares sobre 2006 divulgados pela OIT indicam também que a taxa de desemprego quase não sofreu alterações: 6,3 por cento, face aos 6,4 por cento do ano anterior.
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Em muitas regiões do mundo não houve mudanças significativas de um ano para o outro. A redução mais notória do desemprego ocorreu nas economias desenvolvidas e na União Europeia, onde baixou 0,6 e se fixou em 6,2 por cento.
No caso de Portugal, a taxa de desemprego estabilizou em Novembro passado nos 7,1 por cento, segundo a informação divulgada no início deste ano pelo Eurostat, serviço de estatística da Comissão Europeia.
O valor mais baixo de desemprego continua a ser o do Leste asiático, com uma taxa de 3,6 por cento. Os índices mais elevados são os apresentados pelo Médio Oriente e Norte de África, com 12,2 por cento em 2006.
O Médio Oriente e o Norte de África são também as regiões onde é menor a percentagem de população empregada: 47,3 por cento em 2006. O valor mais elevado é registado no Leste asiático, onde, apesar de uma descida de 3,5 por cento na última década - explicada por um aumento da escolarização - a percentagem de população empregada é a mais elevada: 71,6 por cento. Na União Europeia, a percentagem de população empregada é de 56,7 por cento.O crescimento económico da última década reflectiu-se mais no aumento da produtividade do que na criação do emprego, refere a OIT, que ilustra a afirmação com números: crescimento de 26 por cento na produtividade contra apenas 16,6 por cento no emprego.
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Os mais jovens são os mais atingidos pela falta de trabalho: 86,3 milhões dos desempregados em 2006, qualquer coisa como 44 por cento do total, tinham entre 15 e 24 anos, indica a organização. Outra tendência que permanece é a do fosso entre homens e mulheres em matéria laboral. No caso das mulheres, a percentagem das que tinham trabalho, que era de 49,6 por cento em 1996, está em 48,9 dez anos depois. No caso dos homens, passou-se de 75,7 para 74,0 por cento.
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1,87 mil milhões ganham menos de 1,54 euros por dia
O relatório da OIT dá também conta de ganhos muito modestos dos 1,87 mil milhões de pessoas que têm remunerações mais precárias: 507 milhões ganhavam menos de um dólar por dia (77 cêntimos de euro) e boa parte destes vivia no Sul da Ásia e na África subsariana, regiões onde estavam concentrados 348,2 milhões. Outros 1,37 mil milhões ganham menos de dois dólares diários (cerca de 1,54 euros).
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"O forte crescimento económico da última meia década teve um impacto mínimo na redução do número de trabalhadores que vivem com as suas famílias na pobreza", declarou o director-geral da OIT, Juan Somavia. Para a organização, "é tempo de os Governos, bem como a comunidade internacional, assegurarem que as condições económicas favoráveis na maior parte do mundo se traduzam em criação de bons empregos".
A distribuição do emprego por sectores conheceu algumas modificações: de 2005 para 2006 o peso dos serviços no conjunto do emprego subiu de 39,5 para 40 por cento e ultrapassou pela primeira vez a quota da agricultura, que baixou de 39,7 para 38,7 por cento. A indústria ocupava no ano passado 21,3 por cento do total do emprego.
fonte: jornal Público