15.7.05

Liberdade para Leonard Peltier, índio norte-americano preso há 24 anos

Um dos dirigentes da insurreição dos índios americanos de Wounded Knee em 1973, e que participou em inúmeras lutas contra o genocídio praticado contra o seu povo e contra a espoliação das terras tribais promovida pelo governo federal dos Estados Unidos, encontra-se há décadas na prisão a cumprir pena perpétua de prisão.
No início dos anos 70 o governo norte-americano fixou como objectivo desestabilizar e neutralizar o Movimento dos Índios Americanos (American Indian Movement, AIM) tal como tinha feito já com os Panteras Negras ( Black Panthers). De Fevereiro a Maio de 1973 os índios mais tradicionalistas e o AIM ocuparam o sítio de Wounded Knee localizado na reserva índia de Pine Ridge ( no Dakota do Sul) com a finalidade de protestar contra o regime de terror instaurado pelo corrupto presidente tribal Dick Wilson e pelos seus acólitos da milícia paramilitar privada que recebiam secretamente sofisticadas armas e munições do FBI. No final da ocupação, e ao contrário dos compromissos que tinha assumido com os ocuantes, o governo norte-americano procede a prisões massivas e arbitrárias tentando ceifar a liderança da AIM recorrendo a expedientes fabricados. Aumenta a tensão e as violências entram num espiral imparável. No dia 26 de Junho de 1975 um tiroteio desencadeia-se depois de dois agentes do FBI terem entrado ilegalmente numa propriedade de Pine Ridge onde se encontrava um acamapamento da AIM. Os dois agentes do FBI, juntamente com um jovem índio, acabam por morrer. Leonard Peltier, militante da AIM, é então inculpado pelas mortes dos agentes e acaba por ser condenado a duas penas perpétuas, apesar de não se ter encontrado prova nenhuma sobre a sua culpabilidade.
Há 24 anos que Leonard Peltier clama a sua inocência, e não pára de receber apoios, por todo o mundo, das mais diversas personalidades que exigem a sua libertação. Escreve um livro, «Escritos da prisão. O combate de índio», traduzido já em várias línguas, e no qual Peltier, apesar de privado de liberdade, continua o combate em nome dos povos índios norte-americanos em prol da justiça.
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