O termo eco-feminismo foi proposto pela francesa Françoise d’Eaubonne que assim chamou a atenção para a contribuição que o movimento feminista poderia trazer para as lutas ecologistas.
Tal como se podem encontrar vários feminismos, também assim será possível identificar outros tantos eco-feminismos.
Comum ente todos os eco-feminismo é a tese segundo a qual existe um paralelismo e uma mesma lógica entre a relação de dominação dos homens sobre a natureza e a relação de dominação masculina sobre a mulher no contexto das nossas sociedades patriarcais. Ou seja: a caracterização da natureza como objecto não é substancialmente diferente da consideração da mulher como objecto.
As causas para a dominação da mulher e da exploração da natureza são pois de carácter eminentemente histórico-social, das estruturas de poder e de dominação que se institucionalizam em modelos sociais de comportamento e padrões culturais dominantes.
Daí que o eco-feminismo adopte uma perspectiva anti-hierárquica, contra a violência e o militarismo. A resistência feminista e ecologista são dois aspectos da mesma luta para as eco-feministas.
Podemos identificar , entre outras, quatro correntes no eco-feminismo:
a)o eco-feminismo de carácter cultural, próprio do feminismo radical dos anos 70 e 80, que valoriza os aspectos vivenciais e pessoais, sem negar no entanto a problemática sócio-político das questões ambientais. Esta corrente preconiza a procura de novas relações espirituais
b) o eco-feminismo social que se preocupa mais com as questões sociais e as transformações das estruturas sociais e políticas para a natureza e a mulher assumirem outro lugar que não de simples objecto de uso e exploração
c) o eco-feminismo pluralista e contextutalista que defende teses ligadas ao relativismo ético, ao pluralismo e diversidade cultural, e que rejeita as dualidades da cultura ocidental ( homem-natureza, corpo-espírito, razão-emoção, civilizado-primitivo,mental-manual, macho-fêmea). Esta corrente crítica qualquer «masculinização» da mulher o que a levaria a tomar o papel de dominação protagonizado até agora pelo homem.
d) o anarco-feminismo que mobiliza as críticas feministas ao poder patriarcal como as ideias libertárias de crítica aos vários poderes ilegítimos e às estruturas de poder verticais, preconizando formas de organização social de carácter horizontal.