2.1.09

Feiras e Mercados na região Norte (Minho e distrito do Porto)



Feiras e Mercados na região Norte (Minho e distrito do Porto )


Feiras semanais


- Segunda-feira:

Póvoa de Varzim
Ermesinde (Valongo)
Felgueiras
Castelo da Maia
Santo Tirso
Ponte de Lima
Espinho

- Terça-feira:


Lixa
Oliveiras (Maia)
Sobrado (Valongo)
Afurada (V. N. Gaia)
S. Pedro da Cova (Gondomar)
Braga

- Quarta-feira:


S. Martinho do Campo (Santo Tirso)
Carvalhos (V. N. Gaia)
Lagares (Penafiel)
Lameira (Vila do Conde)
Amarante
Famalicão
Chaves
Valença
Caminha
Arcos de Valdevez



- Quinta-feira:

S. Cosme (Gondomar)
Pedras Rubras (Maia)
Barcelos
Vila Praia de Ancora



- Sexta-feira:

Vila do Conde
Santana (Leça do Balio - Matosinhos)
Ermesinde (Valongo)
Recarei (Paredes)
Guimarães

- Sábado:


Vila das Aves (Santo Tirso)
Trofa
Valongo
Vilar do Paraíso (V. N. Gaia)
Quebrentões (V. N. Gaia)
Afurada (V. N. Gaia)
Rio Tinto (Gondomar)
Bela Vista (Gondomar)
Maia
Alpendurada (Marco) 2º e 4º sábado
Custóias (Matosinhos)
S. da Hora (Matosinhos)
S. Mamede Infesta (Matosinhos)
Vila Nova de Cerveira


- Domingo:

Estela (Póvoa do Varzim)
A- Ver o Mar (Póvoa do Varzim)
Campo (Valongo)
Canidelo (V. N. Gaia)
St. Maria Adelaide (V. N. Gaia
Feira dos Pássaros (Porto)


- Outras Feiras Importantes no Norte:

Monção
Melgaço


Feiras por datas:

Dia 1
Paredes


Dia 2
Gôve (Baião)
Melres (Gondomar)


Dia 3
Marco de Canaveses
Lordelo


Dia4
Rio moinhos (Penafiel)


Dia 5
Gestaçô (Baião)
Cô (Paços de Ferreira)


Dia 6
Vila Meã (Amarante)


Dia7
Rebordosa (Paredes)


Dia 8
Campelo (Baião)
Abragão (Penafiel)


Dia 9
Lousada


Dia 10
Penafiel


Dia 11
Santa Marinha (Baião)


Dia 12
Aris Feira Nova (Marco de Canaveses)
Paredes


Dia 13
Freamunde (Paços de Ferreira)
Caíde (Lousada)


Dia 14
Ancede (Baião)


Dia 15
Marco de Canaveses


Dia 16
Melres (Gondomar)
Rio Moinhos (Penafiel)
Lordelo


Dia 18
Gôve (Baião)
Paredes


Dia 19
Gestaçô (Baião)


Dia 20
Penafiel


Dia 21
Cô (Paços de Ferreira)


Dia 22
Vila Meã (Amarante)
Rebordosa


Dia 23
Campelo (Baião)


Dia 24
Paredes


Dia 25
ST. Marinha (Baião)
Lousada
Aris Feira Nova (Marco de Canaveses)


Dia 26
Abragão (Penafiel)


Dia 27
Freamunde


Dia 28
Ancede (Baião)

Por que é que Israel bombardeia uma Universidade ( a Universidade de Gaza)?

São actos que não têm justificação, em nenhum caso. Penso no que Deus ordenou ao Povo Eleito: Não matarás. Não invadirás a casa de teu vizinho. Deus não elegeria o seu povo, nem povo algum, para matar os vizinhos e roubar a terra em que todos plantam o que todos comem.


Por que é que Israel bombardeia uma Universidade ( a Universidade de Gaza)?
Por Akram Habeed
(professor assistente de Literatura Norte-americana na Universidade Islâmica em Gaza)

Sou bolsista da Fundação Fulbright e professor de literatura norte-americana na Universidade Islâmica de Gaza. Nessa condição, sempre preferi manter-me afastado do conflito Israel-Palestina. Sempre entendi que meu dever é ensinar os valores da paz e da convivência pacífica.

Mas o ataque massivo de Israel contra a Faixa de Gaza obriga-me a manifestar-me.

Ontem à noite, durante a segunda noite de ataques de Israel a Gaza, os mais violentos de que há notícia por aqui, fui acordado pelo ruído ensurdecedor de bombardeio continuado, cerrado. Quando me dei conta de que Israel bombardeava a minha universidade, com F-16s fabricados nos EUA, vi que os "ataques selectivos" já nada tinham de selectivos.

Políticos e generais israelitas têm dito que a Universidade Islâmica de Gaza pertencia ao aparelho'do Hamas e que forma terroristas. É mentira.

Como professor independente, não filiado a partido político, afirmo que a Universidade Islâmica de Gaza, como as Universidades Católicas e as Universidades Pontifícias, que há no Brasil e em todo o mundo, é uma instituição académica que abarca um larguíssimo espectro de tendências políticas. Conheço-a bem, como universidade de prestígio em todo o mundo, que estimula o liberalismo e a livre exposição e circulação de ideias.

Se meu depoimento parecer excessivamente pessoal e comprometido, convido todos a visitarem a página da UIG, na Internet (Islamic University of Gaza, http://www.iugaza.edu.ps/eng/ ), e pesquisarem sua história, seus departamentos, os estudos que se desenvolvem ali.

Lá se informarão sobre a participação da Universidade Islâmica de Gaza em inúmeras instituições académicas em todo o mundo, o trabalho de pesquisa de seus professores, prémios e bolsas de estudo e pesquisa que recebem de instituições de todo o mundo.

Porque é que Israel bombardeia uma universidade? Não sei.

Mas Israel ontem não bombardeou apenas a minha universidade: bombardeou mesquitas, farmácias e casas de família. No campo de refugiados em Jabaliya, o bombardeio matou quatro meninas pequenas, todas da família Balousha. Em Rafah, mataram três irmãos, de 6, 12 e 14 anos. Também mataram mãe e filho, um menino de um ano, da família Kishko, na cidade de Gaza.

São actos que nada justifica, em nenhum caso. Penso no que Deus ordenou ao Povo Eleito: Não matarás. Não invadirás a casa de teu vizinho. Deus não elegeria seu povo, nem povo algum, para matar os vizinhos e roubar a terra em que todos plantam o que todos comem. As escolhas que Israel está fazendo são escolhas do governo de Israel. O governo de Israel escolheu matar palestinianos. Pratica aqui genocídio semelhante ao que outros impérios invasores e ocupantes praticaram em outras partes do mundo, contra populações autóctones. Nenhum genocídio é admissível.

O Dr. Akram Habeeb é professor assistente de Literatura Norte-americana na Universidade Islâmica em Gaza

http://electronicintifada.net/v2/article10069.shtml)

Gandhi contra a ocupação da Palestina pelos israelitas

Gandhi sempre disse que, segundo a Bíblia, a tal Terra Prometida não tem uma natureza geográfica, e muito menos requer um Estado como defende o sionismo, uma ideologia que defende a criação do Estado de Israel por motivos religiosos e que é considerada por muitos como mais uma forma de racismo.


Reproduz-se a seguir um texto de Gandhi datado de 1938 a propósito das pretensões que então se faziam sentir da criação de um Estado de Israel na Palestina, à custa dos próprios palestinianos que lá viviam .


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Gandhi, os judeus e a Palestina

M. K. Gandhi
Harijan, 26 de novembro de 1938

Recebi muitas cartas solicitando a minha opinião sobre a questão judaico-palestina e sobre a perseguição aos judeus na Alemanha. Não é sem hesitação que ouso expor o meu ponto de vista.

Na Alemanha as minhas simpatias estão todas com os judeus. Eu conheci-os intimamente na África do Sul. Alguns deles tornaram-se grandes amigos. Através destes amigos aprendi muito sobre as perseguições que sofreram. Eles têm sido os "intocáveis" do cristianismo; há um paralelo entre eles, e os "intocáveis" dos hindus. Sanções religiosas foram invocadas nos dois casos para justificar o tratamento dispensado a eles. Afora as amizades, há a mais universal razão para a minha simpatia pelos judeus. No entanto, a minha simpatia não me cega para a necessidade de Justiça.

O pedido por um lar nacional para os judeus não me convence.
Por quê eles não fazem, como qualquer outro dos povos do planeta, que vivem no país onde nasceram e fizeram dele o seu lar?)
A Palestina pertence aos palestinos, da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses, ou a França aos franceses.

É errado e desumano impor os judeus aos árabes. O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Os mandatos não têm valor. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico.
O caminho mais nobre seria insistir num tratamento justo para os judeus em qualquer parte do mundo em que eles nascessem ou vivessem. Os judeus nascidos na França são franceses, da mesma forma que os cristãos nascidos na França são franceses.

Se os judeus não têm um lar senão a Palestina, eles apreciariam a ideia de serem forçados a deixar as outras partes do mundo onde estão assentados? Ou eles querem um lar duplo onde possam ficar à vontade?

Este pedido por um lar nacional oferece várias justificativas para a expulsão dos judeus da Alemanha. Mas a perseguição dos alemães aos judeus parece não ter paralelo na História. Os antigos tiranos nunca foram tão loucos quanto Hitler parece ser.

E ele está fazendo isso com zelo religioso. Ele está propondo uma nova religião de exclusivo e militante nacionalismo em nome do qual, qualquer atrocidade se transforma em um acto de humanidade a ser recompensado aqui e no futuro. Os crimes de um homem desorientado e intrépido, estão sendo observados sob o olhar da sua raça, com uma ferocidade inacreditável.

Se houver sempre uma guerra justificável em nome da humanidade, a guerra contra a Alemanha para prevenir a perseguição desumana contra uma raça inteira seria totalmente justificável. Mas eu não acredito em guerra nenhuma. A discussão sobre a conveniência ou inconveniência de uma guerra está, portanto, fora do meu horizonte. Mas se não pode haver guerra contra a Alemanha, mesmo por crimes que estão sendo cometidos contra os judeus, certamente não pode haver aliança com a Alemanha. Como pode haver aliança entre duas nações que clamam por justiça e democracia e uma se declara inimiga da outra? Ou a Inglaterra está se inclinando para uma ditadura armada, e o que isso significa?

A Alemanha está mostrando ao mundo como a violência pode ser eficientemente trabalhada quando não é dissimulada por nenhuma hipocrisia ou fraqueza mascarada de humanitarismo; está mostrando como é hediondo, terrível e assustador quando isso aparece às claras, sem disfarces. Os judeus podem resistir a esta organizada e desavergonhada perseguição? Existe uma maneira de preservar a sua auto-estima e não se sentirem indefesos, abandonados e infelizes? Eu acredito que sim. Ninguém que tenha fé em Deus precisa se sentir indefeso, ou infeliz. O Jeová dos judeus é um Deus mais pessoal que o Deus dos cristãos, muçulmanos ou hindus, embora realmente, em sua essência, Ele seja comum a todos. Mas como os judeus atribuem personalidade a Deus e acreditam que Ele regula cada acção deles, estes não se sentiriam desamparados.

Se eu fosse judeu e tivesse nascido na Alemanha e merecido a minha subsistência lá, eu reivindicaria a Alemanha como o meu lar, do mesmo modo que um "genuíno" alemão o faria, e desafiaria qualquer um a me jogar na masmorra; eu me recusaria a ser expulso ou a sofrer discriminação. E fazendo isso, não deveria esperar por outros judeus me seguindo em uma resistência civil, mas teria confiança que no final estariam compelidos a seguir o meu exemplo.

E agora uma palavra aos judeus na Palestina:
Não tenho dúvidas de que os judeus estão indo pelo caminho errado. A Palestina, na concepção bíblica, não é um tratado geográfico. Ela está em seus corações. Mas se eles devem olhar a Palestina pela geografia como sua pátria mãe, está errado aceitá-la sob a sombra do belicismo britânico. Um acto religioso não pode acontecer com a ajuda da baioneta ou da bomba. Eles poderiam estabelecer-se na Palestina somente pela boa vontade dos palestinos. Eles deveriam procurar convencer o coração palestino. O mesmo Deus que rege o coração árabe, rege o coração judeu. Só assim eles teriam a opinião mundial favorável às suas aspirações religiosas. Há centenas de caminhos para uma solução com os árabes, se descartarem a ajuda da baioneta britânica.

Como está acontecendo, os judeus são responsáveis e cúmplices com outros países, em arruinar um povo que não fez nada de errado com eles.

Eu não estou defendendo as reacções dos palestinos. Eu desejaria que tivessem escolhido o caminho da não-violência a resistir ao que eles, correctamente, consideraram como invasão de seu país por estrangeiros. Porém, de acordo com os cânones aceitos de certo e errado, nada pode ser dito contra a resistência árabe face aos esmagadores acontecimentos.

Deixemos os judeus, que clamam serem os Escolhidos por Deus, provar o seu título escolhendo o caminho da não-violência para reclamar a sua posição na Terra.
Todos os países são o lar deles, incluindo a Palestina, não por agressão mas por culto ao amor.
Um amigo judeu me mandou um livro chamado A contribuição judaica para a civilização, de Cecil Roth. O livro nos dá uma ideia do que os judeus fizeram para enriquecer a literatura, a arte, a música, o drama, a ciência, a medicina, a agricultura etc., no mundo. Determinada a vontade, os judeus podem se recusar a serem tratados como os párias do Ocidente, de serem desprezados ou tratados com condescendência.

Eles podiam chamar a atenção e o respeito do mundo por serem a criação escolhida de Deus, em vez de se afundarem naquela brutalidade sem limites. Eles podiam somar às suas várias contribuições, a contribuição da acção da não-violência.

Textos de Gandhi sobre o assunto: aqui

Ocupação da Palestina ( vídeo que traça a história e o drama do povo palestiniano desde a ocupação israelita em 1947)





Como era a Palestina antes de 1947



Documentário-vídeo Occupation 101
( sobre o ocupação da Palestina e o drama do povo palestiniano desde 1947)


Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7


Parte 8


Parte 9


Parte 10









Outros videos, filmes e Documentários sobre a Palestina ocupada e o drama do povo palestiniano:

Documentary: Occupation 101, Voices of the Silenced Majority
Video: Shame of Ertas
Audio: Crossing the Line interviews witness to killings of Palestinians by Lebanese Army
Video: Fairuz, Bissan: A song to a destroyed village in Palestine
Video: Balata Camp (Nablus): Incursion May 24
A Bullet Journey by Osama Qashoo
Houston Palestine Film Festival, May 11-20
Film Review: "It's Not a Gun"
Palestine Film Festival Review: Two Hands
Nablus: Kids Used as Human Shields in Balata Refugee Camp
Israeli Occupation of Palestine
Nablus: Nightlife in Balata Refugee Camp
Nablus: Operation "Hot Winter" - Interview with a Wounded
Video: Interview with child taken as human shield in Nablus
Musical comedy on West Bank wins Oscar for best live action short film
The Alley - New Film from Palestine
STOP THE CLEANSING: Stand with the Palestinian people and Stop Apartheid Israel NOW!
Bilin: Pushing the barrier
Stolen Freedom: Occupied Palestine
Visit Palestine- A Documentary by Katie Barlow
Video: massacre of Palestinian women and children
Chicago Palestine Film Festival seeks new Palestinian films
THE 10TH ANNUAL ARAB FILM FESTIVAL AT STANFORD
Dreams of a Nation
Massaker
Be Quiet
Palestine for Beginners
"Paradise Now" wins Golden Globes
Rachel: An American Conscience
500 Dunam on the Moon
Private
If You Make it Possible
2000 Terrorists
Going Home
Peace, Propaganda & The Promised Land
Blanche's Homeland
Water Wars: Struggle in the Holy Land
Jeremy Hardly v The Israeli Army
Writers on the Borders
Arna's Children
Jihad!
Elias Chacour : Prophet in His Own Country
Deluge
Children of Ibda'a
Arena's Children
A Stone's Throw Away
Salt of the Earth
Rana's Wedding
Mahmoud Darwich: As the Land Is the Language
Tale of the Three Jewels
Wedding In Galilee
Hanan Ashrawi: a woman of her time
Chronicle Of A Disappearance
Frontiers of Dreams and Fears
Checkpoint
Jenin Jenin
Al Nakba: The Palestinian Catastrophe 1948
People and The Land. Director Tom Hayes.
Diary of a Male Whore
A Waiting For Saladin
Al-Sabbar (Cactus)
Gaza Strip (USA)
The Making of Islam: Empire of Faith by Robert Gardner, Producer
Jerusalem: An Occupation Set in Stone
Jerusalem 1948:Yoom Ilak,Yoom Aleik

1.1.09

Acções unitárias de protesto contra o massacre da população de Gaza ( 5 de Janeiro, às 18h., no Largo de S.Domingos; 8 de Jan., Embaixada de Israel)

O Silêncio é cumplicidade!

O Silêncio é (também) violência ...
Acções Unitárias de protesto em Lisboa contra o massacre da população de Gaza

5 de Janeiro
Largo de S. Domingos (Rossio, Lisboa),
a partir das 18 horas

8 de Janeiro
Embaixada de Israel
a partir das 18 horas


Estas acções estão a ser convocadas e organizadas pela CGTP, Comité de Solidariedade com a Palestina, Conselho para a Paz, Tribunal Iraque, MDM, Bloco de Esquerda, Associação Abril, FER, Colectivo Rubra, Política Operária, SOS Racismo, Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, Jornal Gueto, Colectivo Mumia Abu-Jamal, SPGL e outras entidades.

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Local - CREW HASSAN
RUA DAS PORTAS DE STº. ANTÃO, 159 - Lisboa
INICIATIVA DA TERTÚLIA LIBERDADE

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Palestina mártir
Agressão a Gaza é crime de guerra e é crime contra a humanidade

A Política Operária condena firmemente o massacre em curso na Faixa de Gaza, que em menos de uma semana já vitimou milhares de palestinianos, sendo mais de um terço deles mulheres e crianças.

Denunciamos a cumplicidade criminosa da União Europeia e dos EUA, que estão a querer fazer passar o carrasco por vítima, atribuindo a responsabilidade da agressão em curso ao Hamas e branqueando os agressores.

“Esquecem” que a Palestina é um território ocupado e colonizado; que há 40 anos Israel viola sistemática e impunemente todas as resoluções da ONU; que Israel não cumpriu o acordo de cessar-fogo, que previa o levantamento do bloqueio a Gaza e a abertura da fronteira com o Egipto em Rafah; que Israel raptou e mantém presos ministros de um governo palestiniano legítimo, saído de eleições livres e contando com forte apoio popular; que quem violou o cessar-fogo foi Israel ao lançar, a 4 de Novembro, um ataque que matou várias pessoas e ao agravar o bloqueio a Gaza, colocando aquele território à beira de uma catástrofe humanitária.

O ataque israelita, para além das razões conjunturais (eleições em Israel e tomada de posse de Barack Obama), insere-se numa lógica de “solução final”: ao extermínio lento dos palestinianos pela fome, privação de cuidados de saúde, falta de água potável, destruição de pomares, fechamento dentro de muros, desemprego generalizado, segue-se agora o extermínio em massa, por meios militares.

Mas enganam-se se pensam que assim calam a resistência. Os palestinianos já mostraram que não aceitam a paz dos submissos e que lutarão até ao fim contra a ocupação, sempre reclamando os seus legítimos direitos a uma pátria livre, autónoma e senhora de uma terra que é sua.

Levantamento do bloqueio a Gaza

Fim da ocupação israelita

Desmantelamento dos colonatos

Derrube do muro de separação

Libertação dos milhares de presos palestinianos

Regresso dos refugiados

Por uma Palestina livre e independente

Comunicado da POLÍTICA OPERÁRIA
30 de Dezembro de 2008

31.12.08

Um final de ano com bailado … e muita vontade de sonhar e lutar pela emancipação social e individual (pelo sonho o mundo pula e avança)




Brel Barbara par Béjart - la valse à mille temps
( extracto do espectáculo "Brel Barbara par Béjart" (filmado em Abril de 2005) de Maurice Béjart, criado em 2001)






Polina Seminova (um espanto!)




Love Letter to Trisha Brown
Diane Madden and Vicky Shick dançam em homenagem a Trisha Brown




Alessandra Ferri and sting




Carmen de Bizet ( Ballet)




Sylvie guillem




Le Sacre Du Printemps by Pina Bausch Wuppertal Dance Theater



Anette Delgado - Ballet Nacional de Cuba - Swan Lake – 1




Anette Delgado - Ballet Nacional de Cuba - Swan Lake – 2





http://www.zeroland.co.nz/ind2.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Ballet
http://en.wikipedia.org/wiki/Contemporary_ballet

Canção do sal e voltar aos 17 pelo grande Milton Nascimento

Milton Nascimento
Canção Do Sal



Trabalhando o sal
É amor, o suor que me sai
Vou viver cantando
O dia tão quente que faz
Homem ver criança
Buscando conchinhas no mar
Trabalho o dia intei...ro
Pra vida de gente levar
Água vira sal lá na sali...na
Quem diminuiu água do mar
Ãgua enfrenta o sol lá¡ na sali...na
Sol que vai queimando até queimar
Trabalhando o sal
Pra ver a mulher se vestir
E ao chegar em casa
Encontrar a família a sorrir
Filho vir da escola
Problema maior,estudar
Que é pra não ter meu trabalho




Mercedes Sosa & Milton Nascimento - Volver a los 17


Um website em tributo a Noam Chomsky


http://www.chomskytribute.org/

Noam Chomsky, dissidente político do sistema político dominante, professor de linguística, e um dos mais prestigiados intelectuais do mundo inteiro, com uma obra ímpar de reflexão, análise e de denúncia do imperialismo norte-americano, e das injustiças em geral, simpatizante confesso do anarco-sindicalismo, completou 80 anos no passado 7 de Dezembro. Por tal motivo surgiu um website que pretende constituir um tributo à sua pessoa e uma forma de agradecimento pelo seu contributo para a compreensão do nosso mundo.


Pessoas de todo o mundo são aí convidadas a apresentar um texto, um vídeo ou uma simples mensagem dedicada a Noam Chomsky. Infelizmente, não se conta ainda com nenhum contributo vindo de Portugal.

Mas não faltam, certamente, portugueses para quem Chomsky é uma referência não só em termos culturais, mas principalmente de intervenção social…

Sessão sobre a Palestina (na Sexta-feira, dia 2, na Crew Hassan, às 21h30)







SOLIDARIEDADE COM A PALESTINA

CONVERSA SOBRE O DRAMA DO POVO PALESTINIANO


6ª FEIRA DIA 2 DE JANEIRO 21,15h

CREW HASSAN
RUA DAS PORTAS DE STº. ANTÃO, 159 - Lisboa

INICIATIVA DA TERTÚLIA LIBERDADE



30.12.08

Não ao Rali Dakar 2009(Argentina–Chile): a Argentina não é um deserto a conquistar, nem a América Latina um pátio de diversão dos países desenvolvidos

Assinem a Petição Não ao Rali Dakar 2009. Já há 9660 assinaturas. O objectivo até ao final deste ano é chegar às 10.000 assinaturas. Por isso, apressem-se. Assinem aqui


A organização do Rali Dakar 2009 é composta este ano por 530 equipas, 82 camiões, 188 automóveis, 30 quatrociclos e 230 motas que vão percorrer 9.000 Km, muitos deles pertencentes a áreas protegidas. Em cada dia irão ser transportadas cerca de 500 pessoas de um local a outro, estando previsto a mobilização de 1500 polícias para o certame.
Numerosas entidades, desde a Associação Argentina de Arqueólogos Professionais, até deputados-legisladores da Patagónia, passando por grupos ecologistas e profissionais, já alertaram para o fortíssimo impacto que o rali vai provocar sobre a região.

Mais concretamente alertam para a região que irá ser atravessada no próximo dia 5 de Janeiro, conhecida por El Caín e zonas límitrofes (Barril Niyeu, Pilquiniyeu, Puesto de Hornos, Rucu Luan), integrados na «Área Natural Protegida Meseta de Somuncura». No dia 6 os concorrente do Rali passarãi também na àrea Natural Protegida Valle Cretácico. Ambas as zonas têm ecossistemas frágeis.

A atravessia por estas zonas protegidas, e as respectivas autorizações governamentais, violam a legislação de protecção do meio ambienyal e, inclusive, algumas normas constitucionais.
Não por acaso o jornal diário argentino La nación refere-se na sua edição de 11 de Novembro ao Rali como uma aventura que tem sempre o seu preço. E a pergunta que salta logo é a de sabet se valerá a pena pagar o preço por esta competição motorizada que dura há já 30 anos. Um competição que tem uma clara matriz colonial, que abusa do valor simbólico da Patagónia e de regiões próximas, e que para o divertimento de alguns provocará inevitáveis prejuízos ao meio ambiente e às populações locais.

Em reacção a estes verdadeiro atentado a associação ecologista chilena Acción Ecológica já anunciou o seu repúdio e a sua intenção de organizar protestos contra a realização do Rali Dakar 2009 que irá atravessar a Argentina e o Chile nos primeiros dias do próximo ano. Segundo aquela associação o Rali é uma pseudo-competição que transmite uma mensagem negativa e pervesa, além dos inevitáveis impactos negativos no meio ambiente nas regiões por onde passar. Acción Ecológica promete mostrar a insensatez do rali para que todo o mundo saiba que também na América Latina não admitamos projectos deste género.


CONTACTOS:
Lic. Andrés Dimitriu SER (02941) 435087
andresdimitriu@gmail.com
amdimitriu@riseup.net
Claudia Rivero SER (02941) 15617219
sociedadecologicaregional@yahoo.com.ar
Alejandro Yaniello – PIUKE (02944) 442463 (02944) 15661465
ecopiuke@bariloche.com.ar
Elvio Mendioroz – UÑOPATUN .(02920) 464222
unopatun@rnonline.com.ar

RENACE - Red Nacional de Acción Ecologista

Petição contra o Rali Dakar 2009: Argentina –Chile

Assinem a Petição Não ao Rali Dakar 2009. Já há 9660 assinaturas. O objectivo é chegar às 10.000 assinaturas até ao final deste ano. Por isso, apressem-se. Assinem.

O antigo rali Paris-Dakar deixou um rastro de morte e destruição ecológica nos países do norte de àfrica. Anulado na sequência de acontecimentos dramáticos no final de 2007 no território da Mauritânia, o rali Dakar viu-se confrontado com a impossibilidade de se realizar no espaço que sempre fora o seu e que obrigou a organização a deslocá-lo este anos para a América do Sul, com partida e chegada a Buenos Aires e um trajecto de 9.000 Km pela Argentina e Chile, via deserto de Atacama

Salvemos Atacama

Situado a mais de 4.000 metros de altitude, o deserto de Atacama é muito vulnerável. Com menos de 100mm de chuva por ano, é considerado o deserto mais árido do mundo, com um desenvolvimento da flora extremamente lento, pelo que a subsistência da própria vida é um desafio permanente. A sobrevivência das populações locais é pois particularmente difícil. Fazer uma competição motorizada nestas circunstância será simplesmente devastador. Acresce – o que não é pouco – o risco de destruição de numerosos sítios arqueológicos de mais de 12.000 anos.

Porquê travar o Dakar?

Ao mesmo tempo que os países de todo o mundo assinam os acordos do Tratado de Kyoto, os países mais desenvolvidos deveriam dar o exemplo e não difundir a mensagem do desperdício energético. Dizer NÃO ao Dakar 2009 é gritar alto e bom som que um Rali deste género não é próprio das realidades do século XXI.

Dizer NÃO ao Dakar 2009 é defender os valores humanos e ambientais

Dizer NÃO ao Dakar é dizer aos meios de comunicação social do Chile e da Argentina que este Rali não é nem uma actividade turística nem uma inciativa económica benéfica para os países latino-americanos.E não é porque a organização da prova como as equipas concorrentes já trazem tudo confeccionado e preparado, deixando só lixo nos locais por onde vão passando. Mas não só. Tal como aconteceu em África, crianças e adultos correm o risco de serem atropelados, e as populações locais retirados da sua tranquilidade. Será que temos de assistir a mais acidentes, desta vez na Argentina e Chile?

Assinem a petição: aqui


O deserto de Atacama

Requisição de alimentos no supermercado em Grenoble( relato)


Sábado, 27 de Dezembro de 2008
Supermercados Monoprix no centro de Grenoble
Secção da alimentação na cave
Cinco caixas, cinco funcionárias, mais os vigilantes do costume
O matraquear bip-bip dos produtos a passar pelas máquinas registadoras
O barulho surdo dos sacos de plástico
A luz agressiva dos néons
As decorações de Natal sempre presentes
Muita gente, sobretudo pessoas com pressa

Subitamente os bip-bip param
O acesso em cada caixa é bloqueado por várias pessoas
Outras desenrolam uma faixa,
«Face à crise, requisitemos, partilhemos»
O slogan é entoado por uma trintena de pessoas
Distribuem-se flyers

Mudança completa do ambiente
Olhares espantados
Vigilantes correm
As funcionárias das caixas mostram-se indecisas
Vigilantes falam pelo walkie-talk
Fazem-se de fortes
«Vamos, Saiam, Fora daqui, Proibido estar aí
Mas o que é que vocês querem?»

«Queremos ver o gerente do supermercado»
«Queremos requisitar alimentos,
Para as pessoas, para os sem-papéis,
Para os precários,
Para os desempregados.
Isto é uma acção política»


«O gerente não está!
Vamos, Saiam, fora daqui!
Vocês estão a sequestrar reféns
E Não é assim que as coisas se fazem»

«Então, como é?
Não estamos em crise?»

Chega do subgerente
Com olhar angustiado
Discussões, palavras flúem
O subgerente desaparece
Os vigilantes acalmam-se
As caixas continuam bloqueadas
A fila de espera não pára de aumentar
Explicações, slogans cantados, flyers continuam a circular
Os clientes esperam e mostram-se passivos
O que hão-de pensar?
Dir-se-ia que esperam
Alguns agitam-se
A maioria fica com um olhar vazio
Como pinguins em frente a um muro
À epera que algo aconteça

«A polícia está a chegar!»
Sim, a polícia chega
Cowboys apetrechados, mãos arregaçadas
Agir ou não agir
Troca de olhares
O que se vai passar?
A polícia sai de cena

Reaparece o subgerente
Tem fogo na cabeça
«Vá, peguem nos pães, e saiam daqui para fora,
E parem de gritar slogans»

«Assine aí, por escrito, que está de acordo com isso!

«Não, nem pensar. Têm a minha palavra, isso basta»

« Diga isso então frente a toda a gente»

«Sim, eu digo.»
Alto e em bom som:
«Tudo bem! Podem levar os pães»

«E os polícias?»

«Não há problemas com os polícias
Têm a minha palavra
Sim, basta a minha palavra, mas agora saiam
Saiam imediatamente»


Uma a uma, as caixas são desbloqueadas
Vários pães e bens alimentares saem
Gratuitamente
Canta-se baixinho
Depois com mais força

«Os maus dias acabarão
Toma atenção
Quando os pobres se vingarão»

Emoção geral
Sentimentos de força
E de solidariedade

O barulho dos bip-bip
Já se ouve de novo
A roda-viva do dinheiro recomeça
As funcionárias das caixas maquilhadas
Os clientes apressados
Os néons intensamente iluminados
As comidas embaladas
As encomendas pagas
Os chocolates estão em promoção


O cortejo reagrupa-se
Estamos todos?
Sim.
Vamos sair
Lá fora estão os polícias
Diante do supermercado
Com as carrinhas
Parece que comem pizzas
Vamos todos sair em grupo
Permanecer agrupados, é importante


Estamos na rua,
Passamos pelas carrinhas,
Cara a cara com os polícias,
Tensão do ar
Continuamos sempre juntos
Prosseguimos

Acção conseguida?



FACE À CRISE, REQUISITEMOS E PARTILHEMOS

A edição de Janeiro de 2009 do Le Monde Diplomatique inclui um dossier sobre o anarquismo



A próxima edição de Janeiro de 2009 do jornal Le Monde Diplomatique, que tem versões em mais de 40 diferentes línguas, inclui um dossier de 5 páginas sobre o anarquismo sob o título «Quem são os anarquistas?», acompnhado com ilustrações de Paskua ( que vive e trabalha em Raiatea, a ilha sagrada dos povos Maori, Polinésia francesa). Os artigos que compõem o dossier são:


« Appellations peu contrôlées », par Jean-Pierre Garnier ;
« Une indocilité contagieuse », par Claire Auzias ;
« CNT, les clés de l?énigme espagnole», par Angel Herrerín López ;
« En Extrême-Orient aussi? », par Cho Se-hyun ;
« L'infréquentable Pierre-Joseph Proudhon », par Edward Castleton ;
« Honte au suffrage universel ! », texte inédit de Proudhon.

Entretanto no website do jornal irão aparecer mais dois textos inéditos sobre o anarquismo:

« Une tradition révolutionnaire et philosophique », par Daniel Colson ;
« L'écologie anarchiste d?Elisée Reclus », par Philippe Pelletier.



Sobre Paskua ( que se assume como anartiste):

http://artpaskua.skyrock.com/

http://fr.wikipedia.org/wiki/Paskua


Gaza: choque e pavor - artigo de Alain Gresh disponibilizado no site português do Le Monde Diplomatique


Retirado de: http://pt.mondediplo.com/

Sábado, dia 27 de Dezembro, a aviação israelita fez raides assassinos contra Gaza. De acordo com as autoridades israelitas, os lugares visados eram centros de comando do Hamas e das suas forças armadas. O balanço deste dia eleva-se a mais de 270 mortos e várias centenas de feridos. Numerosos civis foram atingidos, como relata o correspondente do The New York Times em Gaza, Taghreed El-Khodary («Israeli Attack Kills Scores Across Gaza»):

«No hospital de Shifa, numerosos corpos jaziam na morgue, esperando que a sua família os viesse identificar. Muitos estavam desmembrados. No interior, a família de um bebé de cinco meses que tinha sido gravemente ferido na cabeça por um rebentamento de obus. Com o hospital sobrelotado, o seu pessoal parecia incapaz de prestar ajudar. Na esquadra de polícia de Gaza, pelo menos quinze agentes de trânsito que estavam a treinar foram mortos. Tamer Kahruf, 24 anos, um civil que trabalhava numa obra de construção civil em Jabaliya, no Norte de Gaza, explica que os seus dois irmãos e o seu tio foram mortos sob os seus olhos quando a aviação israelita bombardeou um posto de segurança nos arredores. Kahruf está ferido e sangra da cabeça.»

Vítima desde há várias semanas de um bloqueio total, Gaza (e os seus médicos, evidentemente) está impossibilitada de cuidar dos feridos em condições normais.

O sítio Internet Free Gaza recolheu numerosos testemunhos de estrangeiros e de palestinianos no terreno que dão uma ideia da dimensão dos ataques.

O Hamas ripostou disparando várias dezenas de mísseis sobre Israel. Um israelita foi morto e vários foram feridos em Netivot e Ashkelon.

No domingo, dia 28, de manhã, as agências de imprensa anunciavam que o exército israelita estava a concentrar as suas tropas terrestres à volta de Gaza. Os bombardeamentos tinham sido retomados, tendo os raides israelitas atingido desta vez, designadamente, uma mesquita e uma estação de televisão. De acordo com o ministro da Defesa Ehud Barack, em caso algum punham a hipótese de um cessar-fogo: «É necessário mudar as regras do jogo» (« Israel resumes Gaza bombardment », Al-Jazeera English, 28 de Dezembro).

Na sexta-feira, Israel tinha excepcionalmente reaberto três pontos de passagem e deixado passar várias dezenas de camiões. Segundo um comentador israelita que defende o ponto de vista do seu governo, esta abertura fazia parte de actos de «diversão e de camuflagem adoptados pelo governo nos últimos dias» para apanhar o Hamas de surpresa. A escolha de um dia de sabat também. O mesmo comentador, Ron Ben-Yishal, explicou a 27 de Dezembro no sítio Internet a estratégia israelita: «Shock Tretment in Gaza».

«O que começou em Gaza no sábado de manhã é aparentemente uma acção limitada, visando obter um cessar-fogo a longo prazo entre o Hamas e Israel, em termos favoráveis a Israel. Estes termos incluiriam o fim dos ataques com morteiros e mísseis; o fim dos ataques terroristas através da fronteira de Gaza; negociações séria para a libertação de Gilad Shalit; e a suspensão do reforço militar do Hamas. O meio para garantir os objectivos mencionados é, literalmente, um “tratamento de choque”. Assim, o Hamas já não será capaz de tomar a iniciativa, e será Israel que tomará a iniciativa e mostrará ao Hamas que vai responder de forma “desproporcionada” de cada vez que os habitantes do Negev Ocidental forem bombardeados. Nesta fase, não falaremos do derrube do regime do Hamas, mas sobretudo da formulação de novas regras do jogo e de um esforço para pressionar o Hamas a aceitar um novo cessar-fogo.»

No sítio Internet do diário Haaretz, Amos Harel assinou um comentário intitulado «IAF strike on Gaza is Israel’s version of ‘shock and awe’».

«Os acontecimentos ao longo da frente Sul que começaram sábado de manhã, às 11h30, parecem-se muito com uma guerra entre Israel e o Hamas. É difícil dizer onde (geograficamente) e por quanto tempo vai prosseguir a violência antes de uma intervenção da comunidade internacional com vista à suspensão das hostilidades. Todavia, a salva de abertura israelita não é uma operação “cirúrgica” ou um ataque limitado. É o assalto mais violente a Gaza desde que este território foi conquistado em 1967.»

Esta ofensiva coloca-se também no quadro, se assim se pode dizer, da campanha eleitoral israelita. No dia 10 de Fevereiro de 2009 terão lugar eleições gerais e cada um dos candidatos faz apostas ousadas. Mesmo o partido de esquerda Meretz apelou, antes do desencadeamento do ataque israelita, a uma acção armada [1]. Em contrapartida, o Gush Shalom, a organização de Uri Avnery, condenou firmemente a acção israelita e os ditos apoiantes da paz, como Amos Oz, que a apoiam. Lembremos que em Fevereiro de 1996, o primeiro-ministro de então, Shimon Peres, tinha lançado uma ofensiva contra o Líbano («Uvas da cólera») – que ficou célebre pelo massacre de Cana, com uma centena de refugiados mortos – na esperança de ganhar as eleições que se preparavam. Resultado: Benyamin Netanyahu ganhou e tornou-se primeiro-ministro. No sábado à noite, um milhar de pessoas manifestou-se em Telavive contra os ataques israelitas.

É interessante notar que os comentadores israelitas, como a maior parte dos comentadores da imprensa ocidental, não assinalam a razão mais importante do falhanço do cessar-fogo de seis meses, que durou de 19 de Junho até 19 de Dezembro.
Como nos confirmou Khaled Mechaal, chefe da comissão política do Hamas na semana passada, o acordo compreendia, para além do cessar-fogo, o levantamento do bloqueio de Gaza e um compromisso do Egipto em abrir a passagem de Rafah. Ora, não só Israel violou o acordo de cessar-fogo lançando um ataque que matou várias pessoas no dia 4 de Novembro, como os pontos de passagem não foram reabertos senão parcialmente, e o bloqueio foi mesmo reforçado nas últimas semanas. A população, que era largamente favorável ao acordo em Junho, exige hoje uma clarificação: ou a guerra ou a abertura incondicional dos pontos de passagem e o fim da chantagem permanente que permite a Israel matar lentamente à fome (e privar de cuidados de saúde) a população. Esta está certa quando acusa Israel, como relata o sítio Internet da Al-Jazeera em inglês: «Gazans: Israel violated the truce» (Mohammed Ali).

O presidente Nicolas Sarkozy reagiu com um comunicado. «O presidente da República exprime a sua mais viva preocupação perante a escalada da violência no Sul de Israel e na Faixa de Gaza. Condena firmemente as provocações irresponsáveis que conduziram a esta situação, assim como o uso desproporcionado da força. O presidente da República deplora as importantes perdas civis e exprime as suas condolências às vítimas inocentes e às suas famílias. Pede a paragem imediata dos lançamentos de mísseis sobre Israel, assim como dos bombardeamentos israelitas sobre Gaza, e apela à moderação de ambas as partes. Lembra que não existe solução militar em Gaza e pede a instauração de uma trégua duradoura.»


Num comunicado publicado na sequência do seu encontro com Abul Gheit, ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner reiterou as mesmas posições, acrescentando todavia que a França pedia «a reabertura dos pontos de passagem», um ponto ignorado por Sarkozy.

A senadora Nathalie Goulet, da UMP (União para um Movimento Popular), pertencente à Comissão dos Negócios Estrangeiros,
publicou a declaração seguinte: «Como sempre, Israel faz um uso excessivo da força perante a indiferença da comunidade internacional, que deixa degradar-se a situação em Gaza há meses e meses. Não há que culpar nem o Irão nem o Hamas, mas a inércia da comunidade internacional, o apoio sistemático da política americana a Israel e a intolerável “atitude dupla” das organizações internacionais. Israel viola desde há quarenta anos dezenas de resoluções da ONU, sem embargo, sem sanções e com toda a impunidade. A situação é insuportável para os habitantes civis de Gaza desde há anos. A situação tem vindo a degradar-se, com o seu cortejo de humilhações e uma sede de vingança. Olho por olho tornará o mundo cego, disse Gandi. Há já demasiado, demasiado tempo que estamos cegos e surdos em relação ao sofrimento do povo palestiniano.»

Os ataques também suscitaram as condenações habituais dos países árabes. Uma reunião de emergência da Liga Árabe terá tido lugar no domingo. O Egipto declarou que acusava Israel como responsável; esta afirmação é talvez uma resposta a informações da imprensa israelita que afirmam que o Cairo teria dado luz verde a uma operação limitada a Gaza visando derrubar o Hamas («Report: Egypt won’t object to short IDF offensive in Gaza», por Avi Issacharoff, Haaretz, 25 de Dezembro). Um outro artigo do Haaretz publicado no dia 28 de Dezembro, e que descreve a campanha de desinformação do governo israelita antes da ofensiva de Gaza, explica que Tzipi Livni, a ministra dos Negócios Estrangeiros, tinha informado o presidente Mubarak do ataque («Disinformation, secrecy and lies: How the Gaza offensive came about», por Barak Ravid). A cumplicidade do Cairo é confirmada por um relatório da Y-net, «Egypt lays blame on Hamas», por Yitzhak Benhorin (27 de Dezembro), que retoma as declarações do ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros Abul Gheit, explicando que o seu governo tinha prevenido o Hamas e que os que não tinham escutado estes avisos assumiam a responsabilidade da situação (sobre as razões da política egípcia, ler esta entrevista com Khaled Mechaal).

Nestas condições, é duvidoso que estas condenações árabes conduzam a resultados. A única iniciativa espectacular e eficaz que o Cairo poderia tomar seria reabrir a ponte de passagem de Rafah, o que não quer fazer de modo nenhum – até agora, limitou-se a abrir a passagem aos feridos palestinianos. E, de acordo com a agência de imprensa Maan, nenhum ferido se apresentou, afirmando os médicos palestinianos que o transporte dos feridos graves é impossível, a menos que o Egipto envie helicópteros («Not one Gazan at Rafah crossing despite Egyptian promise to treat wounded, country to send medical supplies instead», 27 de Dezembro).

Para lá do bloqueio, é necessário lembrar que:

• a recusa da comunidade internacional em reconhecer o resultado das eleições legislativas de Janeiro de 2006, que deram a vitória aos candidatos do Hamas, contribuiu para a escalada israelita; assim como a recusa de admitir realmente o acordo de Meca entre a Fatah e o Hamas;
• a União Europeia e a França em particular, quaisquer que sejam a suas tomadas de posição, encorajam concretamente a política israelita, designadamente recompensando Israel
pela melhoria das relações entre Israel e a União Europeia, apesar das violações repetidas por Israel de todos os compromissos (diminuição do número de check-points, desmantelamento dos colonatos «ilegais», etc.);
• finalmente, lembremos esta verdade, cuja evidência é demasiadas vezes ocultada: a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental estão ocupadas desde há mais de quarenta anos. É esta ocupação que é a fonte de toda a violência no Médio Oriente.


Notas:
[
1] «Leftist Meretz issues rare call for military action against Hamas», por Roni Singer-Heruti, Haaretz, 25 de Dezembro