Entre nós e as palavras: a filosofia contra o consenso
15 e 16 Março de 2011
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Edifício ID, sala multiusos 3 (4º piso)
Organização
Golgona Anghel
Vanessa Brito
Silvina Rodrigues Lopes
Abrir um espaço entre nós e as palavras, criar dissensos, é, para Rancière, o próprio coração da política e a condição do pensamento. Pretendemos neste Colóquio tomar essa tese como incitação a uma reflexão que não se limite a explicitar as relações poder/saber e os dispositivos de legitimação e institucionalização que as concretizam. A escrita enquanto pensar/agir – capaz de evidenciar e de deslocar as operações de unificação do mundo constituídas por ficções consensuais que procedem à naturalização das relações tecidas em palavras e imagens – será, pois, o tema orientador. Partir-se-á da leitura de livros e textos de Jacques Rancière, insistindo em conceitos neles decisivos, como os de igualdade, de emancipação, de partilha do sensível e de história, que estão na base da conceptualização da possibilidade de incessantes reconfigurações do mundo, segundo as quais, poesia, literatura e filosofia partilham a capacidade de dar existência ao que era imperceptível apesar da sua operatividade. Essa é a possibilidade de conceber a história em termos não-deterministas e de escapar aos mecanismos identitários: experiência de afirmação da igualdade que implica uma atenção às palavras da literatura que não as reinscreva nos circuitos do estabelecido e às palavras anónimas com que se fez história e ficaram ignoradas pelo ruído de modelos narrativos que impuseram uma lógica de exclusão.
PROGRAMA
15 de Março de 2011
9H30 Conferência inaugural por René Schérer, «Le Dissensus constitutif»
10h30 Pausa Café
1° PAINEL As palavras contra a mestria
Moderadora: Golgona Anghel
10H50 Silvina Rodrigues Lopes, «Anti-destino, experimentação e emancipação»
11H30 Vanessa Brito, «L’espace entre les mots et les choses»
12H10 Maria Benedita Basto, «Comme si, comme cela : histoire et vérification de l’égalité»
13H00 Almoço
2° PAINEL O arquivo e as palavras anónimas
Moderador: João Pedro Cachopo
14H30 Déborah Cohen, « Jacques Rancière et les mots de l’archive »
15H10 José Neves, «A História, o Proletariado e o Espectador»
15H50 Luís Trindade, «A narrativa do desentendimento histórico »
16H30 Tiago Baptista, «Aritméticas da nação no cinema moderno português»
19H00 Mesa-redonda na Cinemateca Portuguesa: Arte popular, arte do povo?
Encerramento do ciclo de cinema Jacques Rancière – curtas viagens ao país do povo
Moderadora: Vanessa Brito
Participantes: Emiliano Battista, Pedro Costa, Luís Miguel Oliveira, Jacques Rancière
16 de Março de 2011
3° PAINEL
As palavras sem destinatário da literatura
Moderadora: Maria Benedita Basto
9H30 José Paulo Pereira, «Literatura e democracia: Derrida e Rancière»
10H10 Golgona Anghel, «L’intrus, le silence, le conflit: pour une critique de l’exception»
10H50 Maria Filomena Molder, «Perigos, equívocos e linguagens naturais»
11H30 Pausa café
4° PAINEL As palavras e a configuração do sensível
Moderador: Manuel Deniz
11H50 Gabriel Rockhill, «Rancière’s productive contradictions: from the politics of Aestectics to the Social Politicity of Art»
12H30 Miguel Cardoso, «A partilha do legível: ordem, desordem e mediação no regime estético»
13H10 Almoço
5° PAINEL Contra as palavras consensuais
Moderador: José Neves
15H00 António Guerreiro, «Comunidade e política dos puros meios. Para um confronto entre Rancière e Agamben»
15H40 João Pedro Cachopo, «Le dissensus démocratique. Comment désordonner un mot d’ordre?»
16H10 André Barata, «Dissensualizar consensos, sensualizar palavras, democratizar a democracia – ‘La lute politique, c’est aussi la lutte pour l’appropriation des mots’»
18h30 Sessão de autógrafos com Jacques Rancière (Mediateca do IFP).
19H00 Mesa-redonda Voz e democracia (Anfiteatro do IFP).
Participantes: Manuel Deniz, Jacques Rancière, Rui Tavares
15 e 16 Março de 2011
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Edifício ID, sala multiusos 3 (4º piso)
Organização
Golgona Anghel
Vanessa Brito
Silvina Rodrigues Lopes
Abrir um espaço entre nós e as palavras, criar dissensos, é, para Rancière, o próprio coração da política e a condição do pensamento. Pretendemos neste Colóquio tomar essa tese como incitação a uma reflexão que não se limite a explicitar as relações poder/saber e os dispositivos de legitimação e institucionalização que as concretizam. A escrita enquanto pensar/agir – capaz de evidenciar e de deslocar as operações de unificação do mundo constituídas por ficções consensuais que procedem à naturalização das relações tecidas em palavras e imagens – será, pois, o tema orientador. Partir-se-á da leitura de livros e textos de Jacques Rancière, insistindo em conceitos neles decisivos, como os de igualdade, de emancipação, de partilha do sensível e de história, que estão na base da conceptualização da possibilidade de incessantes reconfigurações do mundo, segundo as quais, poesia, literatura e filosofia partilham a capacidade de dar existência ao que era imperceptível apesar da sua operatividade. Essa é a possibilidade de conceber a história em termos não-deterministas e de escapar aos mecanismos identitários: experiência de afirmação da igualdade que implica uma atenção às palavras da literatura que não as reinscreva nos circuitos do estabelecido e às palavras anónimas com que se fez história e ficaram ignoradas pelo ruído de modelos narrativos que impuseram uma lógica de exclusão.
PROGRAMA
15 de Março de 2011
9H30 Conferência inaugural por René Schérer, «Le Dissensus constitutif»
10h30 Pausa Café
1° PAINEL As palavras contra a mestria
Moderadora: Golgona Anghel
10H50 Silvina Rodrigues Lopes, «Anti-destino, experimentação e emancipação»
11H30 Vanessa Brito, «L’espace entre les mots et les choses»
12H10 Maria Benedita Basto, «Comme si, comme cela : histoire et vérification de l’égalité»
13H00 Almoço
2° PAINEL O arquivo e as palavras anónimas
Moderador: João Pedro Cachopo
14H30 Déborah Cohen, « Jacques Rancière et les mots de l’archive »
15H10 José Neves, «A História, o Proletariado e o Espectador»
15H50 Luís Trindade, «A narrativa do desentendimento histórico »
16H30 Tiago Baptista, «Aritméticas da nação no cinema moderno português»
19H00 Mesa-redonda na Cinemateca Portuguesa: Arte popular, arte do povo?
Encerramento do ciclo de cinema Jacques Rancière – curtas viagens ao país do povo
Moderadora: Vanessa Brito
Participantes: Emiliano Battista, Pedro Costa, Luís Miguel Oliveira, Jacques Rancière
16 de Março de 2011
3° PAINEL
As palavras sem destinatário da literatura
Moderadora: Maria Benedita Basto
9H30 José Paulo Pereira, «Literatura e democracia: Derrida e Rancière»
10H10 Golgona Anghel, «L’intrus, le silence, le conflit: pour une critique de l’exception»
10H50 Maria Filomena Molder, «Perigos, equívocos e linguagens naturais»
11H30 Pausa café
4° PAINEL As palavras e a configuração do sensível
Moderador: Manuel Deniz
11H50 Gabriel Rockhill, «Rancière’s productive contradictions: from the politics of Aestectics to the Social Politicity of Art»
12H30 Miguel Cardoso, «A partilha do legível: ordem, desordem e mediação no regime estético»
13H10 Almoço
5° PAINEL Contra as palavras consensuais
Moderador: José Neves
15H00 António Guerreiro, «Comunidade e política dos puros meios. Para um confronto entre Rancière e Agamben»
15H40 João Pedro Cachopo, «Le dissensus démocratique. Comment désordonner un mot d’ordre?»
16H10 André Barata, «Dissensualizar consensos, sensualizar palavras, democratizar a democracia – ‘La lute politique, c’est aussi la lutte pour l’appropriation des mots’»
18h30 Sessão de autógrafos com Jacques Rancière (Mediateca do IFP).
19H00 Mesa-redonda Voz e democracia (Anfiteatro do IFP).
Participantes: Manuel Deniz, Jacques Rancière, Rui Tavares