11.11.10

O Jardim Botânico de Lisboa comemora hoje o seu 132º aniversário, depois de ter sido classificado monumento nacional



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O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa comemora hoje, 11 de Novembro de 2010, o seu 132.º Aniversário. Nesta mesma data assinalam-se os 4 anos de existência do Lagartagis, a primeira estufa de borboletas vivas na Europa constituída por espécies comuns da fauna da Península Ibérica.

Jardim Botânico
(Museu Nacional de História Natural, Universidade de Lisboa)

O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa é um jardim científico, projectado em meados do século XIX. Começado a plantar em 1873, por iniciativa dos professores Conde de Ficalho e Andrade Corvo, acabou por ser inaugurado em 1878. Foi desde logo considerado um moderno e útil complemento para o ensino e investigação botânicas na Escola Politécnica, escola símbolo dos novos rumos de progresso social e científico que a revolução liberal trouxe a Portugal.

Plantas incluindo briófitos, líquenes e fungos de Portugal, do resto da Europa, de outros continentes e de ilhas Atlânticas, do Índico e do Pacífico constituem o espólio deste museu, cujas colecções históricas remontam ao século XVIII, coligidas em expedições e viagens em África, Brasil, Ásia e Timor.

O Jardim Botânico tem uma área de 4 ha onde se observam espécimes vegetais oriundos de diversas partes do Mundo, entre as quais sobressaem Cicadácias, Gimnospérmicas, palmeiras e figueiras tropicais. Sementes de espécies raras e ameaçadas são preservadas no Banco de Sementes.

O Jardim Botânico representa um património de inegável interesse do ponto de vista histórico, cultural e científico. É sua missão contribuir para o conhecimento científico de plantas e fungos, da sua biodiversidade, conservação, propondo métodos de gestão do ambiente. O Jardim Botânico deve ainda permitir a aproximação da sociedade a plantas e fungos – base da vida na terra – proporcionando o aumento da literacia científica das comunidades, sendo um local único para a divulgação e formação científicas.

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Jardim Botânico da Universidade de Lisboa foi finalmente classificado como monumento nacional

“O Jardim Botânico de Lisboa não tem igual na Europa inteira. É mais do que uma pequena história cultural” Thomas Mann em As Confissões de Félix Krull.

O Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural (MNHN) da Universidade de Lisboa é um jardim projectado em meados do século XIX. À excelência e qualidade estética destes 4 ha da cidade de Lisboa, acresce o valor patrimonial histórico-científico representado pelo conjunto dos Museus Universitários da Politécnica.

O local escolhido, no Monte Olivete, para a implantação do novo jardim tinha já mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado desde o convento e colégio jesuíta da Cotovia aqui sediado, com o seu Horto Botânico e a respectiva cerca murada, de sólida e cuidada construção, que se desenvolve num perímetro de cerca de 1 km.

Como Jardim científico foi projectado em meados do séc XIX e começado a plantar em 1873, por iniciativa dos professores Conde de Ficalho e Andrade Corvo, acabando por ser inaugurado apenas em 1878, ocupando já nessa altura uma área total de 4 ha. A grande diversidade de plantas vieram sobretudo das então colónias portuguesas mas também de outras regiões tropicais e subtropicais dos diferentes continentes. O sucesso da implantação do Jardim no sítio escolhido, resultou da adequada morfologia e exposição do pequeno vale abrigado e do clima ameno da cidade de Lisboa, de tipo mediterrâneo húmido. Com o crescimento rápido das massas de vegetação, a procura do público nunca parou de crescer, atraído pelo contraste entre o bulício da cidade e o recolhimento e sossego que as sombras, cheiros e sons propiciam, tornando-o um valioso espaço de lazer e recreio passivo. Encaixado numa zona nobre da cidade, faz parte integrante do centro histórico da capital, constituindo visita obrigatória de turistas que o procuram como local único de referência. Talvez por isso seja mais conhecido como Jardim Botânico de Lisboa, até a nível internacional.

O Jardim Botânico - MNHN encerra assim, um património natural único que urge preservar e que, à semelhança de outros jardins botânicos, constitui uma autêntica arca de Noé, isto é, um local onde parte da flora mundial é cultivada e preservada.

Desde a sua fundação, há mais de 100 anos, o Jardim Botânico tem tido como missão contribuir para a valorização, compreensão e gestão do património natural e cultural através de colecções botânicas vivas, exposições, educação e da investigação que ali se desenvolve.

O Jardim mantém um acervo vivo com mais de 1300 espécies de plantas, contribuindo para formar o público sobre o valor da biodiversidade e a importância da conservação dos recursos naturais. Em termos de património possui colecções de objectos naturais, xiloteca e um herbário, com mais de 220 000 folhas, onde se incluem plantas vasculares e criptogâmicas de Portugal Continental e ilhas, bem como um conjunto de colecções históricas de plantas africanas e do Brasil de elevado interesse científico e museológico. A outra colecção de relevância científica nacional e internacional é o Banco de Germoplasma que inclui um Banco de Sementes - com mais de 1200 espécies, incluindo 26% da flora nativa e 34% das espécies raras e ameaçadas em Portugal – e um Banco de DNA, com 1 a 5 amostras de cada espécie da flora portuguesa ameaçada.

Assim, a Universidade de Lisboa tem motivos para se regozijar. Ao fim de 40 anos do primeiro despacho de pedido de classificação (7 de Agosto de 1970), o processo foi aprovado por Decreto em Conselho de Ministros a 4 de Novembro de 2010. O Jardim Botânico é, actualmente, um património cultural de significado nacional, objecto de especial protecção e valorização.
Prof.ª Doutora Maria Amélia Martins-Loução, Vice-Reitora da Universidade de Lisboa