23.7.10

CITEMOR - 32º Festival de Montemor-o-Velho começa hoje e prolonga-se até 14 de Agosto



http://www.citemor.blogspot.com/



PROGRAMAÇÃO

Sexta 23 Julho 22:30 Teatro Esther de Carvalho
Norberto Lobo
Norberto Lobo presenteia-nos com um concerto intimista, onde o dedilhar da guitarra acústica cria um ambiente familiar. A guitarra quase que fala para nós. Com influências do folk e do blues, de Carlos Paredes, John Fahey e Charley Patton, o guitarrista lisboeta faz uma abordagem simples e directa da interpretação, entrando em perfeita comunhão com o público. Norberto Lobo já nos havia prendido com “Mudar de Bina”, lançado em 2008, mas é com “Pata Lenta”, um disco centrado na sonoridade da guitarra acústica, que ele nos conquista. A técnica é simples, os elementos aparentemente contraditórios mas em completa harmonia. Há espaço para mostrar a ruralidade do Portugal profundo. E um “Unravel” de Björk despido de qualquer complexidade. Um auto-didacta, artista curioso, obcecado pela melodia, com música cheia de significado. Este é Norberto Lobo.

Sábado 24 e Domingo 25 Julho 22:30 Espaço Mota-Engil/Real Estate
SIMULACROS
SUSANA VIDAL
co-produção, residência de criação, estreia
Estamos a simular que trabalhamos, que amamos, que odiamos, que fodemos, que queremos, que criamos, que somos artistas, pais, modernos, pais modernos, inovadores e únicos. Estamos a simular que fazemos um espectáculo, estamos a simular que podemos mudar o mundo. Simulamos cada vez melhor que estamos aqui.
Estamos a simular...
Não pensas em ser puta quando fores grande, não pensas em ter um filho deficiente, não pensas em ter um acidente, não pensas em perder a quem amas. Não pensas em ser nem tímido nem fracassado. Não pensas em não ter ideias brilhantes e inovadoras. Nem te imaginas a não ser uma artista. Nem te imaginas a não viver em liberdade ou numa guerra. Não pensas em sentir-te infeliz. Mas ao mesmo tempo, por esquisito que pareça, passamos o tempo a evitar a infelicidade, a morte, a dor, o medo... ou pelo menos tentamos!
Há coisas que nunca queres ser, fazer ou converter. Há coisas que nunca queres que aconteçam, parece que sempre acontecem aos outros mas, de repente, um dia acontecem-te...

Criação, direcção e texto: Susana Vidal Intérpretes: Carla Ribeiro, Maria João Garcia Composição sonora e direcção artística: Alberto Lopes Espaço cénico, adereços e figurinos: Eric Costa Desenho de luz e imagem: Alexandre Coelho Direcção técnica: João Cáceres Alves Produção executiva: Mafalda Sebastião Co-produção: Sociedade Informal e Citemor


Quinta 29 e Sexta 30 Julho 22:30 Sala B
SINGLE
MALA VOADORA direcção de Jorge Andrade
co-produção, residência de criação, estreia
O Imperador Haile Selassie reina na Etiópia, soberano, entre 1930 e 1974.
Vive com a sua corte e estabelece rotinas. O protocolo, o guarda-roupa, os carros. Seguindo um horário rigoroso, audiências, nomeações, denúncias. O tempo dedicado aos animais de estimação: leões, leopardos, panteras, aves do paraíso, flamingos, um papa-formigas. O Imperador é único, como o Sol. Um cargo é uma honra. Ser Ministro da Pluma, Ministro das Finanças, Reverendo Tesoureiro. Ser responsável por abrir as portas pelas quais o Imperador passa, ou por colocar uma determinada almofada debaixo dos seus pés em função da altura de cada trono. Ser Chefe do Serviço Áulico de Espionagem, Imperial Body Guard, Grande Mordomo da Corte, Funcionário de Protocolo nos cortejos. Limpar o xixi do lulu dos sapatos dos dignitários para que eles possam continuar a agir imperturbáveis, não denunciando qualquer incómodo.
O povo passa fome. Tornam-se públicos os benefícios concedidos pelo Ministério do Alto Privilégio. Sabe-se da existência de avultadas contas bancárias do Imperador em bancos estrangeiros. Em 1969, há uma revolta estudantil. Dizendo agir “em nome do Imperador”, o exército junta-se ao movimento de renovação oposicionista. Entretanto, o regime avança nos planos de uma barragem no Nilo “em nome do progresso”. Os dignitários vão sendo detidos, desertificando-se a corte. Os que restam organizam-se em sessões de ginástica (pequenos grupos, para evitar detenções em massa) e iniciam-se os preparativos para a grande festa do 82º aniversário do Imperador. Nesse dia chove. Decorre o ano de 1974. A Comissão Militar Provisória destrona o Imperador, que se limita a afirmar: se a revolução for boa para o povo, concordo com ela.

Direcção: Jorge Andrade, a partir de “Cell Block, Egospheres, Self-Container: The Apartment as a Co-Isolated Existence” de Peter Sloterdijk e “The Emperor" de Ryszard Kapuściński com: Anabela Almeida, Bruno Huca, Flávia Gusmão, Jorge Andrade, Marco Paiva, Miguel Damião, Pedro Gil e Tânia Alves cenografia e figurinos: José Capela direcção de produção: Manuel Poças co-produção: Mala Voadora e Citemor
http://malavoadora.blogspot.com/


Sábado 31 Julho e Domingo 1 Agosto 22:30
Espaço Mota-Engil/Real Estate
MORRO COMO PAÍS
Colectivo 84 direcção de John Romão
co-produção, residência de criação, antestreia
Hoje, a morte e a noção de fim cruzam-se em permanência no quotidiano, sem ninguém parar ou reparar atentamente. A morte é como um gelado derretido no passeio, não se pode provar e quando passamos ao seu lado não queremos lambê-lo. "Morro como país" (1978), texto do dramaturgo grego contemporâneo Dimítris Dimitriádis, fala da morte de um território devastado pela guerra civil, pela corrupção política e pela subversão da moral, figuração trágica numa espécie de amálgama de todas as perversões e subversões. Foi a partir deste texto que começámos a escrever a nossa própria proposta, que junta o sabor doce da decadência absoluta e da negação para com o estado actual das sociedades europeias ao fim do mundo, que acontece lentamente à beira-mar, com a língua colada na areia, à procura do sorvete. É um espectáculo, assim, escatológico, por procurar perceber o que é o fim das coisas.
Texto: Dimítris Dimitriádis Direcção e espaço cénico: John Romão Dramaturgia: Mickael de Oliveira Interpretação: Cláudia Dias, Cláudio da Silva e João Folgado Música: Daniel Romero (.tape.) Esculturas: Pedro Mira Desenho de luz: Daniel Worm d'Assumpção Desenho de som: Jorge Pina Produção executiva: Colectivo 84 Assistência de produção: Lara Silveira Co-produção: Colectivo 84 / Penetrarte, Murmuriu e Citemor Apoios: Artistas Unidos, Bomba Suicida, Câmara Municipal de Almada, Fundação Calouste Gulbenkian e ZDB
O Colectivo 84 / Penetrarte - Associação Cultural é uma estrutura associada da Associação Zé dos Bois (ZDB) e da Casa das Caldeiras (Coimbra).
http://colectivo84.blogspot.com/


Quinta 5 Agosto 17:00 às 22:00 Galeria Municipal
(de quinta a domingo até 14 de Agosto)
MUSEOS DEL SILENCIO
Elena Córdoba e Sylvia Calle
co-produção, residência de criação, estreia
A partir de 2008 visitei com a realizadora Sylvia Calle vários museus anatómicos, realizando uma série de documentais que nos mostram distintas formas de representação do interior do corpo humano. Nestes museus assistimos a uma luta peculiar do homem por compreender e conservar o que é efémero e está sujeito à decomposição: o corpo sem vida.
O nosso olhar sobre estes objectos foi dando origem a uma série de peças que passeiam entre a realidade e a ficção. Uma resposta poética ao mistério que envolve os museus que visitámos. Os «Museos del Silencio» foram sendo construídos entre o olhar de Sylvia e o meu, que se uniram numa estranha harmonia, fruto da nossa longa amizade.

http://anatomia-poetica.blogspot.com/


Quinta 5 Agosto 22:30 Teatro Esther de Carvalho
LA MUJER DE LA LÁGRIMA
Elena Córdoba
estreia nacional

Sexta 6 e Sábado 7 Agosto 22:30 Sala B
EL LUGAR Y LA PALABRA. CONVERSACIÓN INTERFERIDA. BEIRUT (estreia nacional), seguido de IMPROMPTUS (co-produção, residência de criação, estreia)
e TIEMPOS COMO ESPACIOS (estreia nacional)
Fernando Renjifo


Domingo 8 Agosto 22:30 Teatro Esther de Carvalho
NOVA CRIAÇÃO 2010
Francisco Camacho
co-produção, antestreia


Quinta 12 e Sexta 13 Agosto 22:30 Espaço Mota-Engil/Real Estate
TODO LO QUE SE MUEVE ESTÁ VIVO (estreia nacional), seguido de EXPULSADAS DEL PARAÍSO (co-produção, residência de criação, estreia)
Elena Córdoba


Sábado 14 Agosto 22:30 Praça da República
ARROZ NEGRO remix
Tiago Pereira
co-produção


Sábado 14 Agosto 23:00 Praça da República
Diabo na Cruz