As centrais atómicas francesas recorrem a trabalhadores precários, frequentemente sem residência fixa, empregados nas tarefas mais arriscadas e mais expostas às radiações: "Chamam-lhes 'jumpers', os que mergulham para dentro do reactor. Ou nómadas do nuclear", lê-se no Alias, o suplemento semanal do diário italiano Il Manifesto.
Empregados por subcontratantes da EDF, GDF-Suez ou Areva, as empresas que gerem as centrais, "incorporam 80% das doses colectivas anuais de radiações ionizantes produzidas pelo parque nuclear francês".
A revista explica que a doutrina do “risco zero” em matéria de protecção das radiações foi progressivamente abandonada, trocada pela muito mais leve ALARA (As Low As Reasonably Acceptable, o mais baixo razoavelmente aceitável).
Vários destes "nómadas nucleares" apresentaram queixa contra os seus empregadores devido às consequências da sua exposição às radiações; mas não tiveram seguimento, porque a prescrição para os acidentes do trabalho no domínio nuclear é de dez anos, "o tempo de incubar a doença e de ocultar as causas que a provocaram", sublinha o Alias.
http://www.ilmanifesto.it/
http://www.globalproject.info/it/community/Le-scorie-umane-del-nucleare-alla-francese/4353
http://www.iotaproduction.com/content/view/105/54/lang,fr/
Documentário “RAS – Nucléaire. Rien à signaler, sur les travailleurs précaires du nucléaire” (RAS – Energia nuclear. Nada a assinalar sobre os trabalhadores precários da energia nuclear)