10.2.10

Variação da Cultura - programação na sala-estúdio Latino entre Fevereiro e Junho para responder à falta de política cultural municipal no Porto


O colectivo de nome “Variação da Cultura” surge para suprir uma carência que alguns criadores da cidade do Porto há muito têm vindo a sentir de forma persistente: A inexistência de uma política cultural municipal integrada capaz de gerar sinergias.
Numa cidade onde, apesar de tudo, se tenta combater a apatia, é irrespon...sável não existir uma oferta contínua, alternativa e experimental aos valores instituídos.

Pelo menos 15 companhias e criadores da área do teatro, dança e cinema do Porto decidiram alugar uma sala para apresentar espectáculos regularmente, numa resposta à falta de “uma política cultural municipal”.

Assim, o movimento, que reúne várias companhias e artistas em nome individual e que recebeu a designação de “Variação da Cultura”, alugou a Sala - Estúdio Latino, do Teatro Sá da Bandeira onde, a partir de quinta-feira, começa a apresentar uma programação “continuada e diversificada”.



Programação Geral - Fevereiro a Junho


“NORMA“.
Teatro da Palmilha Dentada
11 de Fevereiro a 7 de Março - Quarta a Domingo 21h46



Texto: Ricardo Alves e Salgueirinho Maia com Ivo Bastos e Rodrigo Santos
Encenação: Ricardo Alves
Direcção Plástica: Sandra Neves

Sinopse
“Livro das Normas 34:2 Estando três fariseus sentados, deles se abeirou uma mulher. E ela lhes ofertou um prato com dois farináceos. E por entre os três se encontrou a forma justa de dividir a oferenda. E não é conhecida a forma como o fizeram porque modesta é a pobreza .

Livro das Normas 34:3 E no dia seguinte tornou a mulher a se abeirar dos três fariseus que se achavam ainda sentados. E perante eles depositou nova oferenda, um prato com quatro farináceos. E entre eles se discutiu a forma justa de dividir a nova oferenda e do mal daí sucedido ainda hoje se sentem os ecos

Livro das Normas 34:4 De olho por olho em dente por dente a discussão cresceu, porque a necessidade é prazenteira e o luxo pérfido. Já o sol se punha sobre o deserto de Paran quando a disputa amainou.”

A nova peça da Palmilha Dentada será o mais ambicioso dos trabalhos da companhia. Inteiramente falada nas línguas da época, Aramaico, Hebraico e Mirandês, decorrerá entre as águas separadas do Rio Douro. Esta é também uma peça sobre o aumento do cepticismo na sociedade actual.

Jesus Cristo disse “Abençoados os que crêem sem ver”. Respeitamos, mas venham ver na mesma.



"O Escadote"
Tenda de Saias
17 a 21 de Março - Quarta a Domingo 21h45


Criação Colectiva
Texto: Jaime Salazar Sampaio
Interpretação: Xana Miranda e Tânia Dinis

A Tenda de Saias é uma companhia de Teatro não subsidiada residente na Fábrica da Rua da Alegria no Porto, espaço partilhado, desde 2005, por várias companhias de teatro, uma produtora de cinema, um projecto musical e elementos de outras áreas artísticas.

Em 2006, a Tenda juntou-se ao núcleo da Fábrica da Rua da Alegria, tornando-a assim também o seu espaço de ensaios, reuniões e criações.

A companhia formou-se, legalmente, a 20 de Dezembro de 2007 e foi fundada por Maria do Carmo Sousa, Olinda Favas, Susana Madeira, Tânia Dinis e Xana Miranda, actrizes formadas em Estudos Teatrais pela ESMAE do Porto, em 2006.

Actualmente, a Tenda de Saias já não conta com Maria do Carmo Sousa.

A ideia da formação surgiu quando as suas fundadoras estavam no último ano do curso na ESMAE, a fazer os chamados “Projectos Colectivos” e reflecte uma afinidade artística e desejo comum de trabalhar em colectivo dos seus membros.

A Associação Cultural - Tenda de Saias tem objectivos culturais e artísticos que se traduzem na criação, produção e apresentação regular de espectáculos, promoção de workshops na área do teatro, captação de novos públicos e enriquecimento artístico da cena cultural da cidade do Porto, através do uso de linguagens contemporâneas do espectáculo.


"NÃO"
Helder Guimarães
24 a 28 de Março - Quarta a Domingo 21h45
23 a 27 de Junho - Quarta a Domingo 21h45

Criação e Interpretação: Helder Guimarães:
Produção Executiva: Sandra Simões

Sinopse
Este não é um espectáculo. Este é um não-espectáculo.
Esta não é uma sinopse. É uma não-sinopse.
Tu não és um leitor. És um não-leitor.
Ok, admito: o espectáculo ainda não está pronto e, por isso, ainda não tenho sinopse. Sei sobre o que vou falar, sei o que quero dizer... Mas se o disser agora, para que é que vais pagar bilhete? Um espectáculo é criado para ser visto, é para isso que ele existe. Não é para falar sobre ele antes, não é para reflectir sobre ele antes que ele exista. Felizmente, como este é um não-espectáculo, não preciso de pensar assim. Por isso, posso terminar este texto fazendo uma análise profunda e poética do mesmo não espectáculo sobre o qual não quero falar. Posso fazer tudo isto, mas não o vou fazer. Ainda tenho a liberdade para quebrar a ditadura das sinopses vagas e bonitinhas. Porque é muito fácil fazer sinopses, no fundo é apenas um conjunto de palavras artísticas e crenças vagas alinhadas para fazer o leitor dizer "Isto deve ser bom!". Mas eu não quero leitores, porque esses não têm pensamentos próprios quando lêem sinopses. Eu quero não-leitores para esta não-sinopse. É por isso, que farei um não-espectáculo.


“7:AM”
Teatro da Palmilha Dentada
1 de Abril a 9 de Maio - Quarta a Domingo 21h46

Texto e encenação: Ricardo Alves
Direcção Plástica: Sandra Neves

Na sua última produção a Palmilha Dentada lançou um desafio ao seu público: o de ser co-produtor na primeira produção deste ano. A resposta recebida foi significativa - 914 contratos. Mais do que o valor obtido, consideramos significativa a disponibilidade do público em aderir à proposta como uma prova da confiança que em nós deposita. Esse facto torna a nossa próxima produção algo de muito íntimo na nossa relação com o público. Por isso optámos por reflectir sobre um dos momentos mais privados da vida diária de cada um: o despertar.

São 7 da manhã o despertador toca, é o momento em que abandonámos os braços de Morfeu e reabrimos a caixa de Pandora. Este espectáculo é uma longa série de despertares que vão narrando as histórias de diversas personagens que de “manhã acordarão para o que não lhes apetece”.


NOITES BRANCAS
Companhia Chão Concreto
12 a 30 de Maio - Quarta a Domingo 21h45


Texto: Fiódor Dostoiévski
Tradução: Filipe Guerra e Nina Guerra
Dramaturgia: Rodrigo Santos
Encenação: Rodrigo Santos
Interpretação: Ivo Bastos e Nuno Preto

O conto

Um homem vagueia, sozinho, por S.Petersburgo - a cidade em peso, essa, vagueia pelos verões do campo. Uma mulher espera, sozinha, apoiada no parapeito do canal. Um oportunista, cambaleante e pouco respeitável, ensaia uma abordagem agreste e atrevida à menina do chapéu amarelo. O primeiro, o nosso sonhador, salta de rompante para o outro lado da rua - qual herói improvisado! – e afugenta a ameaça. Os ânimos acalmam. A donzela respira fundo. As mãos apertam-se. É então que ele se apercebe: uma mulher. Conheceu finalmente uma mulher! Depois disso vão encontrar-se ali mais quatro noites. Ela porque espera. Ele porque alimenta a sua espera. O amor há-de chegar de manhã. Quando a noite branca acabar. Quando a realidade tornar tudo estranho outra vez.“Noites Brancas” é um dos maiores romances da literatura mundial. Uma incursão atípica e genial de Fiódor Dostoiévski pela estética do Romantismo.


O espectáculo
A premissa central de uma adaptação da obra russa tem, como incontornável primeiro, o romance de amor entre o personagem anónimo – o Sonhador – e Nástenka. A história de amor assume-se como motor operativo - em discurso directo, dialogante - para um tratamento dramaturgico do enredo. Não obstante, esta evidência não ofusca aquela que será a pedra basilar para a construção deste espectáculo: a solidão e o diálogo interior do Sonhador dostoiévskiano.Partindo de dois actores, a proposta é fazer uma incursão ao mesmo texto - respeitando a estrutura literária e formal - mas operando uma subversão dramaturgica subtil, no sentido de perpetuar o ponto de partida comum ao universo de dostoievski: o monólogo. Ambos contam a história, que é a sua, porque ambos são o mesmo Sonhador. O espectro do sonho é ampliado e o discurso ganha uma vida diferente, ainda mais próxima da memória afectiva, ao passar para o plano indirecto. O Sonhador entra e sai da sua própria história; encena-a; relata-a; confirma-a. O uso de dois actores potencia o jogo cénico e vai permitir uma abordagem essencialista e objectiva, procurando sempre o âmago das palavras e das emoções. O uso de dois actores homens tem como vantagem dramaturgica impossibilitar a concretização da imagem feminina, perfeita, sonhada e sempre idealizada. O resultado é um ensaio sobre a solidão, numa espécie de solilóquio dialogante.


O Chão Concreto
Chão Concreto é um projecto teatral sem forma de companhia.

Às tantas horas do dia x, fulano estava há um par de horas apático. Cicrano falava, gracejava, pensava, observava e, depois de muito formalizar, bocejava fórmulas antigas para um placebo eficaz. Como quem pinta um quadro. Iam já no 30º dia. Cicrano convicto da cura fácil e fulano descalço, numa caixa preta sem janelas. Isto mais um dia. E outro. E assim mais outro.Ao dia 34, fulano decidiu calçar as botas e sair um pouco. Cá fora estavam todos de boa saúde! Surpreendentemente, fulano percebeu que todos respiravam bem e corriam grandes distâncias transpirando saúde e coisas normais... “Para quê então o xarope?!”, pensou. Excitado com a descoberta, tornou meia volta na direcção da caixa negra e entrou de rompante no escuro, rasgando o silêncio e o cheiro barato a tabaco de artista:Queria contar tudo o que vira! Queria dizer que lá fora todos gritavam e falavam de coisas normais! Queria dizer que cuspiam saúde a jorros e que era um erro pensá-los enfermos! Queria dizer que não se trata de curar, mas de conversar! Queria pedir que os deixassem ficar acordados em vez de lhes fecharem os olhos à força com luzes e muitas cores!...Queria falar como os outros mas estava a dormir no 1º acto. Chão Concreto é um novo projecto teatral da cidade do Porto. Parte de uma vontade de Rodrigo Santos – de encetar um trabalho de pesquisa teatral continuado e que se deseja constante – e de muita boa vontade de alguns amigos e bons artistas, para a concretização deste primeiro espectáculo. Projecto não financiado, pretende assumir-se como mais uma força viva da prática teatral da cidade. Não tem outra razão de ser que não seja a vontade de ver mais gente sentada numa sala de espectáculos: pretende comunicar e ser comercial para não depender de terceiros.



“Confissões de um carrasco na hora de ir para cama”
Mau Artista
3 a 20 de Junho - Quarta a Domingo 21h45

texto e encenação: Nuno Preto
Cenografia: Ricardo Preto

Confissões de um carrasco na hora de ir para a cama” é uma história sem nomes. Mortos sem identidade.

Fantasmas? Ou pessoas sem vontade própria comandadas por uma Ordem? Esse conceito de “Rebanho” um rebanho de carneirinhos, animal esse que usamos para adormecer quando nos falta o sono. Porquê? Para nos convencermos de quê? Que somos todos iguais, animais sem vontade própria? E quando o inconsciente se revolta em relação a isto não nos deixando dormir, nós convencemo-lo disparando “Um Carneirinho… dois Carneirinhos… três Carneirinhos…” Somos todos iguais, Todos. Será que sim? Será que a Ordem não poderá ser alterada? E quando alguém chega para a alterar, porque será que a primeira palavra que nos sai é “Cala-te!”? Por medo.

Talvez seja isso, um espectáculo sobre o medo… medo de nos vermos sozinhos. Estar por estar. Magoar porque sim. Porque a Ordem assim o exige.

Mas afinal que raio de Ordem é essa?!


“Rädda”
Segunda Vez
6 a 11 de Julho - Terça a Domingo 21h45


Encenador: Projecto Colectivo
Texto: Stig Dagerman

O projecto “Rädda”, é formado por duas partes que se complementam num todo.

Uma das partes consiste numa peça de teatro sob a forma de um monólogo, que cruza o lado biográfico do autor com o texto “A Nossa Necessidade de Consolo é Impossível de Satisfazer”. O texto final será o da obra atrás referida, complementado com outros textos do autor (“Vestido Vermelho”, “As Sete Pragas do Casamento”, “A Ilha dos Condenados”, “Jogos da Noite”, “Outono Alemão”, “A Serpente” e “A Sombra de Marte”).

A outra parte consistirá num filme realizado em alta definição (HD/FullHD) que explora todo o universo de Stig Dagerman – o Medo, a Fé, a Solidão, a Melancolia, o Suicídio, o Abandono, a Mentira, a, Angustia, a Morte e a Literatura… – recorrendo também essencialmente do texto “A Nossa Necessidade de Consolo é Impossível de Satisfazer”.

A apresentação pública do projecto “Rädda”, será a conjugação destas duas partes como se fosse apenas um objecto só e não separadamente.

Posteriormente, numa segunda fase, o filme será continuado, dando origem num projecto de filme isolado, dissociável da sua componente teatral.

A ligação das duas partes terá com ponto fulcral para além do universo e obra de Stig Dagerman, o facto de a interpretação ser feita pelo mesmo actor (Valdemar Santos).

O projecto “Rädda” será todo ele desenvolvido pelo colectivo “Segunda Vez”.



Programação Infância

Março a Junho - Sáb. e Dom. - 16h00

À semana para escolas

Março

“XaTa” Projecto de Poesia Teatral para a Infância
Tenda de Saias


Interpretação e criação: Tânia Dinis e Xana Miranda
Produção: Tenda de Saias
Este projecto de poesia teatral parte de um reportório que inclui grandes nomes da poesia portuguesa. XATA pretende mostrar que a poesia não é chata, através de uma mostra poética intensa e com sentido de humor, levada a cabo em espaços de café-concerto e outros espaços não convencionais.


Abril

“João Sem Medo”
Confraria das Estórias

Um espectáculo para a infância de objectos animados
Dramaturgia e Encenação de Ricardo Alves
Interpretação de Sara Costa, Sara Pereira ou Teresa Alpendurada
Cenários de Sandra Neves
Bonecos de Susana Azevedo
Figurinos de Sara Costa

Do espectáculo
"As Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo" são um "divertimento escrito por quem sempre sonhou conservar a criança bem viva no homem". João, o protagonista desta história, nasceu em “Chora-que-logo-bebes” uma pequena e metafórica aldeia cercada por um muro. Recusando a tristeza e a melancolia que dominam a vida da aldeia, João salta o muro e parte à aventura pelo reino mágico e perigoso que rodeia a aldeia. Uma maravilhosa fábula sobre a liberdade e a coragem baseada no livro "As Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo" de José Gomes Ferreira.


Do grupo
A Confraria das Estórias é um novo grupo de teatro da cidade do Porto que orientará as suas criações para a infância e jovens públicos.
A direcção artística é de Ricardo Alves e integra a companhia um grupo de jovens criadores.


Do Autor
José Gomes Ferreira (1900-1985) foi jornalista, escritor e poeta. Com uma vasta obra publicada iniciou a sua carreira com a publicação do livro de poesia “Lírios o monte em 1918.
Foi colaborador de vários jornais e revistas, tais como a Presença, a Seara Nova e Gazeta Musical e a Todas as Artes. Esteve ligado ao grupo do Novo Cancioneiro, sendo geral o reconhecimento das afinidades entre a sua obra e o neo-realismo. José Gomes Ferreira foi um representante do artista social e politicamente empenhado, nas suas reacções e revoltas face aos problemas e injustiças do mundo. Mas a sua poética acusa influências tão variadas quanto a do empenhamento neo-realista, o visionarismo surrealista ou o saudosismo, numa dialéctica constante entre a irrealidade e a realidade, entre as suas tendências individualistas e a necessidade de partilhar o sofrimento dos outros.


Das Aventuras de João Sem Medo
Inicialmente publicado em fascículos juvenis no jornal “O Senhor Doutor” em 1933, foi posteriormente coligido num romance em 1963. Em nota de segunda edição em 1973 José Gomes Ferreira disse: “E o sentimento de liberdade feliz com que senti correr a pena no papel, mesmo quando a constrangia a não cair no sentimentalismo moralizante. Ou o prazer que ainda hoje me recreio com algumas páginas deste divertimento pícaro, sempre esperançado que o meu gozo, suspeito de vaidade efémera, contagie os leitores mais relapsos e os convença a lerem esta saga de contestação mansa, vencendo o preconceito de nela entrarem gigantes, fadas e bruxas.

Bruxas? Não existirão - dirão os senhores peremptórios, naturalistas e suficientes.

Pois não.

Mas a caça às bruxas, isso afirmo-vos eu que há.”



Maio

“Gil e Vicente”
Mau Artista


Obra Original: Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente
Encenação: Paulo Calatré
Interpretação: Nuno Preto e Pedro Damião
Cenografia e Figurinos Ricardo Preto e Teresa Corte Real
Desenho, montagem e operação de Luz: Francisco Tavares Teles
Design Gráfico: João César Nunes
Fotografia: Paula Preto
Responsável artístico: Paulo Calatré
Consultora Pedagógica: Virgínia Maria dos Santos Coutinho
Produção Executiva: Marta Lima


Sinopse:
Dois “clowns” em tropelias pela viagem que Gil Vicente propõe de Barca até ao Inferno. Um espectáculo enérgico onde o trabalho físico dos actores é determinante para o desdobramento dos personagens que nascem e morrem constantemente no actor. Uma abordagem que, apesar de cómica, pretende focar igualmente o lado trágico que a morte tem para cada um de nós. Num breve instante revemos o caminho que construímos e percebemos o destino que nos reserva a eternidade. Um jogo de adereços e luz que, agindo em consonância com a fisicalidade, formam uma base de sustentação dos texto original. O texto não sofrerá alterações, mas todos os jogos cénicos permitem uma leitura alternativa da obra, focando alguns aspectos que nem sempre são abordados no contexto da sala de aula, oferecendo uma modalidade diferente de leitura da obra.



7 a 13 de Junho

“Caça Palavras”
Teatro do Frio