É portuguesa uma das mais prestigiadas big bands de jazz a nível mundial: a Orquestra de Jazz de Matosinhos, sob a direcção de Carlos Azevedo e Pedro Guedes, apresenta em Águeda um programa especial dedicado a Duke Ellington, Count Basie, Glen Miller e Benny Goodman, revivendo muitas décadas depois, os anos pioneiros do swing. O jazz também se dança? Aquele que vai abrir as Sextas Culturais, sim. A Orquestra de Jazz de Matosinhos mostra, neste concerto, além de um inigualável poderio sonoro, uma notável capacidade de mergulhar na história do jazz e de fazer o público reviver ambientes inesquecíveis. No Cine-Teatro São Pedro como no Carneggie Hall em Nova Iorque.
12 FEVEREIRO 2010 - Júlio Pereira
Inconfundível, Júlio Pereira supera-se a cada novo projecto. Grande responsável, com discos marcantes, pela revitalização dos cordofones tradicionais portugueses, sempre os submeteu à frescura de novas soluções acústicas. No último álbum “Geografias”, com Sofia Vitória e Miguel Veras, parece condensar todo o património estético de trinta anos de carreira. Ao centro, um bandolim e o seu tocador. À volta, o pulsar contemporâneo da diversidade, eterna ousadia de um músico generoso e genial. O concerto de Júlio Pereira nas Sextas assinala a maturidade da tournée “Geografias”, nas vésperas do lançamento do seu próximo projecto, do qual desvendará em Águeda os primeiros traços.
Um piano às mãos de Sassetti não é um piano, é a própria música! Com formação clássica, Bernardo enveredou por uma carreira de pianista de jazz e só mais tarde, como sublime compositor, se descobriu na música para cinema. Se tanto na cena nacional e internacional a obra de Sassetti tem merecido louvores de primeira linha, em Portugal os seus concertos são raras oportunidades. Águeda vai ter uma delas. Bernardo Sassetti regressa ao palco do Cine-Teatro São Pedro, agora em trio com Carlos Barreto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria), os seus mais telepáticos parceiros, na semana de lançamento do novo disco “Motion” em Lisboa, Porto e Águeda.
9 ABRIL 2010 - Aduf
José Salgueiro é, já o sabemos, um dos mais impressionantes e versáteis percussionistas portugueses. Mestre-de-cerimónias de um projecto que concebeu há uma década atrás para a Expo’98, Salgueiro fez agora renascer Aduf com a cumplicidade musical de José Peixoto, até então guitarrista dos Madredeus. A partir da inspiração visual do adufe, instrumento de percussão de forma quadrada, tradicionalmente tocado por mulheres na Beira Baixa mas de origem árabe, este espectáculo é uma autêntica celebração musical tocada em adufes gigantes. Oito músicos em palco estabelecem diálogos com o passado, assentes numa linguagem urbana e contemporânea, com um efeito cénico absolutamente surpreendente.
14 MAIO 2010 - Carminho
Carmo Rebelo de Andrade, 25 anos, mulher do Fado. Cresceu com ele sempre por perto, mas sempre se esquivou arisca, a fadista. O Fado enamorou-se dela. Carminho não fez caso, deixou-o à espera, viajou, foi à sua vida. E o Fado a suspirar, sofridamente, nas desprendidas cantorias da menina que se fez gente. Carminho, franco e arrasador sorriso, deixou-se enfim cortejar, mas só agora se quis afundar nele. Hoje, em palco, é bem mais que uma fadista. Carminho é o encanto da sua própria história até ser mulher. Do Fado.
Alma celta em estilo livre. Da multicultural Sevilha, caldeirão de culturas e tradições, os Rare Folk são precursores da convivência sonora que funde o folk celta com rock freestyle, numa poção de vanguarda. As tradições passam por um processador estilístico de alta voltagem que dispara uma música carregada de energia e adrenalina. Soam compactos, virtuosos, incomparáveis, nesse estilo de folk raro que eles mesmos criaram. Qualquer definição da música destes andaluzes só se torna definitiva ao ouvi-los. No fecho das Sextas Culturais, com Rare Folk abre-se simultaneamente o ciclo de concertos do festival intermunicipal de músicas do mundo em Águeda, a capital do Festim!