A OTAN ( NATO) prepara-se para celebrar o seu 60º aniversário nos próximos dias em Estraburgo, França. O encontro entre os máximos dirigentes políticos e militares daquela organização militar, surgida na época da guerra fria, está marcado para os dias 3 e 4 de Abril. Em resposta a esta cimeira, e na continuação da campanha europeia a pedir a abolição e dissolução da NATO, vários movimentos e organizações , da mais variada índole, estão a organizar várias iniciativas para aqueles dias, que vão desde grandes manifestações de repúdio, bloqueios, etc, até uma contra-cimeira, de que se espera a presença de Noam Chomsky, Bianca Jagger e Malalay Joya.
As manifestações já tem um calendário:
1 de abril - abertura das aldeias (ecológicas e autogestionadas) para os activistas
3 de abril – encontros e conferências. Bloqueio das vias entre Alemanha e França a fim de fazer com que o jantar de abertura em Baden-Baden (fronteira França-Alemanha) não aconteça.
4 de abril – Grande manifestação (prevê-se a participação de mais de 100.000 pessoas) de repúdio sob o lema «Não à NATO, Não à guerra», e bloqueio da sede da NATO para tentar evitar que alguém consiga entrar no edifício-sede daquela organização militarista
5 de abril - Continuação dos encontros e conferências entre activistas, e prevê-se ainda a realização de manifestações pela liberdade dos futuros detidos dos dias anteriores.
Escusado será dizer que a nossa segurança poderá estar em risco com a anunciada presença massiva de 15.000 polícias franceses e 15.000 polícias alemães.
Num documento estratégico inter-ministerial da OTAN chamado "Liberdade, segurança, confidencialidade - os casos internos da Europa em um mundo aberto" já se podem ver alguns dos pontos que serão discutidos durante a cimeira da cúpula dos dirigentes daquela aliança político-militar:
-maior segurança na internet com leis autorizando a retenção de informações e a criação de um programa internacional "Check the web";
-um acesso comum às bases de dados pelas diversas polícias europeias;
-uma reorientação acerca da "análise de riscos", com a finalidade de prever a dissidência, o crime e os conflitos sociais com a ajuda de ferramentas de segurança high-tech: vídeo segurança, satélites, controle de dna e biometria, desenvolvimento de programas de ionformática de captação de dados ou de antecipação de manifestações...;
-uma cooperação policial e entre fronteiras para combater a "imigração ilegal" e obrigar os países fora da União Européia a repatriar os seus cidadãos que estão em território europeu sem visto, e ainda a extensão do Sistema de Informação Schengen (SIS) com a recolha de dados biométricos e de impressões digitais d@s imigrantes no Sistema de Informação de Vistos (VIS); -a generalização dos passaportes com dados biométricos e chips para @s cidadãos da UE;
-a amplificação das prerrogativas e da ação da agência de polícia Europol e da agência "Frontex" que treina os policiais nas fronteiras;
-o reforço do programa internacional de pesquisa EU-SEC sobre a segurança durante os importantes eventos na Europa, assim como o grupo dos "Oficiais de Ligação" de diferentes países supervisionando as operações policiais durante encontros políticos (ou futebolíticos) internacionais e trocar informações sobre os agitadores em potencial;
-a construção da Força Policial Européia podendo assumir as funções de polícia para assegurar a ordem pública e responder às insurreições populares nos países mais pobres da UE.
Durante anos a fio tentaram-nos convencer que a NATO seria um bloco militar de defesa face à «ameaça» do bloco de Leste. A verdade é que hoje, o bloco de Leste despareceu e a NATO ainda subsiste, com a diferença de que agora, mais do nunca, está mais ameaçadora e perigosa . A NATO é um obstáculo à concretização a paz mundial. Com efeito, a NATO tornou-se, desde o fim da guerra fria, um puro instrumento ao serviço do expansionismo e do poderio da única super-potência, os Estados Unidos da América. Com os mais variados pretextos, inclusive justificando as suas intervenções armadas com base numa suposta «guerra humanitária», manipulando e instrumentalizando, sem pejo, as Nações Unidas e o sistema de direito internacional, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos está apostada em aumentar o domínio pelos recursos económicos de todo o planeta e a estender o seu poder por todo o mundo.
Na Europa, a NATO está a agravar as tensões e alimentando a corrida aos armamentos através da acumulação de um enorme arsenal nuclear, baseado na estratégia de um ataque nuclear inicial, a par de um suporte de um escudo anti-misseis. Por seu turno, a União Europeia está cada vez mais vinculada à NATO. A expansão desta para os países de leste e o desenvolvimento de operações militares por todo o mundo torna este um lugar cada vez mais perigoso para viver. Cada expansão das fronteiras da NATO aumenta a possibilidade de conflitos e guerras. Por isso, a nossa rejeição por soluções militares para cpnflitos regionais faz com que a NATO seja considerada parte do problema e não a sua solução.
Nos últimos dias a cidade de Estrasburgo já se prepara para o acontecimento: estendeu e ampliou o perímetro de segurança ( a zona vermelha), prepara-se para suspender e proibir os mais variados meios de transporte ( incluindo a navegação fluvial no Reno, e as atravessias ferroviárias do rio) durante os dias da cimeira, vai encerrar escolas e faculdades, terá pelo menos 10 helicópteros a fazer vigilância permanente, e já está a colocar obstáculos à montagem e organização das aldeias onde vão estar alojados os manifestantes anti-NATO.
A paranóia securitária chega ao ponto de, no lado alemão do Reno, os cerca 700 habitantes de Kehl, assim como os 240 residentes da cidade de Baden-Baden, que ficarão dentro da zona vermelha, só poderão sair das suas casas acompanhados de polícias !!!
Em suma, as zonas «securizadas» serão verdadeiras zonas ocupadas. E todo este aparato é bem demonstrativo que os poderosos do mundo, para se encontrarem entre si, têm de montar uma imensa fortaleza, securizar uma cidade inteira, a fim de se proteger da população, com medo daqueles que pretensamente os elegeram !!!
Apelo Não à NATO, Não à guerra
Por ocasião do 60º aniversário da OTAN(NATO) apelamos a todos para se manifestarem em Estraburgo (França) nos dias 3, 4 e 5 de Abril contra as agressivas políticas militares e nucleares da NATO, e bem assim a participarem na contra-cimeira por um outro mundo de paz e justiça. Assim :
-Declaramos o nosso repúdio pela visão maniqueista e perigosa da «guerra das civilizações», assim como a todas as respostas militares à crises mundiais e regionais.
- Declaramos a nossa rejeição a uma nova corrida de armamentos e recusamos viver sob a ameaça do recurso às armas nucleares.
-Declaramos inaceitável que as despesas militares absorvam o dinheiro que tanto é necessário para a satisfação das necessidades vitais das populações de todo o mundo, sobretudo num momento em que vários governos querem que sejam os povos a pagar os custos e os prejuízos da crise financeira a que levou o neo-liberalismo e a especulação dos últimos anos.
-Exigimos o encerramento das bases militares estrangeiras em todos os países
Para construir um mundo mais seguro e mais justo reivindicamos a desmilitarização e a democratização das relações entre os povos e o estabelecimento de novas formas de solidariedade e cooperação.
Demontrativo do falhanço das operações militares levadas a cabo pela NATO é a actual situação do Afeganistão, onde o balanço trágico da ocupação militar é revelador da falta de sentido das soluções militares, que devem ser substituídas por soluções políticas.
Programa :
-Contra-cimeira de 2 a 5 fr Abril
-Aldeia auto-gerida de 1 a 5 de Abril
- Grande manifestação a 4 de Abril
- Acções directas não-violentas
-Programa cultural
Solidariedade intergalática!
Por ocasião do 60º aniversário da OTAN(NATO) apelamos a todos para se manifestarem em Estraburgo (França) nos dias 3, 4 e 5 de Abril contra as agressivas políticas militares e nucleares da NATO, e bem assim a participarem na contra-cimeira por um outro mundo de paz e justiça. Assim :
-Declaramos o nosso repúdio pela visão maniqueista e perigosa da «guerra das civilizações», assim como a todas as respostas militares à crises mundiais e regionais.
- Declaramos a nossa rejeição a uma nova corrida de armamentos e recusamos viver sob a ameaça do recurso às armas nucleares.
-Declaramos inaceitável que as despesas militares absorvam o dinheiro que tanto é necessário para a satisfação das necessidades vitais das populações de todo o mundo, sobretudo num momento em que vários governos querem que sejam os povos a pagar os custos e os prejuízos da crise financeira a que levou o neo-liberalismo e a especulação dos últimos anos.
-Exigimos o encerramento das bases militares estrangeiras em todos os países
Para construir um mundo mais seguro e mais justo reivindicamos a desmilitarização e a democratização das relações entre os povos e o estabelecimento de novas formas de solidariedade e cooperação.
Demontrativo do falhanço das operações militares levadas a cabo pela NATO é a actual situação do Afeganistão, onde o balanço trágico da ocupação militar é revelador da falta de sentido das soluções militares, que devem ser substituídas por soluções políticas.
Programa :
-Contra-cimeira de 2 a 5 fr Abril
-Aldeia auto-gerida de 1 a 5 de Abril
- Grande manifestação a 4 de Abril
- Acções directas não-violentas
-Programa cultural
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