Câmara de Amarante promove Conferência/Debate sobre riscos induzidos pela Barragem de Fridão
A Câmara Municipal de Amarante promove, no próximo dia 20 de Março, sexta-feira, a partir das 21:00, no Salão Nobre do edifício dos Paços do Concelho, uma Conferência/Debate sobre “Riscos induzidos pela Barragem de Fridão”, que contará com a participação do Presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Carlos Alberto Matias Ramos, de Ferreira Lemos, Director do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e de João Avilez do Instituto Nacional da Água (INAG) – Autoridade Nacional de Barragens.
Sabia que...
Sabia que o governo, aprovou a construção de 5 barragens hidroeléctricas na bacia do Tâmega, a montante da cidade de Amarante?...Uma dessas barragens será construida em Fridão, a cerca de 6 quilómetros da cidade de Amarante?...Esta barragem tem uma altura prevista de 90 metros acima do leito do rio?...Por força da construção deste conjunto de barragens, a qualidade da água piorará drasticamente?...O documento que sustenta esta decisão não faz qualquer referência aos impactes da construção da barragem e em particular relativamente ao património ambiental histórico e paisagístico da cidade de Amarante
14 de Março - Dia Internacional de Acção Contra as Barragens e em Defesa dos Rios, da Água e da Vida
Movimento dos atingidos pelas barragens:
COAGRET (Coordinadora de Afectados por GRandes Embalses y Trasvases):
No Brasil, as barragens já expulsaram cerca de 1 milhão de pessoas e mais de 34 mil Km² de hectares de terras foram encobertos pelos reservatórios. Denunciamos estes projetos que beneficiam prioritariamente as empresas transnacionais, as quais se apropriam da natureza e destroem a vida em nome do “desenvolvimento” e do lucro. Para facilitar este modelo, os governos e a justiça são extremamente rápidos em liberar licenças ambientais e realizar desapropriações com o objetivo de construir barragens.
Os últimos anos foram marcados pelo avanço das grandes empresas nacionais e estrangeiras no controle das riquezas naturais, minerais, da água, das sementes, dos alimentos, do petróleo e da energia elétrica. Todos estes bens tornam-se mercadorias e são explorados pelos setores da indústria que se abastecem com o alto consumo de energia. A atual crise do capitalismo mostra o quanto este modelo de produção e consumo é insustentável e insano, centrado apenas no lucro de poucos. Para o MAB é necessário construir um novo modelo de desenvolvimento, centrado na busca de condições dignas de vida para a classe trabalhadora.
Cada vez mais nosso compromisso é de nos organizarmos e de nos inserirmos nas lutas contra as transnacionais, pelos direitos dos trabalhadores, na defesa dos rios, da água e da vida. As manifestações da semana do 14 de março serão realizadas para pedir solução para a enorme dívida social e ambiental deixada pelas usinas já construídas e para fortalecer a luta por um outro modelo energético. Portanto, essa luta não é apenas da população atingida pelos lagos, pois todo o povo brasileiro é atingido pelas altas tarifas da energia, pela privatização da água e da energia, pelo dinheiro público investido em obras privadas (via BNDES).
Alternativas existem
Em se tratando do modelo energético, a crise nas atividades econômicas e a conseqüente queda no consumo da energia abrem a possibilidade de discutir uma reestruturação profunda, que parta das necessidades reais de superação das contradições do atual modelo e que carregue os princípios da soberania energética a partir de um projeto popular.
Portanto, cabe a nós fazermos a luta de resistência e construirmos um novo modelo energético e de sociedade!
Águas para vida, não para morte!Água e energia não são mercadorias!
Movimento dos Atingidos por Barragens (Brasil)