22.1.09

A ministra da (des)educação em versos intemporais



Autopsicografia


A Lurdinhas é uma fingidora.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é amor
Pela escola que ela sente.

E os que a ouvem com ar infeliz
Na televisão sentem bem,
Não o amor que ela diz,
Mas só o ódio que ela tem.


E assim nas calhas da vida
Gira, a corromper a nação,
Esse combóio de corda
Que se chama (des)Educação


(segundo Pessoa




Soneto

Alma mesquinha e vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.

Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.

Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:

Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!


(segundo Camões)




BALADA

Bate leve, levemente,
A ministra da educação.
Será cega? Será doente?
Surda é certamente,
Pois não ouve a Nação.

Quem bate, assim, levemente,
com tão sinistra certeza,
que não ouve, que não sente?
Não é anjo, nem é gente,
deve ser bicho, com certeza.

Fui ver. A tristeza caía
do inferno, não do céu,
na nossa escola agora fria.
- Há quanto tempo a não via!
Nem tinha saudades, Deus meu!

E uma infinita tristeza,
uma grande perturbação
entra em nós, fica em nós presa.
Cai neve na Natureza -
e cai no nosso coração.


(segundo Augusto Gil)
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Retrato

Baixa, de olhos ruins, amarelenta,
Usando só de raiva e de impostura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Um mar de fel, malvada e quezilenta ;

Arzinho confrangido que atormenta,
Sempre infeliz e de má catadura,
Mui perto de perder a compostura,
É cruel, mentirosa e rabugenta.

Rosto fechado, o gesto de fuinha,
Voz de lamento e ar de coitadinha,
Com pinta de raposa assustadinha,
É só veneno, a ditadorazinha.

Se não sabes quem é, dou-te uma pista:
Prepotente, mui gélida e sinistra,
Amarga, matreira e intriguista,
É autoritária... e é MINISTRA.


(segundo Bocage)

Fonte (onde fomos pescar estes poemas):
http://sinistraministra.blogspot.com/